Dislexia dificulta identificação de palavras

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Psicopedagoga explica que o distúrbio se manifesta na fase de alfabetização

A Dislexia é um distúrbio de aprendizagem que se manifesta normalmente na fase da alfabetização, período em que os pequenos têm contato com tarefas escolares que incentivam a leitura e formação de vocábulos. Uma de suas características principais é a dificuldade em identificar palavras ou símbolos

Segundo a psicopedagoga do Instituto NeuroSaber Luciana Brites, muitos pais confundem a dislexia com preguiça ou um simples problema na aprendizagem, o que é bem diferente de um distúrbio.

– Os distúrbios de aprendizagem afetam a capacidade da criança de receber, processar, analisar ou armazenar informações. Trata-se de uma disfunção neurológica, que é uma questão de neurônios, de conexão. Os portadores do distúrbio demonstram dificuldade em adquirir o conhecimento da teoria de determinadas matérias – explica.

Luciana diz que a dislexia é algo que está presente em um número considerável de crianças. Pesquisas apontam que a taxa de incidência esteja entre 0,5% e 17% em todo o mundo. Ela comenta que todo profissional da educação, provavelmente, já teve algum aluno que demonstrou uma dificuldade acima do normal para sua idade. “Porém, é necessário saber o que se trata para não haver equívocos.”

Fonte: encurtador.com.br/goyDF

As crianças com dislexia podem manifestar características como, por exemplo, dificuldades para ler, compreender, escrever, expressar-se, realizar operações matemáticas e cálculos. “Estes dois últimos se relacionam mais para a discalculia – o que também é distúrbio de aprendizagem. Outros sintomas são alteração brusca de humor e um ligeiro desinteresse por alguma tarefa”.

– Há diferentes graus do distúrbio. Em casos severos, o pequeno necessita de uma ajuda maior de seus pais e professores. Já quando vem mais brando, a pessoa apresenta certa autonomia para as tarefas pedagógicas – comenta.

Luciana ainda explica que os educadores costumam ser os primeiros profissionais a terem contato com as dificuldades originadas pela dislexia. Por isso, é importante que o educador chame os pais para uma reunião na escola ao notar a dificuldade. “O próximo passo é a procura por especialistas que podem oferecer tratamentos específicos aos pequenos.”

– O diagnóstico e tratamento são feitos por meio de uma análise realizada por uma equipe que pode variar entre psicopedagogos, psicólogos, neuropsicólogos, psiquiatras e oftalmologistas. É importante ter esse acompanhamento com a proposta de proporcionar à criança uma intervenção eficaz para a sua vida pedagógica e social. Nos casos que forem necessários o uso de medicamentos, os profissionais da saúde irão auxiliar os pais – conclui.

Fonte: encurtador.com.br/knqEW

Sobre a especialista

Uma das fundadoras do Instituto NeuroSaber, Luciana Brites é Pedagoga especializada em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Unifil Londrina. Também é especialista em Psicomotricidade pelo Instituto Superior de Educação Ispe – Gae São Paulo, além de coordenadora do Núcleo Abenepi em Londrina.

NeuroSaber 

O projeto nasceu da necessidade de auxiliar familiares, professores, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, médicos e demais interessados na compreensão sobre transtornos de aprendizagem e comportamento. A iniciativa tem como objetivo compartilhar informações valiosas para impactar as áreas da saúde e educação, além de unir especialistas do Brasil e do exterior.

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O preço da diferença

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A nossa sociedade está muito acostumada com os rótulos que são engendrados a partir de modelos socialmente aceitos de formas de ser e de viver. E às vezes quando se abstrai um pouco dessa lógica social, saímos da linha tênue do que é considerado “normal”. Desta forma, percebemos que as pessoas que não se enquadram nos modelos, seja de “normalidade” como de família, são julgadas e vistas de uma forma estranha e preconceituosa pelos demais considerados “iguais”, “normais”, os aceitos. Mas é como o filósofo Nietzsche afirma, nunca espere nada de novo ou de revolucionário daqueles que são socialmente aceitos, pois estes sim querem postergar sua posição, enquanto que os excluídos tentaram mudar, inovar.

Em busca de trabalhar o preconceito nos voltamos para os moradores de rua, uma vez que são a expressão concreta das desigualdades sociais. Desta forma, foi proposta por nós uma intervenção em que supostamente um morador de rua entraria num Shopping Center para ver qual seria a reação do público de maneira em geral.

O nosso pseudo mendigo foi caracterizado com roupa suja, papelão embaixo do braço, descalço, barba por fazer e cabelos cumpridos. E lá vai nosso personagem adentrar ao templo do capitalismo na atualidade: o shopping center.

Logo na entrada para surpresa de todos, não foi barrado, os seguranças o deixaram entrar, mas ficou visível um preconceito estampado nos semblantes de todos, tanto dos transeuntes do local quanto dos próprios vendedores e até mesmo dos guardas que chegaram a ficar circulando a sua volta, como se ele fosse um marginal, sem que o mesmo tenha esboçado qualquer reação que pudesse ser considerada “inadequada” ao local. Mas ele era ofensivo ao ambiente, suas roupas não eram condizentes com o maior palácio do capitalismo. Mas mesmo assim ninguém interferiu em sua caminhada pelo shopping, até então apenas olhares de muito estranhamento.

Nosso personagem realmente estava com a auto-estima bem elevada nesse dia, então resolveu ir à praça de alimentação e, como qualquer outro indivíduo, comer um daqueles lanches em que se paga muito, come-se pouco e engorda-se bastante. Então ele se dirigiu ao caixa e pediu seu sanduíche e logo foi surpreendido, não com palavras, mas com gestos, pois a atendente estava muito assustada com tal situação inusitada. Ela fez um sinal com a cabeça ao seu superior (como se perguntasse se poderia servir tal pessoa), que respondeu com um sinal de positivo. Desta forma, a atendente se tranqüilizou e serviu nosso protagonista. Ao sentar-se à mesa nosso personagem foi surpreendido por comentários do tipo: “vamos sair daqui, tem mendigo do nosso lado” e até mesmo uma senhora se levantou e foi avisar aos seguranças a presença de tal figura estranha.

Nossa sociedade usa máscaras e eufemismos para tentar maquiar e retocar suas mazelas. No caso desta intervenção, os seguranças se aproximaram das meninas que faziam a filmagem e falaram que o nosso personagem não poderia estar no local, mas para nossa surpresa o argumento utilizado foi que o suposto mendigo se encontrava descalço. Boa desculpa essa. Mas será mesmo que se o nosso pseudo mendigo estivesse com “roupas adequadas” mas descalço seria tratado da mesma forma? E se estivesse com a mesma roupa mas calçado?

Enfim, percebemos que num mundo de iguais quase ninguém quer pagar o preço de ser diferente. Mas prefiro parafrasear nosso grande amigo Bob Marley: “Prefiro chorar a dor da derrota a dor de não ter tentado”.


Nota: Texto produzido pelos acadêmicos do Curso de Psicologia do CEULP/ULBRA como parte da avaliação da disciplina de Estágio Básico V, com a orientação do professor Jonatha Rospide Nunes.

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