Homem da sociedade ou da natureza?

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Com a rápida urbanização advinda do início do século XX, muitos utensílios foram criados para deixar o dia a dia mais prático, entretanto, ao invés das pessoas terem mais tempo livre e de qualidade, elas estão mais apressadas, preocupadas e ansiosas.

O homem na sua época de agricultor tinha que ter paciência para esperar o tempo da colheita, ficar atento aos sinais da natureza, já o homem urbano é muito imediato, consegue o alimento pronto com menos da metade do esforço que antes era feito, isso também o faz projetar essa praticidade e pressa em outras áreas de sua vida e deixa de estar conectado à assuntos relacionados a natureza pois não a reconhece como seu hábitat, deixando de se importar com o desenvolvimento sustentável e esquecendo suas origens.

Fonte: encurtador.com.br/aDNWZ

O crescente uso dos recursos naturais em prol do desenvolvimento tecnológico e econômico, é visto como algo bom, porque aparentemente traz benefícios a todos, mas é tudo um conto de fadas?

Com a ajuda da tecnologia o número de mortalidade infantil diminuiu, a medicina ficou mais eficiente, a comunicação mais acessível, mas, também contribui para o aumento da probabilidade de surgimento de transtornos psicológicos devido a correria, a necessidade de buscar sempre mais, cumprir prazos e responsabilidades, conciliar um emprego, cuidar da família, vida doméstica e se sobrar tempo, tomar uma cerveja depois do expediente.

Crises de ansiedade, pânico, depressão, estresse pós-traumático são patologias cada vez mais comuns e características desse século, causado em parte por esse novo modo de se relacionar, sendo consequências do meio em que se vive. Vendo a situação por essa perspectiva, o problema deixa de ser individualizado e passa a ser social, sendo questão de saúde pública.

Fonte: encurtador.com.br/chloC

Um ambiente equilibrado depende do bem-estar físico, mental e social, então o impacto do meio ambiente, muitas vezes subjugado nessa equação, é de suma importância à saúde mental.

Marquês de Sade, um escritor francês disse: “Antes de ser um homem da sociedade, sou-o da natureza”. Como exemplificação dessa frase, a Costa Rica é considerada o povo mais feliz do mundo, visto do ponto de sintonia com a natureza e sustentabilidade, e não sobre progresso econômico.

Apesar de parecer, esse texto não é um incentivo para abandonar a vida urbana e se isolar em alguma caverna, mas para valorizar o meio ambiente e preservá-lo, depois de termos usufruído por tanto tempo, afinal, é de onde viemos, onde estamos e o único lugar onde podemos ir.

Referências

Quem disse. Disponível em: <  https://quemdisse.com.br/frase/antes-ser-um-homem-da-sociedade-sou-o-da-natureza/55428/ >. Acesso em: 4 Ago. 2018.

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Sustentabilidade Líquida na Contemporaneidade

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Como iniciar este texto sem apelar à pieguice do tema na contemporaneidade, quando vemos propagandas apelativas na televisão, inúmeras produções de Hollywood falando sobre a preservação, cartazes espalhados pelo chão, pessoas gritando a plenos pulmões “Salve o Planeta”, marcas famosas criando produtos biossustentáveis? E, ainda assim, a sustentabilidade parece longe de ser alcançada; todas as ações voltadas para este fim parecem fazer eclipse no ideal que visamos. Zigmunt Bauman outrora discursara sobre a vida líquida, “a vida líquida, assim como a sociedade líquido-moderna, não pode manter a forma ou permanecer em seu curso por muito tempo” (BAUMAN, 2007, p. 7). Gostaria, portanto, de produzir uma reflexão no leitor ao pensar no conceito de consciência sustentável líquida. Será possível pensarmos em uma consciência ecológica que não se sustenta por muito tempo em decorrência do imediatismo presente na corrida industrial do século XXI?

Em tempos remotos, era possível notar uma postura de respeito e comunhão, e até submissão, do homem com a natureza, quando as explicações para os fenômenos que ocorriam se davam ao poder de uma força maior. Hodiernamente, nota-se uma postura antropocêntrica e, conforme Bonazina et. al. (s/d) “economicista-predatória, em que o ser humano coloca-se como centro do Universo”. Por conseguinte, esta mudança na relação de homem-natureza ocasionou em uma ruptura no processo de subjetividade do ser humano, ao pensarmos na Ecopsicologia como norteador da análise do homem como parte fundamental e ativa na natureza, e esta como unidade constituinte da identidade do homem. Tal como elucida Bonazina et. al. (s/d),

A Ecopsicologia surge como um ramo da Ciência que parte de uma análise da subjetividade humana, das relações que caracterizam o convívio social e das relações do homem com o meio ambiente, para a construção de uma “nova psicologia do meio ambiente, que nos ajude a entender o que devemos fazer e continuar fazendo, individual e coletivamente, de forma que possamos mudar nossa conduta, local e global, para salvarmos a vida do planeta”.

A Ecopsicologia é, pois interdisciplinar e transdisciplinar, na medida em que perpassa por outras ciências – Ecologia, Psicologia, Sustentabilidade e, através do pensamento crítico, vai além da disciplinaridade para compreender os fenômenos culturais, sociais e econômicos criados pelo contexto de onde provêm (CARVALHO, 2013).

Não é possível falar da ruptura homem-natureza, sem citar as rupturas que acometem as relações sociais e do homem com sua subjetividade. Neste ínterim, portanto, vale citar Guatarri quando nos propõe a ecosofia que articula três princípios ecológicos, “do meio ambiente, o das relações sociais e o da subjetividade humana” (2001, p. 8) que se produzem e são produzidos em um mesmo processo. Em outra instância, Bonazina et. al. (s/d) nos confere estes três conceitos, pressupondo a re-significação dos atuais valores e percepções que nos permitam alcançar o desenvolvimento sustentável, tal como preconiza Metzner “[…] Nós somos parte da natureza, estamos na Terra, não sobre ela” (apud BONAZINA et. al., s/d, grifo nosso). E se, como apontou Bauman, a sociedade é líquido-moderna e é vivida constantemente em condições de incerteza, “o problema é apegar-se firmemente à única identidade disponível e manter juntos seus pedaços e partes” (BAUMAN, 2007, p. 13).

O outro registro são as relações sociais, as circunstâncias que permitem ao indivíduo desenvolver-se como sujeito. “[…] a sociedade não tem substância própria, precisa dos indivíduos para ser o que é, e estes, precisam da sociedade para existir” (BONAZINA et. al., s/d, p. 4).  É no meio social que o indivíduo se constitui, e na constituição das subjetividades são construídos os valores sociais e as relações de poder em um momento de produção capitalística onde as inovações tecnológicas têm apresentado inúmeros impactos no meio ambiente, podendo ser positivos ou negativos, e neste momento mostra-se o registro ecológico frisado por Guatarri, o meio ambiente.

A subjetividade é, portanto, as formas de se produzir enquanto sujeito nas relações do eu com o outro, com as experiências de vida e no contato com o ambiente. Trazendo ao nosso modelo econômico vigente, “o capitalismo redimensionou a esfera da subjetividade, introduzindo novas formas de pensar, agir e ser, padronizando os desejos e ações humanas” (POSSOLLI, s/d, p. 130), na medida em que a subjetividade é moldada segundo a semiótica dominante, neste caso, o capitalismo. É nesta lógica dominante, aliada aos recursos tecnológicos e midiáticos do mundo pós-moderno que se produzem e mantém o status quo das subjetividades capitalísticas. Estas subjetividades dominantes, por sua vez, nos denotam ao conceito explicitado anteriormente de consciência sustentável líquida, aquela que não se mantém, e que se produz na relação com o exterior. Pode-se dizer, então, que sustentabilidade está na moda? É um meio de se atingir um status de solidário e redimir-se de sua culpa quanto aos atos contra a natureza? Poli e Hazan (2013, p. 391) explicitam que,

Essa visão inocente e singela da sustentabilidade serve à superficialidade do homem contemporâneo e apazigua a leve lembrança que carrega dentro de si de que deve ser solidário ao outro, de que deve respeitar o espaço que ocupa e que o rodeia, além de todos os elementos que compõem o seu habitat.

Evidencia-se o discurso midiático que promove a sustentabilidade ideológica como forma de “vender seu produto”. As novas formas de ser e de viver na contemporaneidade produzem e são produzidas pelo consumo desenfreado, desencadeando a dita sociedade líquido-moderna produtora de novas subjetividades que tem como principal objetivo a remoção do lixo que, segundo Bauman (2001, p. 17) “entre as indústrias da sociedade de consumo, a de produção de lixo é a mais sólida e imune a crises”.

 

NOTA:

O presente texto “Sustentabilidade Líquida na Contemporaneidade” é um recorte do projeto de extensão Sustentabilidade e Resíduos Sólidos que esteve em andamento no ano de 2014 no Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), coordenado pela professora Esp. Lauriane Moreira, do curso de Psicologia. O projeto, como objetivo geral, visa à conscientização dos acadêmicos através de ações sustentáveis, tal como a coleta seletiva e a reciclagem de resíduos sólidos. O texto é uma ação, dentre várias, que visa atingir a comunidade acadêmica de modo geral, e aos demais públicos visitantes do Portal (En)Cena, através da sensibilização operada pelas ações e abrangência de conhecimentos acerca da sustentabilidade ambiental e reutilização dos resíduos sólidos.

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Alice no fundo do mar

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Uma aventura no fundo do mar. Uma garota guiada pelas nadadeiras de uma tartaruga marinha. Uma história contada de forma lúdica e que explora o problema da poluição dos oceanos e a ocupação desenfreada do litoral brasileiro. Esse é o contexto do livro: Alice no fundo do mar, de autoria da socióloga Vanessa Labarrere.

Indicada para crianças de seis a nove anos, a narrativa é leve e bem-humorada. A autora homenageia, nesta obra, o clássico da literatura infantil Alice no País das Maravilhas, do escritor inglês Lewis Carrol (1832-1898), e, na vivência da garota que fala com os animais, se aproxima de outro personagem clássico, o Dr. Dolittle, criado pelo escritor inglês Hugh Lofting (1886-1947). O prefácio é do contista e pesquisador brasileiro Marco Haurélio.

Filha de biólogo, a personagem Alice, inicia seu interesse pela natureza e vai descobrindo a influência da humanidade em cada lugar por onde passa e como as construções que desenvolve, nada sustentáveis, agridem toda forma de vida que os cerca.  Mas é ao lado da tartaruga marinha Madu, que a curiosa garota entra em contato com o mundo debaixo d’água e se interessa ainda mais pelos seres vivos do oceano.

Guiada através das nadadeiras de sua nova amiga, Alice conhece o efeito devastador da poluição, que causa sérios danos também à vida subaquática. Ela se envolve em várias “histórias de pescador”, na tentativa de fazer uma faxina nos corais, em que é auxiliada por prestativos e inteligentes golfinhos.

O En(Cena), entrevista a autora Vanessa Labarrere, socióloga e mestre em Linguística e especialista em Educação Ambiental. A autora, alerta para a maneira de educar as crianças para que compreendam a importância do meio ambiente e do equilibro ecológico.

Vanessa Labarrere – Foto: Arquivo Pessoal

En(Cena) – Como nasceu a iniciativa de escrever sobre o tema conscientização ambiental?

Vanessa Labarrere– Cursei uma especialização em educação ambiental e senti necessidade de desenvolver um trabalho voltado para as crianças. Acredito que a educação ambiental deva começar desde cedo. Se aprendermos hábitos ecologicamente corretos desde pequenos, nos tornaremos adultos conscientes e transformaremos a sociedade em que vivemos numa sociedade sustentável.

En(Cena) – Qual a relação entre sua obra: “Alice no fundo do mar” e o clássico da literatura infantil “Alice no País das Maravilhas”?

Vanessa Labarrere– As duas Alices são curiosas, independentes, espertas e dotadas de pensamento crítico.

En(Cena) – No desenrolar dos fatos que ocorrem no livro, o que a personagem “Alice”, consegue concluir diante da situação emergencial com os problemas causados pela humanidade na natureza?

Vanessa Labarrere– Alice conclui que as pessoas precisam agir com rapidez na mudança de hábitos, pois as ações humanas têm impactos negativos e destrutivos sobre a vida das demais espécies. Dentro daquilo que está ao seu alcance, Alice aprende que o lixo deve ser jogado somente em locais específicos e que deve ser separado e destinado à reciclagem.

En(Cena) – Explica um pouco a função da “tartaruga marinha Madu”, como personagem animada da obra?

Vanessa Labarrere– A tartaruga marinha será justamente quem mostrará a Alice os impactos que o lixo humano descartado incorretamente exerce sobre a fauna marinha. A ideia era mostrar esse problema ambiental às crianças de forma lúdica e divertida, por meio de uma história de aventura e fantasia que trata de problemas reais da atual sociedade.

En(Cena) – Você acredita que um trabalho fundamentado conscientizando desde as crianças pode tornar melhor o futuro do meio ambiente e consequentemente o da humanidade, ou isso é inevitável?

Vanessa Labarrere– Eu acredito que as pessoas terão de se adaptar e as sociedades terão de se transformar para que os ecossistemas não entrem em colapso e a vida no planeta não seja ameaçada. Os problemas ambientais os mais diversos, desde mudanças climáticas, impactos dos resíduos sólidos, desmatamento, seca, falta d’água, dentre outros, estão muitas vezes interligados e são em grande parte consequência da ação humana. A educação ambiental tem como propósito sensibilizar as pessoas sobre a questão ecológica e a necessidade de adotar novos hábitos e transformar a sociedade, o que inclui desenvolver tecnologias limpas. Tudo isso já está sendo feito, mas ainda de forma lenta e em pequenos setores da sociedade. É preciso que essa sensibilização atinja aos indivíduos, aos governos e aos setores produtivos da sociedade em sua totalidade.

En(Cena) – O que você imagina para o futuro da humanidade caso não seja aplicado ações de sustentabilidade em relação a produção e descarte de lixo e a ocupação desordenada dos litorais?

Vanessa Labarrere– O lixo é um sério problema. Em solo, se inadequadamente descartado e tratado, causa acúmulo de dejetos e a necessidade de destinar cada vez mais áreas para esse fim, além de contaminar lençóis freáticos  e produzir gases que aumentam o efeito estufa. Se descartado no mar, ameaça a fauna e a flora, desequilibrando o ecossistema marinho, levando espécies à extinção e reduzindo os estoques pesqueiros. A ocupação desenfreada dos litorais reduz as áreas de manguezais, que funcionam como berçários para as espécies marinhas, levando espécies à extinção e também reduzindo os estoques pesqueiros.

En(Cena) – Você acredita que, temas como a poluição do meio ambiente e o uso desenfreado de nossos rios, litorais e oceanos, tem ligação com uma possível deficiência do sistema de educação fundamental no Brasil?

Vanessa Labarrere– Como educadora ambiental considero que os problemas ambientais, para que sejam sanados, devem ser alvo de políticas educacionais. A sensibilização é parte da solução. A educação ambiental deve ocorrer desde o ensino fundamental, para que as crianças de hoje sejam os adultos conscientes de amanhã. Contudo, além da educação ambiental, outras medidas são necessárias, como a aplicação da legislação ambiental, ações de fiscalização, aplicação de penalidades aos infratores, estímulo ao fomento de tecnologias sustentáveis, etc.

En(Cena) – O investimento em educação social através da leitura prova que a cultura do brasileiro não atende a essas estratégias de conscientização, devido nossas crianças não ter como primordial o interesse pelos livros, o que pretende transmitir de diferencial para alcançar a atenção dos que serão o futuro da Nação?

Vanessa Labarrere– As crianças que não se interessam pelos livros não o fazem porque não foram estimuladas a tanto. Os livros impressos e em formato digital ou áudio despertam a atenção e a curiosidade das crianças quando apropriados a sua faixa etária e trabalhados de maneira contextualizada em sala de aula ou lidos pelos pais para seus filhos. A leitura de pais para filhos é um grande prazer em família e uma excelente forma de estimular a paixão das crianças pelos livros entre aquelas crianças que ainda não sabem ler. Isso as estimula a querer ler depois de alfabetizadas. Os pais devem incentivar esses momentos e participar com seus filhos da leitura de livros em casa.

 

FICHA TÉCNICA DO LIVRO

ALICE NO FUNDO DO MAR

Autora: Vanessa Labarrere
Editora: Nova Alexandria
Classificação indicativa: de 6 a 9 anos
Tamanho: 16X23cm
Páginas: 52
Preço: R$ 37,00

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Dona Antônia: se destruírem a Amazônia o mundo adoece

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Foto Dona Antonia
Dona Antônia das Neves, pensionista, encontrou alegria em projeto que envolve cultura e saúde.
Foto: Sonielson Luciano de Sousa

A marabaense Antônia Alves das Neves, 67 anos, era só alegria nos quatro dias da IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, ocorrida em Brasília/DF, de 12 a 15 de março. Esta é a primeira vez que ela viaja pelo projeto “Transformance”, idealizado há vários anos pelo galês Dan Baron, que trocou a Europa pelo interior da Amazônia, onde desenvolve mais de uma dúzia de ações focadas em meio ambiente e saúde preventiva.

Uma das típicas representantes das populações tradicionais da região Norte do país, de pele escura, muita disposição e um grande sorriso no rosto, dona Antônia ainda se utiliza de plantas medicinais para prevenir e tratar patologias, como a gripe, diarreias e alergias. “Meu filho, eu uso isso [as plantas] desde menina, aprendi desde cedo, e você ainda vai encontrar muita gente lá em Marabá que usa [ervas medicinais]. Muitas vezes as pessoas estão gastando muito dinheiro comprando remédios e não resolve, sendo que um chá ou uma garrafada poderia atender”, enfatizou.

Viúva há 10 anos, dona Antônia é pensionista e viu na alegria das netas (ao todo ela tem 20 netos) uma forma de enfrentar a morte do marido, vítima de acidente de trânsito. “Passei a ver minhas netas participando desses movimentos do Dan [Baron], e percebi que uma delas chegou até a viajar para a Colômbia, para tentar dizer ‘pro’ povo lá fora que se destruírem a Amazônia o mundo adoece, e fiquei interessada em participar”, conta, ao relatar sua entrada no projeto que alerta para a necessidade de cultivar as raízes culturais, a produção de arte popular e os laços sociais como forma de se evitar e enfrentar o adoecimento.

Dona Antônia é uma espécie de “faz de tudo” no “Transformance”. Ela participa das campanhas de conscientização em Marabá/PA, além de ajudar na organização de eventos e de apresentações. “Sinto uma alegria grande quando vejo minhas netas dançando no grupo, viajando para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, falando da importância da preservação da nossa Amazônia para que o planeta não adoeça”, comenta.

Trabalhadora da roça por muitas décadas, dona Antônia tem uma ligação intensa com o campo, com a natureza. Ela fazia a farinha para o próprio consumo, e só comprava produtos industrializados em último caso. Depois, ao se mudar para a cidade, percebeu que algumas pessoas estavam lutando para preservar estes costumes. “Me disseram que o que a gente fazia ajudava a preserva a natureza e ter uma saúde boa. Comecei a ver valor no que eu tinha feito durante a vida inteira”, conta, para em seguida destacar que outra de suas netas está com uma viagem marcada para Washington (DC). “Ela vai participar de um evento, meu filho, um evento no exterior para alertar sobre o problema que a Amazônia ‘tá’ passando, e o sofrimento e falta de saúde que isso pode levar”, explica.

Recentemente dona Antônia descobriu que estava com um mioma no útero, e teve que fazer uma vasectomia. Por causa disso, viaja constantemente para Belém, onde faz acompanhamento médico. “Mesmo assim, eu me dedico a esse projeto do Dan [Baron], é uma coisa que vejo futuro, que me alegra e também gosto de ver as meninas felizes (em referência às netas). Eu tenho aprendido muita coisa com isso aí, e espero que outras pessoas vejam os benefícios de se viver de forma simples. Com este projeto, minha vida mudou”, finalizou.

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