Comemorado no dia 15 de outubro, o Dia do Professor celebra a importância do profissional na construção do saber e do desenvolvimento educacional das crianças e adolescentes, bem como a formação cidadã. No entanto, a data merece uma reflexão, pelas condições precárias de trabalho e salarial, que ainda são submetidos, no Brasil. É preciso oferecer dignidade no ambiente de trabalho, bem como meios para o exercício, além de valorização.
Talento e disposição não faltam para a turma da educação. Esse ano, um professor de matemática, goiano, encontra-se entre os 50 finalistas do prêmio internacional Global Teacher Prize, considerado o Nobel da educação. O professor de matemática, Greiton Toledo ficou conhecido por incentivar os alunos a pensarem como cientistas, além de usarem suas ideias para a elaboração de jogos e atividades educativas que possam auxiliar no tratamento do Parkinson. A doença afeta o sistema nervoso, de forma degenerativa, o que prejudica os movimentos musculares, bem como os tremores.
Professores também são super-heróis, e não usam capa. No ano de 2017, a professora Heley de Abreu, ficou conhecida nacionalmente, como uma heroína, por tentar salvar crianças, quando a creche, em que trabalhava, estava em chamas. Ela morreu ao tentar salvar todas as crianças, que estavam na escola. No ano anterior, a professora recebeu uma homenagem do governo Federal denominado “Povo Heroico”.
Morais e Viecelli (2020) abordam que nos dias atuais, nunca se vivenciou um momento histórico tão conturbado em relação aos valores éticos, sociais, morais e culturais, novos contextos os quais precisam ser trabalhados, em sala de aula. Ou seja, toda esses dilemas são levados para dentro de sala de aula, nesse sentido, o professor vai além de um educador, torna-se um profissional que ensina para a vida. “Definir o que são valores é algo que pode seguir lados opostos, gerando opiniões paralelas, o objetivo de seguir essa temática é criar discussões acerca das diferenças, ensinando os discentes a respeitá-las.” Morais e Viecelli (2020).
Duarte (2009) define que o professor é um dos principais atores inseridos no processo de aprendizagem, que além de ensinar o conteúdo em sala de aula, auxilia na motivação e orientação, como um facilitador de aprendizagem. Mesmo com toda essa importância, muitos professores são alvo de violência na escola é o que confirma a pesquisa elaborada pelo Instituto Locomotivo e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Os dados analisados denunciam que 54% dos professores já sofreram algum tipo de violência na escola. A pesquisa foi feita, em 2019, com base nos índices do Estado de São Paulo, números que alertam sobre os riscos contra os professores. Ademais, a luta pela valorização dos professores do ensino público e privado é algo diário e precisa contar com o apoio da população, em especial dos pais. Nesse sentido, segue algumas dicas de filmes para assistir junto com a família, e contar depois para seu professor. Entre, eles estão Sociedade dos Poetas Mortos, Ó ódio que gerou o amor, O sorriso de Monalisa e Escritores da Liberdade.
Duarte, R. G. Os determinantes da rotatividade dos professores no Brasil: uma análise com base nos dados do SAEB 2003. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
Antes de refletirmos sobre a relação entre ciência e educação no Brasil é importante compreendermos o significado de “ciência” e “educação”. Esse movimento inicial nos permitirá estabelecer as diretrizes e limites da análise proposta inicialmente.
Uma consulta rápida em qualquer dicionário nos indica alguns conceitos pertinentes sobre essas duas categorias teóricas. Assim, como ciência é possível entender: “Reunião dos saberes organizados obtidos por observação, pesquisa ou pela demonstração de certos acontecimentos, fatos, fenômenos, sendo sistematizados por métodos ou de maneira racional” (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS, 2019), ou ainda, “Ramo específico do conhecimento, caracterizado por seu princípio empírico e lógico, com base em provas concretas, que legitima sua validade” (MICHAELIS ON-LINE, 2019). Já por educação é possível inferir: “Processo que visa ao desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, através da aplicação de métodos próprios, com o intuito de assegurar-lhe a integração social e a formação da cidadania” (MICHAELIS ON-LINE, 2019).
A ciência, de acordo com Neto (2015, p. 5, grifo meu), “constrói-se contra o senso comum, e estar vigilante é buscar sempre ultrapassar os obstáculos epistemológicos [1] que se apresentam”; todavia essa construção não ocorre de forma linear, pois é também produzida por cortes, rupturas e crises. Na mesma perspectiva Bourdieu (apud NETO, 2015) complementa e afirma que o avanço científico requer sempre uma postura investigativa, pois a ciência é feita para ser superada.
A educação, como casa do saber científico, por meio dos seus métodos próprios deve assegurar a materialização de um dos seus principais papéis, que é, na perspectiva de Neto (2015), a instauração do habitus científico [2] nos alunos. Ou seja, deve permitir ao mesmo tempo, “um sistema de esquemas de produção de práticas e um sistema de esquemas de percepção e apreciação das práticas” (BOURDIEU apud NETO, 2015, p. 7).
Bourdieu (apud SÁ, 2016, p. 198, grifo do autor), ao ponderar ainda sobre a ideia de habitus científico, menciona que “é uma regra feita homem ou, melhor, um modus operandi científico que funciona em estado prático segundo as normas da ciência sem ter estas normas na sua origem”; e mais, “assume formas específicas segundo as especialidades: […] os contatos entre ciências, que, tal como os contatos entre civilizações, possibilitam a explicitação das disposições implícitas, especialmente nos grupos interdisciplinares que se constituem em redor de um novo objeto” (p. 198).
Por fim, Neto (2015) destaca a importância de se instaurar no aluno uma formação que, imbuída do habitus científico, o habilite, o torne sujeito do seu conhecimento a agir e pensar de acordo com regras ou princípios exigidos pelo campo científico.
Ao retornar especificamente a questão inicial podemos mencionar que no Brasil a relação entre ciência e educação passou, no século XX, de acordo com Saviani (2010), da ciência como aspiração à ciência como suspeição. Impulsionada pelos renovadores a educação brasileira buscou ancorar-se em bases científicas elegendo a ciência como a grande aspiração de uma concepção pedagógica que pudesse orientar a reconstrução social do país pela reconstrução educacional [3].
Como resultado dessas iniciativas educacionais renovadoras, se até a década de 1940 o embasamento científico da educação girava, predominantemente, em torno da psicologia, na década de 1950 foi marcada por importante deslocamento em direção à sociologia, o que permitiu a Luiz Pereira referir-se, em 1962, a uma acentuada ‘sociologização’ do pensamento pedagógico brasileiro, afirma Pereira (1971 apud SAVIANI, 2010, p. 17).
Ao longo da década de 1960, continua Pereira (1971 apud SAVIANI, 2010), à vista da emergência de temáticas como o papel da educação no desenvolvimento econômico, a questão do financiamento do ensino e a relação entre educação e trabalho, o pensamento pedagógico tendeu a incorporar outra área de estudos científicos: a economia.
A década de 1980 é marcada por grande pela emergência das teorias críticas, partindo das ciências bases da educação (filosofia, história, psicologia, sociologia), se espraiou para a didática e para as habilitações pedagógicas (supervisão, orientação, administração) (SAVIANI, 2010). Parecia, pois, “que o pensamento pedagógico brasileiro havia atingido seu grau máximo de maturação estando na iminência de proclamar sua autonomia epistemológica e conquistar espaço próprio no conjunto das ciências humanas” (p. 17).
Nos anos de 1990 temos o abandono daquela expectativa há décadas acalentada, e a ciência passará de objeto do desejo dos educadores a motivo de suspeita, menciona Saviani (2010). Para o autor ainda,
a percepção de que também não se pode confiar na ciência, um tipo de conhecimento que não merece maior crédito do que os demais. Já que foi posta de lado a razão como faculdade capaz de captar o real, de pôr ordem no caos, de estabelecer princípios explicativos que nos permitiriam compreender como o mundo está constituído, entende-se a dificuldade de se caracterizar o tipo de pensamento pedagógico da época que estamos atravessando (p. 19).
Todavia, na tentativa de identificar as linhas básicas desse pensamento Saviani (2010) cita:
a) neoprodutivismo, que subverte as bases sócio-econômicas que o pensamento pedagógico buscava encontrar nas ciências sociais; b) neoescolanovismo, que metamorfoseia as bases didáticas que se procurava definir pela pedagogia entendida como ciência da educação; e c) neoconstrutuvismo, que faz refluir as bases psicopedagógicas que se buscava construir pelas investigações da ciência psicológica (p. 19).
Já nos anos 2000 ocorre a sinalização de um revigoramento do pensamento pedagógico crítico. Assim, além do pensamento pedagógico hegemônico que se manifesta nas três vertentes já mencionadas anteriormente (neoprodutivista, a neo-escolanovista e a neoconstrutivista), soma-se a pedagogia histórico-crítica que, na trilha aberta por Marx, não abdica de uma concepção claramente realista, em termos ontológicos, e objetivista, em termos gnosiológicos (SAVIANI, 2010). Para o autor, essa última
está empenhada em produzir conhecimentos cientificamente fundamentados capazes, em consequência, de orientar eficazmente a prática educativa constituindo-se, pois, numa orientação pedagógica crítica contraposta à orientação pedagógica de matriz pós-moderna, relativista e eclética que, sendo hegemônica na contemporaneidade, vem dificultando a solução efetiva dos graves problemas educacionais que enfrentamos em nosso país (p. 21).
Ao discorrer sobre essas diferentes perspectivas teórico-científicas e sua influência na educação não é possível deixar de mencionar que as mudanças e transformações no campo da educação e da realidade social não se limitam ou se resumem a essa dimensão teórica. Há que se ponderar que reflexos positivos na nossa sociabilidade não se darão de maneira independente ou autônoma da educação e sim com alterações em campos estruturais e estratégicos como o econômico.
Ao ponderar sobre o atual sistema educacional brasileiro, Neto (2015) menciona que suas bases e princípios científicos remontam do século XVII, período em que o pressuposto para conhecer era a observação e a ciência era vista como o acúmulo de teorias e leis. Para ilustrar tal contexto Kocke (2007 apud NETO, 2015, p. 10, grifo do autor) destaca que
Há uma visão vigente e expressa nos próprios manuais, que apresenta a ciência como um conhecimento pronto e acabado, […] e, apesar da ciência ter evoluído, a escola continua a ensinar conhecimentos prontos, cultivando uma ciência imóvel… o professor se transformou em um auleiro, transmissor de verdades estáticas, e o bom professor é aquele que consegue dar esse espetáculo de ilusionismo: demonstrar como verdadeiro e imutável o saber que está em permanente revolução.
Mello (2015) destaca que, face às inúmeras e crescentes transformações políticas, econômicas e tecnológicas pelas quais a sociedade contemporânea tem passado nos últimos anos, o apelo às reformas educacionais é constantemente renovado e repercute em novos desafios aos profissionais da educação, pois “o que está em jogo, […] é uma espécie de desconfiança da capacidade dos professores de oferecerem uma formação técnica e intelectual satisfatória para seus alunos” (p. 22, grifo meu).
Para Simões (2013) as reformas educacionais alegam a necessidade de um novo modelo de formação em sintonia com as mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas. O autor ainda pondera que “Embora a problemática da dicotomia entre teoria e prática e das deficiências dos cursos de formação de professores estejam sendo amplamente discutidas, o problema persiste” (p. 29); e acrescenta
para uma forte tendência em propor, nesse processo de mudança, uma concepção de professor que reflita sobre seus saberes e sua prática, instigando as instituições de formação de professores a questionar sua tarefa formadora. Esses questionamentos perpassam pela articulação teoria e prática na composição da matriz curricular dos cursos de formação de professores (p. 57).
Segundo Marli André (2001 apud Mello, 2015), a partir de 1980 ocorreu no Brasil, uma crescente valorização da pesquisa na formação do professor, sobretudo com destaque à articulação entre a teoria e a prática, o que fomentou o debate das questões epistemológicas entre diversos autores: Tardif (2000), Schon (2000), Giroux (2003), Demo (2003), Luciola Santos (2001), Zeichner (2002) etc. Assim, é possível pontuar, conforme Mello (2015), que a aproximação entre diferentes saberes a partir da reflexão sobre a formação docente demanda uma aproximação entre os diferentes saberes a partir da reflexão sobre a experiência docente, permitindo problematizar e delimitar um campo de ação, uma crítica construtiva às suas próprias práticas. Com isso, o autor encerra comentando que para além do consenso geral de que a pesquisa é um elemento essencial na formação do professor, o processo de formação deve atualizar e aprofundar os parâmetros da construção, da reflexão e da crítica para que o professor consiga avançar no sentido da aquisição de maior autonomia profissional.
Considerando todos esses elementos apresentados é possível, em face da relação entre ciência e educação, entendermos que a educação não é uma ação neutra e não pode ser pensada desta forma. Temos, como docentes/educadores refletirmos sobre os efeitos de nossa prática e os pilares que dão sustentação a ela (dimensão teórica, ética, política, investigativa etc.). É necessário também romper com a rigidez estruturante e reducionista para alcançarmos metodologias mais dinâmicas, flexíveis e globalizadoras, que atendam ao menos em parte a imprevisibilidade e incerteza da sociabilidade atual. Assim, há de se perceber que o desafio não tem sede apenas no aparecimento de procedimentos novos de ensino, como sendo mais uma forma de facilitar o trabalho do professor e a aprendizagem do aluno. Faz-se necessário pensarmos a didática para além de uma simples renovação pedagógica de novas formas de ensinar e aprender, para além da busca de manutenção de uma ordem apenas instrumental da educação, o que Candau (2001) chama de “didática instrumental” [4], para o alcance de uma didática fundamental (CANDAU, 2001) [5]. A ação do professor, portanto, precisa estar embasada numa estrutura que não separe os fins pedagógicos dos fins sociais e científicos.
NOTAS
[1] Neto (2015) esclarece que os obstáculos epistemológicos são representados por tudo aquilo que nos impede o avanço do conhecimento e sua aproximação com a realidade, sendo o principal deles o senso comum.
[2] Para Bourdieu (apud NETO, 2015), o habitus científico refere-se a um conjunto de disposições, de formas de ser e de agir que são demandadas pelo campo científico. Instaurar o habitus científico, é, portanto, formar o sujeito para que possa “jogar” o “jogo jogado” nesse campo, para que se qualifique a disputar nesse campo.
[3] Saviani (2010) afirma que, baseado no ‘Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova’, Lourenço Filho transformou, em 1931, a Escola Normal de São Paulo em Instituto Pedagógico (cujos cursos centravam-se nas ciências básicas da educação); em 1932 Anísio Teixeira empreendeu a reforma da instrução pública do Distrito Federal; em 1933 Fernando de Azevedo realizou nova reforma da instrução pública no estado de São Paulo aprofundando, na organização da escola de professores, a institucionalização das ciências da educação; em 1938, foi criado o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP (cujo primeiro diretor foi Lourenço Filho); em 1955 foi criado o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais – CBPE.
[4] Para Candau (2001) a didática instrumental é concebida como um conjunto de conhecimentos técnicos sobre o ‘como fazer’ pedagógico, conhecimentos estes apresentados de forma universal e consequentemente desvinculados dos problemas relativos ao sentido e aos fins da educação, dos conteúdos específicos, assim como do contexto sociocultural concreto em que foram gerados.
[5] A didática fundamental está alicerçada, para Candau (2001), na multidimensionalidade do processo de ensino-aprendizagem, ou seja, propõe a articulação das dimensões técnica, humana e política. Nessa perspectiva, a competência técnica e o compromisso político não se dissociam, e sim se interpenetram.
CANDAU, Vera Maria. Rumo a uma nova didática. 12 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS. Ciência. Disponível em: < https://www.dicio.com.br/ciencia/>. Acesso em: 27 de abril de 2019.
MELLO, Jamer Guterres de. Articulações entre Saberes e Práticas Docentes: o Papel da Pesquisa na Formação de Professores. In: NETO, Honor de Almeida; et al. Docência Articulada com as Tessituras Sociais: Pesquisa. Universidade Luterana do Brasil. Canoas: Ed. ULBRA, 2015.
MICHAELIS ON-LINE. Ciência. Disponível em: < http://michaelis.uol.com.br/busca?id=M4nL>. Acesso em: 26 de abril de 2019.
NETO, Honor de Almeida. Vigilância Epistemológica e Educação. In: NETO, Honor de Almeida; et al. Docência Articulada com as Tessituras Sociais: Pesquisa. Universidade Luterana do Brasil. Canoas: Ed. ULBRA, 2015.
SAVIANI, Dermeval. Ciência e educação na sociedade contemporânea: desafios a partir da pedagogia histórico-crítica. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/fazciencia/article/view/7434/5778>. Revista Faz Ciência, v.12, n.16 Jul./dez. 2010, pp. 13-36. Acesso em: 25 de abril de 2019.
SIMÕES, Rodrigo Lemos. Formação de Professores de História, Práticas e Discursos de Si. Tese (Doutoramento em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul / Programa de Pós-Graduação em Educação. Porto Alegre, 2013.
SETTON, Maria da Graça Jacintho. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n20/n20a05.pdf>. Acesso em: 25 de abril de 2019.
Fazer o uso da tecnologia no ambiente escolar está se tornando cada vez mais necessário, uma vez que a geração Z nasceu e está crescendo nesse meio
O Conselho Nacional de Educação (CNE), por meio da resolução n°2 do ano de 2002, delimitou o significado de educação inclusiva, na qual é um conjunto de recursos e serviços educacionais a fim de fornecer apoio, complementação, suplementos e substituição de serviços educacionais comuns, uma vez que este modelo não inclui alunos portadores de deficiências. Por meio dos subsídios da educação especial, é possível desenvolver as potencialidades dos educandos que se incluem como pessoas com deficiência e consequentemente há a garantia da educação formal a todos, sem exceção (CARVALHO, 2017, p.21).
A lei federal n° 10.845, de 5 de março de 2004 criou um programa voltado à pessoas com deficiência a fim de garantir a universalização do atendimento a essa classe de alunos e por meio disto fornecer a integração em classes comuns de ensino regular. Contudo, é notável alguns problemas comuns na tentativa de inclusão dos alunos tidos como especiais, incluído principalmente o despreparo dos professores no ensino regular ( CARVALHO, 2017, p.22).
Além disso, há dois grandes eixos na formação de docentes antes de se inserir na sala de aula. O primeiro diz respeito a classe generalista, e é aquele preparo básico, comum ao ensino regular. O segundo é relativo a classe de “especialistas” que apreendem e aplicam as necessidades educativas especiais na inclusão dos alunos portadores de deficiência (GLAT; NOGUEIRA, 2003, p.135).
Fonte: encurtador.com.br/qrvX0
A formação clássica do docente exclui a inclusão desse tipo de aluno, visto e rotulado como defeituoso, anormal e deficiente, uma vez que a sua deficiência o define e o delimita na percepção do professor. O aluno que era tido como normal e saudável era aquele que não apresentava nenhuma dificuldade nos processos de ensino aprendizagem, o que é totalmente utópico e disfuncional. Com a manifestação das dificuldades de aprendizagem, houve a exclusão dos alunos tidos como especiais e anormais (KASSAR, 2011, p.69).
O professor da classe “normal” aprende a lidar com alunos sem nenhum transtorno cognitivo ou deficiência física e dentro dos padrões de ensino aprendizagem, e é isso que é visto na graduação. Já os professores tido como “especialistas” atendem a classe considerada anormal e com distúrbios de aprendizagem e consequentemente com métodos de ensino aprendizagem diferenciados, pois demandam necessidades educacionais especiais (ROCHA, 2017, p.5).
Contudo, essa classe de professores tendem a considerar apenas o diagnóstico do aluno classificado como especial. E isso acaba sendo um fator limitante para esse aluno, uma vez que suas potencialidades são negligenciadas, pois a escola apresenta apenas as condições daquilo que ele não pode fazer. Fica em omissão as possibilidades de se trabalhar suas capacidades alternativas a fim de reintegrar esse aluno a uma classe regular (GLAT; NOGUEIRA, 2003, p. 138).
Fonte: encurtador.com.br/elsBE
De acordo com Fonseca Filho (2007) a acessibilidade à informação e ao conhecimento é a variável mais poderosa, ou seja, é ela quem vai definir a exclusão ou inclusão dos indivíduos. Ficar de fora do fluxo das informações faz com que quem trabalhe ‘’por fora’’ da tecnologia fique assinérgico, em se tratando dos processos. Aquisições de universalização de serviços que criem oportunidades de inclusão e promovam a alfabetização digital são bem-vindas. É necessário potencializar e massificar as ações que trabalham no âmbito da alfabetização digital, uma vez que não deva haver a possibilidade de termos uma quantidade maior de tecnologia a ser administrada em contrapartida a uma minoria que a domine.
Tecnologia: Conceitos e avanços
Para uma melhor compreensão sobre esta ferramenta que vem inovando desde os tempos antigos, vale enfatizar sua etiologia, bem como seus significados. De acordo com Blanco e Silva (1993) a tecnologia é de origem grega, sendo téchne caracterizado como um ofício e até mesmo uma arte, e logia, como o estudo de algo. Já o dicionário online Michaelis, a tecnologia, refere-se á:
1- Conjunto de processos, métodos, técnicas e ferramentas, relativos a arte, indústria, educação etc;
2- Conhecimento técnico e científico, e suas aplicações a um campo particular;
Sendo assim, podemos definir a tecnologia como o uso de técnicas e conhecimentos, que tem como objetivo o aperfeiçoamento e promoção do trabalho,
seja ele com o uso da arte, ou com finalidade de resolução e/ou execução de uma determinada tarefa ou problema.
O mais conhecido marco no que diz respeito à evolução tecnológica trata-se da invenção e aperfeiçoamento da roda, esta prática facilitou o transporte de pedras, colheitas, mercadorias, além de cargas e peças de cerâmicas pesadas, juntamente com o uso das carroças, passando a levar uma maior quantidade de objetos em seu interior.
Fonte: encurtador.com.br/kqK13
No entanto vale ressaltar que a tecnologia não surgiu somente como uma ferramenta de aperfeiçoamento e facilitação do uso de instrumentos. A guerra é o maior exemplo disso, como a criação de máquinas de destruição cada vez maiores e mortíferas assim como os tanques de guerra, bem como ferramentas e armas, que redundaram não somente para os benefícios da humanidade.
No séc. XX, foi notório o destaque da tecnologia da informação, assim as tecnologias digitais passaram a modificar as relações sociais, levando em consideração as questões de tempo e espaço, pois tal uso nos permite a ampliação e descoberta de novas informações de modo instantâneo, embora apresente cada vez mais preocupações, como o excesso de informações, o uso indevido e a redução da privacidade, necessitando ainda de estudos, aperfeiçoamentos e o saber utilizar de maneira correta.
Tecnologia nas escolas
A tecnologia tem uma grande presença na nossa sociedade atual, estão em todos os espaços, no trabalho, lojas, casas; como computadores, celulares, fones de ouvidos bluetooth, etc. Fazer o uso da mesma no ambiente escolar está se tornando cada vez mais necessário, uma vez que a geração Z nasceu e está crescendo nesse meio (FRANÇA, 2018)
Fonte: encurtador.com.br/gsBE4
Segundo Aguiar e Passos (2014, apud JÚNIOR 2005) a tecnologia não é definida apenas pelos equipamentos como computadores ou máquinas, sempre esteve presente nas nossas vidas desde objetos considerados rudimentares aos computadores e celulares, a tecnologia faz parte de um processo criativo e abrangente, está inserida de forma simbiótica com seres humanos afetando nas relações, podendo tornar as vivências mais simples e auxiliando nas resoluções de problemas.
A função de mais importância da escola é fazer essa ponte entre os alunos e a cultura da sociedade em que está inserido, e tendo o conhecimento de que a tecnologia ganha cada vez mais espaço, a adesão da mesma se torna indispensável dentro da instituição, e quando se entra no âmbito da tecnologia inclusiva é intensamente necessária a introdução para a obtenção de resultados positivos no que se refere a aprendizagem do indivíduo.
A utilização das tecnologias educacionais encontrou-se reconhecido baseado em duas conjunturas; a primeira se encontra relacionada à aplicação dos meios pelos meios, e a segunda relacionada a “família” para responder aos impasses educacionais (VILLELA, GUERREIRO, 2013).
Fonte: encurtador.com.br/wEUV7
Outro aspecto relacionado a tecnologia foi difundida no brasil em meados dos anos de 1980, no momento em que a tecnologia educacional era vista principalmente como a conexão entre aspectos tecnológicos e educação, a qual se materializa em uma totalidade de proatividade, eficiência, composta por uma dinâmica, acessível e aberta de concepções e processos de ações educativas decorrentes dos investimentos no conhecimento científicos e estruturados para a solução ou encaminhamento de soluções para problemas educacionais (BERSCH, 2013).
Dentro do quadro educacional, são incontáveis os desentendimentos sobre as múltiplas proporções das finalidades da tecnologia inclusiva, também conhecida como assistiva educacional, que nada mais é que ferramentas que incentivam a capacidade dos processos de ensino e de aprendizagem. Ainda possibilitam inovações que podem ser usadas nos momentos de planejamento.
Avaliações dos métodos e processos de escolarização, respeitando o processo subjetivo e singular de aprendizagem dos indivíduos, o que possibilita ainda a melhor dinamização das atividades grupais, promove o desenvolvimento de pesquisas, habilidade de planejamentos e resoluções e a interdisciplinaridade (BERSCH, 2013).
A utilização das inovações tecnológicas, têm significativamente influenciado a educação especial, essencialmente na transformação do atendimento educacional especializado que de acordo com a contemporânea organização pedagógica inclusiva, apropria-se da obrigação de serviço de assistência para a educação regular, que no caso, contribui para a aprendizado dos alunos com deficiência que estão nas salas regulares de ensino (VILLELA, GUERREIRO, 2013).
Fonte: encurtador.com.br/cxFV9
A tecnologia inclusiva, também conhecida como assistiva, é uma expressão nova utilizada para referenciar todos os recursos que contribuem para o desenvolvimento de habilidades funcionais de sujeitos com deficiência (BERSCH, 2017). No Brasil há um Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) constituído pela portaria N° 142, de 16 de novembro de 2006.
A tecnologia assistiva é um âmbito do conhecimento, que possui um aspecto de interdisciplinaridade que promove a junção de produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, direcionadas às práticas e ações de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, promovendo a esta autossuficiência, independência, qualidade de vida e inserção social. Dessa forma, fundamenta-se em um instrumento de extrema importância para o ensino regular assim como para os demais alunos com deficiência, possibilitando a garantia e o acesso aos materiais e conteúdos curriculares (VILLELA, GUERREIRO, 2013)..
Contribuições de Skinner para a Educação
As pesquisas sobre comportamento e sua aplicação na educação dentro da abordagem behaviorista iniciou com Burrhus Frederic Skinner, mais conhecido como fundador do Behaviorismo radical, corrente de pensamento que se utilizava de sua prática em consultórios e nas escolas. O Behaviorismo estuda o comportamento (behavior, em inglês), partindo do princípio de que todo estímulo gera uma resposta e isso concebe o comportamento.
Fonte: encurtador.com.br/cJPUV
Em relação a educação, Skinner afirma que educação é o estabelecimento de comportamento que seja vantajoso para o indivíduo e para os outros em um tempo futuro (1969 a, p. 402). Para ele a aprendizagem se dá através dos estímulos e reforçadores, do qual as respostas a eles podem ser desejáveis e indesejáveis. O reforço para Skinner consiste em qualquer evento que aumenta a probabilidade da ocorrência de um determinado comportamento (LA ROSA, 2003). No entanto a autora enfatiza que, aprender é algo muito mais amplo, pois é a forma de o sujeito aumentar seu conhecimento, nesse sentido, a aprendizagem faz com que o sujeito se modifique, de acordo com a sua experiência (LA ROSA, 2003).
Para Skinner o comportamento é influenciado pelos estímulos reforçadores ou punitivos, no que tange a utilização desse método na educação, a aprendizagem pode ser concebida conforme esses reforçadores e punidores forem se manifestando no ambiente.
Pensando na perspectiva de ressaltar ainda mais as contribuições de Skinner a Autora Melania Moroz, escreveu um artigo em 1993 intitulado “Educação e autonomia: relação presente na visão de B.E Skinner” que aborda três principais aspectos contribuições de seus estudos para com a educação: relação educando e educador; o comportamento estabelecido deve ser vantajoso para quem receberá o conhecimento e também para os demais indivíduos; a educação não deve ocorrer apenas em tempo presente, os agentes educativos podem atuar de forma constante e trazer vantagens para o futuro.
Fonte: encurtador.com.br/yDR79
Dizer que educar envolve a atuação de alguém em relação a outrem – o primeiro dos itens assinalados – é colocar em foco, no pensamento de Skinner, o papel dos agentes educativos enquanto atuação planejada, tanto em termos da definição dos comportamentos a serem estabelecidos, quanto em termos das condições ambientais necessárias ao seu estabelecimento (MOROZ, 1993).
Contudo, o emprego dessa abordagem de modo descomedido trouxe mais conflitos, do que desenvolvimento, pois para o behaviorismo,
Instruir significa instalar, alternar e eliminar comportamentos. Planejar a instrução implica estabelecer sob quais condições os comportamentos são ou não adequados/corretos para produzir alterações ambientais capazes de manter uma intenção permanente (manutenção do que foi aprendido). (LUNA, 2002, p. 60).
Ao falar sobre o trabalho docente Skinner também critica o método utilizado por alguns deles, chamado de “mande ler e verifique”, principalmente nas universidade. Pois tais metodologias não auxiliam o aluno no processo de aprender e no final ele tem que se virar sozinho para entender os conteúdos. Levando a um eventual fracasso, sem que com isso sejam levantadas reflexões acerca do que os professores poderiam fazer para facilitar e mesmo garantir a aprendizagem. Nas palavras de Skinner: “nós não ensinamos, nós meramente criamos uma situação em que o estudante ou aprende ou é condenado” (Bjork, 1997 apud Flores, 2017).
Skinner (1973/1978a) ressalta que o mero contato com o ambiente não é a forma mais eficaz para que os estudantes aprendam tudo que pretendemos ensinar para futuras gerações. Apenas os condicionantes externos e internos não serão suficientes para ensinar vários aspectos de conhecimento para os indivíduos.
Fonte: encurtador.com.br/fLNPQ
Dessa forma, Flores (2017) faz uma enumeração de três considerações importantes para atuação do psicólogo escolar analista do comportamento, e finaliza apresentando uma proposta já consolidada na área, o Suporte Sistêmico a Comportamentos Positivos (SWPBS – School-Wide Positive Behavior Support). Ela apresenta, portanto, três considerações que serão descritas a seguir.
O foco deve estar na aprendizagem: a autora sugere que a escola, com a ajuda do psicólogo escolar livre-se de “contingências cerimoniais” que exigem do aluno comportamentos que apenas reforçam sua submissão e obediência a qualquer custo e que mantenha, na medida do possível, apenas “contingências tecnológicas” que vão de fato ser úteis para promover aprendizagem. Um exemplo é o levantamento feito por Ravthon (1999) que descreve uma série de intervenções baseadas em evidências para ensino de escrita.
O comportamento não deve ser concebido como intrínseco ou imutável: é comum que psicólogos sejam chamados na escola para realizarem avaliação e diagnósticos em crianças com dificuldades no processo de escolarização. Essa postura está pautada na concepção de que o problema está na criança e, portanto, ceder a ela é atuar para fortalecer a estigmatização.
Fonte: encurtador.com.br/flrIL
Na busca por encontrar outros culpados e superar essa estigmatização, psicólogos e professores encontram na família um bode expiatório que proverá a explicação menos individualizada. Em ambos os casos o problema permanece, as contingências vividas na escola tendem a se manter e o tratamento/intervenção ainda é realizado sobre a criança e pouco é feito para modificar as práticas culturais escolares que geram o fracasso e os desajustamentos. Crone e Horner (2003) propõem que o ensino da abordagem funcional do comportamento pode ajudar professores a encontrar novas formas de interpretar a relações e planejar intervenções melhor contextualizadas.
O olhar deve ser funcional: o estudo do comportamento tem tornado evidente a relação funcional que se estabelece entre as ações do indivíduo e suas condições antecedentes e consequentes. Analistas do comportamento utilizam a análise de contingências, ou análise funcional, para compreender melhor o comportamento e suas razões e assim poder intervir sobre sua ocorrência de forma mais acertada. A autora do texto apresenta bons exemplos de como essas relações funcionais são ignoradas na formulação das queixas escolares e através de um caso narrado exemplifica como é possível elucidar relações de reforço que passam despercebidas na rotina, mas que são muito importantes para compreender como as queixas se estabelecem.
Conclusões
Pensando na tecnologia inclusiva faz- se necessário evidenciar que o uso delas na educação ainda é discutido, porém dentro da educação inclusiva, se faz necessária, já que milhares de alunos utilizam das diversas formas de tecnologia para desenvolver seus conhecimentos, para mostrar suas competências e aptidões, para socializar e para estar de modo participante na sociedade (BERSCH, 2013).
Fonte: encurtador.com.br/giqW4
A realidade é que a utilização da tecnologia abre espaço para o fortalecimento do vínculo professor e estudantes, deixando a posição de inativos para participativos. Com o auxílio crucial e facilitador da tecnologia, a educação inclusiva pode ser aplicada de forma eficaz, uma vez que contribui para trabalhar as potencialidades e habilidades alternativas do aluno portador de deficiência.
A tecnologia não só acarreta essa assistência a educação especial e inclusiva, mas também trabalha e envolve o desenvolvimento da criatividade dos estudantes. Essa ferramenta pode proporcionar a eles uma certa autonomia sobre o conhecimento estudado e aplicado, e os mesmos podem até mesmo manipulá-los, de acordo com suas necessidades, como a criação de aplicativos eletrônicos para pessoas mudas.
Referindo-se à instituição educacional, Skinner diz que mais do que transmitir conhecimentos, ela ensina a pensar estabelecendo “… um repertório especial que tem como efeito a manipulação de variáveis que encorajam o aparecimento de soluções para problemas“ (1969a, p. 411). Contudo, a forma como o behavorismo foi utilizado na educação favoreceu o ambiente escolar como um lugar hostil, cheio de regras, controle e pouco diálogo. O que Skinner pretendia era que seus ensinamentos funcionassem como algo a mais, uma outra alternativa, para que os alunos aprendessem e fossem reforçados de maneiras positiva e não impositiva.
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Temáticas da psicologia da educação presentes nas vivências pessoais e profissionais
Sou Licionina Maria Rodrigues da Silva há dezoito anos a frente da Presidência/direção da Escola Especial Um Passo Diferente – APAE do município de Tocantinópolis, estado do Tocantins. A escola atende a alunos da Educação Especial do Ensino a partir de 2008 tomamos à frente da direção da referida escola na qual se observou vários problemas que se agravavam, sobretudo pelas dificuldades de relação entre Família/Escola, no que se refere à aceitação da deficiência como também procura de atendimento de profissionais de saúde que atesta a deficiência por meio de laudo médico e/ou psicológico, ocasionando assim dificuldade de ser assistido de acordo as suas necessidades. Nesta escola percebeu-se que a família se mantinha distante ou mesmo ausente da vida escolar dos filhos, trazendo com isto, uma série de problemas relacionados ao desenvolvimento de habilidades cognitivas e de interação social.
Com base dos dados expostos procurou-se promover na escola, ação para trazer um psicólogo educacional e demais profissionais da equipe multidisciplinar da saúde, pois muito dos alunos atendidos não apresenta laudo psicológico. Necessitando assim de uma avaliação psicológica, a qual segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2000) reflete um processo de coleta de informações resultante de um conjunto de procedimentos confiáveis. Tal processo permitiria ao psicólogo avaliar comportamentos, contribuindo para a orientação de ações profissionais de forma segura e pertinente (Paula, Pereira, & Nascimento, 2007).
Para a realização do trabalho, foram convocados pais/ou responsáveis pelas crianças matriculadas na escola de modo que se realizou quatro grandes reuniões no decorrer de três meses, as quais se obteve uma significativa participação dos mesmos, onde os profissionais da saúde foram disponibilizados pela a secretaria municipal de saúde em forma de parcerias.
A partir dessas atividades observou-se que houve uma significativa melhora no que se refere à participação dos pais na vida escolar dos filhos e no cotidiano da escola. Diante desta ação ficou constatado que a escola especial atende diferentes tipos de deficiências de acordo laudo de médicos e psicólogos, sendo eles: Autismo, Deficiência Intelectual Severa, Deficiências Múltiplas Deficiência Intelectual Deficiência Visual Deficiência Auditiva e Física.
Como incentivo a esta participação criou-se o momento de encontro semestral para que a psicóloga pudesse acompanha o desempenho dos alunos e avaliá-los. O trabalho da Escola Especial “Um Passo Diferente” – APAE de Tocantinópolis, feito com o compromisso de valorizar as potencialidades e as necessidades individuais dos alunos adotando ações positivas, surge das conquistas que muitas vezes impressiona, mas que viabiliza o desenvolvimento das capacidades da pessoa com deficiência, resgata a auto- estima e melhora a qualidade de vida.
Portanto, é valido considerar que a atuação do Psicólogo no ambiente escolar pode ser compreendida como por um serviço preventivo e terapêutico. Quando se trata de inclusão educacional de pessoas com deficiência, ele tem um papel crucial na preparação dos profissionais envolvidos, apoio familiar e suporte a comunidade discente. Sendo assim, o objetivo do nosso artigo é discutir as contribuições do psicólogo escolar no processo de inclusão educacional de pessoas com deficiências. O psicólogo deve ter um olhar abrangente, ver o aluno com deficiência como um ser biopsicossocial, e não olhando apenas o biológico, mas um ser que apesar das limitações é também dotado de potencialidade. Dessa forma Vianna (2016, p- 54), relata que: A atuação do profissional de psicologia no ambiente escolar, nos dias atuais permanece marcada por dificuldades, em relação ao fazer a prática. Muitos psicólogos ainda sentem certo bloqueio ao sair do modelo tradicional clínico, centrado no psicodiagnóstico.