Diferenciação entre pessoas de “mente aberta” e as de “mente fechadas”

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Vivemos em um mundo em constante evolução, com a pandemia o uso e crescimento das tecnologias da informação ganharam força. Com isso, é nítido a necessidade de evoluirmos em relação a esse progresso ao qual o mundo passa. É normal sentirmos estranheza e desconforto em algumas circunstâncias que envolvem mudanças, fazendo-se necessário o ajustamento da forma em que pensamos a respeito das situações que estamos vivenciando, no caso de já termos uma opinião formada previamente onde possivelmente existe influências externas, poderá ser uma causa para que o processo de mudança ou flexibilidade de pensamento seja mais difícil de ocorrer.

De acordo com Marques (2021), para fazermos parte desse processo de evolução ao qual o mundo passa é necessário termos a mente aberta, pois isso poderá nos levar a níveis cada vez mais elevados, em todos os aspectos de nossas vidas. Mesmo sabendo disso, existe pessoas que possuem dificuldades em aceitar mudanças “São indivíduos considerados inflexíveis de mente fechada, que se sentem bem mal só de ver algo se transformando em sua rotina” (MARQUES, 2021).

Fonte: encurtador.com.br/qCK47

Com isso convido você a conhecer algumas entre as tantas características desses dois perfis de pessoas, as de mente aberta e as de mente fechada. Entre as peculiaridades existentes podemos encontrar:

  • Autoestima; as pessoas de mente fechada tendem a ser inseguras, demonstrando comportamentos próximos aos de autoritarismo, em busca de aceitação, sendo o oposto das pessoas que possuem mente aberta, tendo uma autoestima elevada, disposta à evolução e a um continuo aprendizado.
  • Falar e Ouvir; as de mente aberta dão preferencia para ouvir, são atenciosas e possuem uma observação aguçada, conseguido gerar uma maior conexão com as pessoas que estão ao seu redor; as pessoas de mente fechada, forçam as relações a ponto de serem importunas em um dialogo, querem a qualquer custo ser o centro das atenções e interrompem os demais que também estão conversando.
  • Humildade; é uma característica de fácil identificação, comumente as pessoas de mente fechada costumam procurar ter uma falsa fachada de que possui humildade. “Geralmente, quando vão emitir uma opinião, elas costumam começar a frase da seguinte maneira: “Posso estar errado, mas…” e logo dizem o que pensam.” (MARQUES, 2021). Sendo uma opinião considerada desnecessária por ser contraditória. Em contrapartida, as pessoas de mente aberta preferem se colocar no lugar de aprendizes, preferindo calar-se possibilitando uma oportunidade para quem realmente poderá favorecer.
  • Compreensão e entendimento, quem possui mente aberta não vive em busca de obrigar as pessoas a aprovarem sua forma de pensar, são compreensíveis, abertas ao diálogo, promovem respeito e discussão saudável. Referindo-se a pessoas de mente fechada, trata-se de alguém que se esforça para que todos que estão em torno de si o entenda, chegando a ser insistente e repetitivo a fim de convencer a outra pessoa para que concorde com o que está sendo dito.
  • Afirmar e Perguntar, são características que indicam que quem tem a mente fechada vivem fazendo fortes declarações sobre qualquer que seja o assunto, mesmo que não tenha propriedade no que está comunicando. “Trata-se de indivíduos que adoram opinar, porém não têm a menor paciência para ouvir a opinião dos outros.” (MARQUES, 2021). Já quem possui mente aberta, só opinam sobre algo quando verdadeiramente conhecem, pois primam pelo aprendizado com o outro.
  • Ideias desafiadas, as pessoas de mentes abertas, aceitam sem nenhum problema as ideias que as diferem de sua forma de pensar, diferente das de mente fechada que não concordam em ter suas ideias afrontadas. Pelo contrário, o que elas querem, na verdade, é que todos concordem com o que elas sugerem, sem questioná-las.

Dessa forma, “A mente é, hoje, até fácil de descrever em seus aspectos mais gerais, mas a função mental em cada circunstância específica de nossas vidas continua sendo um mistério” (IZQUIERDO, 2004, p. 07). Faz-se necessário que estejamos sempre atentos a que tipo de mentalidade que desenvolvemos: mentes limitadas ou mentes dispostas a expandir.

É necessários nos desafiarmos, a fim de que tenhamos mais proatividade e consciência de si mesmo, obtendo crescimento pessoal e profissional; para nos adaptarmos melhor com quem estar a nossa volta, tornando importante reconhecer se o outro possui uma mentalidade aberta ou fechada para um melhor relacionamento.

Referências

IZQUIERDO, Iván. A mente humana. Centro de Memória do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS, 3 de Out. de 2004. Porto Alegre (RS), Brasil. Disponível em: <https://www.ufmg.br/online/arquivos/IZQUIERDO.pdf >Acesso em: 17, Jul. de 2021.

MARQUES, José Roberto. Quais as principais diferenças entre pessoas de mente aberta e mente fechada?. Instituto brasileiro de coaching. 17 de Fev. de 2021. Disponível em: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/mudanca-de-vida/quais-as-principais-diferencas-entre-pessoas-de-mente-aberta-e-mente-fechada/>. Acesso em: 17, Jul. de 2021.

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Humildade: autoconhecimento e confiança em si mesmo

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“A humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo,
a de que ninguém é superior a ninguém.”

Paulo Freire

A palavra Humildade vem do latim húmus que significa “filhos da terra”, ou de humilitas, de humilis= pequeno, modesto, nos trazendo a proximidade junto ao Criador, corroborando com a apropriação do livre arbítrio que intensifica as ações no ato das escolhas, não como atitudes externas a convivência e sim numa atitude do homem perante Deus. Todos somos filhos da terra, temos a mesma essência, e todos os corpos foram feitos da mesma massa. Os títulos e os nomes em nada a modificam; ficam no túmulo; não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos; a caridade e a humildade são os seus títulos de nobreza.

Os momentos que vivemos são de grandes transformações em todas as áreas e a humildade é confundida com a pobreza de espírito, ignorância, fraqueza e não como a “sujeição do homem a Deus” , como a adesão, o sim de assentimento a esta condição originária e essencial.  Quando Deus disse a Davi que Ele o tinha escolhido para ser rei, Davi prostrou-se diante de Deus e exclamou: “Nada fiz de merecedor, todas as minhas realizações foram inteiramente as Tuas ações”. Então o que dizer da humildade, senão o combate ao orgulho, o esquecimento de si mesmo para exaltar o Criador. Para os hebreus, a humildade é modéstia e reconhecimento, oriunda da palavra hebraica “hoda’a”, que significa dizer “muito obrigado” a Deus.

Mateus em seu Evangelho nos apresenta: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus”… (Mateus, 5:3.) Pobres de espíritos são os humildes, referindo-se às “almas simples e singelas, despidas do “espírito de ambição e de egoísmo”, trás em si a caridade, o amor ao próximo, a tolerância, as virtudes que engrandecem o homem perante Deus, não está ligada a nenhuma condição social.

Não são os títulos, a riqueza, a pobreza que nos tornam humildes e sim, o conhecimento de si mesmo, que nos transporta a uma viagem real pelos erros e acertos vividos cotidianamente no enfrentamento das diversidades humanas. Então as mudanças acontecem do interior ao exterior, o que nos torna humildes não são as conquistas materiais, mas as conquistas do próprio eu, estabelecendo mudanças e a base da humildade é o autoconhecimento.

Sem a humildade não se tem caridade, não se tem piedade, nos adornamos de falsas virtudes, nos encontramos mergulhados na hipocrisia, sem conhecer a alegria de se despir do orgulho que acrisola o homem em si mesmo em um sofrimento constante de sempre querer ser mais, em atitudes enganosas e contrárias a excelência do Criador. De todas as virtudes a “humildade se ignora a si mesma: como traz os olhos baixos, e fitos no abismo do seu nada, não reflete sobre o seu conhecimento, porque o verdadeiro humilde não presume que o seja.” Ter humildade é ser corajoso, atuante, perseverante, reconhecer-se como parte do universo, colaborar para que seja instalada a boa convivência, fazer a diferença onde estiver, se sentir filho do Criador, melhorar-se a cada dia.

São Tomás de Aquino se reporta a humildade dos homens para com os homens da seguinte maneira: “Observa-se nos homens uma dupla realidade: aquilo que é de Deus, e aquilo que é do homem…”

A humildade, no entanto, no sentido mais próprio, é a reverência do homem submetido a Deus. É por isso que o homem, olhando para aquilo que lhe é próprio, tem que submeter-se ao seu próximo, olhando para aquilo que esse tem de Deus em si. Mas a humildade não exige que alguém submeta aquilo que nele há de Deus, àquilo que parece haver de Deus no próximo… Do mesmo modo, a humildade não exige que alguém submeta aquilo que tem em si de próprio, ao que nos outros é próprio dos homens” . (PIEPER, 1960)

O humilde não se submete ao que é contrário as leis de amor, de paz, não se torna melhor que o outro, pois somos iguais perante a divindade, enche-se de alegria ao dever cumprido, é um aprendiz da vida, trazendo para se o que existe de melhor em sua volta, estabelecendo a si mesmo uma conduta que o eleve moralmente respeitando as leis do universo, sendo igual na criação e extremamente diferente na elevação e no contributo a harmonização das energias que envolve a humanidade.

A humildade faz que tenhamos consciência clara de que os nossos talentos e virtudes, tanto naturais como na ordem da graça, pertencem a Deus, porque da sua plenitude, todos recebemos. Humildade é reconhecer que valemos pouco – nada -, e ao mesmo tempo sabermo-nos “portadores de essências divinas de um valor inestimável”. (MONS. JOSÉ, 2011)

Em nossa sociedade a pessoa humilde não é bem vista, dela diz-se que não tem ambição nem garra, é fraca de personalidade, que não sabe se impor, é tida como boba, idiota, que não sabe aproveitar as oportunidades e chances que a vida lhe dá e se deixa ultrapassar pelos outros. Não se apega às conquistas conseguidas, não se agarra ao prestígio e ao poder dela emanados, mas deles se afasta, deixando o caminho livre para os adversários e concorrentes. (BINGEMER, 2013).

Tomemos aqui Jesus e Buda, eles contemplaram o caminho da humildade, anunciando a necessidade de nos colocarmos no lugar do outro, de abandonar a ilusão de superioridade, sendo honestos, verdadeiros, conquistando uma conduta harmoniosa consigo mesmo, irrompendo as barreiras do egocentrismo, transmutando ações negativas, pessimistas numa autoconfiança pautada na humildade.

Nos esbarramos no orgulho, na vaidade, nas relações de poder sobre o outro, na soberania, na arrogância, resvalando no lodo das relações doentes, improfícuas, sem respeito a si e aos outros, incapazes de amar e serem amados. Fecham os olhos a simplicidade engrandecendo o ar de superioridade alimentado pela hipocrisia do dia a dia, considerando a humildade como fraqueza, desconsiderando a real característica do humilde que se relaciona ao respeito, gentileza, sensibilidade, graciosidade, simplicidade e autoconhecimento. Quem é humilde valoriza as pequenas e grandes conquistas, são dignos e tratam os outros com dignidade.

A humildade não é passiva, exige confiança em si mesmo. Para ser humilde você precisa saber quem é e escolher servir os outros. Não se trata da modéstia causada pela insegurança. Dar importância à outra pessoa sem nos considerarmos diminuídos é a verdadeira humildade. (BAKER, 2001) Nos perdemos quando nos entregamos aos desvarios insanos do egocentrismo, nos tornamos reféns de nós mesmos, um barco sem porto em busca do nada.

Referências:

ÁVILA, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro: M.E.C., 1967.

BAKER, Mark W. Jesus, O maior psicólogo que já existiu. 2001. Editora Sextante

BINGEMER, Maria Clara. Humildade: uma virtude com má reputação.http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=73369 . Acessado em 19/07/2013.

MONS. José Maria Pereira. A virtude da humildade.http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=5111#sthash.z12HM6pk.dpuf. Acessado dia 19/07/2013

Pieper, extraída de Virtudes Fundamentais, Lisboa Aster, 1960. Trad. de Narino e Silva & Beckert da Assumpção

XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. FEB.

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