Diferencie fome emocional da fome física

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Durante a pandemia do novo coronavírus, muitos de nós ficamos mais ansiosos com medo do futuro e com a sensação de que todos os dias parecem iguais. Além disso, tem-se notado outra consequência dessa ansiedade: as pessoas têm falado que estão sentindo mais fome. Mas será que se trata realmente de fome? Você sabe qual a diferença entre a fome física e a emocional?

Na fome física é algo biológico. Acontece de forma gradativa e normalmente aparece a cada três horas após a última refeição. Além disso, sentimos o estômago vazio e alguns têm a sensação de fraqueza e tonturas. Já na fome emocional, a vontade de se alimentar aparece de forma impulsiva, alguns minutos após cada refeição e a procura normalmente é por alimentos doces e com gordura. As escolhas costumam não ser saudáveis, como, por exemplo, a busca por chocolates, biscoitos e salgados.

Fonte: encurtador.com.br/awNW9

É importante reforçar que a fome emocional não é uma necessidade real. As pessoas muitas vezes têm dificuldades de interpretar corretamente as emoções que sentem e acabam descontando na comida. Estamos vivendo em tempos de fortes emoções devido à pandemia. Em nossa atual situação, é normal ficarmos ansiosos, com medo do presente e futuro, rodeados de incertezas, entre outras emoções.

Por esse motivo, é essencial identificar o que causa a fome emocional. Pode estar relacionada ao excesso de tarefas, pressões do dia a dia e falta de dinheiro. É importante observar também se ela antecede algum evento ou situação que cause medo, ansiedade ou estresse. Quando é identificada a verdadeira causa e a emoção disso, é possível conseguir controlar esse comportamento.

Fonte: encurtador.com.br/iwxNY

Algumas consequências podem ser dificuldade de emagrecimento, aumento de peso repentino, estados depressivos pela frustração por não conseguir cumprir metas e dietas.

O tratamento com o psicólogo é baseado em entender as emoções, o momento de vida do indivíduo, ajudando-o a organizar seus pensamentos para ter habilidade emocional para lidar com a demanda do dia a dia. Portanto, busca ajuda profissional. Hoje, a tecnologia tem sido uma grande aliada. Não tenha preconceito com os atendimentos online. Eles podem ter a mesma eficácia do presencial. O importante é você conseguir se cuidar sem demora.

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Atividade física combate stress

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Já sabemos que a atividade física oferece vários benefícios para a saúde do indivíduo, como controlar o peso, diminuir o risco de doenças no coração, pressão alta, osteoporose, diabetes e obesidade. Além de melhorar os níveis de colesterol sanguíneo, aumentar a resistência muscular e a flexibilidade. Se os benefícios físicos são muitos, os impactos positivos na saúde mental também são. Exercícios trazem bem-estar mental, ajudam a tratar depressão, combatem a insônia e aliviam a ansiedade e estresse.

Em 2011, um estudo analisou 127 pessoas diagnosticadas com depressão e que não tinham nenhuma melhoria depois de serem tratadas com antidepressivos comuns. O estudo diagnosticou que 30% dos pacientes tiveram os sintomas de depressão reduzidos graças à atividade física. Segundo os pesquisadores, fazer exercício físico ao lar livro estimula os sentidos.

Em um estudo mais recente, um grupo de pesquisadores do Instituto da Ciência do Desporto da Universidade de Berna, na Suíça, concluiu que o esporte tem um efeito semelhante ao dos antidepressivos, pois estimula os mesmos movimentos do cérebro.

A atividade física ajuda a produzir serotonina, um neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade a dor, movimentos e as funções intelectuais.

“Sabemos que uma doença física pode ser a causa de problemas de saúde mental pelo que estar ativo, e, portanto, fisicamente em forma pode ajudar a manter a saúde mental”, afirma Beth Murphy, diretora de informação da organização de solidariedade para a saúde mental Min no Reino Unido.

Para Murphy, é importante determinar o tipo de exercício e a eficácia com que é praticado. “Há investigadores que demonstram que o exercício físico ao ar livre, conhecido como ecoterapia, estimula os sentidos de uma forma mais eficaz do que as aulas nos ginásios ou as atividades em zonas urbanas”.

O estudante de Psicologia Vitor Fontes Carneiro, diz que já foi muito sedentário, não fazia nada além de ficar o dia todo na frente do computador. Quando decidiu praticar exercícios, sentiu grandes mudanças em sua vida.

Quando decidi praticar atividades físicas senti muitas diferenças no meu corpo, não só mudanças fisiológicas, como perda de peso e maior disposição no dia-a-dia – acho que até a respiração melhorou -, como também mudanças mentais, de forma que praticando atividades físicas, isso me tranquiliza, me livra do estresse do cotidiano. Me sinto mais feliz quando me exercito, não só pela sensação de que estou prezando pela minha saúde, como meu humor fica muito melhor, então para mim seria uma forma de extravasar mesmo, afirma.

Ainda segundo o estudante, que malha, joga tênis e corre, fazer exercícios ao ar livre traz um bem-estar muito melhor do que atividades em ambientes fechados, como uma academia.

A sensação não é a mesma. Quando me exercito ao ar livre sinto mais um tom de naturalidade. Olhar ao redor e ver a natureza são uma das coisas que mais me passam tranquilidade. Considero isso como uma terapia, sem dúvidas nenhuma me sinto mais vivo, e com meus sentidos estimulados ao ar livre, conclui.

Para começar uma atividade física e manter, é muito importante uma boa orientação sobre alimentação, exercícios e outros hábitos saudáveis. Para iniciar sua atividade com mais segurança, consulte um médico e um professor de educação física; escolha as atividades que você realmente goste; selecione horários e opções compatíveis com seu estilo de vida; nos primeiros meses, objetive valores como prazer, sucesso na realização das atividades, satisfação pessoal etc.; incorpore a atividade física ao seu dia a dia: ande mais a pé, suba mais escadas, pratique mais esportes etc. e se possível, selecione as atividades que possam ser realizadas com seus amigos e/ou família.

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A Teoria de Tudo: Stephen Hawking e seu universo com Jane

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Com cinco indicações ao OSCAR:

Melhor Filme, Melhor Ator (Eddie Redmayne), Melhor Atriz (Felicity Jones), Melhor Roteiro Adaptado (Anthony McCarten) e Melhor Trilha Sonora.

“Desde o começo da civilização, as pessoas tentam entender a ordem fundamental do mundo. Deve haver algo muito especial sobre os limites do universo. E o que pode ser mais especial do que não haver limites? Não deve haver limites para o esforço humano. Enquanto houver vida, haverá esperança.” (Stephen Hawking)

 

Mesmo sem entender as teorias de Stephen Hawking, muitos já ouviram falar sobre os conceitos apresentados em seus livros, que vão desde buracos negros e o início do universo, até a teoria das cordas. Isso porque Hawking conseguiu a proeza de colocar o livro de um cientista teórico na lista de best-sellers (Uma breve história do tempo). Essa façanha só foi possível porque, seguindo o conselho de seu editor, elaborou um livro sobre alguns dos princípios da física teórica sem o uso de fórmulas matemáticas nas explicações (ou melhor, com uma única fórmula: E=mc2). Um livro que deu ao público em geral a oportunidade de apreciar conceitos complexos sem a estranha sensação de estar olhando para um enigmático conjunto de números e símbolos.

Mas quem buscou encontrar no filme longos relatos sobre as teorias de Stephen, provavelmente foi surpreendido. Em “A teoria de Tudo” vimos a história de Stephen e Jane (sua esposa) que, como muitas matérias que se atraem na natureza, parecem estar em campos opostos. Ele, um estudante de Física, que só acredita na ciência como forma de entender os mistérios do universo, ela, estudante de artes e uma cristã devota.

 

Jane: Você não falou por que não crê em Deus.
Stephen: Um físico não pode deixar que a crença em um criador sobrenatural atrapalhe seus cálculos.
Jane: É um argumento contra físicos, não contra Deus.

 

O filme foi baseado em um livro publicado por Jane Hawking, Travelling To Infinity: My Life With Stephen, e roteirizado por Anthony McCarten. Nele, vimos duas pessoas compartilhando uma vida com desafios complexos. A premissa da história poderia muito facilmente cair em uma ode piegas à superação humana e ao amor conjugal, mas graças a atuação impecável do casal principal, ao roteiro e a bela fotografia, o que presenciamos é um filme mais crível, logo mais interessante.

Claro, é uma história real contada em um filme hollywoodiano e isso já muda a perspectiva de muitos fatos, mas, ainda assim, com o desenrolar dos acontecimentos podemos ver o ser humano por detrás do gênio ou da pessoa portadora de uma doença tão devastadora, logo podemos enxergar, além de tantos aspectos positivos (perseverança, resiliência etc.), uma dose de egoísmo e orgulho. Aos poucos, vimos também que há uma certa melancolia crescente em Jane por algo que ela tem a impressão de ter deixado para trás, talvez um pouco de sua própria vida.

 

 

Jane e Stephen se conheceram no início da década de 1960 e foi logo depois disso que os sintomas da doença que iria mudar a vida de Hawking começaram a aparecer, primeiro em forma de pequenas dificuldades motoras até o momento de sua queda em Cambridge e do diagnóstico fatal: a doença do neurônio motor (DNM), ou de Lou Gehrig, que dava-lhe, no máximo, dois anos de vida (ele estava com 21 anos).

Observação: a denominação atual (e mais específica) da doença de Hawking é Esclerose Lateral Amiotrófica.

A esclerose lateral amiotrófica (ELA), também conhecida como doença de Charcot ou doença de Lou Gehring, e pertencente ao grupo das doenças do neurônio motor, é caracterizada pela progressiva degeneração dos neurônios motor superior (NMS) e inferior (NMI), geralmente associada ao envolvimento bulbar e do trato piramidal.Os sinais clínicos da ELA são evidenciados nos membros inferiores, superiores e, posteriormente, nas demais regiões do tórax e pescoço.(LIMA & GOMES, 2010)

 

 

O que vimos depois disso é a história de Stephen e Jane como casal, mesmo que todas as predições lógicas tentassem mostrar que tal história seria impossível na realidade. Eles se casaram em 1965, acreditando que o amor que sentia um pelo outro merecia ser vivido, mesmo que brevemente. E o “breve” imaginado pelos médicos e pela família só teve sentido se pensarmos que talvez todas as histórias humanas na Terra sejam breves, considerando o tempo e o espaço que nos cercam.

Tão difícil quanto explicar as teorias sobre as estrelas que entram em colapso ou a singularidade é entender como as pessoas se conectam, vivem juntas e superam dificuldades quase intransponíveis. O desempenho excepcionalmente crível de Eddie Redmayne transporta-nos através da trajetória de dor, vitórias e perdas (não somente a muscular) vivida por Stephen Hawking. Enquanto isso, vimos em Jane, interpretada no tom certo por Felicity Jones, toda a complexidade que é viver um casamento em que sua entrega e dedicação têm que ser tão intensa.

 

“Então Einstein estava errado quando disse que ‘Deus não joga dados’. Considerando o que os buracos negros sugerem, Deus não só joga dados, Ele às vezes nos confunde jogando-os onde ninguém os pode ver”. (Hawking)

 

No início da década de 1970, Hawking não conseguia mais falar, nem se movia sozinho da cadeira. Seus três filhos, ainda pequenos, mais sua necessidade de cuidados básicos, exigiam de Jane uma dedicação extrema. Talvez fosse mais poético se na história o amor superasse todas as barreiras, mas o amor é interessante justamente porque não nos dá certezas. É mais provável que entendamos através dele nossa própria fragilidade e os artifícios que criamos para nos reinventar a cada dia.

Se na teoria clássica, segundo Hawking, “não há como escapar de um buraco negro” porque as leis são regidas pela teoria da relatividade; na teoria quântica esse cenário é mudado radicalmente, o que tornaria possível, por exemplo, “que energia e informação escapassem”. Não havia como sobreviver, naquela época, com um diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica, ao menos, a medicina até aquele momento não permitia enxergar além da primeira conclusão, ou seja, o diagnóstico fatal. Hawking talvez seja a melhor metáfora para a analogia da informação que escapa do buraco negro. O seu amor pela vida, por Jane e pela ciência contribuíram para sua sobrevivência, foi o movimento necessário para sua fuga da morte.

 

 

Hawking refutou sua própria tese de doutorado, ou melhor, ampliou as premissas mudando o alcance de suas concepções iniciais. Fez isso porque tudo é dinâmico, principalmente, o conhecimento humano. Seu casamento com Jane também sofreu modificações, por um tempo viveram uma relação aberta até se separarem na década de 1990. Mas mesmo sem um “viveram felizes para sempre”, a sensação que fica depois do filme é de termos presenciado uma profunda história de amor. De um amor que, como as teorias da física, não é estático, nem totalmente compreensível, mas essencial para mantermos o mínimo de equilíbrio nessa vida em constante movimento.

A Teoria de Tudo, ou melhor, a explicação do universo através de uma fórmula matemática geral, ainda não foi encontrada por Hawking. O menino de caligrafia terrível que nasceu exatamente no dia dos 300 anos da morte de Galileu e que ocupou a cadeira que antes havia sido ocupada por Isaac Newton em Cambridge, está com 73 anos e continua, como ele mesmo costuma dizer, com uma curiosidade infantil pelo universo. Seus filhos com Jane e sua própria história de vida evidenciam uma de suas principais teorias, que o universo não tem limites (nem a natureza humana).

 

Referência:

LIMA, S. R.; GOMES, K. B. Esclerose lateral amiotrófica e o tratamento com células-tronco. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2010 nov-dez;8(6):531-7.

 

Mais filmes indicados ao OSCAR 2015: http://ulbra-to.br/encena/categorias/oscar-2015


FICHA TÉCNICA DO FILME

A TEORIA DE TUDO
Título Original: The Theory of Everything
Direção: James Marsh
Roteiro: Anthony McCarten (screenplay), Jane Hawking (book)
Elenco Principal: Eddie Redmayne e Felicity Jones
Ano: 2014
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A beleza que gera conflitos

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Através da evolução tecnológica, o ser humano também buscou aperfeiçoar ou alterar completamente os traços físicos, com a intenção de alcançar a beleza e promover o aumento na auto estima. De tal forma que passou a investir em mudanças no rosto e no corpo, com aplicação de substâncias como botox e silicone, em partes do corpo, ou fazendo musculação, frequentando salões de beleza e até comprando nova cor para os olhos. O que antes era mito, passando pela crença de que a beleza era algo que poderia ser cuidado apenas pelo Ser Supremo, agora, o homem, tomou a liberdade, tornando comum, e desmistificando a beleza.

O complexo de inferioridade pode levar o ser humano a atos que prejudicam sua relação de convívio com a sociedade, gerando fundamentos para futuros conflitos. “Aquela garota é metida” – “esse cara se acha”, são frases comuns que em certos casos podem até ser discriminação ou inveja pela beleza. O preconceito possui diversas formas, em certos casos a vítima é alvo devido sua fisionomia menos favorecida em comparação a outras, um julgamento subjetivo de aparência estabelecido pela sociedade e seus mitos. Já em outros casos incomuns, esses preconceitos geram vítimas em pessoas que possuem características de beleza física e que chamam a atenção.

Esses casos de discriminação costumam inserir novos conceitos na sociedade popularizando palavras para nosso vocabulário, que é o caso do famoso recalque. No sentido técnico e psicanalítico, o recalque é uma defesa da personalidade, pessoas se recalcam porque se sentem ameaçadas.  O assunto virou hit popular, principalmente pelas redes sociais, por causa do sucesso da música da funkeira carioca, Valeska Popozuda. “Beijinho no ombro pro recalque passar longe” serviu até de paródia para outros temas como o futebol e a política. A funkeira já admite de início possuir inimigas e ironiza:“desejando a todas vida longa para que elas vejam por muito tempo sua vitória”, diz um trecho da letra.

Mesmo que o assunto da letra da música de Valeska Popozuda seja para fins lucrativos, não deixa de ser uma severa crítica para as relações entre a sociedade e seus integrantes. A preferência do mercado de trabalho por candidatos com tendência a beleza e que se produzem de acordo com a moda, já é o suficiente para um concorrente criar barreiras e se alimentar do sentimento de inferioridade. Em outros casos,pessoas pouco comunicativas e que possuem características de vaidade, podem ser taxadas de metidas e carregarem opiniões negativas de outras pessoas.Tudo isso, contribui para fatores psicológicos ligados diretamente a saúde mental.

O modelo fotográfico Moisés Bruno Bissoto trabalha em uma empresa na área da moda. O modelo admite sofrer discriminação não pelo fato de se achar bonito, mas pelo status de trabalhar como modelo de moda. “Principalmente em festas ‘alguns caras’ que me conhecem e sabem que sou modelo ficam com inveja e querem brigar comigo por chamar a atenção somente pelo status de modelo”.

Moisés diz não se apresentar como modelo para evitar problemas de relação até mesmo com as mulheres. “Em outros casos, não conheço as pessoas e fico depois sabendo que algumas pessoas não gostam de mim pelo fato de me achar metido, por isso eu prefiro não me identificar como modelo de moda”, afirma.

Patricia Klein, 23 anos e modelo desde os 14 anos, viajou para sete países e conta que sempre sofreu preconceitos até mesmo dos amigos. ”Quando eu voltava para minha cidade eles me apresentavam como modelo e eu percebia que as pessoas me olhavam de forma diferente, me viam como uma pessoa superior e eu percebia inveja nisso”.

Patrícia Klein denuncia ainda que, entre as modelos existe muita competição, e isso pode gerar violência. “Isso tudo me incomoda, me deixa insegura, pois gosto de ser tratada como normal”, desabafa.

De acordo com a psicóloga, Mariana Miranda Borges, os modelos fotográficos de moda, são foco de muita atenção tanto pelas experiências que a beleza lhe proporciona como a própria beleza.

“Existem pessoas que são tão bonitas que ficamos olhando bastante para elas, admirando, isto incomoda algumas pessoas, pelo fato de ser o centro das atenções”, além da inveja, a psicóloga explica a questão do sistema límbico. “Coisas feias e que nos dão nojo não são tão bem aceitas pelo nosso sistema nervoso, temos repulsa, o que já não acontece com o que é belo, como um processo orgânico”, afirma.

As rede sociais, se transformaram em mídia particular para anônimos que hoje encontram-se em processo avançado de inclusão social da internet. Pelo facebook, twitter e instagran é normal identificar frases que usam da ironia e do humor para servir de recado aos possíveis inimigos. “Quem não me conheçe já ouviu falar porque sempre tem uma recalcada pra me divulgar”. Até mesmo comunidades virtuais são criadas para divulgar conteúdos que servem de contra ataque a inveja ou a discriminação. A comunidade no facebook: https://www.facebook.com/LigueParaMinhaBelezaEVeSeElaAtendeSuaInveja> é um exemplo de frases que emitem intolerância com a inveja.Seu recalque bate no meu perfume importado e volta como revista da Avon, pra você esfregar no pulso”, frase citada na comunidade.

Outro caso comum de discriminação pela beleza é o aumento de mulheres se profissionalizando como auxiliares de árbitros nas partidas de futebol. Além do fato de serem mulheres, essas bandeirinhas se destacam pela beleza física e chamam atenção pelo vestuário adotado no futebol: short curto e roupas coladas.

A bandeirinha Maira Americano Labes, foi chamada de “gostosa” pelo técnico do Juventus, Celso Teixeira, em partida contra a chapecoense válida pelo Campeonato Catarinense. O técnico reclamou com a bandeirinha e acabou sendo expulso da partida. De acordo com a súmula do árbitro, antes de sair do campo, o técnico Celso Teixeira falou para a bandeira: “vou sair, sua gostosa”.

A discriminação pela beleza pode ser comparada com os antigos casos conhecidos nas escolas, em que, os considerados inteligentes, são até hoje, discriminados por serem dotados de dedicação e capacidade rápida de raciocínio, por esse motivo, gerando agressões ingênuas. Mesmo que não seja um fato alarmante, podemos estar vivenciando futuras histórias de agressões pela beleza, casos singulares e que enfraquecem a motivação espiritual do ser humano.

Cobrança de imposto pela beleza

O escritor argentino Gonzalo Otálora, causou polêmica ao defender a cobrança de impostos das pessoas consideradas mais belas para compensar o “sofrimento” daqueles que supostamente foram menos favorecidos pela natureza. De acordo com o portal G1 o escritor disse que sua iniciativa tem o objetivo de provocar um debate sobre o culto à beleza. O escritor não ficou apenas na teoria, no ano de 2008, ele com um megafone foi à frente da Casa Rosada, palácio do governo argentino reclamar os “direitos” dos feios. Esperava contar com o apoio do então presidente Kirchner,da república argentina, a quem classificava como “pouco atraente”.

A reportagem do G1 conta ainda que Gonzalo Otálora sofria deboches na infância e que isso poderia ter prejudicado sua auto-estima e atrapalharam na conquista de melhores empregos. O manifestante defendia a representação de “todos os tipos de constituição física” nos desfiles de moda. Otálora tinha em seu discurso teórico que, a inveja é alçada ao patamar de justiça, e a mediocridade é enaltecida enquanto o superior é condenado por suas virtudes, e não vícios.

Fonte g1.com

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Felicidade

O que é a inteligência e qual sua relação com a felicidade

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Nas diversas linhas de Psicologia, os teóricos mais variados costumam definir a inteligência como “capacidade de aprendizagem”, “capacidade de adaptação”, “habilidade para executar tarefas”, “para estabelecer relações entre as coisas”, etc. No geral, todas estas e outras tantas definições de inteligência bem poderiam dizer respeito ao funcionamento de um robô ou um computador. Não admira que, por isso, desde meados do século passado a temática da “inteligência artificial” esteja tão em pauta. É bastante comum a crença de que computadores podem adquirir uma inteligência humana. Pesquisadores sérios e respeitados nas linhas de psicologia cognitiva e neurociência despendem todo o seu esforço na pesquisa desta possibilidade. Mas, como definir a inteligência de maneira especificamente humana?

A Psicologia também é um produto cultural, e, como todo produto desta espécie, ela tem largo fundamento em nosso senso-comum. Isso não se aplica apenas à Psicologia. Nossa Física, por exemplo, se sustenta na idéia de matéria como alguma coisa inanimada, oposta ao que se chama ‘vida’, de funcionamento mecânico e impessoal, em plena conformidade à nossa visão de mundo espiritualizada pelo cristianismo. E esta visão de mundo é válida inclusive para a maioria dos ateus, uma vez que também eles (e não apenas ‘também’ eles, mas principalmente eles) advogam a favor desta oposição entre matéria e vida, conferindo toda a validade ao que é material e desdenhando tudo o que está além desta esfera. Não percebem eles que a simples distinção entre ‘matéria’ e ‘vida’, mesmo que acompanhada do descrédito daquilo que, hipoteticamente, não seria material, já trás implícita o mesmo espiritualismo cristão daqueles que afirmam a validade de uma realidade metafísica (para além da realidade física). Por sua vez, a visão de mundo que não fizesse uma distinção do tipo, e que já tratasse a matéria como uma substância animada (animada = provida de alma), estaria rompendo com o senso-comum cristão no qual a Física se sustenta. A Psicologia que temos hoje também se fundamenta no senso-comum que foi construído ao longo de mais de 5000 anos de uma cultura influenciada pelo judaísmo e pelo cristianismo. Assim, desde cedo aprendemos a chamar de ‘inteligentes’ aquelas pessoas que aprendem com facilidade e se saem bem na escola, ou simplesmente aquelas que são eruditas e sabem falar de tudo um pouco.

Uma definição tão estreita exclui muita coisa que também estamos acostumados a classificar de ‘inteligente’. Frequentemente admiramos pessoas espirituosas, críticas e criativas pela sua inteligência. Por que então a espirituosidade, a crítica e a criatividade aparecem tão pouco das definições formais de inteligência? Na verdade, elas aparecem disfarçadas. A espirituosidade pode ser entendida como capacidade de adaptação; ‘crítica’ e ‘criatividade’ como habilidade para estabelecer relações entre as coisas; inversamente, ‘espirituosidade’ também é habilidade para estabelecer relações entre as coisas, e a crítica e a criatividade também são formas da capacidade para se adaptar. No frigir dos ovos, ainda estamos no campo do que se poderia esperar do funcionamento de um robô ou computador.

Entretanto, se eu tentasse aqui refutar a noção de inteligência definida como ‘capacidade de aprender’, ‘habilidade para estabelecer relações entre as coisas”, etc., estaria fadado a fracassar. Se estas definições se mostram insuficientes para caracterizar a inteligência humana, nem por isso devemos propor uma diferente. Talvez, o correto seja exatamente procurar a dimensão humana que está faltando a estas definições e lhas acrescentá-la.

A dimensão humana faltosa nas definições clássicas de inteligência não pode ser senão uma finalidade que não estaria ao alcance das máquinas; uma finalidade humana, ou, para não excluirmos levianamente os animais, uma finalidade cuja realização esteja restrita aos seres vivos. Segundo Aristóteles, a felicidade é o bem supremo buscado por todos os homens (‘Ética a Nicômaco, Livro X). Se a felicidade é o bem supremo que todos os homens buscam, ela é o objetivo humano por excelência, ou a finalidade que caracteriza a existência humana qua humana. Não há finalidade mais humana que a busca da felicidade. E, se assim for, esta é a dimensão humana que devemos acrescentar às definições clássicas de inteligência.

Todas as capacidades e habilidades que denotam a inteligência em sentido clássico somente denotam inteligência em sentido humano na medida em que se traduzem na capacidade e na habilidade de ser feliz. Mas, o que é a felicidade? Epicuro1 nos diz que:

Consideremos também que, dentre os desejos, há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há uns que são necessários e outros, apenas naturais; dentre os necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade, outros, para o bem-estar corporal, outros, ainda, para a própria vida. E o conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que esta é a finalidade da vida feliz: em razão desse fim praticamos todas as nossas ações para nos afastarmos da dor e do medo. Uma vez que tenhamos atingido esse estado, toda a tempestade da alma se aplaca, e o ser vivo, não tendo que ir em busca de algo que lhe falta, nem procurar outra coisa a não ser o bem da alma e do corpo, estará satisfeito. De fato, só sentimos necessidade do prazer quando sofremos sua ausência; ao contrário, quando não sofremos, essa necessidade não se faz sentir.

A felicidade, segundo Epicuro, é o bem-estar do corpo e a serenidade do espírito. Para alcançarmos estes fins, devemos evitar a dependência de desejos excessivos, por três razões: (1) Tudo que é excessivo é difícil de conseguir, e o desejo pelo que é excessivo poderá nos manter muito mais tempo insatisfeitos que satisfeitos. Porém, (2) mesmo aqueles que possuem facilidade para satisfazer desejos excessivos devem evitá-los, uma vez que o prazer e o luxo excessivo nos tornam dependentes, e na dependência de alguma coisa vivemos atormentados pelo medo de perdê-la. A (1) frustração por aquilo que não temos e o (2) medo de perder aquilo que já possuímos constituem os fundamentos de todas as ‘perturbações da alma’ que denominamos sofrimento. Em acréscimo, o (3) desfrutar imoderado de luxos e prazeres excessivos também compromete a saúde do corpo. Com a alma perturbada por desejos inúteis e o corpo debilitado por eles não há felicidade, segundo Epicuro. O homem feliz é aquele que se habitua às coisas simples:

Consideramos ainda a auto-suficiência um grande bem; não que devamos nos satisfazer com pouco, mas para nos contentarmos com esse pouco caso não tenhamos o muito, honestamente convencidos de que desfrutam melhor a abundância os que menos dependem dela; tudo o que é natural é fácil de conseguir; difícil é tudo o que é inútil. Os alimentos mais simples proporcionam o mesmo prazer que as iguarias mais requintadas, desde que se remova a dor provocada pela falta: pão e água produzem o prazer mais profundo quando ingeridos por quem deles necessita. Habituar-se às coisas simples, a um modo de vida não luxuoso, portanto, não só é conveniente para a saúde, como ainda proporciona ao homem os meios para enfrentar corajosamente as adversidades da vida: nos períodos em que conseguimos levar uma existência rica, predispõe o nosso ânimo para melhor aproveitá-la, e nos prepara para enfrentar sem temor as vicissitudes da sorte.

Quem se habitua às coisas simples consegue viver com pouco, se necessário, e aproveitar a abundância enquanto ela estiver presente, sem o medo de perdê-la amanhã. Não se vive angustiado pela sua falta, nem se teme pela sua perda, e se consegue desfrutar dela em tempo presente. Com efeito, o desejo e o medo são direcionados ao futuro. Só desejamos aquilo que ainda não temos ou não somos, e vivemos o presente projetando no futuro a realização de nossos anseios. E igualmente só tememos aquilo que ainda não aconteceu. Todo medo é o medo de um acontecimento futuro possível. Se estivermos de frente a um leão, em tempo real, o medo não se refere ao leão que estamos enfrentando, e sim ao ataque que ele ainda não realizou, mas que pode realizar. Se o ataque já ocorreu, não há mais medo. Pode haver o sofrimento pelos danos sofridos (caso o ataque nos deixe vivos), mas o medo já passou.

Esta análise do desejo e do medo é a chave para compreendermos como a definição de Epicuro para a felicidade pode ser verdadeira se em nosso mundo atual o que vemos, de forma geral, são pessoas que buscam a felicidade em toda forma de excessos. A busca pelos excessos visa apaziguar o desejo por aquilo que não temos e o medo de perdermos o que já possuímos. O desejo e o medo são direcionados ao futuro, mas o sofrimento causado por eles é experimentado no presente. O presente sofrido se torna passado doloroso. E a forma habitual de se lidar com o passado doloroso que não encontra consolo no presente é adiar e projetar sua mitigação para o futuro, um futuro que jamais se realiza. Na presença de um passado de dor e de um futuro incerto e impalpável, são os excessos que entorpecem nossa consciência do aqui e agora em nossa tentativa de aliviar as perturbações de nossa alma mergulhando-a em mais perturbações ainda.

A felicidade significa ausência de perturbações da alma e saúde do corpo. Enquanto o caminho proposto por Epicuro é o da eliminação dos desejos e medos que causam uma coisa e outra, o caminho que nosso mundo vem escolhendo é o de sanar o sofrimento causado por nossos medos e desejos mergulhando-se até o pescoço nas perturbações causadas por eles, como se as perturbações do passado pudessem ser anuladas por mais perturbações presentes. No entanto, apesar de os meios propostos por Epicuro serem muito diferentes dos meios utilizados por nós, o que nós buscamos na felicidade é o mesmo que ele apontou: Saúde e paz de espírito.

E não há dúvida de que tanto o caminho proposto por Epicuro quanto o caminho escolhido por nós necessitam, para serem trilhados, de uma grande dose de capacidade de aprendizagem, capacidade de adaptação, de estabelecer relações entre as coisas, criatividade, espirituosidade, habilidade para executar tarefas mil, e tantas outras coisas que entram nas mais variadas definições de inteligência da psicologia clássica. O que vai definir se este conjunto de capacidades e habilidades representa de fato um alto Q.I é a medida da felicidade alcançada pelo sujeito que as coloca em prática. Para trilhar ambos os caminhos é preciso inteligência; mas, uma vez que, pelo visto, um destes caminhos tem se mostrado completamente ineficaz na produção da finalidade por ele buscada, somente a quem escolhe o caminho restante poderia ser concedida a classificação em ‘inteligência superior’, o que nos levaria a questionar seriamente os níveis de inteligência apresentados por todos os nossos intelectuais, tecnocratas, cientistas, estadistas e mesmo as pessoas comuns de qualquer espécie.

1 CARTA SOBRE A FELICIDADE (A MENECEU), Tradução de Álvaro Lorencini e Enzo Carratore


Nota: Texto originalmente publicado em:

http://nogabinetedopsicologo.blogspot.com.br/2011/10/o-que-e-inteligencia-e-qual-sua-relacao.html

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