Coronavírus: 52% das mães perderam renda durante a quarentena, diz estudo

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As mães com filhos pequenos são as que mais sofrem com a perda de renda e emprego.

A pandemia por coronavírus provocou um embate no Brasil, manter uma quarentena rígida, ou adotar medidas mais flexíveis para limitar o impacto econômico da crise? O impacto já está sendo sentido; E a Famivita, em seu mais recente estudo constatou que 52% das mães com filhos pequenos perderam renda, de forma direta ou indireta, desde que a quarentena começou.

Não bastasse a perda de renda, o estudo também constatou que 39% das mães perderam seus empregos durante a pandemia, incluindo as trabalhadoras informais. Para referência, antes da pandemia, pelo menos 53% das entrevistadas tinham um trabalho.

As grávidas também estão sofrendo com a crise, e 34% delas perderam seus empregos, desde que a pandemia começou. Até mesmo mulheres que não trabalhavam antes, acabaram perdendo renda de forma indireta, com a perda por parte de membros da família. E, outro ponto a ser considerado, é que até mesmo as participantes que ainda possuem emprego, acabaram perdendo renda.

O estudo ainda aponta que, embora em Santa Catarina, somente 28% das mulheres tenham perdido o emprego, metade delas perdeu renda. A mesma coisa acontece no Rio Grande do Sul, 31% das participantes perderam o emprego, e 51% sofrem com perda de renda. Já no Amazonas os números são balanceados e 61% das entrevistadas perderam o emprego, e 58% renda. Em São Paulo, 33% das participantes perderam seus empregos, sendo que 49%, quase metade, perdeu renda. E no Rio de Janeiro, 35% perderam seus empregos, sendo que 45% perderam renda.

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“Onde Está Segunda” e Foucault

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Ao se traçar um paralelo entre o filme “Onde está Segunda” e o texto “Foucault – Corpos Dóceis” e “Foucault – Sociedade Disciplinar”, escritos por Rafael Lauro, no site “Razão Inadequada”, é possível perceber como a disciplina de Foucault se aplica ao filme futurista.

O filme longa-metragem se passa alguns anos no futuro. A escassez de recursos em relação ao crescimento desordenado da população faz com que haja uma rígida política de filho único. Os filhos mais novos são separados de suas famílias e submetidos à criogenia, descobrindo-se mais tarde que, na realidade, eles são executados. É possível vincular o que acontece na trama à docilização de corpos discutida por Foucault.

O corpo, literalmente, é submetido ao poder. Nas cenas, nota-se a grande quantidade de propagandas e publicidade para a política de um único filho. Há também o controle e a vigilância. Afinal, há um registro para que saibam se o indivíduo é filho único ou não. Também existe o uso da força e austeridade. Os filhos mais novos, ao serem descobertos, são procurados e levados até a suposta criogenia. O corpo é submetido ao poder de maneiras muito e pouco sutis. No entanto, é fato que no universo do longa as famílias já não possuem mais controle sobre si mesmas. Tornando os corpos submissos ao poder. Terão de possuir apenas um filho, independente da vontade.

Há também rastros do adestramento. Personagens que executam seus trabalhos sem sequer saber a razão ou os fazem sem um senso crítico. Há a seleção de forças pelo Poder. Utilizando a força de trabalho de cada um para determinados objetivos, a fim de manter um sistema de controle ativo e vigente. O filme demonstra também uma boa ilustração de uma tecnologia de Poder chamada Panótipco. Nela, aqueles que vigiam não são vistos e aqueles que são vigiados, não veem.

A população é constantemente vigiada, seja por pulseiras que indicam se são filhos únicos, seja por autoridades. Essas, sendo apenas uma força de trabalho e obedecendo de maneira inquestionável. E os que estão no poder vigiam. A personagem Nicolette Cayman, interpretada por Glenn Cose, é a criadora dessa política do único filho. Constantemente, existem cenas em que ela ordena ou, até mesmo, literalmente, monitora os frutos de seu trabalho.

Porém, a linha que segue a trama mais tem a ver com o fracasso da repressão. Muitos fatos são escondidos da população em geral no filme. A proposta é que os filhos mais novos seriam congelados e, então, descongelados quando o planeta Terra estivesse em condições mais habitáveis. Há uma aceitação da população em relação a tal política. Mas o que ocorre é totalmente o inverso e as crianças são executadas. Há uma tentativa de controle, e inicialmente, bem sucedida, por parte de Nicolette Cayman, afinal, a repressão é mascarada.

Quando a verdade vem à tona, rapidamente, a política é proibida e Cayman é condenada. Isso é, quando a população teve consciência do sistema repressor que viviam, houve rebuliço e revolta. É possível traçar uma linha de pensamento com o que Foucault dizia. Reprimir é uma ferramenta ineficiente. Infelizmente, na realidade, há o uso do que ele chamava de Micropoder. O controle e a vigilância se dão de maneira sutil. Nas escolas, hospitais, presídios. E, mesmo que não esteja em vigor um autoritarismo palpável, ainda há a disciplina.

Portanto, pode-se analisar o ambiente em que o filme se passa e analisa-lo sob uma perspectiva dos pensamentos de Foucault sobre disciplina e controle. Há vários elementos que se pode vincular e estão paralelos ao que ele pensava e dizia sobre o assunto.

Referência

Especial Foucault. Disponível e https://razaoinadequada.com/ . Acesso em 27/10/2017.

FICHA TÉCNICA DO FILME:

ONDE ESTÁ SEGUNDA?

Diretor: Tommy Wirkola
Elenco: Noomi Rapace, Glenn Close, Willem Dafoe, Marwan Kenzari
Pais: EUA  
Ano: 2017
Classificação: 16

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