Palmas conta com programação diversificada nas férias
15 de julho de 2019 Maria Eduarda Oliveira
Notícias
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Dentre as atrações, houve uma sessão de cinema ao ar livre com a projeção do filme ‘Sobre Rodas’, que foi vencedor na categoria infantil no festival de Toronto em 2017
No dia 13 de julho, último sábado, no Parque Cesamar, houve diversas atividades que proporcionaram para a população palmense muito lazer, divertimento e atividades físicas. O evento promoveu interação entre crianças e adultos, e o cuidado com a saúde, fazendo das férias um espaço produtivo e divertido para diferentes faixas etárias.
Houve uma sessão de cinema ao ar livre com a projeção do filme ‘Sobre Rodas’, que foi vencedor na categoria infantil no festival de Toronto em 2017. Pessoas de diferentes idades puderam participar, vislumbrando um espaço bastante confortável para as famílias que decidiram passar o final de semana contemplando um pouco sobre o cinema nacional, em ambiente livre e diferente da programação casual.
Outros projetos como o ‘Amigos do Bem’ (Qualidade de Vida e Cidadania) também deram novas opções para as famílias, que puderam brincar com brinquedos que marcaram a infância de muitos pais, como pião, corda, cabo de guerra, dentre outros. O objetivo foi proporcionar que as crianças pudessem ter um espaço recreativo, onde pais, avós ou responsáveis também se divertissem e revivessem suas infâncias, proporcionando a vivência dos laços afetivos e dando abertura para que as crianças trabalhassem suas habilidades motoras e sociais.
A associação já tem mais de 15 anos em vigência, e já promoveu diversos projetos, como Biblioteca cidadã (em espaços públicos, universidades, e a aldeia de Tocantínia). Trata-se de uma ONG que tem cunho educacional, cultural e de assistência social, que conta com uma equipe multiprofissional, e sem fins lucrativos, que agora promove um espaço interativo todos os sábados a partir das 17h no Parque Cesamar.
Arquivo Pessoal
Espaços para o cuidado com a saúde física também se fizeram como uma opção para os palmenses, que durante essas férias podem optar por manter uma vida mais saudável e ativa com o “Palmas Capital Fitness”, que promoverá atividades aos sábados, às 18h30.
Arquivo Pessoal
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Elis, a rádio e o Cine Cultura: poéticas para uma reflexão
Ouvir rádio é estar exposta a surpresas e sensações. A espera pela próxima música ou ser interrompida pela propaganda é estar “a beira”. O instante seguinte pode ser para cantar, porque ‘ele existe’, ‘sentir-se completa’, relaxar, viajar nos meandros da memória ou dar vontade de mudar a estação. Essa surpresa fez com que o rádio, com advento da internet, apenas migrasse o suporte e ‘repaginado’ seguisse sendo esse momento de encontrar-se com o instante. Entretanto, esse texto não quer ‘falar’ sobre o rádio. Quero falar de como me sinto indo a um lugarzinho que fica no centro da cidade que moro: Cine Cultura.
O Cine Cultura é um cinema pequeno fica no complexo do Espaço Cultural José Gomes Sobrinho – ‘como disse’, bem no centro da cidade – e exibe filmes a preços populares, obras, em sua maioria, fora do circuito comercial. Após reforma (2013 – 2014), têm 170 poltronas (e mais as de acessibilidade), um amplo estacionamento e várias linhas de ônibus ao redor, embora falte um bicicletário, vou de bicicleta e a prendo ali mesmo, nas grades. Ir ao Cine Cultura é como ouvir rádio. Explico.
Fonte: http://migre.me/vGqHv
A programação quase sempre me interessa, ou seja, na metáfora seria a escolha da estação. As obras fílmicas seriam as canções e o espaço, ora o espaço é um Lugar de memória. Pierre Nora define esses espaços como aqueles que “nascem e vivem do sentimento que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos […]” e cuja função é manter ativo o pertencimento a determinado vínculo de identificação. Retomando ir ao Cine Cultura é saber que encontrarei queridos ou velhos desconhecidos (essas pessoas que, mesmo não sabendo o nome – sou tímida – nos encontramos nesses lugares de memória que circula cultura e damo-nos um sorriso cúmplice), ou seja, haverá prosa antes e depois. Isso é muito aconchegante, além do preço ser popular. Antes, quando estudante, isso era um fator limitante, hoje, é uma vantagem que somada a todas elencadas faz com que o Cine Cultura seja minha ‘estação’ favorita. Um lugar de memória, de cultura, de lazer e de tecer outras memórias.
Por ser minha ‘estação’ favorita não quer dizer que não há crítica às obras. Houve as que assisti e decepcionei (expectativa gera frustração), outras que saí em silêncio (estado quando não tenho palavras para trazer os sentidos a essa existência).
Agora, estou à beira do instante, pois, estreia em Palmas, hoje, Elis, com direção de Hugo Prata e protagonismo de Andreia Horta, que interpreta aquela que faz parte de mim (desde o vinil, rádio, cd à playlist), lá no Cine Cultura, às 20h. Sei que encontrarei queridos, velhos desconhecidos, colegas de profissão (jornalistas e professores) e alunos. Somos todos ouvintes dessa estação.
Uma estação que não pode deixar de ser. Afinal, além de ser esse lugar de memória, um espaço de circulação de cultura, é educativo, por ser uma possibilidade para o árduo processo de formação de público, que vivemos nessa capital. Queremos (creio que posso me valer da terceira pessoa do plural) o Cine Cultura vivo, sendo esse encontro com o instante, com pessoas, com a cultura, com o preço acessível, com facilidade de chegar. Queremos que a programação de qualidade siga e que siga também com o Projeto Cine Escola (que dá acesso às escolas municipais e estaduais, universidades, faculdades públicas e particulares, via de regra, gratuitamente nos período vespertino).
Queremos que o preço continue acessível, isto é, a maior parte da programação custa R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia) é o ‘braço’ do poder público, um subsídio do município, que está devolvendo à população, em forma de educação cultural e lazer, os valores pagos em impostos, isto é, uma obrigação.
Queremos que a programação da nossa ‘estação’ favorita continue sendo de qualidade. Para isso é preciso mencionar uma figura, querida por todos nós, Elisângela Dantas, a programadora, que, ‘antenada’ procura alinhar a oferta de filmes com o que está sendo assistido nos festivais, além de atenta também procurar saber o gosto do público (que é apresentado em conversas, e-mails, grupos de redes sociais, etc.).
Precisamos Hector Fábio Valente Franco, presidente da Fundação Cultural de Palmas (FCP), continue incentivando nossa ‘estação favorita’ a ser ‘estação’ e continuar no status de favorita.
Era para falar de Elis, mas, o texto falou do que o coração teme que nosso lugarzinho deixe de existir ou que seja privatizado, que a política de educação cultural seja mitigada. Sim, é um texto de quem, hoje, irá a esse lugar de memória e teme que a gestão municipal diga: “Não é viável financeiramente”. Por favor, “a gente não quer só comida. A gente quer diversão e arte ”.
Ah, claro o serviço: “Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente na sede da FCP, das 8h30 às 14h30, ou na bilheteria do cinema, a partir das 18 horas. Valores: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)”. Há filmes que não se consegue reduzir tanto o valor, mas, ainda assim, é mais acessível que o filme mais barato nas salas comerciais.