Marildes Andrade: é preciso investir em nosso autodesenvolvimento

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Marildes Martins da Silva Rocha Andrade, Piauiense, 52 anos, casada, mãe de três filhos. Marildes é servidora da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins há 27 anos, formada em Fisioterapia pela UEPB, Mestre em Saúde Coletiva pela UFBA. Na entrevista a seguir a entrevistada compartilha sobre a motivação que a levou a cursar psicologia, pontua seu interesse por literaturas relacionadas a essa área mesmo antes de ingressar no curso e quais são as suas expectativas futuras após a formação.

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo.

EnCena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?

A trajetória como fisioterapeuta me possibilitou trabalhar durante muito tempo em uma equipe multidisciplinar. Percebi o quanto era importante o paciente que estava em reabilitação também estar em psicoterapia, e como isso influenciava na evolução do tratamento fisioterapêutico. Também sempre gostei de leituras na área da psicologia. Paralelo a isso, a aposentadoria que se aproxima me fez refletir: o que farei quando me aposentar? Primeiro veio à aflição: não consigo me enxergar sem uma atividade, e por ocasião da pandemia em que fiquei um ano trabalhando em home-office veio a decisão de cursar psicologia.

Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Penso na clínica e na abordagem da psicologia analítica junguiana.

Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

Primeiro, estudar psicologia exige muita dedicação e o aluno deve buscar leituras complementares, além das leituras acadêmicas. Segundo, estudar psicologia não é o mesmo que fazer psicoterapia, mas que fazer psicoterapia fará toda a diferença na vida profissional do aluno. Outra dica é que você pode fazer psicologia e escolher outras áreas que não seja a clínica, e para finalizar, a psicologia é uma ciência e isso é muito mais do que “ajudar os outros”.

Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?

Por meio de algumas aulas, gatilhos foram mobilizados e iniciei psicoterapia. Ainda em processo, percebo o quanto nos negligenciamos em prol de uma rotina estressante. E outro aspecto mobilizador, a importância de parar um pouco e nos voltarmos  para dentro de nós e o prazer de nos reencontrar.

Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

Estou tendo uma ótima experiência. Aprendo muito observando seus comportamentos, seus posicionamentos e não me sinto diferente, nem inibida. Ali somos todos alunos.

Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?

Iniciei o curso durante a pandemia, então para mim foi uma forma de não me sentir “presa” em casa, pois durante a semana eu tinha aula e encontrava os colegas, mesmo virtualmente.

Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Cuidem de vocês, se priorizem, pois quando a gente vê o tempo passou e se não cuidarmos de nós, da nossa saúde mental, chegaremos à velhice como a sensação de termos deixado de fazer o mais importante: nos amar.

 

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Lylian Reis fala sobre sua experiência em conciliar a vida universitária com a maternidade

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Lylian Reis, 39 anos, casada, mãe de dois filhos, uma com 10 anos e outro com 07 anos.  Tocantinense, natural de Araguaína – TO, mudou-se para Palmas-TO há 07 anos. A sua primeira graduação foi em Odontologia, formada há quase 18 anos. Atualmente está cursando o 8º período de Psicologia. Lylian considera-se uma mãe “Amorosa, cuidadosa, dedicada, acessível, e companheira”.

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia?

Lylian – Nunca esteve nos meus planos fazer Psicologia, muito menos como uma segunda graduação. Mas é algo tão especial hoje que minha motivação maior é me tornar uma profissional capaz de fazer o melhor pelo meu paciente.

(En)Cena – Como foi a adaptação durante o período da pandemia com as aulas de forma remota na universidade e na escola das crianças? E após a sua formação, qual a área na psicologia que pretende trabalhar?

Lylian – Nossa! Foi um grande desafio. Ao mesmo tempo em que eu estava me adequando àquele formato, precisava dar suporte para as crianças. Meu filho estava na alfabetização, totalmente desmotivado. Não foi fácil! Mas, com certeza, conseguimos passar pelo momento e superar expectativas. Pretendo atuar na Psicologia Clínica (Terapia Cognitivo Comportamental).

(En)Cena – Cursar Psicologia exige bastante tempo para estudar. Diante disso, quais são os maiores desafios para conciliar os papéis de ser mãe e universitária?

Lylian – Essa foi uma das minhas preocupações quando decidi cursar outra graduação. Quando entrei para Odontologia, tinha 17 anos e só me preocupava em estudar. Em 2019, já tinha família, filhos, atuava em consultório odontológico e outras responsabilidades. No início não foi fácil, como em qualquer outra mudança de estrutura, porém fui conseguindo desenhar um novo formato e cada vez mais a Psicologia me encantava. Logo veio a pandemia, ficamos dois anos em aulas remotas, uma nova adaptação. Sempre converso com meus filhos e explico a importância que a faculdade tem para mim. Eles compreendem e me apoiam, acham o máximo me ver estudando e buscando me realizar profissionalmente. Fico imaginando no dia da minha colação de grau, aqueles olhinhos orgulhosos e cheios de alegria.

(En)Cena – Sabemos que para reduzir uma sobrecarga materna é fundamental a rede de apoio, principalmente tratando-se de mães universitárias. Você se considera uma mãe que possui uma rede de apoio?

Lylian – Sim. Tenho uma rede de apoio que divide e me dá esse suporte. Sem essa rede eu não estaria onde estou.

(En)Cena – Qual mensagem você deixa para as mães que pretendem se tornarem universitárias?  

Lylian – Ser mãe é meu papel principal nesta vida e por muito tempo eu me dediquei, quase que exclusivamente, a ele. Não me arrependo de ter estado ao lado dos meus filhos nos primeiros anos de vida e ter acompanhado todo desenvolvimento, sendo esteio e colo para eles. Sou grata por ter tido essa oportunidade. Porém, eles crescem e um dia viverão as suas vidas, desbravarão o mundo e buscarão suas realizações. Eu queria algo a mais, sentia um vazio dentro de mim. Não é impossível conciliar as duas coisas, é trabalhoso e desafiador. Para isso, é extremamente importante ter uma rede de apoio, desejar realizar seu sonho, confiar no processo e seguir em frente. Algumas vezes, as coisas saem do planejado, nessa hora eu tento fazer o melhor que posso e sigo. O autoconhecimento proporciona lidar melhor com essas situações. Manter a saúde mental em dia, encontrar pessoas que passam o mesmo que você dão suporte e força para continuar. Tenho amigas-mães da Psicologia, onde nos dividimos e nos fortalecemos constantemente.

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