Educação Inclusiva: obstáculos e conhecimentos na modernidade

Compartilhe este conteúdo:

No Brasil, constata-se que desde a década de 1990, ocorreu um grande empenho público para o aumento do número de matrículas nas escolas públicas, entretanto, instaurar uma política de propriedade na educação que as escolas seguem exercendo. A Constituição Federal de 1988, bem como a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, ressalta a relevância e emergência de efetuar a Inclusão Educacional como critério orientador de nacionalidade.

Conforme as pesquisas, destaca-se que existiu e existe uma briga pelos direitos das pessoas com deficiências. A Constituição de 1988 assegura que é obrigação do estado e da família: “os garotos e as garotas com deficiência não necessitariam e não precisariam estar fora do ensino infantil e fundamental das escolas regulares, convivendo na classe e ensino especiais”. E ainda estabelece que “deve ser assegurado a todos a passagem as graduações mais altas do ensino, da pesquisa e da criação artística, conforme o potencial de cada um”.

Destaca-se que esse tema surgiu através da demanda de entender e buscar responder as dúvidas, assim como aumentar os saberes sobre a educação inclusiva de maneira a resolver o problema que dominava durante as investigações sobre esse tema, que era “quais são os principais obstáculos superados por alunos e professores na educação inclusiva”?

A inclusão de pessoas com necessidades especiais possui um escopo de grandes analises, argumentações e conversas, e mesmo diante de tantas políticas públicas inclusivas ainda se deseja contestar à exclusão, tão acentuada em nossa comunidade (Borges; Paini, 2016, p. 6).

Para que a Educação suceda com êxito, a Lei de Diretrizes e Bases, em seu Art. 59, contempla como devem ser acolhidos os alunos com necessidades especiais, em que ressalta as principais diretrizes para o atendimento desses alunos.

Para tal, a educação tem como suporte quatro pilares: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a conviver; e aprender a ser. Instituir a educação inclusiva em todos esses suportes é assegurar que a aprendizagem de crianças e jovens com deficiência ocorra através das múltiplas possibilidades de desenvolvimento que podemos encontrar na escola (Ferreira, 2018, p. 4).

A inclusão é uma norma que se aplica aos múltiplos espaços físicos e simbólicos e é uma tarefa da sociedade que se utiliza no trabalho, na arquitetura, no lazer, na educação, na cultura, mas, essencialmente, no pensar e no agir, de si e do outro. (Camargo, 2017, p. 1).

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Katiuscia C. Vargas. Exclusão e inclusão: dois lados da mesma moeda. v. 2, nº 3, jan. /jun. 2016. Disponível em: http://www.ufjf.br/facesdeclio/files/2014/09/3.Artigo-D2.Katiuscia.pdf. Acesso em: 5 maio 2019.

BORGES, Adriana Costa; OLIVEIRA, Elaine Cristina Batista Borges de; PEREIRA, Ernesto Flavio Batista Borges; OLIVEIRA, Marcio Divino de. Reflexões sobre a inclusão, a diversidade, o currículo e a formação de professores. 2013. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/congressomultidisciplinar/pages/arquivos/anais/2013/AT01-2013/AT01-040.pdf. Acesso em: 10 maio 2019.

BORGES, Marilene Lanci; PAINI, Leonor Dias. A educação inclusiva: em busca de ressignificar a prática pedagógica. Universidade Estadual de Maringá – UEM. 2016. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artigo_edespecial_uem_marilenelanciborgessenra.pdf. Acesso em: 10 mai. 2019.

BRASIL. Educação inclusiva: v. 3: a escola. Brasília: MEC/Seesp, 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aescola.pdf. Acesso em: 8 maio 2019.

______. A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deffisica.pdf. Acesso em: 4 jun. 2019.

______. Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a Convenção Inter-Americana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm. Acesso em: 4 jun. 2019.

______. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm. Acesso em: 4 jun. 2019.

CAMARGO, Eder Pires de. Inclusão social, educação inclusiva e educação especial: enlaces e desenlaces. Ciênc. Educ., Bauru, v. 23, nº 1, jan./mar. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-73132017000100001. Acesso em: 26 fev. 2019.

CARDOSO, Silvia Helena. Diferentes deficiências e seus conceitos. Disponível em: http://www.mpgo.mp.br/portalweb/hp/41/docs/diferentes_deficiencias_e_seus_conceitos.pdf. Acesso em: 3 Jun. 2019.

GOMES, Claudia; CARDOSO, Cristiane dos Reis; LOZANO, Daniele; BAZON, Fernanda Vilhena Mafra; LUCCA, Josiele Giovana de. Colaboração pedagógica na ação inclusiva nas escolas regulares. Rev. Psicopedagogia, São Paulo, v. 34, nº 104, 2017. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862017000200006. Acesso em: 12 maio 2019.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva de Educação Inclusiva. Brasília, 2008. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 11 maio 2019.

Compartilhe este conteúdo:

Koi no Katachi: a voz do silêncio

Compartilhe este conteúdo:

“Naquela época, se pudéssemos ter ouvido as vozes um do outro, tudo teria sido muito melhor”. (Shouya Ishida)

O bullying nas escolas é um fenômeno bastante antigo e conhecido; para muitos autores são brincadeiras de mau gosto, num cenário em que os alunos são motivados pelo preconceito, por atenção, e pelo poder sobre o mais fraco. Tudo isso são motivos que os “bullys” utilizam para agredir, intimidar e perseguir de modo repetido seus colegas, também utilizam de agressões verbais, físicas e psicológicas para subjugar as vítimas consideradas por eles “diferentes”.

Para Silva e Borges (2018), o bullying envolve ainda atitudes hostis, intimidadoras sem nenhum motivo aparente, na maioria dos casos em relações de desigualdade entre agressores e vítimas, marcada pelo uso da força física, também na maioria dos casos, em que se estabelece uma relação de poder. No Brasil tem sido estudado a partir de 2005, quando os casos de agressões nas escolas se intensificaram de modo mais aparente. Embora os estudos sobre o bullying escolar no Brasil sejam recentes, o fenômeno é antigo e preocupante, sobretudo em função de seus efeitos nocivos (LOPES, 2005; TREVISOL & DRESCH, 2011). Um exemplo desses efeitos desastrosos do bullying nas escolas foi o atentado de 1999 na escola de Columbine nos Estados Unidos, que ganhou grande repercussão mundial, pois dois jovens abriram fogo contra os colegas de escola. Depois de doze anos foi a vez do Brasil em 2011 presenciar o massacre de Realengo, na Escola Municipal Tasso da Silveira, quando um ex-aluno abriu fogo contra os alunos da escola e matou doze deles. Em 2019 outro grande massacre, agora em Suzano, chocou o Brasil, onde dois jovens mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola. O que todos esses fatos têm em comum? Todos esses jovens sofreram bullying nas escolas e isso pode ter sido um dos maiores fatores que os levaram ao ato, além disso todos se suicidaram em seguida.

Fonte: encurtador.com.br/aipMW

Segundo Oliveira e Antonio (2006), nota-se que o bullying se origina a partir de intimidações discriminatórias e prática frequente de violência no cotidiano escolar, versando sobre exclusão social intimidadora, opressora que machuca sem ter sido declarada de fato.

O bullying causa sérias consequências as vítimas e as famílias, como por exemplo: depressão, baixo autoestima, angústia, isolamento, evasão escolar, autodeflagração, muitas apresentam comportamento agressivo, déficit de concentração, prejuízos no processo socioeducativo e nos casos mais extremos o suicídio (SILVA, BORGES, p. 31, 2018).

Observa-se que a maioria das vítimas de bullying pode ter sentimentos de raiva e vingança, podendo atingir pessoas próximas ou estranhas da mesma forma que foram afetadas. Mas nem todos fazem isso, há pessoas que sofrem sozinhos calados, e suas vozes podem nunca ser ouvidas.

Fonte: encurtador.com.br/glm09

Esse tipo de história é retratado no filme Koe no Katachi, do qual Nishimya Shoto é uma garota com deficiência auditiva. Ela se muda ainda no ensino fundamental para uma escola nova; além dela ter que se adaptar ao novo ambiente seus colegas se deparam com algo diferente, pois Shoto não consegue se comunicar com eles a não ser pela linguagem de sinais. A escola passa então a oferecer a disciplina para que os colegas possam interagir melhor com a nova colega, mas alguns alunos se incomodam com ela e começam a tratá-la mal. Dessa forma, a menina passa a ser alvo de bullying e o principal responsável por isso é o aluno Ishida Shoya, ele é típico aluno que gosta de pregar peças nos colegas, mas com a aluna nova é ainda mais cruel, passa a infernizar a vida da menina jogando seus materiais escolares em uma fonte, coloca frases maldosas no quadro da sala e fala mal dela junto com os amigos. Vendo que suas atitudes não afastam a menina do ambiente escolar, ele passa a jogar fora seus equipamentos auditivos.

Percebendo a dificuldade da filha com a escola, a mãe de Shoto vai ao estabelecimento saber o que está acontecendo; o diretor investiga e descobre que Shoya e seus amigos maltratam Shoto por ela ser diferente deles. O rapaz não aceita ser punido sozinho e acaba delatando seus companheiros, depois disso Shoya passa a receber o mesmo tipo de tratamento dado a Shoto, passando pelas mesmas situações que a colega.

Fonte: encurtador.com.br/eqH08

Anos depois os dois se mudam de escola e passam a viver de modo diferente, mas uma coisa que nunca mudou foi que Shoya passou ser um aluno letárgico, não possuía mais amigos, se culpava pelo o que tinha feito com Shoto e tinha sintomas depressivos que lhe levavam a ideação suicida. Já Shoto não guardava rancor do colega, tudo que queria era ser amiga dele e de alguma forma queria ser ouvida. Eles se passam a ser bons amigos, a aprender juntos as formas de curar as feridas passadas e tornam-se responsáveis pelos sentimentos um do outro.

Mesmo o bullying sendo um fenômeno ruim e perigoso para quem sofre, ele pode ser enfrentado de inúmeras maneiras e uma delas é o combate dele pela escola, pela família e sociedade. Muitas crianças sofrem caladas por medo de serem ainda mais punidas e no caso da personagem do anime por não poder falar tudo o que queria. Não legitimar qualquer tipo de violência contra o ser humano é algo a ser valorizado, mesmo se tratando de “brincadeiras” não deixa de ser algo com finalidade maldosa de atingir a pessoa. Dessa forma, não existe motivos que justifiquem a prática do bullying, pois as pessoas merecem ser tratadas com dignidade e suas vozes não devem estar preenchidas pelo silêncio.

REFERÊNCIAS

LOPES, A. A., NETO. Bullying – comportamento agressivo entre estudantesJornal de Pediatria81(5), 164-172. 2005.

SILVA, L. O.; BORGES, B. S. BULLYING NAS ESCOLAS. Direito & Realidade, v.6, n.5, p.27-40/2018.

OLIVEIRA, A. S.; ANTONIO, P. S. Sentimentos do adolescente relacionados ao fenômeno bullying: possibilidades para a assistência da enfermagem nesse contexto. Revista eletrônica de enfermagem, v.08, n.01, p.30-41. 2006.

TREVISOL, M. T., & DRESCH, D. (2011). Escola e bullying: a compreensão dos educadores. Revista Múltiplas Leituras4(2), 41-55.

FICHA TÉCNICA

Título: Koi no Katachi (Original)

Ano produção: 2016

Direção: Naoko Yamada

Gênero: Anime, Drama, Romance

País de Origem: Japão

Compartilhe este conteúdo:

In(Visibilidade) dos Povos Ciganos

Compartilhe este conteúdo:

“Enquanto a humanidade não resgatar sua enorme dívida para com nossos irmãos ciganos, nenhum de nós poderá falar em direitos humanos e cidadania”

Pretende-se com essa explanação abarcar as questões étnicos-culturais, especificamente, referentes à cultura cigana e sua significância para o mundo atual, propiciando e auxiliando para uma ampliação da percepção acerca da população cigana, bem como a representação social desta, haja vista a contribuição dessas representações para a segregação desses povos. Utilizando-se, portanto, da Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici, na qual carece de ser analisado a partir de duas dimensões: processo e produto, ou seja, as pessoas acabam reconstruindo a realidade a partir de um conhecimento particular, em que influencia em determinados comportamentos e comunicações entre indivíduos (BERTONI, 2017).

Assim, pode-se compreender que a população cigana tem uma história ocultada durante milênios. Sendo uma grande problemática e um instrumento para o aumento da discriminação e preconceitos frente a estes povos. Aliás, ainda hoje há poucos registros sobre esta em meios científicos e, consequentemente, acadêmicos, haja vista a dificuldade para se encontrar dados de sua originalidade. Contudo, há evidências de que os povos ciganos vieram da Índia para o Oriente Médio há cerca de 100 mil anos atrás (MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS, 2007).

Eles se denominam de “roma” ou “rom” que traduzido para a Língua Portuguesa significa “homem”. Os povos ciganos vivem no nomadismo, tem uma dimensão cultural intensa e perpassa o misticismo, a sabedoria e a alegria. Muitos historiadores supõem que estes povos saíram da índia para se esquivarem dos povos muçulmanos. Havia muitos ciganos vivendo em Portugal e foram levados ao Brasil e a África. No cenário nacional, estes se dividem em alguns clãs: Moldowaia, Kalderash, Sibiaia, Roraranê, Lovaria, Mathiwia e Kalê, além de haver divisão de falas (MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS, 2007).

Em dois estudos realizados entre os anos de 2012 e 2017 no estado de Sergipe e em Vitória no Espírito Santos propuseram-se a mostrar como as pessoas não ciganas veem os povos desta cultura. Além das questões afetivo-emocionais que perpassam esta dinâmica relacional entre povos de culturas distintas. Em ambas as pesquisas houve um contraponto entre o nível de contato das pessoas não ciganas com o grupo cigano, além de analisar as questões afetivas com relação a eles. Segundo Bonomo, Cardoso, Faria, Brasil e Souza (p. 6, 2017) as representações sociais, como crenças compartilhadas acerca de um grupo, influem nos comportamentos e atitudes. […] imagem negativa difundida acerca dos ciganos, como se vê no primeiro quadrante, não favorece à integração entre eles.

Fonte: encurtador.com.br/swxA4

No estudo realizado por Carvalho, Lima, Faro e Silva (2012) a entrevista de 300 pessoas foram analisadas 147 delas moravam distantes dos ciganos e cerca de 157 moram nas proximidades. Diante do exposto, foi solicitado que dissessem acerca dos pensamentos, imagens desencadeadas ao ouvirem sobre os “povos ciganos”  observou-se que tanto no grupo controle como no grupo de experimento houve a presença de fatores relacionados com os estereótipos e preconceitos, ou seja, nos dois casos não há presença de representações positivas frente a esses povos. Apesar das representações sociais terem sido diferentes no que se refere aos dois grupos, as questões pejorativas se mantiveram presentes. Assim, fica explícito que embora possuidores de uma proximidade, eles tinham a necessidade de se mostrarem pessoas “diferentes” dos povos ciganos, com fortes questões emocionais frente ao grupo, por isso insistem em afirmar que são perigosos, sujos, com crenças imorais, ladrões.

Já no estudo realizado por Bonomo et al (2017) com 57 pessoas que diferiram quanto às representações sociais, mas as questões pejorativas ainda se mostram demasiadamente presentes similarmente ao estudo realizado em 2012 no estado de sergipe. Há uma constante presença de sentimentos ambivalentes frente a esses povos, ou seja, sentimentos positivos de admiração e afeição e, ao mesmo tempo, repulsa, aversão, antipatia, medo, mal-estar, bastante desconfiança frente a eles, indiferença. Além das questões relacionadas com as vestes e com a própria aparência deles, na qual causa estranhamento aos outros indivíduos. Contudo, o povo cigano passou por uma evolução à medida que eles começaram a se urbanizar, relacionando-se com outras pessoas.

O povo cigano procurou ao longo de décadas e caminhos que seguiu procurar adaptação aos ambientais as quais se inseriu, mas diversos traços culturais permaneceram iguais, a saber, suas tradições. É marcante a presença de um discurso pejorativo nos inúmeros meios de comunicação que os ciganos aparecem. É muito presente a exclusão, a discriminação, preconceito contra estes povos e seus modos de estar no mundo devido ao não padrão destes povos. A história vaga e disseminada socialmente exerce uma função que aumenta a exclusão, sem contar na onda de estupros frente contra estes povos, principalmente, crianças. (JÚNIOR, 2013)

Diante das questões trazidas, é notório que o processo de exclusão dos povos ciganos é alarmante e causa sofrimento a eles. Assim, a Psicologia não pode ser afastada deste cenário assustador, pelo contrário, suas intervenções e práticas precisam alcançar estes povos que se encontram ameaçados e em situações de vulnerabilidade. A Psicologia enquanto ciência e profissão tem um grande compromisso social e luta em prol dos Direitos Humanos e dos Direitos Sociais, por isso Desse modo, serve como reflexão para uma sociedade marcada por estereótipos negativos frente a culturas diferentes do padrão dominante, e a necessidade de buscar a ruptura desses paradigmas, mobilizando e visando a conscientização das pessoas para que também não adotem práticas discriminatórias.

Fonte: encurtador.com.br/bszQZ

Referências

ANDRADE JUNIOR, Lourival. Os ciganos e os processos de exclusão. Rev. Bras. Hist.,  São Paulo ,  v. 33, n. 66, p. 95-112,  Dec.  2013 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882013000200006&lng=en&nrm=iso>. access on  18  May  2020

BONOMO, Mariana; MELOTTI, Giannino  and  PIVETT, Monica. Representações Sociais de Mulher Cigana entre População Não-Cigana Brasileira e Italiana: Ancoragem Psicológica e Social. Psic.: Teor. e Pesq. [online]. 2017, vol.33, e3354.

BERTONI, L. M., and GALINKIN, A. L. Teoria e métodos em representações sociais. In: MORORÓ, L. P., COUTO, M. E. S., and ASSIS, R. A. M., orgs. Notas teórico-metodológicas de pesquisas em educação: concepções e trajetórias. Ilhéus, BA: EDITUS, 2017, pp. 101-122.

CARVALHO, Nayara Chagas. LIMA, Marcus Eugênio Oliveira. FARO, André. SILVA, Cíntia Almeida Figueiredo. Representações sociais dos ciganos em Sergipe: contato e estereótipos. Sergipe, 2017.

MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. Povo Cigano o direito em suas mãos. Brasília, 2007.

Compartilhe este conteúdo:

CAOS 2019 aborda sexualidade da pessoa que vive com HIV

Compartilhe este conteúdo:

No psicologia em debate especial do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) 2019 realizado no Ceulp/Ulbra, o tema: “Sexualidade da pessoa que vive com HIV” foi ministrado pela acadêmica de psicologia Weliete Lima de Araújo Castro. A acadêmica apresentou um relato de experiência do estágio em Psicologia no núcleo especializado HENFIL, no qual realiza assistência a pessoa soropositiva. Esse ramo se mostra como novo para a psicologia sendo cada vez mais necessário, tendo vista que o número de pessoas infectadas cresceu bastante na população jovem nos últimos anos.

Fonte: encurtador.com.br/ayKU6

Por ser um tema permeado por preconceito, portadores de HIV e/ou Aids geralmente possuem dificuldades em aderir ao tratamento, escondem o diagnóstico por receio do abandono, mantem relações sexuais, mas não afetivas, ou até mesmo a abstinência sexual, com sentimento de culpa e nojo de si mesmo.

Compreendendo a vivência da sexualidade dos indivíduos, o psicólogo pode participar do processo de busca ativa, orientação, conscientização de direitos, e psicoeducação sobre o tema.

Compartilhe este conteúdo:

Caos conta com intervenção cultural sobre exclusão e pressão social

Compartilhe este conteúdo:

A intervenção conta com o apoio da Equipe do Portal (En)Cena e dos acadêmicos de Psicologia. 

A proposta do Caos, o Congresso Acadêmico dos Saberes em Psicologia, é reforçar a atuação humanista da Psicologia enquanto ciência e profissão. Neste sentido, durante o congresso, todas as ações visam elevar a condição humana em toda a sua excentricidade, sem amarras, sem julgamentos.

Neste contexto, ocorre nesta edição de 2019, nos dias 22 e 23, as 17h, no Refúgio Psi, Intervenção Cultural “A Dor do não Caber”, que irá explorar, através de experiências sensoriais, o sofrimento que mulheres gordas sentem por não caber em vários espaços da sociedade, bem como os impactos da gordofobia.

Fonte: Arquivo Pessoal

Os visitantes poderão experimentar, em partes, a sensação de exclusão e pressão social sofridas por estas mulheres. A organização da intervenção é da acadêmica de Psicologia Isaura Rossatto e da professora Me. Ruth Cabral. O evento conta com o apoio da Equipe do Portal (En)Cena e dos acadêmicos de Psicologia.

Confira a programação completa do CAOS 2019. 

Compartilhe este conteúdo:
histórias cruzadas

Histórias Cruzadas: o poder do preconceito e dos determinantes sociais

Compartilhe este conteúdo:

Entramos pela porta dos fundos a conhecer tais histórias cruzadas. Vidas que se configuram como redes, entrelaçadas. Mississipi, década de 1960, em meio a luta pelos direitos civis, travada pelos negros, somos convidados a adentrar no dia-a-dia dos personagens. Um filme que difere e emociona, de tom dramático e por vezes leve.

Skeeter é uma garota da sociedade, recém formada e sonhadora. Almeja tornar-se jornalista. Consegue emprego no jornal local, onde se limita a escritos em uma coluna sobre limpeza doméstica. Não sendo uma garota típica da época, para os padrões sociais, encontra dificuldade para traçar caminhos. Difere da maioria de suas amigas, em visão e comportamento.

A mulher, dentro dos padrões da época, predestinada a tornar-se tão somente e bela mãe, esposa e dona de casa.

Há um drama, que perpassa a história. Um drama vivido pelas domésticas, negras, mulheres, guerreiras. Elas quem verdadeiramente cuidam das casas de mulheres brancas, ricas, da sociedade, hipócritas. Criam, amam e se dedicam a criação dos filhos dessas mulheres. Entretanto lhes é negado o direito aos afetos, a voz, muitas vezes o simples direito de ir e vir. Tratadas pelos patrões quase que como coisa, que não reage, não sente, tratadas como inferiores. Há aqui uma sociedade que pela cor, delimita o ser, encaixota e declara: esse é bom e esse é ruim.

Skeeter, como não poderia ser diferente, foi criada por uma dessas negras (Constantine), ao qual tem muita admiração e afeto. Seu comportamento diferenciado, com relação a inúmeros papéis instituídos pela sociedade, vem de um olhar mais amplo, para além daquilo que convém.

Não satisfeita com o emprego e tão pouco com as determinações sociais, Skeeter decide entrevistar e pesquisar a vida das mulheres negras, domésticas, a fim de escrever um livro sobre o cotidiano. O inusitado é que o ponto de vista adotado, foi o das empregadas domésticas.

Ousada e cautelosa, consegue a ajuda de duas significantes figuras na trama, Aibileen, vivida pela atriz Viola Davis e Minny, vivida pela atriz Octavia Spence. Negras e domésticas que aos poucos se convencem em ajudar a jovem, se convencem a dar voz e forma as suas próprias vivências da realidade cotidiana.

Os encontros e entrevistas tem o intuito de conhecer o que verdadeiramente essas mulheres vivenciam, com a arrogância e prepotência de seus patrões, com a indiferença da sociedade. Gira em torno de verdades dramáticas, que reveladas, causam grande alvoroço. A figura das damas de uma sociedade, que se reúnem em prol da caridade e de um suposto cuidado social, vai desmoronando.

As histórias vividas e logo contadas, são de singelo fascínio. Ao mesmo tempo em que máscaras sociais começam a ser desconstruídas, principalmente pelas revelações quanto ao tratamento hostil das patroas brancas para com as domésticas, podemos ainda observar o cuidado e carinho real dedicado as famílias, o silêncio e a aceitação imposta, vemos mulheres fortes!

O preconceito não é algo somente do passado, não é algo somente da sociedade revelada pelo filme. Carregamos preconceitos ao longo dos anos, está enraizado na história, na nossa história. Algumas configurações diferem e os atores também. Trata-se de um assunto, de uma vivência, atemporal. Colocamos correntes naquilo que julgamos diferente, incapaz, torto. Um poder social de exclusão, que tem feito história, que tem feito reféns.

Por um ponto de vista agradável e dramático, ao mesmo tempo, o filme pincela um recorte, um momento da história em que imperou tal poder social de exclusão, o preconceito.

FICHA TÉCNICA DO FILME:

HISTÓRIAS CRUZADAS

Título Original: The Help
Direção: Tate Taylor
Roteiro: Tate Taylor – Baseado no romance de Kathryn Stockett
Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Bryce Dallas Howard, Octavia Spencer, Jessica Chastain;
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Drama

Compartilhe este conteúdo:

História da Loucura, cinquenta anos depois… ainda é um livro atual?

Compartilhe este conteúdo:

 

Há cinquenta anos Foucault publica seu livro sobre a história da loucura na idade clássica. Trata-se da formação de uma percepção da loucura como doença mental, a partir dos jogos de poder/saber característicos das sociedades européias dos séculos XVII e XVIII. A prática de enclausuramento do louco em instituições fechadas marca a emergência da relação de oposição entre loucura e civilização. Desse modo, Foucault condiciona a nossa experiência médica da loucura às práticas sociais, definindo-a como fato cultural e não natural e individual.

Assim, uma tese central no livro “História da loucura na idade clássica” de Michel Foucault, publicado em 1961, é a de que a intervenção médica sobre a loucura remonta às práticas de exclusão, portanto, implica dominação.

Ora, testemunhamos hoje reformas psiquiátricas, que consistem na abolição de práticas de exclusão dos doentes mentais nos hospícios. Daí, nossa indagação: o livro História da loucura é atual? Ou seja, as teorias e as práticas em saúde mental e psiquiatria podem ainda ser analisadas à luz das relações de poder?

Hoje, a psiquiatria goza de um alto prestígio no meio científico devido à objetividade das noções diagnósticas e ao tratamento farmacológico. Seu sucesso extrapola o campo estritamente médico, pois seus termos clínicos, como por exemplo, depressão e ansiedade, são usados cotidianamente pelos próprios indivíduos para descrever seus estados mentais. Vemos, então, a psiquiatria cada vez mais afastada daquela imagem que a caracterizou desde sua emergência, no século XIX, até meados do século passado, como prática autoritária, segregacionista e violenta.

Assim, alguns podem afirmar que a psiquiatria hoje não exclui, mas, ao contrário, visa à inclusão, portanto, não exerce relação de poder, mas de saber.

Ora, é essencial esclarecer, que a tese fundamental desse livro é a de que a loucura é ontologicamente, e não somente circunstancialmente, um fato cultural, quer dizer, a loucura como realidade cultural é um fenômeno que diz respeito aos modos como indivíduos se vinculam uns com os outros, (identificando-se, individualizando-se, opondo-se) e  suas instituições. Pois, mais do que para os maus tratos ou inoperância da clínica médica, Foucault chama atenção para o caráter constitutivo das relações entre loucura, ciência e laços sociais.

Portanto, podemos dizer que a História da loucura é um livro atual, na medida em que é a referência para os questionamentos acerca das relações de poder e saber subjacentes as políticas contemporâneas de promoção de saúde mental.

Daí, nossas indagações:

1) Que forma de poder caracteriza essas práticas(saúde) e quais seus efeitos no indivíduo e na coletividade?

2) Em que medida podemos dizer que as práticas em saúde mental rompe com a relação de dominação da loucura, uma vez que se afasta do modelo do enclausuramento?

Em linhas gerais, podemos dizer que as práticas e os saberes em saúde mental podem ser considerados dispositivos de normalização, pois, seguindo a linha de raciocínio inaugurada por Foucault, são intervenções que definem formas de subjetivação e de relações sociais a partir do imperativo da qualidade de vida, quer dizer, da realização subjetiva e social do indivíduo. Eis, assim, a grande expectativa acerca da saúde mental.

Compartilhe este conteúdo: