Lylian Reis fala sobre sua experiência em conciliar a vida universitária com a maternidade

O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Lylian Reis, 39 anos, casada, mãe de dois filhos, uma com 10 anos e outro com 07 anos.  Tocantinense, natural de Araguaína – TO, mudou-se para Palmas-TO há 07 anos. A sua primeira graduação foi em Odontologia, formada há quase 18 anos. Atualmente está cursando o 8º período de Psicologia. Lylian considera-se uma mãe “Amorosa, cuidadosa, dedicada, acessível, e companheira”.

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia?

Lylian – Nunca esteve nos meus planos fazer Psicologia, muito menos como uma segunda graduação. Mas é algo tão especial hoje que minha motivação maior é me tornar uma profissional capaz de fazer o melhor pelo meu paciente.

(En)Cena – Como foi a adaptação durante o período da pandemia com as aulas de forma remota na universidade e na escola das crianças? E após a sua formação, qual a área na psicologia que pretende trabalhar?

Lylian – Nossa! Foi um grande desafio. Ao mesmo tempo em que eu estava me adequando àquele formato, precisava dar suporte para as crianças. Meu filho estava na alfabetização, totalmente desmotivado. Não foi fácil! Mas, com certeza, conseguimos passar pelo momento e superar expectativas. Pretendo atuar na Psicologia Clínica (Terapia Cognitivo Comportamental).

(En)Cena – Cursar Psicologia exige bastante tempo para estudar. Diante disso, quais são os maiores desafios para conciliar os papéis de ser mãe e universitária?

Lylian – Essa foi uma das minhas preocupações quando decidi cursar outra graduação. Quando entrei para Odontologia, tinha 17 anos e só me preocupava em estudar. Em 2019, já tinha família, filhos, atuava em consultório odontológico e outras responsabilidades. No início não foi fácil, como em qualquer outra mudança de estrutura, porém fui conseguindo desenhar um novo formato e cada vez mais a Psicologia me encantava. Logo veio a pandemia, ficamos dois anos em aulas remotas, uma nova adaptação. Sempre converso com meus filhos e explico a importância que a faculdade tem para mim. Eles compreendem e me apoiam, acham o máximo me ver estudando e buscando me realizar profissionalmente. Fico imaginando no dia da minha colação de grau, aqueles olhinhos orgulhosos e cheios de alegria.

(En)Cena – Sabemos que para reduzir uma sobrecarga materna é fundamental a rede de apoio, principalmente tratando-se de mães universitárias. Você se considera uma mãe que possui uma rede de apoio?

Lylian – Sim. Tenho uma rede de apoio que divide e me dá esse suporte. Sem essa rede eu não estaria onde estou.

(En)Cena – Qual mensagem você deixa para as mães que pretendem se tornarem universitárias?  

Lylian – Ser mãe é meu papel principal nesta vida e por muito tempo eu me dediquei, quase que exclusivamente, a ele. Não me arrependo de ter estado ao lado dos meus filhos nos primeiros anos de vida e ter acompanhado todo desenvolvimento, sendo esteio e colo para eles. Sou grata por ter tido essa oportunidade. Porém, eles crescem e um dia viverão as suas vidas, desbravarão o mundo e buscarão suas realizações. Eu queria algo a mais, sentia um vazio dentro de mim. Não é impossível conciliar as duas coisas, é trabalhoso e desafiador. Para isso, é extremamente importante ter uma rede de apoio, desejar realizar seu sonho, confiar no processo e seguir em frente. Algumas vezes, as coisas saem do planejado, nessa hora eu tento fazer o melhor que posso e sigo. O autoconhecimento proporciona lidar melhor com essas situações. Manter a saúde mental em dia, encontrar pessoas que passam o mesmo que você dão suporte e força para continuar. Tenho amigas-mães da Psicologia, onde nos dividimos e nos fortalecemos constantemente.