SES-TO participa de palestra com o tema ‘Saúde Mental e Saúde do Homem’

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A ação é em alusão a campanha Novembro Azul em parceria com a SECAD e SEDUC

Por Ananda Santos/Governo do Tocantins

 

A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) participou na sexta-feira, 10, de uma ação em alusão a campanha Novembro Azul, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) e Secretaria da Administração (SECAD). Com o tema “Saúde Mental e Saúde do Homem” a ação contou com palestra sobre “O silêncio dos homens, um olhar sobre a saúde mental masculina”.  Além disso, foram disponibilizados aos participantes auriculoterapia, massagens e ventosas, coordenadas pelo Centro de Práticas Integrativas e Complementares (CEPIC) da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

                                                                                                                                            Fonte: secom.to.gov.br

A ação campanha Novembro Azul conscientiza sobre o câncer de próstata.

“Foi uma palestra maravilhosa para a gente, sobre saúde mental. Nós vamos ter a sensibilidade de nos cuidar mais, cuidar da saúde, não somente no novembro azul. Foi uma palestra que trouxe muitos benefícios, tanto para a saúde mental, quanto na familiar. As doenças mentais vêm causando muito transtorno na vida do ser humano, na vida de homens, é muito importante que cada homem se cuide cada dia”, afirmou o Analista II da SES-TO, Messias Batista da Silva.

O Secretário Executivo da SES-TO, Luciano Lima Costa, afirmou que “vamos nos cuidar gente, cuidar da nossa saúde mental e física. Estamos no mês de conscientização ao câncer de próstata e sabemos que existe um preconceito dos homens em relação ao toque retal. Algo que as mulheres nos ensinam com o câncer de mama é que elas sofrem tanto, e isso veio pra quebrar a gente, pra ter sensibilidade, buscar ajuda também. Se sintam abraçados pela Secretaria de Saúde”.

                                                                                                                           Fonte: secom.to.gov.br

Os servidores da SES-TO puderam fazer sessão de auriculoterapia, massagens e ventosas.

O psicólogo da Junta Médica da SECAD, Flávio Barros, afirmou que “o homem tem dificuldade de se mostrar frágil, chorar, mostrar problemas, se abrir. A minha crítica hoje, escolhendo esse tema do silêncio, é para fazer o questionamento porque motivo a gente se cala. O silêncio impacta diretamente na saúde mental quando se trata de emoções. Apenas 3 a cada 10 homens têm o hábito de conversar sobre medos e dúvidas com seus amigos.  Os homens se suicidam quatro vezes mais que as mulheres. Então, é preciso conversar, se abrir pra poder mudar isso”.

A gerente de Atenção ao Bem-Estar dos Profissionais da SEDUC, Cristiane Pina, afirmou que “o principal objetivo é mobilizar o nosso público masculino, os servidores das secretarias parceiras, que são a Saúde e a Administração. A equipe da Junta Médica tem nos apoiado para fazer essa ação educativa de informar a respeito da prevenção dos cuidados que os homens precisam ter com relação à saúde. E a gente tem sempre passado nos setores informando que cuidar da saúde também é coisa de homem, porque isso geralmente a gente vê somente nas mulheres. O homem tem um pouco de dificuldade, nós estamos aqui pra mudar isso”.

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Retratos da masculinidade em ‘A máscara em que você vive’

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“Ele veste uma máscara, e seu rosto se molda a ela…” George Orwell

O documentário The mask you live in (A máscara em que você vive, em tradução livre), produzido em 2015 com direção de Jennifer Siebel Newsom, e apoio da The Representation Project, expõe, através de vivências em grupos de intervenção e depoimentos de especialistas estadunidenses, o padrão da hipermasculinidade e seus processos adoecedores individuais e sociais, inclusive no sustento do sexismo e da homofobia na sociedade. Logo, um compilado de fatores pregados pela cultura popular, muitas vezes desumanizados, que representam o que é ser homem.

Frases como “engole o choro”, “para de ser mulherzinha”, “você joga como uma garota”, são imputados em meninos com o propósito de doutrinar a uma conduta específica, desde a infância preza-se a autoridade e domínio em detrimento ao desenvolvimento de caráter. Dever que é adotado como forma de validar a si mesmo, ser aceito pelos grupinhos na escola e pela sociedade em geral, também como forma de buscar atenção e aprovação paterna. Essa maneira de conceituar comportamentos desviantes priva a própria criança de explorar novas maneiras de aprender, socializar, de buscar a autonomia e autorrealização, pois seu roteiro de vida já está escrito.

Fonte: encurtador.com.br/bimA6

O documentário aponta que os pilares da performance da hipermasculinidade são a exigência de habilidade atlética, sucesso econômico e conquistas sexuais. Os indivíduos que não se adequam totalmente a esse modelo são excluídos. Neste contexto, entre os adolescentes brasileiros, os meninos são os que mais sofrem e praticam bullying: ao todo, 17,5% deles relatam sofrer bullying na escola. Esse ideal é comumente exaltado pelos meios midiáticos: o badboy que é forte (fisicamente e/ou tem influência), austero, objetifica mulheres, faz uso desmedido de álcool e outras drogas. Quadro que pode ser visto fora das telas: 55% dos adolescentes do último ano do ensino fundamental experimentaram bebidas alcoólicas, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), divulgado pelo IBGE.

Além disso, também há a representação do bobalhão: apesar de ser homem adulto, ainda perpetua comportamentos da fase da adolescência, ele projeta sua hipermasculinidade de forma diferente dos outros papéis, sendo imprudente e degradando mulheres. Há o recorte de raça, onde homens de cor geralmente ficam com o papel do malfeitor, imagem limitada e violenta que reduz perspectivas de outros modos de viver entre essas crianças e adolescentes. A exposição a essas mídias, incluindo jogos que tem por objetivo dominar e destruir, pode deixar meninos (os maiores consumidores) menos sensíveis ao sofrimento alheio, mais temerosos e agressivos em relação a outros e a si.

Fonte: encurtador.com.br/cHO12

Um efeito da masculinidade tóxica é a pandemia da violência contra a mulher, advindo da rejeição de características relacionadas ao feminino, como a vulnerabilidade, gentileza, empatia, expressão emocional e verbal. Visto isso, homens criam uma máscara emocional, reprimindo sentimentos e desejos relacionais, são ensinados que pedir ajuda é um sinal de fraqueza, o que resulta na terceira causa de morte mais comum entre rapazes, o suicídio.

Com a associação do poder como inerente ao masculino, esse indivíduo mesmo sem tê-lo, encara como se tivesse o direito ao poder, normalizando a manipulação emocional e psicológica e a agressão física. Homens agressores também apresentam raiva, autoacusação destrutiva e autoagressão, apego ansioso, sintomas crônicos de trauma e de rejeição paterna, capacidade limitada de autorreflexão e incapacidade de criar relacionamentos interpessoais saudáveis (Caligor, Diamond, Yeomans e Kernberg, 2009).

“Meninos magoados se tornam homens magoados se não houver algum tipo de intervenção. ” Frase do documentário que está em concordância aos estudos de Carmen, Reiker e Mills (1984) e Walker (1984), onde relatam que a presença de comportamentos agressivos na fase adulta é originária na experiência de violência na infância, seja como vítima ou testemunha. The mask you live in propõe deixar visível esses processos invisíveis, transferir o foco do sintoma da situação para reparar mais nas relações, na transmissão transgeracional da violência, para assim, com a compreensão da sua origem e criação de apoio adequado, encerrar esse ciclo de violência.

Referencias

CRESCE o consumo de álcool entre adolescentes, segundo o IBGE. G1, Tapajós, 31 de ago, de 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2016/08/cresce-o-consumo-de-alcool-entre-adolescente-segundo-o-ibge.html>. Acessos em  02  set.  2020.

NARDI, Suzana Catanio dos Santos; BENETTI, Silvia Pereira da Cruz. Violência conjugal: estudo das características das relações objetais em homens agressores. Bol. psicol,  São Paulo ,  v. 62, n. 136, p. 53-66, jun.  2012 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432012000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em  02  set.  2020.

OSHIMA, Flávia Yuri. Meninos sofrem mais bullying físico, meninas moral. Época, 20 de abr, de 2017. Disponível em: <https://epoca.globo.com/educacao/noticia/2017/04/meninos-sofrem-mais-bullying-fisico-meninas-moral.html>. Acessos em  02  set.  2020.

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Em seu novo livro, Mirian Goldenberg investiga por que muitos homens preferem as mulheres mais velhas

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Em suas pesquisas, a antropóloga constatou que os casamentos mais felizes  e equilibrados são justamente aqueles em que a mulher é mais velha que o marido. Leia e entrevista com a autora no blog da Record: http://bit.ly/2qQ6BBS

Há quase 30 anos, a antropóloga Mirian Goldenberg pesquisa sobre os diversos tipos de arranjos conjugais no Brasil. Outro tema que vem sendo alvo da escritora nos últimos anos é o envelhecimento.  Seu novo livro trata justamente de uma questão que envolve a interseção dos dois assuntos: o fato de alguns homens preferirem se casar com mulheres mais velhas.

Como a própria autora explica na obra, o título é uma provocação. Na verdade, o número de homens que se relacionam com mulheres mais jovens é muito maior. No entanto, uma de suas descobertas após entrevistar 52 casais é que a união de mulheres mais velhas com homens mais novos minimiza os jogos de dominação, conflitos e disputas muito comuns nos casamentos “convencionais”.

 “Por mais estranho que possa parecer, apesar de este tipo de relação ser considerada desigual, encontrei uma situação bastante equilibrada para os homens e mulheres pesquisados. Aparentemente, elas são percebidas como dando muito mais do que eles, em termos de posição social, situação financeira, maturidade, experiência, cuidado, carinho, atenção, compreensão. No entanto, eles dão aquilo que muitas mulheres desejam: o reconhecimento de que elas são superiores. Elas recebem a prova constante de superioridade em relação às outras mulheres, especialmente as mais jovens.”, afirma Mirian.

Ao constatar a felicidade e satisfação dos casais pesquisados, Mirian descobriu que, em vez de perguntar por que determinados homens casam com mulheres mais velhas, é preciso questionar os motivos que levam a maioria dos homens a continuar preferindo casar com mulheres mais jovens. Descobriu também que é necessário questionar as razões que levam grande parte das mulheres brasileiras a aceitar e fortalecer, com seus medos, inseguranças e preconceitos, o tabu da idade.

“Por que os homens preferem as mulheres mais velhas?” chega às livrarias neste mês de maio pela Editora Record.

Mirian Goldenberg nasceu em Santos (São Paulo) e mora no Rio de Janeiro desde 1978. É doutora em Antropologia Social e professora titular do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autora de mais de 30 livros, que, juntos, já venderam mais de 100 mil exemplares. Entre eles estão: Toda mulher é meio Leila Diniz, A Outra, De perto ninguém é normal, A arte de pesquisar, Infiel, Intimidade, Por que homens e mulheres traem?Coroas, A bela velhice e Velho é lindo! É colunista, desde 2010, da Folha de S. Paulo.

POR QUE OS HOMENS PREFEREM AS MULHERES MAIS VELHAS?
Mirian Goldenberg
128 páginas
R$ 32,90
Editora Record
(Grupo Editorial Record)

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