Metaverso e novas tecnologias: estamos caminhando para imortalidade virtual

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Desde os seus primórdios a humanidade sonha em como seria a vida se ela fosse imortal, religiões pregam uma vida imortal em outro plano. Na ficção não é diferente, obras literárias, revistas em quadrinhos, desenhos, filmes e séries de televisão já abordaram o tema sobre diversas perspectivas.

A última forma de imortalidade que pude ter contato foi a descrita na série de Altered Carbon, produzida por Laeta Kalogridis, disponível na Netflix, em que as pessoas são basicamente cartuchos inseridos em um corpo orgânico, de modo que a troca do cartucho para um novo corpo proporciona uma vida quase imortal para aqueles que possuam recursos financeiros.

Fonte: encurtador.com.br/iqw18

Outra representação de imortalidade, que também só pode ser alcançada com plenitude pelos bem afortunados, é na série Upload, que, literalmente, salva todas as memórias de uma determinada pessoa insere em um avatar criado em um mundo virtual.

Aproveitando este gancho futurista, temos no nosso presente algumas tecnologias que podem chamar nossa atenção. Com o surgimento das tecnologias Blockchain e outras, surgiu também o Metaverso com a proposta de ser uma realidade virtual paralela ao mundo real, em que o indivíduo pode se projetar com suas especificações, tendo como proposta futura criar um ambiente totalmente imersivo em que a pessoa possa utilizar de todos os seus sentidos nesta realidade.

Cita-se também os jogos online que possui uma plataforma universal como Fortnite, World of Warcraft e tantos outros que possuem registros de cada personagem com todas as suas atribuições.

Cito aqui algo que muitas vezes passa desapercebido pela maioria das pessoas, vez que já se tornou comum, com o falecimento de uma pessoa, toda sua vida virtual ficará registrada nas mídias sociais que esta possuía conta. Vídeos e gravações já serão eternizados no mundo cibernético.

Isso leva a reflexão: será que um dia nossos dias se estenderão para algum tipo de Metaverso em que poderemos enganar a morte?

Os chamados tecno-futuristas, afirmam que alcançar a imortalidade virtual através de uma replicação cerebral em uma máquina de computação é algo que será alcançado exponencialmente caso a tecnologia continue avançando no ritmo atual.

Fonte: encurtador.com.br/fquxI

Porém, há diversos alertas sobre questões que são particulares e que, até o presente momento, não foram possíveis de serem quantificadas ou sequer criadas, somente repetidas através de comandos vazios, é o exemplo da própria consciência.

As inteligências artificiais criadas pelos humanos têm evoluído de forma significativa, algumas, inclusive, são capazes de enganar indivíduos e se passarem por uma pessoa e não uma sequência de códigos, porém, tal tecnologia tem o limitador de realizar os atos dentro do limite que lhes são permitidas, não tendo a capacidade humana de criação e inovação.

Desta feita, mesmo que estejamos próximos de uma imortalidade virtual, o caminho a ser perseguido será intenso e cheio de debates éticos que irão desacelerar a investida agressiva neste campo tecnológico.

REFERÊNCIAS

NASCIMENTO, A tecnologia está nos deixando muito próximos da imortalidade. Estadão. Disponível em: <https://link.estadao.com.br/blogs/alexandre-nascimento/imortalidade/> acesso em 12 out 2022.

MEIRELES, Cláudia. Empresa do metaverso propõe imortalidade por meio do modo Live Forever. Metrópoles. Disponível em <https://www.metropoles.com/colunas/claudia-meireles/empresa-do-metaverso-propoe-imortalidade-por-meio-do-modo-live-forever> acesso em 20 set 2022.

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Se na presença já existia ausência, como fica a falta no virtual?

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Um cansaço tem me tomado diariamente, constantemente, faço tanto, faço mais e ainda estão faltando, não acaba mais, me socorro diante de tamanha cobrança e não raro, mas com frequência percebo pessoas tão bem preparadas, agora afetadas pela aceleração da vida e de tudo, uma nova forma nascendo, acelerando sempre dentro de nós.

Tento olhar com calma e de posse das emoções, nomeá-las, saber de onde veem e por que veem, se têm sentido e pra onde irão, como irão, um turbilhão de exigências, muita comparação, muito volume, pouco aproveitamento e pouca aplicação. 

Ampliaram-se os graus de exigências pelas salas virtuais, reuniões virtuais, encontros virtuais, cafés virtuais e uma nova forma de adoecimento e alegria virtual, relacionamentos e vazios se conectam e como fica o isolamento, não o físico, mas sim o psicológico.

Novos padrões me fazem questionar, o que pode em mim caber, o que faz sentido seguir ou ter, ou ser. Tão rápida a informação, tão frágil, tão fake, com tanta potência e impacto para tantos. 

Como não entrar nesse turbilhão, e se entrar como não se perder nele, como se encontrar diante de tantas possibilidades e caminhos perdidos.

Fica aqui uma reflexão para os nossos porões, nossos pequenos quartos fechados, colados pra dormir, que acordem, que se abram portas e se entre ar para limpar os pulmões dos cômodos e gavetas fechadas. Que o ar traga fluidez e recompensa pelas escolhas feitas, as bem-feitas e as mal-feitas, que fazem parte de um crescer, apenas desejo que cada um possa perceber e em si se encontrar, na presença do seu eu, real, não virtual.

Não é apenas meu este sentimento, escrevi porque ouço relatos, escuto depoimentos do dia cansado, das conquistas efêmeras, pouco aproveitadas e pouco curtidas, na maioria isolada. Tão rápida outra já nem pede licença, mas entra e invade sem nem perguntar.

Assim vão seguindo sem presença, na presença, nem no virtual, uma falta sem fim. Busca em cima de busca, que não acaba mais, olhe a sua volta, depois de olhar-se no espelho, será que só eu estou cansada.

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