Novo livro detalha o autismo em Lacan

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O psicanalista argentino Patrício Alvarez Bayon faz parceria com a Escola Brasileira de Psicanálise para lançar seu no livro para “El autismo entre lalengua y la letra”.

No texto, o autor destaca retoma os três estatutos do simbólico em Lacan: a língua, a letra e a linguagem. Para ele, “a linguagem não existe”, pois pressuporia um encontro subjetivo impossível entre dois sujeitos. E a “língua é um conjunto indiferenciado de uns”, com ausência de significantes que lhe ofereçam sentido. Somente a letra, que representa o momento em que algo, extraído do zumbido da língua, se inscreve no inconsciente do sujeito, é que faz furo no real e articula à linguagem.

No caso do autismo, a foraclusão do furo produz consequências na letra e, por consequência, na linguagem. E o desafio da clínica do autismo é usar a lalengua para apoiar o saber fazer do paciente para travar uma relação com a linguagem.

Ficha técnica:

Título: El autismo entre lalengua y la letra

Gênero literário: livro técnico

Editora: Grama

Preço: R$ 59,90 + frete para o Brasil

Links para comprar: https://www.gramaediciones.com.ar/br/produtos/el-autismo-entre-lalengua-y-la-letra-patricio-alvarez-bayon/

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Livro ensina a lidar com os obstáculos do Transtorno do Déficit de Atenção

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O livro “Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA”, de Margarete A. Chinaglia, mostra como driblar os obstáculos sem se deixar dominar. 

Por meio de uma linguagem simples, o livro “Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA”, de Margarete Chinaglia, fala sobre as características principais do transtorno, traz exemplos reais, curiosidades e ensina como lidar com as situações nas diferentes faixas etárias.

Segundo a autora, a proposta é oferecer um suporte para as aflições, além de mostrar a realidade do transtorno e apresentar possíveis caminhos para se encontrar soluções. “Por exemplo, falo sobre a importância de transformar o Transtorno do Déficit de Atenção (TDA) em aliado. O objetivo é transformar os ‘Nós’, ou as dificuldades, em laços ‘frouxos’ para garantir a qualidade de vida”, comenta Margarete.

A obra é voltada para todos os públicos: leigos, para quem tem TDA, familiares e profissionais como psicólogos, neuropsicólogos, pedagogos, psicopedagogos e professores.

Segundo livro sobre o tema 

“Desatando os Nós do Transtorno do Déficit de Atenção – TDA” é o segundo livro que Margarete lança sobre o tema. O primeiro, intitulado “Transtorno do Déficit de Atenção – TDA: sob o ponto de vista de uma mãe”, tinha como objetivo compartilhar a vivência pessoal com sua filha que tem TDA, mostrando os desafios de todas as fases da vida, da infância à idade adulta. “O atual já é mais técnico, com conteúdo informativo sobre o TDA e exemplificações reais da vida cotidiana.”

Chinaglia comenta ainda que a obra traz um histórico sobre o TDA, quando surgiu e quando chegou no Brasil. Fala sobre regiões do cérebro que o transtorno atinge, patologias que podem se associar ao TDA/TDAH, descreve os sintomas em cada faixa etária.

Apresenta ainda formas de lidar e agir com crianças, adolescentes e adultos com TDA/TDAH, tratamentos disponíveis atualmente no país, curiosidades, mitos e verdades entre outros assuntos.

Pesquisa e vivência

A escritora conta que estudou e pesquisou o assunto a fundo para ajudar sua filha e precisou aprender a lidar com o TDA para driblar os sintomas e as consequências do transtorno.

O prefácio da obra foi escrito pela própria filha. A ideia é que a visão dela possa dar um significado no modo de viver e de sentir o transtorno em todas as manifestações e, principalmente, nas escolhas durante a vida.

– O livro traz um suporte como agir, ou como driblar, as características e os obstáculos sem se deixar dominar. Ao contrário disto, usar o TDA a seu favor – conclui.

 

Ficha Técnica

Gênero: medicina I saúde

Editora: Saramago, Rio de Janeiro

Tamanho: 16 X 23 cm

Páginas: 122

ISBN: 978-65-5751-017-9

Palavras chaves: TDA; TDAH; Transtorno, Distúrbio, Hiperatividade

Custo do livro: R$ 34,90

Compra do livro: somente o livro físico.

Links:

https://loja.editoraalbatroz.com.br/desatando-os-nos-do-transtorno-do-deficit-de-atencao-tda

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Romance sobre escolhas e renúncias ganha edição em espanhol

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O livro “Lugar cheio de rãs” da escritora Celina Moraes foi lançado em espanhol, com o título “Lugar Lleno de Ranas”. O romance, que está em sua quarta edição em português, retrata a difícil tarefa de encarar as consequências da vida recheada de escolhas e renúncias. Será a primeira empreitada internacional da autora, que almeja o mercado editorial latino-americano.

Sinopse

Conflito amoroso, suspense e contexto histórico se misturam a esta história de amor ambientada nos anos 70, em plena ditadura militar brasileira. As inconciliáveis ideologias entre capitalistas e comunistas rondam a vida de André, um executivo bem-sucedido. A juventude de sua filha Dominique, desperta nele sentimentos que julgava esquecidos, mostrando que as fronteiras da memória são tênues e marcantes. Sem medo, André embarca numa viagem rumo ao passado e desembarca no México, onde o destino será o seu guia.

– A ideia é mostrar que as sombras do passado interferem nas realizações pessoais e profissionais do presente, podendo levar a busca por respostas suspensas no tempo e revelar o quanto o destino pode influenciar nossos sonhos. As vontades individuais nem sempre serão suficientes para nos guiar rumo onde queremos chegar, mas o amor sempre será um combustível de motivação para nos aventurar por caminhos jamais percorridos em sã consciência – destaca Celina.

A novidade, além do idioma, é que o novo prefácio é assinado por Maira Esber. Publicitária e artista visual, Maira tem uma relação única e seminal com os originais que Celina Moraes escreveu e manteve, por vários anos, em amadurecimento, até a decisão final de publicar de forma independente.

Fonte: Autora do Livro

Sobre a autora

Celina Moraes possui mais de 40 anos de experiência corporativa, sendo que, desde 2001, ocupa a posição de editora em uma multinacional do mercado financeiro. Celina é formada em Letras pela antiga Faculdade Ibero-Americana, especialização em tradução.

Celina Moraes também é escritora e seu romance de estreia “Lugar cheio de rãs” ganhou o Prêmio “Lúcio Cardoso” em 2010 pelo 3º lugar no concurso internacional de literatura promovido pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (UBE-RJ). Seu conto “Rumo ao topo numa canoa quebrada” foi um dos 50 selecionados para compor a Antologia de Contos: História de Amor e Dor”, lançada pela UBE em 2018. Em 2019, a escritora lançou seu segundo romance “Jamais subestime os peões – eles valem uma rainha”.

Serviço:

“Lugar Lleno de Ranas”, versão em espanhol de “Lugar cheio de rãs”

Autora: Celina Moraes

Book trailer: https://youtu.be/a_uEc6QL6Bc

Editora: Buqui

Páginas: 232

Link para comprar: https://amzn.to/2ZaQlf1

Preços:

E-book Amazon R$ 25,20

Site da escritora: www.celinamoraes.com.br

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Livro mostra perspectivas diferentes do isolamento social

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Após dias de intenso isolamento, nove escritoras se juntaram para relatar de modo criativo, inovador e não menos crítico, seus sentimentos, dores e perdas vividos na pandemia por meio de contos harmônicos que deram origem ao livro “Retratos da quarentena”, da editora Símbolo Artesanal.

Com coordenação editorial de Silvia Schmidt, também coautora (Mesa redonda sob o signo do bestiário), a obra conta com textos das escritoras Ana Mendes (Palavreados, coronas e outros corações confinados); Alexandra Vieira de Almeida (Quarentena onírica); Claudia Manzolillo (Memórias de uma vida em quarentena); Eliane di Santi (Esquecimento); Maya Falks (Espaços fechados); Rosália Milsztajn (Dias de pandemia);  Sandra Godinho (Relato de um sobrevivente); e Teresa Drummond (Se vira nos sessenta: a arte da reinvenção).

Para Silvia Schmidt, o objetivo principal das autoras é externar para o público o impacto do isolamento social em tempo real, a experiência simbólica dentro do contexto, além das causas e consequências vivenciadas durante esse período.

– As palavras perfeitas para definirem a coletânea são: “atitude, eficiência e arte”. Isto, porque o projeto inicial era desenvolvido para um concurso internacional, que exigia uma escrita histórica reflexiva e literária – comenta.

Silvia comenta ainda que a ideia da ilustração da capa, realizada por Alexa Castelblanco, é de uma senhora sentada em frente ao seu computador, simbolizando objetivamente a imagem de nossos dias em modo virtual tentando contato externo, participando de inúmeras lives e realizando trabalhos em home office. “Sem deixar de lado, é claro, o trabalho que, se virtual ou não, muitas vezes na rua, e no front destes dias tristes – tivemos como prática – a gosto ou a contragosto o #ficaremcasa”.

O prefácio, quase um novo conto, foi escrito por Alexandra Vieira de Almeida, Doutora em Literatura Comparada pela UERJ. Já a orelha, foi produzida por Maya Falks, escritora reconhecida por seu blog Bibliofilia no qual mantém conexão com nomes contemporâneos da Literatura Brasileira, além de ser autora do livro.

Ficha técnica:

Título: Retratos da quarentena

Gênero literário: conto

Editora: Símbolo Artesanal

Tamanho: 12,5×22,5

Páginas:223

Preço: R$ 50,00 + frete para todo o Brasil

Link para comprar: @livrariamulherio no direct do Instagram

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“Cidadã de Segunda Classe” – luta contra o racismo e a xenofobia

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O livro da autora Buchi EmechetaCidadã de segunda classenarra a história de Adah, uma jovem nigeriana, que desde pequena lutou para ter uma vida melhor e decide conquistar isso por meio dos estudos.

Adah sabe que a educação e a leitura são as únicas maneiras de ter um futuro. Mas, na Nigéria dos anos 1960, ser mulher significava que você era inferior. Sua mãe fortaleceu muito esse pensamento, pois acreditava que o estudo era voltado para os homens. Afinal, porque as mulheres precisam saber ler e escrever? Contanto que ela possa assinar seu nome e saber como manter os gastos da casa, sua função era reproduzir.

Já adulta, casada e com filhos, Adah passa a viver sob a supervisão da família do marido, acreditando que a única maneira de escapar de toda a opressão cultural que sofre e que no futuro sua filha também sofrerá, é se mudar para a Inglaterra. Porém, ao chegar no seu futuro prometido ela percebe que além da misoginia, racismo e xenofobia ela percebe que naquele país os imigrantes não possuem a tão sonhada qualidade de vida.

Fonte: encurtador.com.br/IW268

A relação de Adah com seu marido é retratada de forma crua, pois a autora não poupa em relatar os abusos cometidos por Francis (marido de Adah) para com ela, e com isso dentre os cidadãos de segunda classe, ela como mulher negra ocupa o nível mais baixo onde o seu único dever é a submissão. E em uma sociedade patriarcal, a mulher é ensinada a não ser tão inteligente, não correr atrás dos seus objetivos e o maior ensinamento dessa sociedade opressora é que a mulher não é tão importante quanto o homem.

Ser uma mulher negra no contexto de uma sociedade machista e racista, também traz ensinamentos, pois ensinam que o padrão de beleza é o padrão da mulher branca, e o fato do seu nariz ser mais achatado, o seu cabelo ser crespo, ter boca maior e até mesmo a cor da sua pele, não faz parte do ideal de beleza. E mesmo a história de Adah se passando na década de 1960, percebe-se que os dias atuais ainda carrega esse ideal, pois ser mulher ainda é um ato de resistência e ser mulher negra é um ato de coragem.

Referência:

EMECHETA, Buchi. Cidadã de Segunda Classe. 1.ed. Porto Alegre: Dublinense, 2018.

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Livro traz reflexões sobre isolamento e esperança

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O livro “O pássaro solitário”, de Alexandra Vieira de Almeida, traz 33 poemas e mostra o desejo do poeta em compartilhar seus simbolismos, dúvidas e mensagens de esperança.

Um livro que mostra o desejo do poeta em busca da comunicação com o mundo para compartilhar seus simbolismos, dúvidas e mensagens de esperança. Essa é a proposta de O pássaro solitário, obra de Alexandra Vieira de Almeida, publicada pela Editora Penalux.

O sétimo livro da autora traz 33 poemas, que transitam do místico ao erótico, ao quadro de interrogações existenciais com o embate entre ser e mundo. Num dos textos em destaque, a poeta apresenta um vislumbre de como seria o planeta após a pandemia, numa mensagem de esperança e beleza, transfiguradas pelo seu dom poético.

Segundo a autora, a obra é elaborada a partir de um imaginário cheio de questões sobre a própria existência, trazendo uma potência vibrante sobre o ser e a vida, enaltecendo o trabalho com a palavra em sua literariedade, não buscando a facilidade de uma linguagem que leve à obviedade e ao simplismo.

Fonte: Alexandra Vieira de Almeida

O prefácio é assinado pelo poeta, contista, crítico, jornalista, compositor e letrista Tanussi Cardoso, que faz um itinerário da figura desse pássaro solitário ao longo da mística, já que era uma expressão recorrente, tanto no poeta indiano Kabir, que escreveu um poema com o mesmo título da obra de Alexandra, como no religioso espanhol San Juan de la Cruz. Para Tanussi, a escritora “busca constantemente o outro ou alguém para compartilhar a vida e fugir do isolamento, embora exista sempre um elo perdido, na possibilidade do encontro consigo mesmo”.

O posfácio é escrito por Claudia Manzolillo, escritora e mestra em Literatura Brasileira, pela UFRJ, e revisora do livro. Ela ressalta a habilidade de Alexandra em abordar o processo simbólico nas páginas de sua nova obra. Para Manzolillo, “a linguagem, matéria-prima, inesgotável fonte de trabalho da autora, se alinha ao universo imagético que percorre o livro, a partir de seu título”.

Link para comprar:

encurtador.com.br/bpsxO

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Livro de poemas traz reflexão sobre conflitos do ser humano

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Reflexivo, imaginário e libertador. Esses são os sentimentos que a escritora Alexandra Vieira de Almeida deseja instigar nos leitores com o livro de poemas Oferta. Lançado em segunda edição, pela Editora Penalux, a obra reúne temas que podem ser considerados conflitantes, como, por exemplo, o amor, o erotismo, a poesia reflexiva e filosófica e a prosa poética de temática social, beirando o limite entre poesia e prosa.

Para a autora, o livro solta as vozes sábias do fazer poético e cria um espaço em que literatura e leitura se conjugam em toda sua essência. Alexandra classifica sua obra como presente da escrita do poeta para o mundo, como um voo imaginativo, salientando o aspecto libertário neste jogo que leva os leitores a refletirem sobre as questões do mundo.

Fonte: Arquivo Pessoal

– Caso pudesse extrair uma essência do livro, ou do título, e fosse representá-la com formas ou símbolos, pensaria na imagem do livro, onde estão as palavras que saem do seu interior e a figura de um pássaro com suas asas a nos levar aos voos da imaginação – comenta.

O prefácio é assinado pelo poeta, contista e crítico literário Luiz Otávio Oliani. Para ele, Alexandra “percorre três linhas básicas”. A primeira delas é a união entre poesia e prosa. Depois, cita a verve pictórica da poeta, lembrando o cinema. Por fim, o viés filosófico que se encontra no livro de poemas singular.

Fonte: Arquivo Pessoal

A contista Maria Joana Rodrigues Colin, responsável pelas orelhas do livro, diz que a poesia da autora faz com que a pessoa reflita de maneira profunda nos sentimentos. “Quando se vai a um poço não é o entorno, e sim o que existe no seu interior. É desse modo que o leitor vai se sentir ao ler o livro”.

Sobre a autora

Alexandra Vieira de Almeida é professora, poeta, contista, cronista, resenhista e ensaísta, além de ser Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Publicou seis livros de poesia adulta, sendo o primeiro 40 poemas e o mais recente A negra cor das palavras. Também tem um livro ensaístico, Literatura, mito e identidade nacional (2008), e um infantil, para crianças de 6 a 10 anos, Xandrinha em: o jardim aberto (Penalux, 2017).

 

Livro: Oferta 

Autora: Alexandra Vieira de Almeida 

Formato: 14X21  

Páginas: 62 

Ano: 2020 

Preço: R$ R$38,00 

Gênero: Poesia 

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Retrato do artista quando velho: a literatura do desespero

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Joseph Heller (1923-1999) nasceu em Nova York e teve o início de sua vida literária na escrita de contos. É reconhecido pelo livro Ardil-22, seu primeiro romance publicado em 1961, premiado e adaptado para o cinema. Retrato do Artista quando Velho foi publicado postumamente em 2000, no ano posterior à morte do autor, e procura contar sobre o processo de escrita na velhice.

Inicialmente, o romance parece um retalho de outros romances, como se estivéssemos lendo um livro dentro um livro. Através de uma narrativa em terceira pessoa conhecemos Eugene Pota, um escritor septuagenário de renome que reflete com amargura dos tempos de juventude em que as ideias lhe surgiam com mais facilidade, como lampejos prolíficos cheios de possibilidade. O protagonista busca, entre passeios lentos e vista para o mar, evocar uma ideia que lhe pareça digna de ser escrita.

A história que lhe parece mais acertada e genial tem o título “Uma Biografia Sexual de Minha Mulher”, que possui aprovação de seus editores e amigos, sem no entanto agradar sua esposa que precisa explicar a todo tempo que a história não se trata sobre ela. Pota pensa que livros sobre injustiça social e outros temas que perpassam as mazelas da sociedade são coisas então do passado, nada que fosse “motivo de escândalo” (HELLER, 2002, p. 29), que dirá tema merecedor de seu novo grande romance. Mas escrever um livro sobre sexo lhe provoca uma boa sensação.

É diante de um cenário de angústia e percepção desacelerada do tempo que observamos Pota em suas tentativas de escrita. Na idade em que se encontra e considerando que já escreveu livros considerados best-sellers, compreende que não pode escrever nada que esteja abaixo disso, o que nos promove uma ideia inicial que posteriormente é confirmada por ele de que há uma cobrança excessiva sobre o sucesso que lhe deixa paralisado, sem criatividade e com sentimento de humilhação.

Foto: Gilstéfany Oliveira

“A maioria de nós esmorece com a idade, e também com a experiência. O trabalho não se torna mais fácil com a prática e, quando paramos, desaba subitamente sobre o nós o peso esmagador de todo o tempo livre que temos pela frente e que não estamos aptos a enfrentar.” p. 24

Durante o livro, o protagonista se dedica à enredos sobre personagens bíblicos, mitológicos, adaptações de grandes obras literárias e outros temas que sempre desembocam num tipo de fracasso ou pausa. O autor se reprime constantemente pelo ridículo do que escreve e a narrativa é ultrapassada por essas histórias e sua vida cotidiana.

Em sua história sobre Tom Sawyer, referência à obra literária de Mark Twain, Pota parece espelhar na narrativa do personagem certos aspectos de sua personalidade e preocupações que lhe rondam, apontando um declínio da força criativa dos autores do qual Tom Sawyer busca como inspiração para se tornar um bom escritor. Este momento parece nos dizer que a busca é vã, os bons escritores que conhecemos morreram na miséria, melancólicos, sofrendo de solidão ou de doenças implacáveis e algumas vezes os dois ao mesmo tempo.

Ao final da busca infrutífera, Pota nos informa, através de Tom Sawyer, do banal da vida dos escritores: “tratava-se apenas de seres humanos apaixonados, com intenções elevadas, que queriam ser escritores e que, na maioria dos outros aspectos, pareciam mais sensíveis, neuróticos, confusos e infelizes que o normal.” (HELLER, 2002, p. 218). A normalidade possui uma característica cultural muito explícita, uma vez que seus limites variam de acordo com o padrão esperado de comportamento inseridos num contexto sociocultural e familiar (APA, 2014). Quer escritores ou não, cabe refletir se a confusão, sensibilidade e infelicidade não são elas mesmas uma característica do gênero humano, muito além de normal e anormal, mas função inadiável da qualidade de viver.

Numa palestra ministrada por Pota próximo ao final do livro, ele nos traz de forma clara todas as inquietações que já estavam nas entrelinhas de suas outras histórias. Questões relacionadas à natureza do trabalho, desejo de fama e prestígio, cobiça, falta de ritmo e energia mental, angústia e depressão. Momentaneamente, o livro parece perder em matéria de desenvolvimento e aguçamento de curiosidade, pois todas as cartas são dadas, explicadas, esmiuçadas. Não há nada então que o leitor já não tenha antevisto. Parece vir carregado também de um esgotamento, numa narrativa arrastada, como se estivéssemos tão cansados quanto o protagonista, que o sente em tentar escrever algo que lhe seja realmente digno e do leitor em observar a falta de qualidade nos produtos de suas tentativas.

Foto: Gilstéfany Oliveira

“Poderia começar com praticamente qualquer civilização humana de que temos conhecimento, e eu nunca, nunca, conseguiria chegar ao fim, pois as coisas más, selvagens, que os homens e mulheres civilizados, perversos, fazem contra os outros homens e mulheres continuam a suplantar nossa capacidade de fazer um inventário completo de todas elas.” p. 150

Na palestra que tem como título “A literatura do desespero”, Pota procura analisar a obra de grandes autores quando sua vida pessoal está em foco, observando que elementos trágicos estiveram presentes, principalmente ao final de suas vidas. Para isso, utiliza Herman Melville, Joseph Conrad, Henry James, F. Scott Fitzgerald, Charles Dickens, Sylvia Plath e outros para exemplificar como terminam os escritores em situações angustiantes, vulneráveis e levando a uma morte que, muitas vezes, ocorre por motivos pífios. Ao mesmo passo que analisa a biografia desses autores, o protagonista pensa sobre sua própria vida, se visualiza sua morte como uma saída adequada, se é um indivíduo infeliz. As respostas são negativas e o são pois ele tem no outro sua baliza: enquanto sou visto, enquanto sou aceito, enquanto gostam de mim, então sou alguém e faz sentido que eu esteja aqui.

Transferindo-se constantemente de uma história para outra, podemos verificar o mecanismo de autossabotagem promovido pelo protagonista, que não se atém à história que acredita ter potencial e perde então seu tempo em outros relatos. Quando finalmente encontra-se firme em dar continuidade na escrita de um livro sobre sexo na perspectiva de uma mulher, percebe que não as conhece o suficiente. Logo parte em viagens e reencontros de antigos amores na esperança de que lhe surja material suficiente para o livro.

Se Pota alcança seu objetivo ao final deixaremos à descoberta do leitor, na promessa de uma periência metalinguística presente no desfecho que dá ao romance um tom especial. Retrato do artista quando velho é uma elucubração de desespero, um retrato da velhice nos termos em que não existe mais correspondência entre o desejo e a ação, que ecoa sobre o implacável da vida: o tempo e a morte.

FICHA TÉCNICA

RETRATO DO ARTISTA QUANDO VELHO
Editora: Cosac & Naify
Gênero: Romance
Autor: Joseph Heller
Ano de lançamento: 2000
Idioma: Português
Ano: 2002
Páginas: 320

REFERÊNCIAS

HELLER, Joseph. Retrato do artista quando velho. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. 320 p. Tradução de: Luciano Machado.

ASSOCIATION, American Psychiatric (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

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Livro discute a importância da brincadeira na aprendizagem das crianças

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Brincar é importante para as crianças? Para a psicopedagoga e CEO do Instituto Neuro Saber Luciana Brites, é algo fundamental para o desenvolvimento delas. É nessa discussão que se pauta o novo livro da especialista: “Brincar é fundamental – Como entender o neurodesenvolvimento e resgatar a importância do brincar durante a primeira infância”. 

Segundo a autora, a obra pode ser encarada como um guia prático, de linguagem acessível, para mães, pais, educadores e profissionais que lidam com crianças e que desejam compreender melhor, de forma simplificada, o desenvolvimento na primeira infância. 

Para a especialista, o livro tem como proposta central ajudar o leitor a identificar e a compreender as etapas do neurodesenvolvimento da criança. Por exemplo, o público vai entender melhor quais são os estímulos adequados e os aspectos que ajudam na estimulação; vai saber como otimizar o desenvolvimento dos pequenos, seja em casa ou na escola; além de destacar a importância do desenvolvimento adequado na primeira infância para que a criança se torne um adulto pleno, realizado e feliz.

– Reunimos referências de publicações de renomados pesquisadores da área com a proposta de oferecer uma importante base científica para auxiliar efetivamente os pais e profissionais na educação de seus filhos e estudantes – ressalta.  

Fonte: Arquivo Pessoal

Desenvolvendo-se brincando

Segundo Luciana Brites, são nos primeiros anos de vida que o “brincar” representa uma situação de criatividade espontânea capaz de enriquecer o conhecimento, a sociabilidade e as funções cerebrais no processo de aprendizagem. A profissional explica que durante essa atividade a criança emite criatividade, expressa fantasias, sensações, e emoções internas, além de adquirir maturidade, resultados que a gratificam continuamente.

– O brincar é fundamental, porém, você e a sua criança precisam remar juntos, como se estivessem em uma canoa, se quiserem avançar e chegar a algum lugar. Para isso, o apoio e a companhia de pais e professores vão ser valiosos no desenvolvimento adequado delas – conclui.

Fonte: Arquivo Pessoal

Sobre a autora

CEO do Instituto NeuroSaber, Luciana Brites é mestranda em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Mackenzie, especializada em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Centro Universitário Filadélfia (Unifil), em Londrina. É especialista em psicomotricidade pelo Instituto Superior de Psicomotricidade e Educação (ISPE), em São Paulo. Também é palestrante e coautora dos livros “Como saber do que seu filho realmente precisa?” (2018), “Mentes únicas” (2019) e “Crianças desafiadoras” (2019).

 

Livro: Brincar é fundamental – Como entender o neurodesenvolvimento e resgatar a importância do brincar durante a primeira infância

Autora: Luciana Brites

Formato: 16×23

Páginas: 176

Preço de capa: R$39,90

Gênero: Desenvolvimento pessoal/Educação

Link para comprar

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