Relato de experiência sobre a realização de projeto de intervenção para divulgação do salário-maternidade

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O salário-maternidade é um benefício previdenciário destinado às pessoas que se afastam do trabalho em decorrência de: nascimento de filho, aborto não criminoso, adoção, guarda judicial para fins de adoção, fetos natimortos. Este benefício destinado a trabalhadores segurados pelo INSS, principalmente as mulheres, serve para que não fiquem sem auxílio financeiro nas hipóteses acima citadas. O auxílio-maternidade se estende a pessoas do sexo masculino, também com duração de cento e vinte dias em caso de adoção, guarda para fins de adoção ou falecimento da mãe da criança. Esse benefício tem inúmeras particularidades e de grande relevância social, portanto, faz-se necessário o conhecimento e a divulgação dos requisitos por parte da população.

Embora exista o advento dos meios de comunicação atualmente, o benefício de salário-maternidade ainda não é conhecido e utilizado por todos aqueles que tem este direito, fazendo com que os segurados deixem de exercer um direito que lhes caberia e é por isso que escolhemos colocar em prática esse projeto, a intenção é levar informação ao maior número de pessoas possível e diminuir as dúvidas e burocracias. O objetivo desse artigo é relatar como está sendo desenvolver esse projeto tão importante e quais as dificuldades enfrentadas até o momento.

Fonte: encurtador.com.br/qBKUW

Relato de experiência

A atividade de instrução e cadastramento foi feita no Centro De Saúde Da Comunidade 403 Norte – Csc 403 Norte, no segundo espaço de espera para atendimento, o objetivo era não interferir na rotina da equipe de saúde e atender a população interessada enquanto elas esperavam atendimento. Colocamos uma mesa para os computadores e cadeiras para que as pessoas se sentassem e fizessem o cadastramento com mais conforto. Um banner indicava o projeto e de qual universidade somos, além disso duas de nós falávamos com as pessoas a respeito do projeto e se elas se interessavam em participar. Além de instrução e cadastramento nós fizemos oficinas de cada profissão representada pelas alunas, tínhamos oficinas sobre técnicas de relaxamento progressivo de Jacobson por parte das alunas de psicologia, orientação sobre a saúde bucal da gestante e do bebê com a aluna de odontologia; discussão sobre a importância da suplementação com a aluna de farmácia; alongamentos e exercícios específicos para gestantes com as alunas de educação física; todas tinham placas que indicavam a oficina oferecida e também foram distribuídos folhetos durante o acontecimento das oficinas com informações de cada oficina especificamente.

A proposta inicial do projeto estabelecia que deveria ser aplicado na comunidade, e com uma equipe interprofissional, e assim foi feito, mas algumas ideias foram modificadas ao longo do caminho. No primeiro encontro que aconteceu no dia 05 (cinco) de abril de 2022, devíamos oferecer uma aula de yoga para gestantes com a intenção de chamar atenção da população para o conteúdo informativo, porém o contato com a professora de yoga foi perdido, impossibilitando essa atividade. Mesmo sem a aula de yoga, o primeiro encontro foi bem agitado, pois a unidade de saúde estava cheia e as pessoas eram bem participativas, algumas não estavam interessadas no salário maternidade, mas ainda assim participaram das outras oficinas disponíveis. A equipe de saúde do local foi bem receptiva e informava as gestantes que chegavam ao local sobre o projeto que estava acontecendo. Os recursos didáticos distribuídos nos folhetos foram selecionados pelas alunas, o que facilitou na hora da aplicação dos conteúdos, como as técnicas de alongamento indicadas no folheto foram selecionadas pelas alunas de educação física e as mesmas iriam aplicá-las, a atividade foi leve e não tivemos muitas dificuldades, o mesmo se aplica as oficinas de psicologia, farmácia e odontologia.

As atividades duraram das 08:00 (oito) horas até 11:00 (onze) horas, com térmico mais cedo que o previsto pois a agenda de atendimento às gestantes da unidade de saúde havia sido modificada, o que foi conversado e ajustado com a enfermeira responsável para que no segundo encontro mais gestantes participassem. Após o encerramento das atividades nós reorganizamos os materiais da unidade de saúde utilizados e recolhemos os materiais que nós levamos. Durante o segundo encontro que aconteceu no dia 12 (doze) de abril de 2022, o movimento de mães e gestantes foi baixo, apenas quatro gestantes fizeram o cadastramento no INSS para o recebimento do salário-maternidade. Então não tivemos muito trabalho, foram feitos alongamentos com os pacientes que estavam aguardando atendimento e quiseram participar, e folhetos foram distribuídos. Algumas alunas estavam divulgando os serviços oferecidos nas oficinas para as pessoas que aguardavam a triagem na outra sala de espera, mas mesmo assim a ação terminou mais cedo que o previsto novamente.

Fonte: encurtador.com.br/nvGV4

Considerações Finais

A realização deste projeto possibilitou aos alunos, um leque de conhecimentos sobre o salário maternidade e como cada curso pode contribuir para a divulgação. Trazendo conhecimentos sobre diversas áreas, ocorrendo assim troca de conhecimento e uma grande experiência individual para cada aluno.

Sendo notório médio interesse da população que estava presente no centro de saúde para participação nas oficinas de alongamentos, relaxamentos, entre outras, ocorrendo um maior interesse das gestantes ou as mães sobre o salário maternidade. Em diversos momentos quando convidávamos as gestantes para conhecer sobre o salário maternidade a maioria não conheciam esse benefício, mas, pela falta de tempo acabava perdendo o interesse em fazer o cadastramento

Após a finalização do cadastramento os resultados mostraram que devemos avançar no sentindo de ofertar formas de gerar conhecimento para as gestantes e mães. Com pouco conhecimento das gestantes sobre o tema abordado, obtivemos um bom resultado em números de cadastramento de acordo ao público frequentado nos dias de ação.

Diante disso, conclui-se que a intervenção teve um aspecto positivo e foi bem recepcionada pelos participantes. Onde, uma quantidade considerável de mães e gestantes conseguiram realizar o cadastramento e adquiriram conhecimento sobre seus direitos ao Salário Maternidade.

Fonte: encurtador.com.br/enpBC

Referências

DEMO, Roberto Luis Luchi; SOMARIVA, Maria Salute. Benefícios previdenciários e seu regime jurídico: salário-família, salário-maternidade, auxílio-reclusão e seguro-desemprego. Revista de direito do trabalho, São Paulo, v. 32, n. 122, p. 141-158, abr./jun. 2006.

VIEIRA, Luân Alves. Concessão do salário maternidade ao segurado do sexo masculino: um estudo sobre a lei 12.873/2013. 2014, 57fl. – Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais – Direito). Centro de Ciências Jurídicas e Sociais, Universidade Federal de Campina Grande. – Sousa/PB – Brasil, 2014.

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Considerações acerca da depressão pós-parto

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O sofrimento psíquico vivenciado por uma parcela significativa de mulheres, após o nascimento do bebê, que implica em transformações de natureza psicoafetiva na vida das mesmas, pode ser compreendido como a manifestação da chamada depressão pós-parto. Esse tipo de transtorno, tem sido bastante estudado, justamente por apresentar certa dificuldade, em ser de fato notificado o seu real acontecimento, incidindo em dúvidas e por vezes ainda, em intervenções inadequadas (COUTINHO; SARAIVA, 2008).

 

Fonte: Imagem no Freepik

Para melhor compreensão da manifestação da depressão pós-parto, se faz necessário enfocar que esse tipo de sofrimento psíquico pode ser caracterizado, enquanto mal-estar moderno, uma espécie de transtorno reativo amplamente identificado em vários perfis humanos. Nesse sentido é imprescindível ampliar as discussões acerca do assunto, pois faz parte de um contexto atual, que por muito tempo foi sequer mencionado e precisa ser melhor estudado, principalmente pelos profissionais de saúde em geral, que atendem cotidianamente casos dessa natureza, e ainda não se sentem, em sua grande maioria, seguros em identificar a ocorrência desse transtorno, muito ainda confundido com outras transformações que podem ocorrer naturalmente no puerpério (COUTINHO; SARAIVA, 2008).

De acordo com Coutinho e Saraiva (2008), o nascimento de um bebê provoca várias transformações dentro de uma família, pois implica em alterações e novas adaptações na rotina diária, que podem está associados ao surgimento de problemas emocionais, e nesse contexto, a evolução para o sofrimento psíquico que, pode se encontrar manifesto na esfera afetiva, na dor mental, bem como na esfera física e também nas condições fisiológicas em geral.

Dessa forma, o puerpério é considerado como um período caracterizado por transformações de ordem biológica, psicológica e social, sendo a depressão pós-parto um episódio associado com o nascimento do bebê que se inicia ainda na gestação, sendo continuada após o parto. E apesar da etiologia da mesma, não ser totalmente conhecida e haver ainda discordâncias, no âmbito da literatura, são apontados critérios para sua classificação relacionados primeiramente, a fatores hormonais e fisiológicos, seguidos dos fatores sociodemográficos, e posteriormente os fatores psicossociais (ARRAIS; ARAÙJO, 2017).

Fonte: Imagem no Freepik

De acordo com Schmidt, Piccoloto e Müller (2005), os sintomas da depressão pós-parto incluem irritabilidade, choro com frequência, sentimento de desamparo, falta de motivação, desinteresse sexual, alterações na alimentação e sono, entre sensação de incapacidade e queixas psicossomáticas. Em situações consideradas mais graves, podem se manifestar pela intensa melancolia, que pode evoluir para pensamentos delirantes, episódios psicóticos, ocasionando em alguns casos na ocorrência de abandono do bebê ou infanticídio. 

Diversos fatores estão associados ao desenvolvimento da depressão pós-parto e em sua grande maioria se relaciona com o bebê, como prematuridade, intercorrências neonatais, e ainda malformações congênitas, porém ainda podem ser reconhecidos os fatores socioculturais, como decepções na vida profissional, bem como fatores físicos relacionados as alterações hormonais. Sendo recentemente identificados como também importantes, os seguintes fatores a serem considerados: a situação socioeconômica, baixa autoestima, dificuldades na relação conjugal e a gravidez não desejada (SCHIMIDT; PICCOLOTO; MÜLLER, 2005).

Segundo Schimidt, Piccoloto e Müller (2005) atualmente vem se apresentando uma associação entre a depressão pós-parto e problemas posteriores do desenvolvimento das crianças, incluindo comprometimento da saúde física, o que ocasiona numa readaptação da rotina familiar, o que pode causar sofrimento e adoecimento.  Vale ressaltar que, além disso, é importante acrescentar, que os impactos dessa problemática na vida da mãe e do filho são das mais diversas e estudos apontam para interferências diretas na percepção quanto a sua função materna, ocasionando em sintomas da depressão pós-parto.

A depressão pós-parto se apresenta, antes de tudo, com a expressão de uma dor vivenciada a partir da experiência da maternidade, com isso os enfrentamentos são de natureza íntima no campo da percepção que impacta o emocional e marca o corpo e os pensamentos das mulheres a desenvolvem, mas também surgem no espaço coletivo, quando estas não são compreendidas e até julgadas. Portanto, ao olhar essa problemática é importante observar, que trata-se de um sujeito em sofrimento, que não escolhe, mas que se apresenta e que necessita ser cuidado.

Fonte: Imagem no Freepik

Referências: 

ARRAIS, A. da R.; ARAÚJO, T.C.C.F de. Depressão pós-parto: uma revisão sobre fatores de risco e de proteção. Psic., Saúde & Doenças vol.18 no.3 Lisboa dez. 2017. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-00862017000300016. Acesso em 25/10/2021.

COUTINHO, M. da P. de L.; SARAIVA, E. R. de A. Depressão pós-parto: considerações teóricas. Estud. pesqui. psicol. v.8 n.3 Rio de Janeiro dez. 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812008000300014. Acesso em 25/10/2021.

SCHIMIDT, E. B.; PICCOLOTO, N. M.; MÜLLER, M. C. Depressão pós-parto: fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico-USF, v. 10, n. 1, p. 61-68, jan./jun. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusf/v10n1/v10n1a08.pdf. Acesso em 25/04/2019. Acesso em 25/10/2021.

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No Tocantins, 39% das mulheres têm medo de perder o emprego por conta da gravidez, revela estudo

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Pesquisa realizada ano passado pela FGV, publicada em julho, com 247 mil mulheres, entre 25 e 35 anos de idade, mostrou que metade delas perdeu o emprego dois anos após a licença-maternidade.  A probabilidade de demissão após o período da licença, logo no segundo mês de retorno ao trabalho, é de 10%.
Esses dados de estudos recentes mostram o quão complexo é para a mulher desfrutar de ascensão profissional, quando se é mãe ou quando decide gerar um filho.

Estudo recente sobre Carreira e Maternidade

O site Trocando Fraldas realizou a segunda edição da pesquisa Carreira e Maternidade, desta vez com 10 mil participantes de todo o país. Assim como em 2017, 3 em cada 7 mulheres afirmaram sentir medo de perder o emprego por conta da gravidez.
Este medo do desemprego após a maternidade é maior na faixa etária entre 18 e 24 anos, representando o percentual de 45%.

Fonte: Trocando Fraldas

Os estados Amapá, Acre e Amazonas, no quesito de mulheres com medo de perder o emprego, representam mais da metade do público feminino. No Tocantins, 39% das mulheres têm medo de perder o emprego por conta da gravidez. São Luís, Rio de Janeiro e Curitiba são as regiões em que o índice de medo de desemprego por gravidez é maior, com 46% e 48%, respectivamente.

Outros dados importantes da pesquisa são o de que 43% das mulheres acreditam que o chefe não ‘aprovaria’ a gravidez e 19% das mulheres sentem vontade de ser demitidas na hora, pelo constrangimento de anunciar a gestação no trabalho.

Depois da volta da licença-maternidade, 28% das mulheres consideram difícil conseguir uma vaga para a criança na creche. As dificuldades são maiores nas regiões Centro-Oeste e Sul.
Estes dados de pesquisas recentes revelam problemas sociais graves em relação ao público feminino no mercado de trabalho, quando gerar um filho representa, na maioria dos casos, um empecilho para que se mantenha o emprego.

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