Se não for para ficar, já pode ir…

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Eu quero que você saiba que estou cabendo muito em mim e que não há espaço que te caiba aqui.
A propósito você me disse para não deixar ninguém me dizer que eu sou menos do que eu sou. E sem perceber você foi o(a) primeiro(a) a fazer isso, fez aos poucos, diminuindo dia após dia.
Eu quero que você saiba que foi muito bom ter você aqui, mas se for para me fazer minúscula(o), eu desejo que você se vá!
Eu não preciso do seu menosprezo!
Se quer ficar, então se preencha, não espere que eu faça isso, eu não posso fazer mais por você e menos por mim.
Não me diga que eu sou a parte que te falta, é injusto isso!
Não queira que eu acredite nas suas palavras sem profundidade.
Perdi meu tempo acreditando nisso enquanto suas atitudes egoístas me falavam ao contrário.
Não adianta procurar sua parte aqui e ficar indo e voltando. Primeiro porque ela não está aqui e segundo porque não sou pedaços de ninguém.
Se não for para ficar, já pode ir.
Amores rasos não combinam comigo!

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Afeto: potencial minimizador de suicídio

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Quando se quer entender as causas que levam a pessoa a cometer suicídio, é necessário analisar o estado emocional em que o indivíduo se encontrava antes de praticar tal ato. Ao analisar a pessoa, conseguimos identificar alguns aspectos que podem ter levado ao suicídio como: a solidão, a baixa autoestima e a não aceitação nos padrões da sociedade. A maioria desses aspectos é silencioso – nos quais serão abordados com mais ênfase ao longo do trabalho, juntamente com outros fatores que desencadeiam o suicídio. Quem está em volta só percebe quando tem um contato próximo com a vítima. O silêncio só ocorre no meio externo, internamente a pessoa está com pensamentos constantes e doentios, que muitas vezes levam a fazer o ato.

Segundo Émile Durkheim (1897, p. 360): “A tristeza não é inerente às coisas; ela não nos vem do mundo e pelo simples fato de o pensarmos. Ela é o produto de nosso próprio pensamento. Somos nós que a criamos integralmente, mas para isso é preciso que nosso pensamento seja anormal.” A solidão é um dos males que tem feito muitas pessoas desistirem de viver. A falta do afeto, dos amigos e da própria família leva muitos a tirarem suas vidas, para se livrarem do isolamento de alguma forma. Estas pessoas muitas vezes não estão só, elas podem estar rodeadas de amigos e parentes, entretanto, mesmo assim se sentem só e isoladas interiormente. Esse afastamento, sistematicamente nem notado, causa um estado de profunda tristeza, pois a pessoa só consegue enxergar seu estado de miséria. Durkheim explica esse estado de isolamento no seu livro O Suicídio (1897, p.358):

Quando, portanto, a consciência se individualiza além de um certo ponto, quando se separa muito radicalmente dos outros seres, homens ou coisas, ela já não se comunica com as próprias fontes em que normalmente deveriam se alimentar e não tem nada a mais que possa se aplicar. Produzindo o vazio em torno dela, produziu o vazio em si mesma e nada mais lhe resta sobre o que refletir a não ser sua própria miséria.

A solidão faz com que a pessoa viva um vazio intenso, além disso, ela ainda sofre com os padrões da sociedade, que muitas vezes são inalcançáveis, gerando nela uma baixa autoestima. Os indivíduos vivem fundamentados em diversos padrões, muitas vezes nem percebidos, a maioria da população não consegue seguir essas exigências, mas por causa da grande influência da mídia, a maioria acredita ser essencial buscar viver guiado por esses aspectos, nos quais as guiam de uma forma sutil. Essas exigências, que são muitas vezes não são alcançadas, provocam nas pessoas um sentimento de fracasso, gerando consequentemente uma baixa autoestima.

Fonte: http://zip.net/bntLwL

Como afirma Durkheim (1897, p. 322): “[…] Mas então suas próprias exigências tornam impossível satisfazê-las. As ambições superexcitadas vão sempre além dos resultados obtidos, sejam eles quais forem, pois elas não são advertidas de que não devem avançar mais. Nada as contenta, portanto, e toda essa agitação alimenta a si mesma, perpetuamente, sem conseguir saciar-se […]”.

Em toda e qualquer idade se vê o sofrimento por causa disso, porque para a maioria das pessoas o sentir-se bem significa ser aceito na comunidade, e a não aceitação gera um mal-estar. Qual seria a forma para diminuir a solidão, e estabilizar a autoestima das pessoas, sendo que a maioria sofre de alguma forma com esses aspectos, uns mais e outros menos? A resposta seria: O afeto. Porque através dele o indivíduo consegue se sentir acolhido, mais amparado, amado e aceito, gerando assim laços fortes que ajudam a diminuir esse mal estar que leva ao suicídio.

A importância da Sociedade na Minimização do Suicídio 

É fácil notar que o ser humano não nasceu para viver isolado. Buscamos constantemente, até mesmo inconscientemente, nos sentir pertencentes a algum meio. Segundo o livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish, estar integrado a um meio íntimo e amoroso é fundamental para a nossa sobrevivência, pois por um lado pode evitar um ato suicida e por outro pode fortalecer nossa saúde física e psicológica.

Fonte: http://zip.net/bdtLZf

A sociedade em si tem um papel importantíssimo na minimização do suicídio. Por exemplo, umas das pesquisas mais importantes sobre o suicídio foi realizada pelo sociólogo Durkheim, no qual fala que a decisão de tirar a própria vida, sempre teria um fundamento social: “[…] a pesquisa de Durkheim o levou a concluir que o principal fator que afetava o índice de suicídios era o grau de interação social dos grupos. Verificou que o nível de integração de um indivíduo a um grupo determinava a maior ou menor probabilidade de esse indivíduo cometer suicídio”  (ORNISH, 1998, p. 31).

Ou seja, quando as pessoas se sentem amadas e aceitas por um grupo, elas têm menos chances de cometer suicídio, apesar desse não ser o único fator. Logo, pesquisas exibidas no livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish, M.D, comparam pessoas que têm pouco ou nenhum envolvimento com a família, grupo de amizade sólido, até mesmo envolvimento em comunidades ou seitas religiosas, enfim, a sociedade em si, com pessoas que têm muito envolvimento com o corpo social e perceberam que os indivíduos que continham muita interação eram os mais saudáveis psicologicamente e fisicamente mesmo que estes se preocupassem menos com a saúde do que aqueles que tinham pouco envolvimento, mas praticavam exercícios físicos.

Portanto, podemos perceber que ter uma boa relação com o meio no qual estamos inseridos, implica diretamente na saúde física e psicológica e se o nosso físico e psicológico estão fortalecidos é mais difícil adquirir um quadro depressivo no qual no futuro poderia desencadear no suicídio. Concluindo, uma boa relação afetiva com o âmbito social pode evitar um impulso kamikaze.

Fonte: http://zip.net/bltKZK

Porém, se a anulação à sociedade pode gerar um mal-estar, a socialização demasiada também pode causar o mesmo efeito. Segundo o sociólogo Émile Durkheim no seu livro O Suicídio, quando o indivíduo está totalmente integrado à sociedade ele poderia tirar a própria vida em benefício de alguém ou de alguma crença, como, por exemplo, os mártires da igreja católica. Para esse tipo de suicídio Durkheim deu o nome de altruísta, no qual também definiu suas características: detém o sentimento de dever cumprido, entusiasmo místico e coragem tranquila. Eis os dois lados da sociedade e sua influência sobre o ato do suicídio e como o a importância do afeto como minimizador do atentado à própria vida.

A Importância da Família do Afeto 

Uma base familiar sólida, com vínculo afetivo é de extrema importância para o desenvolvimento saudável do psíquico/emocional. Quando a criança não possui, ou seja, não recebe esta referência, a tendência de se tornar um adulto inseguro, carente e dependente de uma ligação afetiva, faz que com que ela crie vínculos superficiais, a fim de se defender de futuras decepções. Outro ponto relevante é a forma como o adulto trata a criança, os gestos, às expressões sobre como ela é, isso, se concretiza, podendo assim analisar sua personalidade. Esse cuidado é fundamental, pois o comportamento na infância repercutirá na vida adulta desse ser. Assim como diz Dean Ornish: ‘’[…] os pais são geralmente a fonte mais importante de amor, apoio social e intimidade em nossa vida’’ (ORNISH, 1998, p. 45).

Fonte: http://zip.net/bttL9B

Em se tratando da adolescência onde essa fase é cheia de conflitos, transformações biológicas, psicológicas e sociais, a família deve estar totalmente atenta, a fim de lidar com as inseguranças desse adolescente que se vê cheio de cobranças diante as tantas mudanças. De acordo com Dean Ornish: ‘’[…] o apoio emocional pode proporcionar uma sensação de finalidade, significado e de pertencer ao mundo que vive. Onde se encontra o importante papel da família.’’ (ORNISH, 1998, p. 35).

A fase adulta é onde a busca da realização profissional, formação da família, a chegada dos filhos e a independência financeira traz importantes responsabilidades, o que muda completamente a vida do ser humano, onde a maturidade emocional deve estar em perfeita harmonia. Ou seja, ‘’[…] se sua experiência familiar foi repleta de amor e carinho, você tem maior probabilidade de ser aberto em seus relacionamentos atuais’’ (ORNISH, 1998, p. 45).

Enfim, a família pode ajudar o depressivo, buscando ter um relacionamento íntimo e recíproco, ou seja, lhe dando carinho, respeito, proporcionando incentivos, permitir que o deprimido dialogue a respeito da vontade de tirar a própria vida e principalmente ser empático e responder com amor a essa conversa, ao ponto da pessoa se sentir acolhida, segura e amada. Não existem dúvidas de que a família deve buscar conhecimento sobre o assunto, se preparar, para então ajudar e dar o apoio necessário, porém, mais que isso é preciso estar atento ao comportamento do parente, estar disposto a se envolver e incentivar o deprimido para que o mesmo não abandone o tratamento. Outro fator relevante é buscar ajuda em grupos de apoio, onde todos abordarão sobre o mesmo assunto, no qual irá contribuir para o entendimento da depressão.

Fonte: http://zip.net/bbtLlw

Por fim, ‘’ […] depende de vários fatores, principalmente da forma como cada um de nós enfrenta o problema, o nível de informação de que dispomos (nós familiares e amigos) para lidar com ele, e as redes de assistência disponíveis’’ (TRIGUEIRO, 2000, p. 70). O fato é que varias hipóteses podem ser levantadas, porém nenhuma delas se pode generalizar, visto que cada ser humano tem suas particularidades quando o assunto é suicídio, e o mais importante não subestimar e nem menosprezar as atitudes suicida e o comportamento desse familiar.

A Solidão

A vida solitária passa a ser um problema quando causa sofrimento na pessoa, e esta começa a se isolar da sociedade entrando, em um quadro depressivo, pois, ela carrega consigo uma sensação de desesperança e incapacidade de sentir prazer e vontade, ou seja, nada vale a pena, nem mesmo a vida. ‘’Sou eu que preciso de ajuda ou o mundo se tornou mesmo um lugar estranho, sem graça?’’ (TRIGUEIRO, 2000, p.63).

Fonte: http://zip.net/bttL9C

Como visto no tópico sobre a importância da sociedade; estar totalmente ou parcialmente afastado da comunidade pode gerar um mal-estar na saúde e no psicológico das pessoas. Pesquisas expostas no livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish mostram claramente este argumento à respeito da saúde: ‘’Por exemplo, há mais de quarenta anos, observou-se que os índices mais altos de tuberculose são registrados em pessoas isoladas, com pouco apoio social, mesmo quando moram em bairros ricos’’(ORNISH, 1998, p. 38). Se o isolamento causa este tipo de doença física na pessoa, pode-se imaginar o que se causa no psicológico também. Por este motivo que é tão fácil uma pessoa apartada da sociedade, por vontade própria, cometer suicídio. O que se sabe é que depressão não tratada leva o indivíduo ao suicídio, pois quem sofre com esta doença acha que se matando irá acabar também como o seu sofrimento.

O apoio familiar é de suma importância, ao ponto de ser um bom ouvinte sem julgar sem querer dar conselhos ou opiniões, buscar conhecer esse sofrimento, levar em consideração tudo que se ouve, estar disponível a ajudar fazendo a ver o quão importante ela e sem fazer comparações, buscar ver a situação do ponto de vista que causa tanto sofrimento. ‘’Também reconhecida como transtorno do humor, a depressão se manifesta de diferentes maneiras ou graus de intensidade. Se imaginarmos uma alma de ferro que se desgasta de dor e enferrujam com a depressão leve, então a depressão severa e o assustador colapso de uma estrutura inteira” (TRIGUEIRO, 2000, p. 71).

Fonte: http://zip.net/bltKZL

O ser humano tem a necessidade de se sentir pertencente a algum grupo e necessita ver na sua vida alguma razão para a sua existência, isso faz com que nós experimentamos o bem estar. A solidão se agrava quando o indivíduo não tem essa perspectiva de que é importante e de que sua vida tem algum valor para a sociedade em geral, como afirma Émile Durkheim:

 […] é necessário que, não apenas de quando em quando, mas a cada instante de sua vida, o indivíduo possa perceber que o que ele faz tem um objetivo. Para que sua existência não lhe pareça vã, é preciso que ele a veja de modo constante, servir a um fim que lhe diga respeito imediatamente. Mas isso só é possível desde que um meio social mais simples e menos extenso o envolva de mais perto e ofereça um fim mais próximo à sua atividade (DURKHEIM, 2000, p. 489).

A solidão pode ser vivida mesmo a pessoa estando no meio da multidão, por isso o afeto desde a infância é algo extremamente necessário, a família precisa dar apoio desde as primeiras horas de vida até a velhice, para assim evitar futuros problemas emocionais que na maioria acarretam suicídio.

O Egoísmo

A primeira vez que um ser humano se juntou ao outro foi a partir da necessidade de procriação, e com isso o número da população foi crescendo aos poucos, tudo era feito em conjunto desde caçar, se alimentar, se proteger, entre outros aspectos que fizeram que a raça humana se perpetuasse. A sociedade aos poucos foi mudando e sempre que havia união entre as pessoas algo mudava no mundo.

Aquele velho ditado que diz que a união faz a força realmente tem muito sentido, desde revoluções a terríveis guerras, mesmo sendo algo tão destrutivo. Mas algo está mudando na vida das pessoas, uma peça chave está mudando todo conceito de unidade: o egoísmo. Na pós-modernidade o tempo acelerado tem feito as pessoas focarem mais em si, formando assim uma sociedade mais egoísta. Como exibido no livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish, a atenção, o amor, a dedicação muda muita coisa, podendo prevenir doenças e até mesmo o suicídio, que é o principal foco desse trabalho.

Fonte: http://zip.net/bgtLp6

O egoísmo tem mudado muitos aspectos pelo mundo, no qual altera inúmeras realidades, como diminuição do numero de natalidade, maiores casos de depressão, doenças cardíacas, aumentou os casos de suicídio, e a realidade de cada lugar do mundo mesmo que por muitas vezes sendo diferente, tem a mesma consequência. Quando o nós saiu de cena e entrou apenas o eu, é perceptível a mudança em um contexto geral. A individualidade, ou seja, não conseguem interagir mais socialmente, não interagindo com a família, amigos, entre outros grupos sociais existentes, não sentem mais aceitos no mundo, e surgem pensamentos melancólicos, como ninguém me aceita, ninguém gosta de mim, ninguém me entende, entre outros pensamentos negativos que vão deixando a pessoa cada vez mais pra baixo, chegando ao extremo de tirar própria vida.

Considerações Finais

O que fazer para mudar isso, como acabar com egoísmo e o suicídio, como perceber que uma pessoa precisa ser amada e aceita pela sociedade e pela família sem direcionar essa resposta levando a culpa para o governo ou para órgãos responsáveis? Não tirando de lado alguns erros causados pelos mesmos, mas a principal mudança precisa partir do eu para chegar ao nós. Se tirássemos as vendas dos olhos, seria bem possível ver que matamos pessoas, não diretamente, mas moralmente, por conta de agressões verbais, nas quais podem causar inúmeros problemas.

O amor seria uma forma de curar o mundo, pois o amor teria que começar principalmente no indivíduo, que seria o amor próprio, e depois ir para um todo, se assim fosse, os índices de suicídio diminuiriam de uma boa parte, pois nem tudo é causado por um único agente, como foi exposto neste trabalho, tem vários casos e fatores nos quais são muito subjetivas as causalidades que levam uma pessoa a tirar a própria vida. Entretanto, se tivesse união de verdade entre as pessoas, não seria por falta de amor que as pessoas morreriam no mundo.

Fonte: http://zip.net/bptL4K

Vale apena pensar se o que eu faço contribui apenas pra mim, ou pode ajudar uma pessoa, como dizia Newton em uma de suas leis tudo que fazemos tem uma consequência, então vale apena investir em coisas que ajudem a todos, às vezes conseguimos aquilo que queremos ajudando o outro, e muitas vezes mesmo querendo receber um abraço, dando um abraço em quem precisa mais de você é que se recebe a recompensa. “A percepção do amor… pode vir a ser um preventivo central biopsicossocial-espiritual, reduzindo o impacto negativo dos agentes estressantes e patogênicos e reforçando a função imunológica e a cura” (ORNISH, 1998, p. 40).

Nota: Ensaio elaborado como parte das atividades da disciplina de Filosofia do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, sob supervisão do prof. Sonielson Sousa.

REFERÊNCIAS:

DURKHEIM, Émile. O suicídio: estudo de sociologia. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 513 p., il.

MENDES, André Trigueiro. Viver é a melhor opção. 3. ed. São Bernardo do Campo, SP: Correio Fraterno, 2017. 190 p., il.

ORNISH, Dean. Amor & sobrevivência: a base científica para o poder curativo da intimidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. 263 p., il.

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Utilitarismo de Jeremy Bertham: o princípio da felicidade coletiva

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O trabalho desenvolvido a seguir, tem como objetivo discorrer sobre o Utilitarismo como corrente filosófica ética e apresentar alguns princípios que levaram Bentham a criá-la. Será também comparada de forma breve a teoria de Bentham com a de Rawls, analisando em quais aspectos as duas se incidem ou se contrapõe, bem como analisar os prós e contras do utilitarismo, uma vez que ele é baseado na conduta ética e moral do ser humano.

O utilitarismo é uma teoria sobre os fundamentos da conduta moral que nos permite avaliar e julgar as ações que praticamos, ela utiliza como base o princípio da felicidade, mas não a felicidade individual e sim a coletiva. Tendo sido criada pelo jurista, economista e filósofo Jeremy Bentham, que preferiu o estudo do direito ao invés de exercer a profissão de advogado, chefiando um grupo de radicais filósofos que buscavam por reformas políticas e sociais.

Jeremy Bentham por Henry W Pickersgill. Fonte: http://zip.net/bftHjm

Essa teoria foi vista como uma ideia revolucionária, pois pela primeira vez filósofos defendiam que a moralidade não dependia de Deus nem de idéias abstratas, sendo os utilitaristas reformadores sociais, apoiando mudanças como abolição da escravatura, e igualdade entre homens e mulheres. Segundo Bentham, a dor e o prazer nos regem, nos dizendo a direção de nossas ações, dentro de um padrão de certo e errado, determinando suas causas e defeitos, tendo que ser analisado o efeito do ato a ser praticado.

Formada por vertentes fundamentais, entre eles: o princípio do bem estar, que visa o bem estar de forma geral. O princípio do consequencialismo, que defende como certo o ato que maximiza o bem. Contudo, a avaliação deve ser feita de forma imparcial, pois nenhuma felicidade conta mais que a outra, assim dentro de diferentes circunstâncias o ato pode ser moral ou imoral, dependendo exclusivamente de suas consequências. O princípio da agregação, que por sua vez leva em conta a quantidade global de bem estar produzida, sendo válido sacrificar uma minoria a fim de aumentar o bem geral, baseada na ideia de compensação, se o saldo for positivo a ação julgada moralmente boa.

Outros princípios que compõem essa teoria são: o princípio de otimização, imparcialidade e universalismo. Na otimização se exige a maximização do bem estar como um dever. Na imparcialidade e no universalismo, os prazeres e sofrimentos são considerados da mesma importância. A priori, todos têm o mesmo peso, não se privilegia ou prejudica ninguém. O aspecto universalista é uma atribuição de valores do bem estar que não depende das culturas ou particularidades regionais, ele pretende definir uma moral que valha universalmente.

Na visão de Jeremy Bentham, a ética utilitarista baseia-se no princípio da maior felicidade, ou seja, o ato realizado em si depende apenas da sua contribuição para a felicidade geral, contrariando assim o egoísmo ético, e dando início ao hedonismo, que por sua vez visa o prazer como meio correto para atingir o objetivo supremo do homem: a felicidade. Segundo Bentham, cada um dos diferentes prazeres e dores na vida das pessoas tem certo valor que em última análise, é determinado apenas por duas coisas: a sua durabilidade e a sua intensidade, em outras palavras, um prazer é melhor quanto maior for a sua intensidade e duração.

Fonte: http://zip.net/bqtJkG

O utilitarismo de Bentham foi fortemente criticado, pois para alguns filósofos não era prático somar os prazeres ou as experiências dolorosas daquela maneira, e ainda mais por pensarem que a perspectiva dele conduziu ao sensualismo, ou seja, a um modo de vida baseado apenas na procura do prazer. Se analisarmos o princípio da maior felicidade, pode-se verificar que os utilitaristas avaliam as ações atendendo somente as suas consequências e que em qualquer ação o melhor ato é aquele que comparado com os demais, tem resultados mais valiosos.

A grosso modo, o utilitarismo ensina que uma ação é boa quando promove a felicidade do maior número possível de pessoas. Apesar de atualmente o utilitarismo não ser a ética mais utilizada, influenciou e modificou bastante o passado, com doutrinas como o utilitarismo clássico, hedonismo e o utilitarismo de preferências que revolucionaram o pensamento filosófico da época.

Mediante a teoria do utilitarismo é possível comparar duas idéias totalmente contrárias, defendidas por autores de grande influência Bentham e Rawls; suas teorias causam sem nenhuma dúvida uma divisão ideológica na sociedade contemporânea, o que nos induz a questionar ambos os pensamentos. Há uma clara aversão entre a teoria de Bentham e Rawls, pois embora Rawls tivesse como ideia principal a fundamentação de uma sociedade justa, seu pensamento se contrapõe ao de Bentham quando faz defesa ao “principio da diferença”.

Para ele a desigualdade econômica é justa, pois existem pessoas extraordinárias, talentosas e existem pessoas medíocres, com faltas de talento, “seria injusto não permitir a desigualdade entre essas pessoas”, em sua visão deve-se permitir que a distribuição da riqueza e rendimentos, seja determinada pela distribuição natural de capacidade e talento.

Fonte: http://zip.net/brtHmK

A teoria de Bentham se contrapõe totalmente ao pensamento naturalista, utilitarista. Como Bentham pensava em redimir a pobreza através do controle, tinha-se a ideia do protagonismo das classes dominantes. E consequentemente, cabia a essas classes exercer esse protagonismo sem egoísmo. É claramente possível ver que Bentham colocava a felicidade como bem comum, onde todos deveriam possuí-la.

Embora a filosofia tenha aceitado a teoria de Jhon Rawls, uma grande parcela da sociedade se volta com críticas diretamente ligadas ao pensamento defendido por ele. Todas as críticas e exposições referentes ao utilitarismo feitas por Rawls, fizeram com que ele fosse visto como egoísta mediante aos defensores desta. Rawls menciona que “não tem em mente os refinamentos feitos pelos seus defensores contemporâneos”. Portanto, é perceptível que em ambos os pensamentos existem verdades, mesmo que para muitos sejam inaceitáveis, podem sem dúvidas serem discutidas e revistas para que se tenha melhor entendimento e, talvez, a formação de novas ideologias.

Contudo, afirma-se que Jeremy Bentham é considerado o gerador da filosofia utilitarista, que por sua vez pode ser apontada como a preeminente corrente da filosofia moral. Sabe-se que o utilitarismo se encontra dentro de três linhagens de consequencialismo, sendo essas: o egoísmo ético, o altruísmo e o utilitarismo, no entanto sendo as duas primeiras espécies consideradas insustentáveis, a linhagem mais provável em relação ao consequencialismo seria de fato o utilitarismo, que tem como princípio geral a ação moralmente correta, ou seja, aquela cuja consequência seja um bem maior (prazer), ou cause um menor sofrimento (mal) para as pessoas/sociedade, e também ao próprio indivíduo.

O utilitarismo é intitulado consequencialista, pois é a partir da avaliação de cada ação e suas decorrências, que poderá ser refletido se tal procedência é reprovável ou não com base na ética, a partir do preceito de utilidade. Várias objeções foram feitas a teoria e prática do utilitarismo, principalmente em relação ao que exige de forma demasiada que os indivíduos estejam igualmente interessados no bem de todos, sem exceção. Atualmente percebe-se que se tornam cada vez mais escassas pessoas que de fato se interessem pelo bem de todos e, quando se interessam há em maior parte um objetivo específico e individualista por trás.

Fonte: http://zip.net/bqtJkK

Por fim, há de se considerar que essa corrente fornece soluções aceitáveis, uma vez que ainda soluciona parte dos problemas, pois proporciona ao indivíduo poder analisar e julgar suas ações que determinará qual será o tipo de consequência, se boa o má, e por conseguinte afetarão de forma coletiva. No entanto é necessário que haja sempre uma revisão constante com o intuito de verificar e identificar imprecisões neste modelo para assim melhorar sua teoria e prática, revisando constantemente sua dimensão, com a finalidade de analisar sua veracidade ante conflitos que atualmente são cada vez mais densos e complexos.

REFERÊNCIAS:

COSTA, Cláudio. Razões para o utilitarismo: uma avaliação comparativa de pontos de vista éticos. ethic@ – An international Journal for Moral Philosophy, Florianópolis, v. 1, n. 2, p. 155-174, jan. 2002. ISSN 1677-2954. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/view/14591>. Acesso em: 08 mar. 2017.

GERALDO, Pedro Heitor Barros. O utilitarismo e suas críticas: uma breve revisão. Anais do XV, 2008.

CAILLÉ, Alain. O princípio de Razão, e o utilitarismo antiutilitarismo. Estado. [Online]. 2001, vol.16, n.1-2, pp.26-56. ISSN 0102-6992. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-69922001000100003>.

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Bauman: a globalização e o mal-estar na pós-modernidade

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o mundo que se move

Fonte: http://migre.me/vmdsf

O período da pós-modernidade é essencial para entendermos os livros “Globalização: as consequências humanas” e “O mal-estar da pós-modernidade” e assim relacionarmos as linhas de pensamento de Bauman. Na pós-modernidade o mundo existe de maneira instável, onde tudo é imprevisível. Antes desse período se vivia na modernidade, podendo-se desfrutar uma vida mais estável em alguns aspectos como o estilo de vida. A mudança de um período para outro ocorre graças a todo um aparato tecnológico e social. A globalização, comunicação eletrônica, narrativas curtas, fluidez e extraterritorialidade são alguns desses motivos. Troca-se um estilo de vida onde as pessoas primavam por uma permanência em um local, diferente do que ocorre hoje, onde há dezenas de mudanças.

Portanto, o ser humano passa por profundas mudanças decorrentes dessa transição de período. Essas mudanças são as que causam o que Bauman denominou de mal-estar pós-moderno. Algumas características desse mal-estar são: incerteza, insegurança, ansiedade, medo, além de diversos outros problemas que assolam tal período. Há ainda uma busca exacerbada pela individualidade, deixando de lado a preocupação com quem está ao redor. Essa busca além de impossível de se realizar com eficácia torna o homem mais egoísta, trazendo para o período ainda mais instabilidade. Essa instabilidade ocorre pelo fato de o indivíduo necessitar de uma plateia, mas está não pode o odiar, deve antes torcer pelo mesmo.

egoista

Fonte: http://migre.me/viUd5

Nesse período as relações são menos duradouras, diferente do que ocorria na modernidade. Se junta a essas relações curtas a dificuldade de se estabelecer amizades duradouras, colocando o homem só em meio a tudo. Em muitas situações há ainda a dificuldade de se formar uma família estável. Se por um lado o homem alcançou níveis de instrução grandiosos, em contrapartida ele se tornou solitário e incapaz de ser totalmente feliz no período em que vivemos.

Possivelmente esse período pode deixar de existir, caindo inclusive na sua característica de fluidez. Essa queda repetiria o que ocorreu com a modernidade, no entanto, a perspectiva de melhora sempre será mínima, pois a configuração da era globalizada em que vivemos pode ser inconsistente nas relações, porém, é certa enquanto sistema político e econômico. Assim, as doenças causadas por essa época continuarão a existir. Todos os problemas relacionados ao período causam desordens psicológicas que não são curadas em definitivo, apenas podem ser tratadas. Portanto, podemos dizer que decidimos conviver com os problemas, que não podemos vencer estes. Assim temos dezenas de autores preocupados em retratar esse período e seus defeitos. Um deles é o polonês Zygmunt Bauman, do qual trabalharemos dois capítulos de dois de seus livros.

Livro: Globalização – As consequências humanas

Cap. 4: Movendo-se no mundo x O mundo que se move

No capítulo é feita uma analogia entre o poder econômico do “turista”, que representa o que há de melhor no capitalismo, mostrando-o como um consumidor em potencial. Na outra ponta do iceberg está o “vagabundo viajante”, que não é um turista propriamente dito, este se diferencia do primeiro, pois não é bem visto e não representa o poder econômico da sociedade capitalista. A passagem resume o que o capitalismo e o sistema produzem: De um lado o consumidor potencial que representa as grandes desigualdades e do outro o “viajante vagabundo”, que representa a pobreza.

O capítulo discorre sobre questões como o consumo, onde o consumidor e mostrado como alguém incapaz de contentamento, quanto mais este tem mais ele pensa que não tem o bastante. Tal atitude delineia o quanto a sociedade consumidora é problemática. O rico é posto como um modelo a ser seguido pela sociedade. Nas últimas décadas essa visão se alterou, sendo que na atualidade o mais importante a riqueza em si, não os exemplos de quem a produz. Essa visão se deve ao fato de como o rico escolhe seu modo de vida, pois para a visão geral, não há defeitos nos modos de vida de alguém abastado.

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Fonte: http://migre.me/viYcL

Já o consumidor (turista), vê o vagabundo (viajante) como um ser que nada acrescenta a sociedade, não ajudando no crescimento da economia e merecedor de um “exilamento”, pois são vistos apenas como despesa ao estado. O turista muitas vezes pode ser infeliz mesmo vivendo a sua vida conhecendo diversos lugares. Essa infelicidade pode ocorrer caso o turista viaje como forma de mostrar seu poder aquisitivo, ou caso ele tenha outras atividades que não pode pôr em prática graças as suas viagens. Outro ponto levantado no texto permeia o que seria uma hibridização do indivíduo “viajante”. Essa pessoa teria agregado as suas ideias diversas outras dos mais diferentes lugares, no entanto, o mesmo cai em um erro de se achar superior ao habitante local. O “ser” local também cairia em um erro caso perdesse suas características culturais.

Livro: O mal estar da pós-modernidade

Cap. 1: O Sonho da pureza

O capítulo O Sonho da Pureza discorre sobre os impactos que as grandes ideias causam quando estas são aplicadas. Levanta-se a questão da pureza x impureza. A ideia de pureza está intimamente ligada com as desigualdades, não havendo estas disparidades é impossível se buscar a pureza. A ideia de pureza se relaciona com a harmonia com que algo esteja inserido no meio. A impureza ou o que é sujo também pode ser vista como algo que pode ser modificado, dependendo do lugar de sua colocação. Ex: algo pode ser impuro e mudando de lugar se torna puro. A consequência da pureza é a ordem, já o da impureza é a desordem social. Essa ordem pode variar conforme a época e lugar, tendo ligações com o modelo econômico e político.

Fala-se sobre uma empatia de ações, onde um indivíduo no lugar de outro teria as mesmas ações e reações para determinada situação que fosse imposta a ele em uma sociedade pura. No entanto, um indivíduo externo a qualquer lugar que seja, quando se depara com questões de costumes do grupo no qual acaba de se inserir e as acha inadequadas ele acaba levantando ideias contra a mesma, pois esta pessoa nova no grupo não precisará ter o mesmo pudor do restante do grupo.

Com o passar dos anos houve uma preocupação com o ser externo ao grupo local e suas ideias para implementação de uma nova ordem, com o tempo houve a queda da ordem vigente dando início a pós-modernidade. Porém, um grande defeito dessas purificações correntes é justamente o fato de que hoje vivemos em uma ordem e no amanhã essa ordem já se tornou impura e deve ser modificada. No mundo atual a incerteza e desconfiança governam a sociedade.

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Fonte: http://migre.me/viZHt

Ideias totalitárias também se correlacionam com a ideia de pureza onde muitos movimentos totalitaristas buscavam a ideia de pureza e de um mundo perfeito através da força. O que se firmou independente das mudanças do tempo é a preocupação em manter as pessoas com sede de consumo. Pode-se alterar de tudo, mas o consumo deve ser mantido como algo essencial para viver mesmo não o sendo. Atualmente o critério de pureza se correlaciona com a capacidade de consumir, onde quem não pode consumir na quantidade que o padrão exige é considerado impuro, tornando-se um consumidor falho.

Correlação

Os capítulos 4 do livro “Globalização – As consequências humanas” e 1 do livro “O mal estar da pós-modernidade” se relacionam quando discorrem sobre as desigualdades sociais. No primeiro de um lado há o turista e o viajante, onde um é o consumidor em potencial e o outro não respectivamente. Já no capítulo 1 há o discurso da pureza colocando o consumidor em potencial como o ideal de pureza, contrapondo com o consumidor inabilitado, com baixo poder aquisitivo e que equivale ao viajante.

Nos títulos dos livros já percebemos que haverá semelhanças entre os textos. O título “globalização – As consequências humanas” e o outro “O mal estar da pós-modernidade” chegam a ser complementares, o mal-estar que existe nessa pós-modernidade acorre justamente pelo mundo globalizado, trazendo inúmeras consequências para o homem. Nos dois capítulos existem várias passagens que se correlacionam. Quando Bauman diz que na busca pela pureza existe a necessidade de se eliminar os excluídos socialmente que não possuem poder de compra logo nos lembramos do “turista” citado no capítulo 4, o que há em comum com os dois é justamente o empecilho que a sua existência causa ao sistema vigente.

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Ainda sobre o consumismo, nos dois capítulos são amplamente discutidos, no primeiro é dito que o consumidor não possui capacidade de contentamento quanto ao consumo. Já no segundo é mostrado que há uma preocupação em se purificar os costumes, desde que o hábito do consumo exacerbado seja preservado. Ambos os capítulos falam sobre a infelicidade que ocorre ao consumidor na ordem vigente na sociedade, pois com este há sempre a preocupação de consumir. Já o turista pode ser infeliz pelas coisas que não pode fazer devido as suas viagens. Ambos discorrem sobre um mal-estar presente em quem vive inserido na pós-modernidade.

No capítulo do livro “Globalização – As consequências humanas” é citada a hibridização do indivíduo que viaja, pois o mesmo agrega ideias dos mais diferentes lugares. Esse ponto se relaciona no mal-estar da pós-modernidade onde o indivíduo externo na busca pela “pureza” e por conhecer diferentes lugares discorda da ordem vigente, podendo assim modificar a mesma, causando um leve mal-estar em que não se pode afirmar que o que era aceito ontem vai ser aceito hoje. Podemos pensar em uma ideia de pureza como a buscar por ter apenas turistas, não havendo assim os viajantes. O viajante representa o consumidor falho, ao qual na busca da purificação e melhoria da ordem é necessário retirar do meio em que o consumidor em potencial (turista) vive.

Bauman mostra uma grande preocupação com a dinâmica da pós-modernidade, fazendo uma crítica que permeia inclusive as mazelas do capitalismo. Quando adentramos nos textos do autor queremos não estar inclusos na classe dos menos favorecidos que devem desaparecer. E se somos da classe com poder aquisitivo não iremos querer associar a futilidade descrita da mesma com as nossas atitudes. O grande problema na sociedade atual é a grande quantidade de pessoas que pertencem as classes menos favorecidas. Nesse contexto as ideias totalitárias, muito presentes no nosso mundo, há uma busca por eliminar ou diminuir essas classes de alguma forma, seja reciclando os mesmos ou até mesmo erradicando essas classes.

Essa ideia corrobora a tese do artigo Marx pós-modernidade e a crítica contemporânea à pós-modernidade, que traz um indivíduo que considera a sociedade como um obstáculo a acumulação de riqueza. Como já dito anteriormente, as mudanças na ordem causadas pelos seres externos ou por ideias exteriores, há quase que um incentivo para que essas ideias sejam aceitas. Em contrapartida a essa nova tendência podemos destacar sociedades mais fechadas que não são abertas as novas tendências, essas sociedades poderiam ser definidas como protetoras para que não haja o mal-estar tão presente na pós-modernidade? Provavelmente não, pois o simples fato de um governo ou grupo proibir essas mudanças é algo que permeia uma espécie de totalitarismo.

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Muitas ideias são levantadas sobre uma uniformidade dos pensamentos, coloca-se em questão se uma pessoa em lugar de outra tomaria as mesmas decisões que a primeira. No entanto, sabemos que pessoas externas e com ideias adversas não teria pudor algum em tomar uma decisão diferente. Isso traz a tona o grande mal-estar que a pós-modernidade passa com frequência, onde as incertezas são maiores que as certezas graças a essas decisões adversas.

Como citado no artigo Marx pós-modernidade e a crítica contemporânea à pós-modernidade, já existe essa crítica há muito tempo. Como é dito no texto, a pós-modernidade representa apenas os interesses do poder econômico que domina a sociedade, além de ser um fenômeno ligado a “mundialização”, sendo assim uma tendência. Ainda sobre o artigo podemos dizer a pós-modernidade é o modelo capitalista em sua globalização total. O artigo cita que uma reflexão sobre a crítica marxista pode ser uma ferramenta para superação da pós-modernidade.

Podemos concluir com os escritos de Bauman é que há um mal-estar motivado pelos fatores citados anteriormente. Esse mal-estar tende a continuar pela dinâmica que vivemos, sendo esse modo de viver imperfeito. Bauman mostra com exemplos práticos que em qualquer situação o indivíduo que é menos favorecido é aquele das classes menos favorecidas. Pode-se tirar grande vantagem dos escritos do autor, o que contribui para tomar decisões e entender porque determinada situação ocorre. Os capítulos são claros e explicativos, podendo servir de exemplo para tal entendimento do contexto em que vivemos.

REFERÊNCIAS:

BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Zahar, 1999.

BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Zahar, 1999.

MAIA, Antônio Glaudenir Brasil; DE OLIVEIRA, Renato Almeida. Marx e a crítica contemporânea à pós-modernidade. Argumentos, v. 3, n. 5, 2011.

DA MODERNIDADE, A. Passagem Interna para a Pós-modernidade. Psicologia Ciência e Profissão, v. 24, n. 1, p. 82-93, 2004.

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