Manejo da ansiedade a partir da abordagem psicanalítica

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A ansiedade é um transtorno mental que afeta pessoas de todas as idades.

Para falarmos sobre o manejo de ansiedade na clínica psicanalítica, é interessante compreendermos o que de fato é essa tal ansiedade que tanto nos assola. Pois, entende-se que a compreensão dos sintomas por parte do analista e do paciente faz-se necessário para uma boa conduta clínica (ZIMERMAN, 2008).

Dessa forma, para que isso aconteça, a compreensão que há dois tipos de ansiedade, a “patológica” e a “normal” torna-se necessária. O processo de identificação de cada uma delas talvez seja complexo, em vista que ambos podem apresentar os mesmos sintomas ou semelhantes na hora do aperto. Contudo, vale salientar, na intensidade e no período de cada sintoma diante de algum conflito mental.

A ansiedade é traçada pela psicanalise pela tentativa do indivíduo de encontrar meios que solucionem seus conflitos, por meio disso, a construção de um manejo de ansiedade na clínica psicanalítica se faz em conjunto terapeuta-paciente para que se possa chegar, juntos, na mediação dos conflitos da melhor forma. A ansiedade muitas vezes leva o indivíduo a extrema angustia, em casos mais severos pode-se desenvolver transtornos generalizados.

                                                                                                                         Fonte: pixabay

Os transtornos ansiosos são uma reação emocional de uma ameaça do futuro.

 

Nesse viés, para conduzir da melhor forma um caso de ansiedade, embasado no livro de manual de técnicas psicanalítica escrito por Zimerman (2008), cabe ao terapeuta, juntamente com seu paciente, identificar quais os fatores estressantes, seja interno ou externo; e qual fator estimulou o desenvolvimento de uma angústia incontrolada que excede a capacidade que o individuo pode enfrentar naquele momento.

Após esse processo de identificação, o próximo trabalho analítico é acompanhado das ressignificações. Re-siginificar os conteúdos alarmantes e ambientais que a psique da pessoa atribui a um determinado trauma, gerando desconforto em certas situações, sem mesmo que possa perceber ou que pareça banal aos olhos do outro.

O analista tem a função, também, de proporcionar ao paciente a capacidade de ab-reagir, ou seja, trazer a memória os sentimentos, que estão permeando por longas datas, reprimidos inconscientemente, que foram despertados por algum fator estressante atual. Assim, essa forma de “libertar-se” por meio da fala, pode possibilitar ao individuo uma nova forma de significado, ou seja, novas representações daquilo que o deixava ansioso.

Na clínica, quando um paciente se encontra em grande estado de neurose de angustia é comum que haja a tentativa de convencimento da parte dele para com o analista, no sentido de que o ajude a esquecer de todos os sentimentos e traumas já vivenciados. Contudo, trabalhar esses aspectos emocionais que um dia causaram sofrimento pode ser uma forma de manejo que irá ajudá-lo, pois como conclui Zimmermann em seu trabalho “a melhor forma de esquecer seja justamente a de se lembrar”.

Ainda, na conduta psicanalítica, entende-se que o indivíduo tem a capacidade de se desenvolver sem a dependência do analista, dessa forma, cabe ao terapeuta em momento de crises do paciente fortalecer a capacidade de autocontinência, assim podendo dominar a sua própria angustia sem mesmo adentrar no estado total de pânico. Nesse viés, é interessante ressaltar a importância do fortalecimento do “eu”, pois em momentos conflituosos a força de ressignificação vem de dentro pra fora e não o contrário.

Por fim, concluímos que o manejo de ansiedade na clínica psicanalítica é uma construção, inicia-se na relação terapeuta-paciente, percorre o caminho do autoconhecimento, até chegar nas identificações e ressignificações. Essa trajetória o possibilita a liberdade do ser e o do o domínio do seu próprio eu. Vale lembrar, também, que a ansiedade não é algo ruim em si, pois a mesma pode servir como preparo a grandes eventos pessoais, contudo, reforça-se a atenção a intensidade aos sintomas presentes.

 

Referências

BAVIEIRA, Lucas. Angústia e ansiedade: leitura psicanalítica sobre as expressões contemporâneas de sofrimento. Dissertação, São Paulo, 2022.

ZIMERMAN, David Epelbaum. Manual de técnicas psicalítica: uma re-visão. Atmed, Porto Alegre, 2008.

 

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Manejo da ansiedade a partir da Análise do Comportamento

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No Brasil, de acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de 18 milhões de pessoas que sofrem de ansiedade.

É notável o grande número de casos de ansiedade que vem sendo acompanhados pelos psicólogos atualmente, o que evidencia a necessidade de dedicação em lidar da forma mais profissional e ética possível com tal demanda. Isso porque passamos por cenário inédito na história do mundo atual e também porque as pessoas frequentemente encaram a ansiedade, o medo e a incerteza, em suas vidas. É importante que os psicólogos se apresentem habilidosos, com conhecimento e responsabilidade o bastante para atender às demandas recorrentes da ansiedade (ALBUQUERQUE et al., 2022, p. 726).

            A Análise do Comportamento se apresenta como uma das abordagens científicas que contribuem na discussão e manejo da ansiedade, definindo-a como um fenômeno comportamental complexo onde variáveis que mantém o comportamento ansioso podem abranger a filogenia, ontogenia e cultura (VON BACKCHAT e LAURENTI, 2020, p. 15).

Pode-se afirmar, conforme Albuquerque et al. (2022, p.732), que “a ansiedade é um conjunto de respostas de interação com o meio”, onde tem-se um estímulo que anuncia a apresentação de um estímulo aversivo, abreviando a frequência do comportamento que produz, gerando junto ao estímulo pré-aversivo, estados corporais e cessação de comportamentos operantes vigentes (ALBUQUERQUE et al., 2022, p.727).

De modo geral, entende-se que no nível ontogenético, “o comportamento ansioso exibe interações de respostas reflexas e operantes, com topografias abertas e encobertas, que ocorrem com a função de evitar o contato com estímulos aversivos condicionados” (VON BACKCHAT e LAURENTI, 2020, p. 1).

                                                                                                                                         Fonte: Pixabay

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, as mulheres tendem a ser duas vezes mais ansiosas do que os homens, pois estão à mercê das oscilações hormonais.

 

É importante destacar que existe a ansiedade “normal” e a patológica, onde entende-se que a primeira é um estado emocional existente em todos os seres humanos (SANCHES; GOUVEIA-JUNIOR, 2011, P. 23) caracterizada a partir de eventos agradáveis que podem eliciar sentimento de ansiedade em contextos que demandam algum tipo de espera, e a segunda refere-se ao tipo de ansiedade que impede a execução de tarefas do cotidiano do indivíduo, ao envolver grau significativo de sofrimento e frequente emissão de respostas de fuga e esquiva (ZAMIGNANI; BANACO, 2005).

            Como formas de tratamento da ansiedade de acordo à Análise do Comportamento, Pezzato, Brandão e Oshiro (2012) sugerem a utilização de recursos que construam o processo terapêutico menos aversivo e mais reforçador, cooperando para uma relação reforçadora ente o cliente e o terapeuta.

            O psicólogo, ao se utilizar dos conhecimentos oriundos dos estudos analítico comportamentais, realiza análises funcionais dos comportamentos para verificar o que está gerando e mantendo tais comportamentos e qual a função destes para o indivíduo, ou seja, quais as contingências e os estímulos reforçadores ou punitivos estão afetando o cliente/paciente (ALBUQUERQUE et al., 2022).

A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) também entra como importante estratégia e instrumento de intervenção que pode propiciar maior adesão do cliente à terapia (PEZZATO; BRANDÃO e OSHIRO, 2012). A interação entre terapeuta e cliente é o foco dessa psicoterapia, onde o terapeuta responde contingentemente aos comportamentos manifestados em sessão pelo cliente, no “aqui e agora” (Tsai, Kohlenberg, Kanter, Kohlenberg, Follette & Callaghan, 2011).

Para a FAP, um indivíduo age de maneira semelhante fora e dentro da sessão, ou seja, seus comportamentos alvos são evocados durante a sessão, na relação terapeuta-cliente onde tais comportamentos, reconhecidos como CRBs (Comportamentos Clinicamente Relevantes), são divididos em “comportamentos problemas do cliente emitidos em sessão (CRB1), os comportamentos de melhora do cliente em sessão (CRB2) e os comportamentos de interpretação do cliente sobre seu comportamento (CRB3)” (LOVO, 2019, p. 34), tendo como objetivos principais o aumento da frequência de comportamentos de melhora do cliente (CRB2) e a diminuição da frequência daqueles comportamentos problema (CRB1) (LOVO, 2019).

            Pode-se utilizar também do Reforço Diferencial do comportamento verbal no manejo clínico da ansiedade, uma vez que refere-se à realização de questionamento reflexivo com o objetivo de elevar a frequência do comportamento verbal do cliente, lançando mão de perguntas abertas e selecionadas tendo como base o controle discriminativo do comportamento verbal que se caracteriza por instigar o cliente a ser bem sucedido nas suas ações discriminatórias, levando também à elaboração de auto regras (ALBUQUERQUE et al., 2022).

            Além dessas técnicas há o Treino de Habilidades de Solução de Problemas, que contribui para que o indivíduo identifique seus próprios problemas e consiga resolve-los ao invés de praticar a fuga-esquiva, como antes, melhorando assim sua resposta adaptativa para tais situações problema (ALBUQUERQUE et al., 2022). Existem também as técnicas de relaxamento e treino respiratório que auxiliam no equilíbrio das reações físicas da ansiedade e, uma vez praticados, podem reforçar positivamente o indivíduo o levando a realizar essas técnicas mais vezes para que consiga de fato um equilíbrio e consiga realizar suas atividades cotidianas com maior tranquilidade (ALBUQUERQUE et al., 2022).

            Por fim, destaca-se que a literatura analítico comportamental tem definido a ansiedade como um fenômeno comportamental complexo, onde as variáveis que mantém o comportamento ansioso podem abranger os três níveis de variação e seleção (filogenético, ontogenético e cultural), sendo necessários novos estudos principalmente no nível cultural para que novas técnicas e instrumentos possam ser construídos a fim de alcançar melhores resultados no tratamento da ansiedade (VON BACKSCHAT e LAURENTI, 2020).

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Amanda et al. A ANSIEDADE PARA A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 8, n. 6, p. 725-734, 2022.

LOVO, Aline Redressa Boni Rayis. Psicoterapia analítica funcional como tratamento de transtorno de ansiedade social. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

PEZZATO, F. A; BRANDÃO, A. S; OSHIRO, C. K. B. Intervenção baseada na psicoterapia analítica functional em um caso de transtorno de pânico com agorafobia. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. 14, n. 1, p. 74-84, 2012.

SANCHEZ, C. N. M.; GOUVEIA JUNIOR, A. O teste da simulação do falar em público não gera ansiedade em adolescentes surdos ou ouvintes. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. 13, n. 2, p. 21-32, 2011.

Tsai, M., Kohlenberg, R. J., Kanter, J. W., Kohlenberg, B., Follete, W. C., & Callaghan, G. M. (2011). Um guia para a Psicoterapia Analítico Funcional (FAP): consciência, coragem, amor e behaviorismo (F. Conte, & M. Z. Brandão, trads.). Santo André, SP: ESETEc (Obra publicada originalmente em 2009).

VON BACKSCHAT, Letícia De Paula; LAURENTI, Carolina. Um panorama da discussão sobre ansiedade nos periódicos nacionais de análise do comportamento. Revista Uningá, v. 35, p. eRUR3411-eRUR3411, 2020.

ZAMIGNANI, D. R; BANACO, R. A. Um panorama analítico-comportamental sobre os transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, v. 7, n 1, p. 77-92, 2005.

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O manejo da ansiedade na abordagem EMDR

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Você já ouviu falar sobre o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing)?

Essa é uma  nova abordagem da psicologia que tem como premissa básica que nossos comportamentos disfuncionais surgem de traumas não processados. A partir do trauma é utilizado as percepções originais daquela experiência ruim, relembrando as imagens, crenças e emoções negativas. Então é feito o reprocessamento tornando essas lembranças, crenças e emoções negativas menos válidas e menos perturbadoras para o cliente. Isso permite que o cérebro faça conexões adaptativas, saudáveis e sem distorções sobre si. Portanto, a terapia EMDR é usada para ajudar o paciente a aprender com as experiências negativas do passado, dessensibilizar gatilhos presentes que perturbam a pessoa de forma indevida e incorporar modelos para a ação futura que permitem ao cliente realizar-se individualmente e dentro do seu sistema interpessoal.

Essa abordagem reúne de forma integrativa conceitos de algumas terapias como as respostas condicionadas conforme descritas pela terapia comportamental, o conceito de crenças tal como formulado pela terapia cognitiva, as emoções identificadas pelas terapias experienciais, as sensações corporais discriminadas pelas terapias somáticas, as visualizações das terapias hipnóticas e a compreensão contextual trazida da teoria sistêmica.

Nosso cérebro se recupera de forma natural das memórias e eventos traumáticos. Essa recuperação natural acontece no nosso cérebro entre a amígdala cerebral, hipocampo e o córtex pré frontal. Porém, devido a forma como o indivíduo recebeu o fato pode acontecer de não processar o trauma e/ou processar de forma inadequada.

Existem 3 reações possíveis para o estresse – Luta, fuga ou congelamento. Durante o evento traumático a imagem, os pensamentos e emoções ficam gravados de forma original no seu hipocampo. O evento traumático, por não ter sido processado por seu cérebro, se torna uma memória congelada. Seu cérebro faz isso para se manter em e manter em alerta, para que na próxima vez que isso acontecer ele não precise gastar energia como da primeira vez.

Como nossa memória está instalada na  memória de trabalho ela começa a ativar a amígdala com outras imagens estressantes que fazem aumentar a produção de glucocorticóides no seu sistema límbico, aumentando o estresse e ativando o sistema de alerta.

Fonte: Pixabay

Essas novas experiências, que fazem você sentir e pensar da mesma forma que a primeira vez é, chamado de re traumatização.

Re traumatização – após o primeiro evento traumático (chamado de evento chave), seu cérebro cria uma nova forma de reação, sendo um mecanismo de adaptação para os próximos eventos estressantes. Uma nova experiência que faça sentir da mesma forma já se torna um disparador para que o cérebro reaja e se comporte conforme suas percepções.

De acordo com o modelo do processamento adaptativo de informações, que orienta  a prática do EMDR, diríamos que o evento foi processado de forma inadequada e que isso provoca pensamentos, emoções e sensações físicas involuntárias que acabam distorcendo nossas percepções e ações relativas às circunstâncias, semelhantes àquelas vividas. 

Estresse – O estresse é necessário para o bom funcionamento do nosso corpo. Essa funcionalidade do estresse é o que nos fez sobreviver e nos adaptar em meio aos diversos ambientes apresentados para nossa espécie. O estresse, então, foi um fator que contribui para a seleção natural.

Porém, o estresse em grande quantidade deixa de ser funcional quando ele ultrapassa os limites homeostáticos no nosso cérebro.

Nosso cérebro é neuroplástico, o que isso quer dizer? Quer dizer que ele possui circuitos neuronais maleáveis que adaptam-se e moldam-se a nível estrutural e funcional. Quando o estresse é recebido pelos receptores que estão na amígdala há um aumento fisiológico dessa região.

A amígdala cerebral é uma estrutura  situada no nosso sistema límbico e quando ativada por glucocorticóides, principalmente pelo cortisol (Hormônio do estresse), ela liga todo nosso sistema de alerta. Nesse alerta o sistema simpático é ativado e prepara todo nosso organismo para o perigo – aumentando a frequência cardíaca, e a pressão arterial, contrai os músculos, dilata os brônquios, dilata as pupilas e aumenta a transpiração.

Toda essa reação autônoma a um perigo acontece em milésimos de segundos, e essa é a função, nos deixar em alerta para fugirmos ou lutarmos pelo perigo. Essa situação de estresse e ansiedade torna nosso cérebro uma vítima de pesadelos, flashbacks, pensamentos intrusivos e altos níveis de agitação, isso pode ser visto como sinais de um mal processamento dos traumas.

Todo esse funcionamento disfuncional pode gerar ansiedade – que é a sensação de perigo. O que “sequestra” nossa mente a nos desligar do aqui e agora e desregulando nosso sistema nervoso causando sintomas fisiológicos como: aumento dos batimentos cardíacos, agitação, boca seca, sensação de perda de controle porque o seu corpo fica preparado para reagir a uma situação dificil real, porém que já passou. O nosso sistema límbico é atemporal, não faz distinção de passado, presente e futuro. Ele aprende a reagir de acordo como nós percebemos as nossas experiências, o que modela inconscientemente nossas reações a outros estímulos. 

A partir da compreensão do que é ansiedade e qual o caminho para chegar a um cérebro ansioso, como é feita a intervenção na terapia EMDR?

Os clientes podem relatar uma série de ansiedades e comportamentos que atualmente os estão perturbando. Na maioria dos casos a ansiedade do cliente não está relacionada a um trauma grave, geralmente é alguma experiência adversa que se acumula no dia a dia.

A Dr. Francine Shapiro desenvolveu e criou um protocolo para ansiedade atual, é um protocolo que auxilia o psicólogo a se concentrar no que de fato é importante no tratamento. Para iniciar é preciso identificar: 1 – a ansiedade a ser tratada, 2 – a causa inicial e a memória (se disponíveis) ou eventos perturbadores evocados, 3 – as situações atuais que desencadeiam transtornos e 4 – a resposta desejada. 

Antes de passar para o próximo estágio é necessário criar alguns recursos com o cliente para sua auto regulação, como exercícios de respiração, mindfulness, criação do lugar/estado seguro para alcançar o funcionamento adaptativo.

Após recursar o paciente com as técnicas de auto regulação é iniciado o procedimento clássico utilizando as medições (escalas SUDS/VoC) são feitas na medida em que o os alvos são reprocessados por meio dos movimentos bilaterais na seguinte ordem:

1 – Memória inicial ou mais antiga que alimenta a disfunção.

2 – A(s) pior(es) experiência(s) que alimenta(m) a disfunção.

3 – Exemplo mais recente ou mais representativo de uma situação atual que cause ansiedade. Situações diferentes, que desencadeiam a ansiedade, devem ser focadas separadamente.

4 – Projeção futura das respostas emocionais comportamentais desejadas. É útil incluir algumas situações desafiadoras para incorporar resiliência aos modelos futuros.

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Polícia Militar do Estado do Tocantins Promove Campanha de Prevenção ao Suicídio no Setembro Amarelo

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O setembro amarelo é o mês dedicado a campanha de prevenção ao suicídio que deu início no ano de 2015 e hoje se destaca mundialmente como um período em que são abertos espaços de discussões e debates acerca da temática. O reconhecimento da necessidade de se olhar para esse fenômeno vem sendo construída a partir da realidade a cada dia mais preocupante, em que o risco de suicídio, nas diferentes faixas etárias, demonstra que o manejo em lidar com essa questão deve ser amplamente discutido e aplicado seja no âmbito familiar, social ou profissional.

Segundo Botega (2015) o suicídio é multideterminado por um conjunto de fatores de diferentes naturezas, que são externas ou internas aos indivíduos e podem se combinar de forma complexa e variável. Existem uma influência genética, de elementos da história pessoal e familiar, de fatores culturais e socioeconômicos, de acontecimentos estressantes, de traços da personalidade e também de transtornos mentais.

O alerta quanto aos sinais e principalmente a abertura para a possiblidade de oferecer atenção e acolhimento à dor psíquica expressada pelo indivíduo, pode ser um meio de modificar a situação ao qual o panorama do suicídio se apresenta na atualidade.

Fonte: Governo do Tocantins

A Diretoria de Saúde e Promoção Social da Polícia militar do Tocantins (DSPS), por meio do Centro de Atenção à Saúde Integral do Policial Militar (CAISPM) se prontificou durante todo o mês de setembro a realizar orientações e acolhimento via telefone disponível, para a escuta daqueles que se sentirem atravessados pela temática de alguma forma, sejam os policiais militares, como também toda a sociedade em geral, para que possam ser atendidos por profissionais de saúde, numa perspectiva de atenção psicossocial.

Lembrando que essa pauta se faz necessário ser discutida não somente durante o setembro amarelo, mas a atenção deve acontecer de forma ampla e constante e ocupar cada vez mais os espaços de discussão, para que estratégias possam ser implementadas frente a essa problemática.

Deixar uma pessoa se expressar livremente e adotar uma postura sem julgamento e não diretiva produz benefícios que podem fazer a diferença na vida de alguém que pretende o suicídio, por isso se faz importante campanhas que promovam um oportunidade de fala e de escuta receptiva com imenso valor terapêutico.

REFERÊNCIA

BOTEGA, NJ. Crise Suicida: avaliação e manejo. Artmed, Porto Alegre, 2015.

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Manejo psicoterapêutico de disfunções sexuais e parafilias é tema de mesa redonda

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A mesa redonda é parte da programação do CAOS 2019 que acontece no Ceulp até o dia 24 de maio.

Ocorre na manhã desta sexta-feira (24) nas dependências do CEULP/ULBRA, a mesa redonda “Disfunções Sexuais e Parafilias: manejo psicoterapêutico” como parte da programação do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS 2019. As atividades foram conduzidas pela psicóloga Flávia Nascimento e pelo médico psiquiatra Sávio Luiz Severo, mediados pela Psicóloga Ruth do Prado Cabral.

Durante sua fala, Flávia explanou sobre as causas e o manejo clínico das principais disfunções sexuais. De acordo com a psicóloga, a maneira como a educação para os estímulos sexuais acontecem para cada gênero influencia diretamente na sexualidade e nas disfunções sexuais. Em sua fala, o médico psiquiatra Sávio Luiz, abordou a natureza e as causas dos principais transtornos parafílicos e parafilias e suas principais implicações na sociedade, visto que esses comportamentos sexuais também podem causar sofrimento não apenas para o paciente, mas também para terceiros.

Fonte: Arquivo Pessoal

Disfunções sexuais são dificuldades no funcionamento de algum dos elos da resposta sexual que provocam, necessariamente, sofrimento ou desconforto. Entre as categorias estão a falta de desejo sexual, falta de excitação, transtornos da ejaculação e do orgasmo, dispareunia e vaginismo. Transtornos Parafílicos e Parafilias são interesses sexuais intensos e persistentes que diferem de estimulações genitais ou carícias com pessoas que consentem e que tenham maturidade física, causando sofrimento para si ou para outros.

Flávia Christine Nascimento é psicóloga, especialista em Sexologia Clínica, Terapia Sexual e Transpessoal Centrada no Corpo. Sávio Luiz Severo é médico psiquiatra, especialista em dependência química, especialista em transtornos de humor.

Mais informações podem ser obtidas no site do evento.

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