A experiência de construir um memorial fotográfico

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Me chamo Sara Denise, tenho 24 anos, sou acadêmica de psicologia no CEULP/ULBRA e moro em Palmas-TO. Por meio dessa escrita venho apresentar a vocês a experiência que tive em produzir um memorial fotográfico, situação essa que me permitiu viajar no tempo e desfrutar de múltiplos sentimentos.

Recebi a proposta como intenção de me deixar sentir sobre o que a fotografia é capaz de expressar no íntimo do ser. A aposta foi válida pois na construção dessa experiência pude perceber o quanto as imagens em sua íntegra falam por si só. O propósito para iniciar essa construção foi se basear em três fases da vida: infância, adolescência e juventude (atual). Diante do contexto ao qual me foi pedido, decidi inserir na construção desse memorial a contextualização entre fotografia e psicologia, assim o nomeando.

Com as fotos pude contar um pouco de minha trajetória (aqui estão apenas um pequeno número delas). Podendo dizer/perceber o quanto minha infância foi ótima, era super arteira, pois sempre tinha tempo livre para brincar. Meus pais sempre me deixaram livre para aproveitar minha meninice, por ser filha única de minha mãe, ela sempre teve um cuidado abundante em relação a tudo que eu fazia, acabava que isso me aborrecia as vezes, entretanto, era uma criança equilibrada e feliz. Cresci com estímulo à leitura, oportunidade de vivenciar a escrita e rodeada por pessoas.

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

Da creche, escola e colegial sempre extrovertida, rodeada de amigos e resolvida. Enquanto criança, amava me emperiquitar, na adolescência queria sempre seguir tendência, mais em um quesito não pestanejava, a escolha da profissão, essa sim, comigo já estava.

O tempo passou… E por si só me mostrou que a vida é uma verdadeira caixinha de surpresas, onde confiança, respeito e reciprocidade não se consegue com todos.

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

(Por isso, optei pelas fotos sozinha).

Meus pais sempre priorizaram meus estudos e, por isso, de forma alguma impediram minha escolha na graduação. Depois de uma vida estudando em escola pública, em um primeiro momento devido às circunstâncias da época, cursei por um período a faculdade de Serviço Social, e entre na Psicologia pouco tempo depois, no CEULP/ULBRA, realizando assim, finalmente, esse sonho.

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

Aquisição de algumas responsabilidades e experiências inesperadas, me levaram a uma maior frequência de tomadas de decisão e quanto mais o tempo passava, mais introvertida eu ficava. Foi aí que comecei a me tornar celetista, e querer saber ainda mais sobre os processos mentais, enxergando de forma nítida a necessidade de as pessoas compreenderem a relação mente e corpo.

Ao entrar na faculdade, o processo de adaptação me fez sentir um pouco de dificuldade, a grade aberta não me permitiu criar o mesmo vínculo que eu tinha com os amigos da época de escola. O tempo se tornou mais corrido e com o passar dos anos pude perceber o grau de dificuldade aumentando.

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

Em 2016, após 4 anos e 10 meses entre namoro e noivado, casei. Meu esposo sempre tem me dado apoio moral para continuar o curso, sendo meus estudos uma das adequações que temos até hoje. Com o casamento as questões ministeriais na igreja aumentaram, existindo a necessidade de nos dedicarmos também nessa obra.

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

Além de filha única, estudante, esposa e cristã, tenho mais uma responsabilidade, a de gerir um comércio, eu e meu esposo trabalhamos em um ramo especifico, confesso não achar simples essas conciliações com a vida acadêmica, mas há 5 anos venho encarando as peculiaridades que cada área me demanda.

Em busca de não viver de forma tão monótona, procuro me reinventar às vezes: um novo hobby, um novo visual, cursos que ensinam novas habilidades, etc. Na corrida da vida, meu maior desejo tem sido tornar o sonho de ser psicóloga em realidade; por isso me esforço, muitas vezes reconhecendo chegar no meu limite, mas desistir, jamais!

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora

Ao chegar a fase adulta, compreendi a importância de valorizar momentos. Férias se tornaram necessárias, diferente de quando era imatura e não dava o devido valor. Não vendo a hora de alcançar minhas férias depois da tão esperada conclusão de curso, com a fé de ter em mãos o aguardado diploma, que depois de tantas lutas, falta pouco para alcançá-lo.

O experimento da construção de um memorial com fotos teve grande significado para mim, aposto que se você arriscar fazer um, também sentirá. Pude notar o quão evidente foi meu processo de amadurecimento, e olha que falta muita evolução (risos). Contudo, não me restou dúvidas que a fotografia possibilita uma visão mais ampliada de uma interpretação por um viés psicológico, podendo ser terapêutica. A representação visual e a representação mental ocorrem juntas, permitindo partir de um objeto material (foto) para um objeto imaterial (mente).

Fonte: Arquivo Pessoal da Autora
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Olhar fotográfico nos presídios

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Internos, internas e profissionais do Presídio Central de Porto Alegre/RS e da Penitenciária Feminina de Madre Pelletier produziram fotografias para a exposição “A liberdade de olhar”. A coletânea reúne cem imagens que retratam o cotidiano de detentos e funcionários de presídios da capital gaúcha.

Foto Divulgação

Foto: Letícia Bender

As fotografias foram produzidas entre agosto e outubro de 2013 e também apresentadas na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família em Brasília – DF. A ação é organizada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) e do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, com apoio da Delegação da União Europeia no Brasil.

Foto Divulgação

Foto: Letícia Bender

“A liberdade de olhar” pretende dar visibilidade ao cotidiano de quem vive e trabalha em presídios e mostra a vulnerabilidade dos espaços e das relações. “Parece que a gente estava solta”, comenta uma jovem grávida que cumpre pena. Outro detento diz: “deixei de ser chamado de traficante para ser chamado de fotógrafo”.

Foto Divulgação

Foto: Letícia Bender

A organização do projeto percebe que, por meio das fotos, “aparece um debate crucial sobre direitos humanos, questões de gênero, violência e saúde, sobretudo diagnóstico, tratamento e prevenção ao HIV/AIDS, hepatites virais e tuberculoses”.

Foto Divulgação

Foto: Letícia Bender

Foto Divulgação

Foto: Letícia Bender

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Ação no Povo Apinajé

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Dois

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Este não é um ensaio de ballet. Este não é um ensaio na praia. Este não é um ensaio fotográfico. Este não é um ensaio nos cataventos. Este é um ensaio de dois corpos: o da bailarina e o do fotógrafo. Este ensaio só existe porque existem dois. Vão e vem juntos, vibram juntos, olham juntos, caem e levantam juntos. Fazem passé, dão clique, fazem demi-pliê, dão clique, fazem arabesque, dão clique, fazem en dehour, dão clique. O olhar do fotógrafo e o gesto da bailarina. A luz do sol que se põe e o barulho das ondas que quebram. Eles são puramente movimento. Eles são um par. Eles, enfim, dançam.

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