1917 – A jornada de um guerreiro

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com 10 indicações ao OSCAR:

Melhor filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro original, Melhor Fotografia, Melhor Trilha sonora original, Melhores Efeitos Visuais, Melhor Direção de arte, Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de som, Melhor Maquiagem e Penteado

O guerreiro é aquele que sabe quando precisa recuar e em momentos críticos consegue contornar a situação, sempre de olho em como atingir seu objetivo.

O longa acompanha dois jovens soldados britânicos, Schofield (George MacKay) e Blake (Dean-Charles Chapman), em uma missão com grande risco de morte. Eles são encarregados de entregar aos aliados uma ordem de abortar um ataque contra tropas alemãs, evitando que 1.600 combatentes caiam em uma armadilha. Então eles cruzam o território inimigo para que esse aviso chegue ao destino.

Texto contém spoilers!!

O filme, apesar de ser em um ambiente de guerra, não é sobre a guerra, inclusive a missão faz com que eles precisem evitar qualquer batalha. A imersão que o filme provoca, faz com que percamos o fôlego em diversos momentos. Mesmo quando existe uma calmaria, permanece uma tensão no ar que nos leva a pensar no que ocorrerá a seguir.

Mesmo após a morte de Blake, o seu companheiro Schofield continua sua missão de uma forma quase inabalável. Isso remete ao arquétipo do guerreiro, onde ele nos convida a avançar com sabedoria, assertividade e com passos firmes. E fica bem claro essas características durante o filme, ele reconhece sua energia masculina e feminina, obtendo um equilíbrio entre as duas, onde seu coração é corajoso ao mesmo tempo que expressa alguma amorosidade.

Moore e Gillette (1993) que são estudiosos posteriores a Jung, caracterizam o arquétipo do guerreiro pela clareza de pensamento, precisão, força e habilidade de ficar sempre em alerta. Mas o guerreiro é aquele que sabe quando precisa recuar e em momentos críticos consegue contornar a situação, sempre de olho em como atingir seu objetivo.

Fonte: encurtador.com.br/gpyFI

Possui uma capacidade de suportar a dor e viver na iminência da morte. Encara os desafios sem temer, com responsabilidade, autodisciplina, distanciamento emocional dos problemas e de questões da vida pessoal. Weber (2004) descreve esse tipo de reação como uma ação orientada pelo sentido, ou seja, é uma reação por reflexo, algo inconsciente que é característica desse arquétipo.

O guerreiro também possui uma tropa, que pode ser interpretado como a família, e no filme ele parece ter medo de retornar para sua família. Mas ele carrega consigo uma caixa que contém fotos da sua esposa e ao que parece, duas filhas pequenas. Assim sendo, ele tem sua tropa e é ela que de certa forma impulsiona o guerreiro a avançar em nível físico, mental, emocional e espiritual.

Dentro do arquétipo existem os desafios e no caso do guerreiro, ele deve usar corretamente essa energia focada para se fortalecer, sendo que durante o filme ele parece sempre atento, por exemplo, quando entra no porão de uma casa para se esconder, mas acaba encontrando uma mulher com um bebê e esta pede para que ele fique. Mas ele logo retoma sua missão mesmo em meio a uma cidade cheia de inimigos.

Outro desafio é que ele mantenha uma comunicação de acordo com a sua verdade, e por mais que surjam oportunidades para o mesmo desistir, ele sempre persiste. Quando ele chega ao seu destino final e precisa entregar a ordem ao General Erinmore, ele escolhe bem suas palavras para que esse o ouvisse. Assim, escolher a forma de se comunicar faz parte do guerreiro, para que este consiga cumprir sua missão.

Fonte: encurtador.com.br/kvwIO

Campbell (1997) fala sobre o papel do guerreiro, onde ele é levado a combater forças opressoras, e durante o filme o personagem não luta apenas contra soldados do exército inimigo que surge pelo caminho. Schofield luta contra si mesmo, contra suas próprias limitações e as diversas possibilidades de desistir.

FICHA TÉCNICA:

Resultado de imagem para 1917

1917

Diretor: Sam Mendes
Elenco: George MacKay, Dean-Charles Chapman, Richard Madden, Benedict Cumberbatch;
Gênero: Drama, Guerra
País: EUA
Ano: 2019

REFERÊNCIAS: 

CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. – São Paulo: Cultrix/ Pensamento, 1997.

MOORE, Robert; GILLETTE, Douglas. Rei, guerreiro, mago, amante: a redescoberta dos arquétipos do masculino. Rio de Janeiro: Campus, 1993.

WEBER, Max. Economia e Sociedade – Vol. 1. Brasília: UnB, 2004.

Compartilhe este conteúdo:

Uma história de opostos em Green Book

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com 5 indicações ao OSCAR:

Melhor Filme, Melhor Ator (com Viggo Mortensen), Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali), Melhor Roteiro Original e Melhor Montagem.

Don Shirley (interpretado por Mahershala Ali) é um pianista negro brilhante que deseja fazer uma tour no sul dos Estados Unidos, uma região marcada pelo atraso, pelo preconceito e pela violência racialPara acompanhá-lo durante esses dois meses de shows ele resolve ir a procura de um motorista/assistente. 

Tony Vallelonga (vivido por Viggo Mortensen) – também conhecido como Tony Lip – é um malandro de origem italiana que trabalha na noite em Nova Iorque. A boate onde atuava, chamada Copacabana, precisa ser fechada e Tony se vê sem trabalho durante alguns poucos meses.

Responsável pelo sustento da família, Tony, que era casado com Dolores e tinha dois filhos pequenos, começa a procurar emprego para subsistir durante os meses em que a boate estava fechada.

Fonte: https://goo.gl/opdKij

O início da viagem

Um belo dia, Tony recebe um telefonema de um conhecido anunciando que um médico estava a procura de um motorista. Sem saber bem o que lhe espera, Tony vai para a entrevista. Chegando ao lugar, sente-se perdido porque o endereço lhe leva a um teatro. 

Quando conhece Don Shirley, na entrevista, Tony se surpreende ao saber que o tal doutor é na verdade um doutor na arte do piano. E é negro. Uma questão especialmente delicada para Tony que, apesar de negar, era preconceituoso assim como uma grande parcela da sociedade em que estava inserido. 

Muito conceituado entre o público, Shirley costumava ser chamado de doutor como sinal de admiração. Depois de algumas discordâncias, Tony, que desejava ser apenas motorista e não assistente pessoal, acha melhor não trabalhar com Shirley, especialmente tendo em conta a remuneração proposta. 

No dia a seguir, recebe um telefonema inesperado do famoso pianista, que desejava pedir a autorização de Dolores, mulher de Tony, para contratá-lo, cumprindo as exigências que o marido dela havia feito. O acordo é fechado e os dois embarcam rumo aos shows no Sul do país.

Vale lembrar que o contexto norte-americano, na realidade dos anos sessenta, que é a época em que o filme se passa, havia extremo preconceito racial no país. Ao longo do percurso vemos alguns casos explícitos de segregação. Durante uma das apresentações, por exemplo, o pianista é impedido de usar o banheiro do espaço, destinado apenas para brancos. Em outra ocasião Shirley é proibido de jantar no mesmo restaurante em que seu público estava. Ao longo da turnê, o músico também não pode se hospedar em uma série de hotéis reservados só para brancos. 

Tony aos poucos vai criando afeto pelo peculiar pianista e se irrita com as regras antiquadas e racistas da região. Os dois vão gradativamente criando um laço de afeto e crescendo pessoalmente com a experiência de lidarem um com outro, com personalidades tão distintas.   

Personagens principais

Tony Vallelonga (Viggo Mortensen) 

Fonte: https://goo.gl/2KKCFb

De origem italiana, Tony Vallelonga, também conhecido como Lip, é casado com Dolores e tem dois filhos. Ele trabalha como uma espécie de segurança numa boate em Nova Iorque e se vê em apuros financeiros quando o clube noturno decide fechar as portas por dois meses.

Durante esse período, o valentão precisa encontrar um trabalho provisório para pagar as contas da casa e acaba sendo contratado por Don Shirley para atuar como motorista.

Ao longo do seu percurso pelo sul dos Estados Unidos ele passa a sentir na pele o racismo vivenciado pelo pianista afro-descendente. A viagem serve de alerta para ele, que era um cidadão americano branco comum, nascido e criado no Bronx, que não tinha que lidar com qualquer dificuldade devido a cor da sua pele.

Don Shirley (Mahershala Ali)

Fonte: https://goo.gl/LdHsTj

Extremamente solitário, o pianista, que é um virtuoso, não tem amigos e nem família. Ele menciona rapidamente um irmão, com quem não tem contato há muito tempo. Em uma conversa com Tony também deixa escapar que já havia sido casado, mas que o casamento foi por água abaixo devido aos compromissos da carreira. 

Correto e honesto, Tony muitas vezes se irrita com algumas atitudes do motorista, que tem uma noção de certo/errado mais fluida.

Rude, muitas vezes antipático e arrogante, Shirley vai se deixando cativar por Tony e os dois vão criando com o tempo uma convivência harmoniosa que se transforma numa amizade plena. 

Don representa os negros norte-americanos que sofriam uma série de limitações e humilhações cotidianas devido única e exclusivamente a cor da pele. 

Dolores (Linda Cardellini)

Fonte: https://goo.gl/fjyU7a

A mulher de Tony é compreensiva com o marido, embora seja extremamente preocupada com o destino da família. Responsável, ela é dona de casa, cuida do lar, dos filhos e da gestão do orçamento doméstico. Quando a boate Copacabana fecha as portas provisoriamente, Dolores se desespera sem saber como fará para pagar as contas.

Doce, amorosa e gentil, a personagem interpretada por Linda Cardellini é uma típica mulher norte-americana dos anos sessenta: voltada para a família, responsável pela criação dos filhos e pela manutenção da rotina do lar. 

Análise do filme Green Book

Baseado em fatos reais

No ano de 1962, o famoso pianista negro Don Shirley resolveu fazer uma turnê pelo sul dos Estados Unidos.

A viagem aconteceu gerenciada pela Columbia Artists, empresa que administrava a carreira do artista, e durou cerca de um ano e meio (o filme na verdade condensa a história, como se a turnê tivesse durado dois meses). Durante o trajeto, o pianista tocou apenas para um público composto por brancos.

Para acompanhá-lo nesse ambiente sulista não muito hospitaleiro, Shirley sentiu que precisava de um motorista, mas também um assistente pessoal e uma espécie de guarda-costas.

Vale lembrar que a preocupação com a segurança não era desmedida, apenas alguns anos antes (em 12 de abril de 1956), o também músico negro Nat King Cole foi atacado no palco enquanto se apresentava para uma audiência branca no Alabama.

O verdadeiro pianista Don Shirley

O Don Shirley da vida real nasceu na Flórida, no dia 29 de janeiro de 1927, filho de pais imigrantes jamaicanos. O pai do pianista era um pastor e a mãe era professora. Shirley ficou órfão de mãe quando tinha apenas nove anos de idade.

Profundamente ligado à música, o menino começou a tocar quando tinha apenas dois anos e se apresentou profissionalmente aos dezoito.

Como o filme menciona rapidamente, Shirley gostaria de ter seguido a carreira de pianista clássico, mas acabou por enveredar no jazz porque ouviu conselhos de produtores que afirmaram que o público norte-americano não aceitaria um negro tocando canções clássicas.

Alguns hábitos e a residência do pianista, que aparece no longa, também são compatíveis com a realidade. Don Shirley viveu num suntuoso apartamento no Carnegie Hall durante cerca de cinquenta anos.

Verdadeiro pianista Don Shirley e Mahershala Ali, que interpreta seu papel no longa metragem. Fonte: HistoryvsHollywood.com, CTF Media

A procura do pianista por essa pessoa que o acompanhasse resultou na descoberta do segurança de boate Tony Vallelonga, que trabalhava em um clube noturno chamado Copacabana. 

Com o fechamento provisório do espaço, Tony, então sem emprego e com obrigação de sustentar a família, foi a procura de trabalhos esporádicos.

O encontro com Tony

Criado no Bronx, no seio de uma família ítalo-americana, Tony era o provedor de um lar composto pela mulher e por dois filhos.

Embora no filme o personagem não se assuma declaradamente como preconceituoso, a mulher, Dolores, deixa transparecer esse defeito do marido, que é compatível com a história real.

Apenas em uma breve cena vemos um pouco do preconceito anterior de Tony. Quando dois negros estavam na sua casa, ao retirar a louça da mesa, Tony, ao chegar na cozinha, joga no lixo os dois copos que os negros usaram. Outra ocasião em que o preconceito aparece surge quando Tony rotula o pianista, usando uma série de estereótipos para caracterizar os negros.

Tony Vallelonga da vida real e o ator Viggo Mortensen, que interpreta seu papel no filme.
Fonte: HistoryvsHollywood.com, CTF Media

A história contada pelo filho de Tony

Green Book tem como um dos roteiristas o filho de Tony, que incluiu uma série de dados reais no longa. As cartas de amor direcionada à Dolores foram efetivamente escritas pelo pai de Nick com a ajuda do pianista.

A história bebeu muito do real porque o filho, desde os anos 1980, estava interessado em fazer um filme sobre a amizade improvável do pai com Don Shirley. Ele havia gravado uma série de entrevistas detalhadas sobre o que os dois viveram na turnê. 

Nick Vallelonga ajudou a contar, em Green Book, a história do pai, Tony.
Fonte: HistoryvsHollywood.com, CTF Media

O destino de Tony e Don Shirley

Quando a viagem acaba e os dois regressam para casa, segundo o filme Tony volta à trabalhar no Copacabana, mas ele e o pianista seguem sendo grandes amigos até o final da vida. Os dois curiosamente falecem em datas muito próximas: Tony morre em 4 de janeiro de 2013 e Don em 6 de abril de 2013.

Na vida real, no entanto, parte da família do pianista – que aliás se opôs à criação do filme Green Book – garantiu em uma série de entrevistas que Don Shirley e o pianista não ficaram amigos até à morte.

Fonte: https://goo.gl/d1NBGk

Duas versões pairam sobre a lenda da amizade de Tony e Don Shirley: o longa metragem garante que os dois ficaram grandes amigos até o final da vida, já a família do pianista afirma que essa versão é falsa.

Uma história de opostos

Habitualmente a sociedade estava acostumada a assistir um negro trabalhando para um branco, poucas vezes o statuo quo se alterou e viu-se um branco trabalhando para um negro.

Essa estranheza social compareceu muitas vezes no filme, quando, por exemplo, no Sul, os policiais pararam a viatura onde Tony e Shirley se encontravam para pedir esclarecimentos.

Pondo provisoriamente a parte as questões sociais, em termos de personalidade Don e Tony parecem opostos: o primeiro muito preocupado com a questão social (com a imagem, com a conduta) e o segundo desbocado e irreverente. A lógica dos opostos comparece se pensarmos no nível de refinamento e cultura de ambos os personagens.

Assim como na vida real, Don carrega muito mais a noção de requinte, de conhecimento e de estudo do que Tony, que possui pele branca.

Se historicamente os negros tiveram pouco acesso à informação e à formação, na história do pianista a lógica se inverte e vemos um sujeito cultíssimo de pele negra e um, de certa forma, ignorante, de pele branca. 

Don viveu imerso em um ambiente de alta cultura e frequentou os grandes salões enquanto Tony nunca saiu do seu bairro de imigrantes de classe baixa, convivendo sempre com um universo muito semelhante de indivíduos.

Outra distinção de comportamento se dá se pensarmos na conduta social dos dois amigos. Shirley demonstra ser consciente do racismo e da luta de classes, Tony, por sua vez, parece alheio à essas questões e deseja resolver os casos pontuais em que é confrontado através da força bruta.

Extremamente racional, o pianista pensa em cada movimento e em suas consequências, profundamente impulsivo, Tony vive à flor da pele e é movido pelos seus sentimentos.

A amizade de Tony e Don se contrói através da diferença.
Fonte: https://goo.gl/vV9AqQ

Por que o filme se chama The Green Book?

The Negro Motorist Green Book, editado por Victor Hugo Greenera uma espécie de guia de viagem para negros que quisessem viajar sem se preocuparem com a segurança.

A ideia era assegurar uma lista de restaurantes, hotéis e lugares turísticos que garantissem que eles seriam tratados com igualdade com os brancos, sem qualquer tipo de preconceito.

O livro foi publicado pela primeira vez no ano de 1936 e continuou a ser vendido até 1966. Habitualmente distribuído nos postos de gasolina, o guia vendia cerca de 15.000 cópias por ano.

*Texto originalmente publicado em Cultura Genial (https://www.culturagenial.com/filme-green-book/)

O verdadeiro The Negro Motorist Green Book foi efetivamente usado na viagem de Tony com o pianista.

FICHA TÉCNICA:

GREEN BOOK- O GUIA

Título original: Green Book
Direção: Peter Farrelly 
Elenco: Viggo Mortensen, Mahershala Ali, Linda Cardellini; 
Ano: 2019
País: EUA
Gênero: Comédia Dramática, Biografia 

Compartilhe este conteúdo:

Homem-Aranha no Aranhaverso: as várias faces de um mesmo super-herói

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com 1 indicação ao OSCAR:

Melhor Filme de Animação

O último filme da série fugiu um pouco da realidade, e principalmente do que os fãs já estavam acostumados. Além de ter sido transformado em animação, com uma pegada estilo história em quadrinhos, o enredo não girou em torno de Peter Parker.

A gigante Marvel Comics juntamente com a Sony Pictures Entertainment (Columbia Pictures) lançou o primeiro filme do Homem-Aranha nos cinemas em 2002, com o icônico Tobey Maguire, que se eternizou como Peter Parker. Maguire protagonizou até o 3º filme do super-herói, em 2007, e essa foi sua última aparição como Homem-Aranha. Após alguns anos, o ator Andrew Garfield assumiu essa enorme responsabilidade, porém, assim como Tobey, não se firmou no papel. Até a chegada do cômico e divertido Tom Holland, que com uma carinha de bebê conquistou o coração, e os risos de milhares de telespectadores.

O último filme da série fugiu um pouco da realidade, e principalmente do que os fãs já estavam acostumados. Além de ter sido transformado em animação, com uma pegada estilo história em quadrinhos, o enredo não girou em torno de Peter Parker, mas sim de Miles Morales. Miles é um adolescente como qualquer outro que está descobrindo seu lugar no mundo, e recebe grande apoio da família, principalmente de seu pai, com o qual tem uma proximidade maior. No entanto sua maior referência é seu tio paterno, que vive a vida sem regras, se diverte e viaja quando quer. Enquanto isso, o pai de Miles é um policial sério e apaixonado pelo que faz.

Fonte: encurtador.com.br/cdxEW

Sem muita surpresa, a história do filme contempla os passos da Jornada do Herói descrita pelo antropólogo Joseph Campbell, que perpassa desde a saída do indivíduo (Miles) de sua zona de conforto como “pessoa normal”, para o chamado à aventura, a negação desse chamado, mas após essa recusa uma intensa reflexão, e finalmente a aceitação desse desafio e a convicção de que o chamado só pode ser cumprido pelas suas próprias mãos, competência e força de vontade.

Outra grande questão tratada, não apenas nesse filme, mas na maioria das indicações ao Oscar 2019, é o Zeitgeist Negro. Uma onda poderosa de empoderamento negro que veio para mostrar o atual espírito da época em que vivemos. Assunto esse que precisa ser tratado mais do que nunca, pois apesar dos grandes avanços em relação ao racismo, ainda vivemos em uma cultura segregacionista e violenta, quando se trata de diferenças.

Fonte: encurtador.com.br/qvxIR

A comunicação com as outras dimensões

A ação do filme finalmente começa quando noticia-se que Peter Parker, o famoso e amado super-herói de Nova York, está morto. Após um combate contra o Rei do Crime, ele acaba sendo derrotado, porém passa a responsabilidade de salvador da cidade para Miles Morales, que assim que encontra Peter, descobre seus novos super-poderes e habilidades, mesmo assim ainda não sabendo como usá-los.

Com a carga dessa enorme responsabilidade, Morales não faz ideia de como, nem por onde começar. Até então achando que era o único Homem-Aranha, Miles tem uma grande surpresa quando após o funcionamento da máquina do Rei do Crime, aparece Peter B. Parker, ou seja, o famoso Peter Parker, porém alguns anos mais velho e alguns quilos a mais.

Fonte: encurtador.com.br/jEZ15

Com esse encontro Miles pensa que seus medos e inseguranças após essa nova responsabilidade irão acabar, já que ele tem outro Homem-Aranha para ensiná-lo a ser um super-herói, mas na verdade a única coisa que o velho Parker quer, é voltar para sua dimensão. Neste sentido, em um desses “treinamentos”, surge nada mais nada menos do que uma Mulher-Aranha, conhecida como Gwen Stacey. Mais uma vez a Marvel se supera nas surpresas, e principalmente sustenta o empoderamento feminino que cada dia mais ganha espaço no cotidiano.

E quando pensa que já surgiram “Aranhas” demais, ainda conta-se com a presença do Homem-Aranha Noir, que se apresenta todo de preto, como se fosse constituído de uma sombra de história em quadrinhos. Também surge o Spider-Ham, conhecido como Porco-Aranha, com um carisma e comicidade sem igual. E, por último, Peni Parker, uma estudante de Ensino Médio, com características dos Animes Japoneses, que conta com a ajuda de um parceiro que é um robô muito interativo e com uma avançada tecnologia.

Fonte: encurtador.com.br/ghHIS

Após o encontro de todos, agora eles têm um grande desafio: impedir que o Rei do Crime faça o acelerador entre dimensões funcionar, pois se isso acontecer não será possível voltarem para suas respectivas dimensões. No meio de todo esse problema, ainda tem a insegurança de Miles, que é apenas um adolescente que recebeu uma enorme responsabilidade e não sabe como agir diante dela.

Nesse momento Morales busca a ajuda de seus pais, porém não se sente à vontade para contar-lhes o que realmente o aflige, pois sabe que seu pai não era um grande fã dos serviços de Peter Parker, que agora pertencem ao Miles. Mas independente da clareza com seus pais, Morales sabe que sua casa sempre será um lugar seguro, cheio de amor e compreensão.

Com isso, o novo Homem-Aranha cria coragem para construir seu legado e ajudar seus novos amigos a voltarem para suas dimensões. Como se é esperado, eles conseguem destruir os planos do Rei do Crime, e cada um volta para sua dimensão. Miles fica feliz em conseguir ajudar e com uma sensação de dever cumprido, e sabe que sempre que precisar buscar forças interiores para vencer seus futuros desafios, lembrará das grandes amizades que conquistou durante essa jornada.

“A pessoa que ajuda as outras porque isso deve ser feito, e porque é a coisa certa a se fazer, é sem dúvidas uma super-heroína”. Stan Lee.

FICHA TÉCNICA :

HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO

Título Original: Spider-Man: Into the Spider-Verse
Direção: Peter Ramsey, Bob Persichetti, Rodney Rothman
Elenco: Shameik Moore, Hailee Steinfeld, Jake Johnson,
Nicolas Cage,Kimiko Glenn
Ano: 2018
País: EUA
Gênero: Animação

REFERÊNCIAS:

[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem-Aranha_no_cinema

[2] https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/criticas/2018/12/critica-homem-aranha-no-aranhaverso

[3] CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. Tradução de Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Pensamento/Cultrix, 1989.

Compartilhe este conteúdo:

‘No portal da eternidade’ foge do caricato e acerta na humanidade de Van Gogh

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com 1 indicação ao OSCAR:

Melhor ator

Sempre focado no seu objetivo de pintar para assim conseguir mostrar
aos outros o seu modo de ver o mundo, Vincent vivia de modo obsessivo

Quando vemos alguma obra que retrate a vida do genial pintor holandês, quase sempre nos deparamos com uma visão de que ele era um homem tão problemático, que chegava ao ponto de quase não ser humano. Em ‘No portal da eternidade’ o diretor e co-roterista Julian Schnabel, sabiamente, foge dessa narrativa caricata que segue Vincent Van Gogh (Willem Dafoe) e representa o pintor de uma forma extremamente humana.

No filme, que tem seu início já nos últimos anos de vida do biografado, Vincent vive só de suas pinturas, porém não por ser um artista de sucesso, mas sim porque seu irmão Theo Van Gogh (Rupert Friend), um negociante de arte, sustenta o artista para que ele possa seguir seu sonho. Nesse caso a melhor afirmação a se fazer é a de que Vincent não vivia de suas pinturas e sim vivia para elas.

fonte: https://bit.ly/2BLhIBg

Sem conseguir alinhar suas ideias com a dos artistas e também do público de Paris, após conversa com o também pintor e amigo Paul Gauguin (Oscar Isaac), Van Gogh ruma ao sul da França, onde procuraria tranquilidade e inspiração para elevar a qualidade de suas pinturas. O que de fato encontrou, porém o seu modo excêntrico de viver fez com que o mesmo fosse odiado por grande parte da população das cidades em que viveu.

Sempre focado no seu objetivo de pintar para assim conseguir mostrar aos outros o seu modo de ver o mundo, Vincent vivia de modo obsessivo, concluindo diversas obras em poucos dias. No entanto essa obsessão fazia com que o mesmo se desligasse de outros aspectos de sua vida, como retratado; em certa época o mesmo passava semanas sem ao menos tomar um banho, era muitas vezes agressivo e sofria com lapsos de memória.

Para tentar fazer com que Vincent se comportasse melhor, seu irmão Theo resolve então fazer um acordo para que Paul Gauguin vivesse um tempo no sul da França junto com Vincent. O que foi muito bom enquanto durou, porém em pouco tempo Gauguin passa a fazer sucesso e tem que se mudar para Paris.

fonte: https://bit.ly/2Siv4dA

O que leva ao momento mais caricato e possivelmente mais memorável da vida de Van Gogh ao qual nem mesmo o diretor Julian Schnabel consegue deixar de retratar, após brigar com Gauguin, o pintor holandês corta uma de suas orelhas e entrega a uma moça a pedido de que esta encontrasse seu amigo e entregasse a mesma para ele, como um pedido de desculpas.

Após o ocorrido, Van Gogh é internado em um asilo, onde ao conversar com um padre (Mads Mikkelsen) antes de sua liberação, chega a conclusão de que suas pinturas não são para as pessoas de seu tempo. Se muda para a cidade de Auvers-sur-Oise onde ao pintar o retrato de um amigo chega a outra conclusão: sua pintura não tinha mais o objetivo de mostrar aos outros como ele enxergava o mundo e sim o de marcá-lo para a eternidade.

Em Auvers-sur-Oise Van Gogh viveu por 80 dias antes de ser baleado e por conta do ferimento vir a falecer 30 horas depois. Durante os 80 dias nessa nova cidade, o artista pintou 75 quadros, que junto as suas outras aproximadamente duas mil obras, definitivamente o marcou para a eternidade.

fonte: https://cbsn.ws/2D1Ec1T

Fora uma nova visão da história de Van Gogh, o filme ainda conta com uma fotografia que muitas vezes utiliza uma paleta de cores semelhante a utilizada por Van Gogh, o que gera muitas imagens bonitas. Outra curiosidade da fotografia, é como muitas vezes a câmera nos coloca na perspectiva da personagem principal, o que humaniza a visão dos acontecimentos e gera maior aproximação de quem assiste a obra.

FICHA TÉCNICA:

fonte: https://imdb.to/2G8Dode

NO PORTAL DA ETERNIDADE

Título original: At Eternity’s Gate
Direção: Julian Schnabel
Elenco: Willem Dafoe, Rupert Friend, Oscar Isaac, Mads Mikkelsen;
Ano: 2018
Países: Estados Unidos da America, França
Gênero: Drama, Biografia

Compartilhe este conteúdo:

Nasce uma Estrela: Lady Gaga se despoja de artifícios e traz música à superfície

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com  8 indicações ao OSCAR:

Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Mixagem de Som, Melhor canção original

Em todos os bons momentos
me vejo desejando uma mudança
E, nos momentos ruins,
tenho medo de mim mesma
(Tradução de versos da música Shallow,
de Lady Gaga e Bradley Cooper)

Star is Born é a quarta versão da história de uma estrela que nasce enquanto outra se apaga. Até 1970, a cada duas décadas esta história era novamente contada. A primeira produção ocorreu em 1937, quando William Wellman dirigiu Janet Gaynor como a jovem atriz que se apaixonava por Fredric March, o ídolo alcoólatra e desiludido. Judy Garland e James Mason reprisaram os papéis no clássico de Cukor em 1954, quando novamente a estrela era uma atriz, e sua estreia em um musical ocupou 15 minutos do filme. Só em 1976, no remake de Frank Pierson, que há uma mudança de cenário, os bastidores do cinema dão espaço ao mercado musical, com Barbra Streisand no papel principal e Kris Kristofferson como uma estrela de rock em declínio.

Fonte: Live Nation Productions, LLC; Malpaso Productions.

Depois de mais de 40 anos, nossa geração finalmente ganha sua versão de Star is Born, e a espera não poderia ter um resultado mais interessante. Bradley Cooper estreia na direção (além de ser co-roteirista, ter o papel masculino principal do filme e colaborar na composição da canção principal) e traz como estrela da sua versão de Star is Born nada menos que a rainha do pop, Lady Gaga, até então vista, na maior parte de suas apresentações e saídas públicas, com adereços espetaculares, roupas inusitadas (quem não lembra daquele vestido de carne?) e performances acrobáticas (vide o show no Super Bowl https://www.youtube.com/watch?v=txXwg712zw4). Além disso, Gaga é dona de uma voz poderosa, toca vários instrumentos e compõe suas próprias músicas (grande parte das composições do filme tem sua assinatura). Isso, mais sua personalidade intrigante, sempre a colocaram em um patamar elevado nesse competitivo e implacável cenário musical do século XXI.

Mas, voltando ao filme, Jackson, o country-roqueiro que passa grande parte da sua vida alcoolizado (interpretado por Bradley Cooper) tem uma visão bem particular sobre a música. Sua visão parece ser a metáfora ideal para explicar porque uma história tão batida ainda chama tanto a atenção e é tão aclamada pelo público e pela crítica. Ele dizia que “a música é essencialmente 12 notas entre qualquer oitava. 12 notas e a oitava se repete. É a mesma história contada várias vezes, para sempre. Tudo que um artista pode oferecer ao mundo é como ele vê essas 12 notas. Só isso.” E acrescentou que amava como Ally (Lady Gaga) as via. Talvez aí esteja o segredo do sucesso do filme, a história tem um mesmo esqueleto, mas quando vemos Ally aparecer em um palco de um bar cantando “La Vie en Rose”, e Jackson é atraído por aquela voz, aceitamos embarcar na história novamente, mesmo já presumindo o inevitável final. A química entre eles, citada em toda crítica e entrevista sobre o filme, salta da tela. Isso e mais uma Ally tão diferente da imagem que temos da Lady Gaga, ou seja, mais vulnerável (sem ser fraca), quase nenhuma maquiagem e com um cabelo sem produção tornaram essa versão de Star is Born especial e, por que não, única.

Fonte: Live Nation Productions, LLC; Malpaso Productions.

A impressão que temos é que os dois se apaixonam, especialmente, pelo talento um do outro. Para Jackson, um artista precisa ter algo a dizer, não basta ser apenas uma voz, e ele via isso em Ally, pela forma natural que a música nascia dela. Shallow, a música tema, é apresentada pela primeira vez em um estacionamento, na noite que eles se encontraram. Na música, Ally mostra que em pouco tempo já entendeu a falta de sentido e o desassossego que marcam a vida dele (Diga-me uma coisa, garoto, você não está cansado de tentar preencher esse vazio? Ou você precisa de mais? Não é difícil manter isso tão extremo?). Na próxima vez que a música vem à tona, é no show dele, quando a convida para cantar no seu show de surpresa e começa a entoar um verso que compôs para ela: “Diga-me uma coisa, garota, você está feliz neste mundo moderno? Ou precisa de mais? Há algo mais que está procurando?”. E nestes versos são apresentados como um vê o outro, mas, especialmente, como a história de cada um fatalmente os separará.

Fonte: Live Nation Productions, LLC; Malpaso Productions.

Segundo Peter Travers, da Rolling Stone [1], o papel de Ally foi geralmente interpretado como uma moça ingênua à procura de orientação em um mundo de predadores masculinos. Mas, sorte a nossa – e do filme – Gaga não faz a ingênua. Ally sabe de seu potencial, sabe que é boa, apesar de ter sido preterida por uma indústria que gosta de seu som, da sua voz, mas não da sua aparência.

Dois outros relacionamentos são trazidos à tona no filme: a relação da Ally com seu pai, um cantor frustrado, mas amável e presente; e de Jackson com seu irmão mais velho, Bobby (Sam Elliott), que também tinha sido um cantor, mas abriu mão de sua carreira para apostar no irmão mais talentoso, que além da voz, também criava suas composições. A bebida não fez de Jackson um homem violento ou fanfarrão, como em algumas das versões anteriores do filme, mas levou-o a um estado mais autodestrutivo, presenciado, em alguns momentos, por seu irmão.

Fonte: Live Nation Productions, LLC; Malpaso Productions.

Na segunda parte do filme temos conhecimento do passado do Jackson, da sua vida com o pai alcoólatra e da sua tentativa de suicídio aos 13 anos, também vemos Ally atingir o estrelato de forma meteórica. Meteoros iluminam, mas também destroem. Nem sempre o amor ou a arte são capazes de mudar a direção de uma pessoa. A jornada obscura que Jackson travava em sua mente e em seu organismo enfraquecido pelo vício mostrou-se, muitas vezes, uma jornada solitária e, em alguns aspectos, doentia.

Assim, cada vez mais distantes da parte rasa e, talvez, por isso mesmo, estupidamente tranquila da vida, tem-se o ápice da jornada de ambos. A ícone pop e o artista em declínio parecem, em um dado momento, vivenciar um dos aspectos mais estranhos da física quântica, o entrelaçamento quântico, aquilo que Einstein nomeou uma vez como uma “ação fantasmagórica à distância” [2]. Isso é notado quando dois objetos estão em uma espécie de paralelo infinito, mas em um dado ponto (neste caso, a música), misteriosamente, se encontram. De certa forma, algumas músicas podem tocar vários pontos equidistantes e heterogêneos, podem até ultrapassar nossa noção de espaço e, especialmente, de tempo. Talvez para Ally e Jackson, a música é a constante em meio a turbulência, conectando-os a muitos outros que são tocados pelas suas composições, mesmo que todos pareçam estar sempre em um infinito e angustiante movimento.

FICHA TÉCNICA:

NASCE UMA ESTRELA

Título original: A Star Is Born
Direção: Bradley Cooper
Elenco: Lady Gaga, Bradley Cooper, Sam Elliott;
Ano: 2018
País: EUA
Gênero: Drama, Música

REFERÊNCIAS:

[1] https://www.rollingstone.com/movies/movie-reviews/a-star-is-born-movie-review-lady-gaga-729475/

[2] https://www.sciencemag.org/news/2018/04/einstein-s-spooky-action-distance-spotted-objects-almost-big-enough-see

Compartilhe este conteúdo:

‘Infiltrado na Klan’ e o racismo institucional que fere e mata

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com 6 indicações ao OSCAR:

Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem

Trata-se de uma obra de importância crucial dadas as consequências atuais em torno da adesão de parte do mundo aos discursos raivosos da extrema-direita.

Dirigido pelo lendário Spike Lee, ‘Infiltrados na Klan’ aborda o clima hostil do final dos anos 1970 nos Estados Unidos, cujo cenário reflete uma frenética luta da população negra para deixar de ser vítima dos constantes ataques institucionais sofridos por esta minoria, notadamente no que se refere à associação direta da criminalidade com a negritude. E uma das mais sintomáticas organizações resultantes do ódio coletivo americano em relação à diversidade, aquela altura, é a KKKlan – Ku Klux Klan, que pregava a superioridade da ‘raça branca’ em relação a outras etnias, sobretudo em relação aos negros.

O filme relata a trajetória de Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado, que de modo muito inteligente conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Stallworth se comunicava com os membros da KKKlan através de ligações telefônicas, e quando precisava comparecer aos encontros do grupo enviava outro policial branco no seu lugar – que, curiosamente, no filme, é protagonizado por um homem de descendência judaica e que nunca havia parado para pensar no fato de também pertencer a uma minoria marginalizada. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita, o que acaba por lhe garantir condições de evitar uma série de crimes de ódio perpetrados pelos racistas norte-americanos.

Imagem – Universal/Divulgação

Trata-se de uma obra de importância crucial dadas as consequências atuais em torno da adesão de parte do mundo aos discursos raivosos da extrema-direita, notadamente a partir da ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos e de Jair Bolsonaro no Brasil. Não por menos, o longa retrata, em suas últimas cenas, conflitos e irrupções atuais motivados pelo racismo, com imagens de discursos de Trump e de brigas reais entre neofascistas e grupos de resistência em algumas cidades norte americanas.

Imagem – Universal/Divulgação

Racismo institucionalizado

As consequências do racismo institucionalizado, que é quando as estruturas sociais, políticas e culturais já estão impregnadas por preconceitos descabidos e, desta forma, reproduzem discursos e práticas odiosas – como associar compulsoriamente as populações negras a comportamentos intrinsecamente violentos – são vistas de modo claro na tensão étnica que há nos Estados Unidos, tensão esta muito bem explicitada no filme de Spike Lee. No Brasil, entretanto, esta mesma institucionalização do racismo é passada despercebida por causa do falacioso argumento da democracia racial criado logo após a Abolição da Escravatura, no século 19.

Em que pese as peculiaridades do processo de colonização do Brasil, massivamente conduzido por homens brancos, solteiros e europeus – poucas famílias europeias vieram para o país, nos anos ‘selvagens’ da chegada dos imperialistas –, o que acabou fazendo eclodir o fenômeno da miscigenação entre homens brancos e mulheres negras e indígenas, é notória a existência de um sistema hierárquico, neste processo, em que apenas alguns seres humanos de cor negra puderam de fato usufruir do princípio da liberdade ou, no mínimo, pertencer a um tecido social em que havia a cordialidade.

O que se viu, de modo geral, foi um sistema de exclusão que, progressivamente, passou de uma abordagem violenta para um modus operandi cada vez mais velado, até que se cristalizasse, no stabelichment, o mito da democracia racial.

Nada poderia ser mais falso. De longe, o Brasil – como pontuado recentemente por Wagner Moura – é um dos países mais racistas do mundo. E, em terras tupiniquins, este racismo se dá de forma ainda mais esdrúxula – se é que é possível comparar cenários de barbárie. No gigante sul americano, como pontua o antropólogo congolês naturalizado brasileiro Kabengele Munanga, há o chamado ‘racismo como crime perfeito’, já que os negros representam 71% das vítimas de homicídios no país, mas ninguém comenta sobre isso, num processo coletivo que naturaliza o lugar do negro como algo inscrito no campo da contravenção. E, pior, que não se busca conhecer a face dos racistas, para responsabilizá-los e puni-los.

Este mecanismo perverso pode ser traduzido em números. De acordo com um estudo feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a população negra é bem mais exposta à violência no Brasil. Os negros são 54% da população, mas representam em torno de 71% das vítimas de homicídio. O levantamento, divulgado amplamente pela TV Globo, mostrou que o abismo entre brancos e negros aumentou nos últimos dez anos. Neste sentido, entre os mortos nos homicídios registrados de 2005 a 2015, o número de brancos caiu 12% e o de negros, aumentou 18%. Estes dados são semelhantes aos do Mapa da Violência do Brasil para o mesmo período.

Psicologicamente falando, este cenário trás danos nefastos para as populações negras, sobretudo entre os jovens. De acordo com recente matéria veiculada pelo jornal Nexo, há cada dez jovens que se suicidam no Brasil, seis são negros. O dado, de 2016, está em um levantamento do Ministério da Saúde e da UnB (Universidade de Brasília), divulgado no início deste ano de 2019. O estudo também aponta que entre 2012 e 2016, a taxa de pessoas brancas entre 10 e 29 anos que tirou a própria vida permaneceu a mesma. Já entre jovens e adolescentes negros ela subiu, de 4,88 mortes para cada 100 mil, em 2012, para 5,88, quatro anos depois.

Fonte: https://bit.ly/2BGeGy1

A notícia do Nexo ainda destaca um dado do Sistema de Informação sobre Mortalidade, ao apontar que “um dos grupos vulneráveis mais afetados pelo suicídio são os jovens e sobretudo os jovens negros, devido principalmente ao preconceito e à discriminação racial e ao racismo institucional”. É importante ressaltar que, ao abordar este tema a partir das universidades, do cinema e da mídia, fortalece-se um movimento global – e que vem ganhando força no Brasil –, que reivindica o reconhecimento do preconceito e da discriminação racial como importantes causadores de problemas psíquicos.

Neste sentido, ‘Infiltrados na Klan’ é um filme fundamental para se aprofundar nos meandros dos discursos de ódio e, claro, perceber como a mobilização coletiva dos grupos oprimidos, a partir de princípios racionais, cooperativos e políticos, pode fazer uma enorme diferença. Afinal, como bem pontuava Nelson Mandela, ninguém nasce odiando o outro por sua cor de pele. Esta é uma estrutura de pensamento que foi aprendida e, como tal, pode ser superada pela educação e ampliação do reconhecimento profundo acerca do princípio da alteridade. O desafio é colossal, mas possível.

FICHA TÉCNICA:

INFILTRADO NA KLAN

Título original: BlacKkKlansman
Direção: Spike Lee
Elenco: John David Washington, Adam Driver, Topher Grace;
Ano: 2018
País: EUA
Gêneros: Biografia, Policial

REFERÊNCIAS:

Negros representam 71% das vítimas de homicídios no país, diz levantamento. Disponível em: <https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/negros-representam-71-das-vitimas-de-homicidios-no-pais-diz-levantamento.ghtml > Acesso em: 17 de fevereiro de 2019.

O impacto do racismo na saúde mental da população negra. Disponível em: < https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/01/26/O-impacto-do-racismo-na-sa%C3%BAde-mental-da-popula%C3%A7%C3%A3o-negra > Acesso em: 17 de fevereiro de 2019.

Compartilhe este conteúdo:

Negros no Oscar e incentivo social

Compartilhe este conteúdo:

Século XXI, mulheres com direitos quase se igualando aos deveres. Negros caminham, ainda sorrateiros, entre a população buscando provar o seu lugar, um lugar nunca antes marcado por outros como nós, o que gera total estranheza e incompreensão por todos os lados. Por um lado, vivemos em época em que um filme protagonizado e produzido por negros concorre a um Oscar, por outro tentam nos marcar a pele com marcas invisíveis que tem por único objetivo nos subjugar através do argumento claro de que pertencemos exclusivamente à periferia.

Viemos de lá, ou melhor, viemos de lugares piores do que aquilo que hoje conhecemos como comunidade, a popular favela. Pertencemos por longos tempos a mãos daqueles que se julgavam superiores pela tez da sua pele, viemos de navios agrupados como lixo, fomos vendidos como mercadorias, levamos chibatadas como se nossa dor não significasse nada. Hoje nossa dor é contada em histórias, em músicas, em telas de cinema, mas estamos longe de reclamar nosso lugar de direito, aquele lugar que insistem em nos dizer que não nos é devido.

Fonte: https://abr.ai/2DC6zCM

Vamos entender que atualmente podemos nos ver representados em filmes sem que sejamos escravos, podemos escrever matérias que serão lidas por toda população. Hoje precisamos reconhecer que alguns de nós já se manifestaram e levantaram a bandeira da liberdade, não apenas a liberdade de ir e vir, mas a de se descobrir capaz de realizar grandes feitos. Precisamos agora aprender a levantar mais alto a bandeira da representatividade, entender que os lugares que conquistamos, por menores que sejam, precisam ser valorizados de forma que outros como nós possam erguer suas bandeiras também.

Como segregados, como fomos, conseguimos alçar voos incríveis, imagina se nos juntarmos e tentarmos levantar uns aos outros. Sim, isso seria incrível. Se hoje alcançamos nomeações, vamos reclamar os prêmios, as recompensas, as posições nas alturas. Vamos ocupar a periferia, mas também os bairros de luxo, vamos trabalhar para pagar contas, mas vamos estudar para que nossas possibilidades não fiquem limitadas.

Fonte: https://bit.ly/2GrMouZ

Vamos vender bala no sinal, mas também estudar medicina e aprender a salvar vidas. Vamos faxinar pelo nosso ganha pão, mas também incentivar aos da próxima geração para que sejam mais do que conseguimos ser, educando-os para que “Wakanda” seja em todo lugar e para que eles, assim como nós, encorajem-se para libertar o Pantera Negra que existe no interior de cada um.

Busco fazer a minha parte numa luta diária que mais parece uma eterna queda de braço, mas sigo lutando para que outros enxerguem o potencial em si e lutem por si tal como eu lutei e continuo lutando.

Fica a esperança de um mundo onde não seja necessário exaltar a possibilidade de um prêmio por uma academia acostumada a concedê-los cada vez mais a nós, negros de pele, de corpo e de alma.

Fonte: https://glo.bo/2tmJWxB
Compartilhe este conteúdo:

‘A favorita’ e as relações de conflito em torno do poder

Compartilhe este conteúdo:

Concorre com 10 indicações ao OSCAR:

Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Montagem, Melhor Direção de Arte

Algo digno de ser notado em A favorita é o tom de frivolidade nas ações e regalias da nobreza.

A favorita, filme dirigido por Yórgos Lánthimos, estrelado por Olivia Colman, Rachel Weisz e Emma Stone, lançado em 2019, retrata a vida da corte inglesa e os percalços “singulares” da realeza.

Na Inglaterra do séc. XVIII, a corte se encontra sendo liderada pela rainha Anne, que dentre todas as características possui a cólera e uma total falta de controle como seus pontos mais fortes. Dessa forma, ao seu lado ela possui Lady Sarah Churchill, sendo esta a responsável por fazer todas as obrigações que seriam delegadas à rainha.

A relação entre Anne e Sarah é de extrema dependência, a ponto de a primeira se considerar inteiramente incapaz de viver sem a presença da outra. É nítida a dependência emocional da rainha, que se mostra em somatizações o tempo inteiro ao decorrer o filme. Cenas como ela gritando por Sarah no meio da madrugada, aos prantos e extremamente suada, são bem comuns.

Já a personagem de Sarah é o oposto de Anne. Uma mulher decidida e de pulso firme, que apesar de manter uma relação próxima com a rainha não abaixa a cabeça para ela em diversos momentos. Tal comportamento se faz necessário, uma vez que Sarah consegue enxergar que Anne precisa muito de imposições de limites, por não conseguir tomar decisões coerentes com seu posto de líder.

Fonte: encurtador.com.br/zCEU3

A relação das duas ia muito bem, até que um dia uma nova moça chega ao castelo à procura de emprego. Abigail Masham inicia suas atividades como empregada do castelo, e numa astuta jogada, ao ajudar a curar as dores de uma gota da rainha, consegue que Lady Churchill a coloque para ser sua criada.  Mal sabia ela que estaria colocando uma “cobra na toca de um coelho”…

A sensação que se tem a partir desse momento é de um completo jogo de “destruição a rival”, onde Abigail e Sarah lutam pela atenção e aprovação da rainha, e a relação que se estabelece entre as duas é de uma competição acirrada. De acordo com Edwards (1991) apud Palmieri et al (2004) ambientes competitivos podem levar os indivíduos a comportamentos hostis e agressivos, e é justamente o que acontece com as duas rivais.

Ao se estabelecer esse ambiente de competição ao invés de cooperação, ambas excluem toda e qualquer possibilidade de trabalharem juntas pela rainha, pelo contrário, cada uma assume sua posição na busca por ser a mais querida por Anne. Esse cenário pode ser explicado, já que num contexto de competição “quanto mais um indivíduo se aproxima de seu objetivo, mais o outro se afasta da possibilidade de alcançar o seu (EDWARDS apud PALMIERI et al, 2004, pág.191)”.

Mas quem poderia levar maior vantagem nessa disputa? Aquele que estiver disposto a jogar das formas mais obscuras possíveis. E esse alguém você descobrirá quem é ao assistir o filme!!!

Fonte: encurtador.com.br/mCTZ4

O retrato da realeza e suas “singularidades”

Algo digno de ser notado em A favorita é o tom de frivolidade nas ações e regalias da nobreza, o que diretor com certeza conseguiu representar muito bem. Ao mostrar cenas das grandes festas e banquetes, e as formas de diversão que a nobreza possuía, o som de piano ao fundo, traz a sensação de comicidade e repulsa pela diferença descabida dos criados servindo vinho, enquanto os homens nobres atiram laranjas num bobo da corte que sorri “alegremente”.

A rainha que possui 17 coelhos dentro de seu quarto e que aposta corridas usando lagostas vivas, enquanto todos os criados dormem num quarto espalhados pelo chão sem espaço ao menos para respirar, diz muito sobre a desigualdade social da Inglaterra do séc. XVIII.

Fonte: encurtador.com.br/flEV5

FICHA TÉCNICA:

A FAVORITA

Título original: The Favourite
Direção:  Yorgos Lanthimos
Elenco: Olivia Colman,  Emma Stone,  Rachel Weisz, Nicholas Hoult;
Ano: 2018
Países: Estados Unidos da América e Irlanda
Gênero: Biografia, Histórico

REFERÊNCIAS:

PALMIERI, Marilícia Witzler Antunes; BRANCO, Angela Uchoa. Cooperação, Competição e Individualismo em uma Perspectiva Sócio-cultural Construtivista. Psicologia: Reflexão e Crítica, Brasília, v. 2, n. 17, p.189-198, 12 set. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/prc/v17n2/22471>. Acesso em: 16 fev. 2019.

Compartilhe este conteúdo:

Com 8 indicações ao Oscar 2019, Vice, filme com Christian Bale, é o destaque da Maratona do Oscar no Cine Cultura

Compartilhe este conteúdo:

A Maratona do Oscar continua no Cine Cultura com exibição do longa “VICE” do diretor Adam McKay,  neste sábado, às 20h.

O filme conta a historia do político republicano Dick Cheney, figura polêmica e de decisões que causaram forte impacto nos Estados Unidos e no mundo. Ficou internacionalmente conhecido ao assumir a vice-presidência americana no governo de George W. Bush, entre 2001 e 2009.

 

Na pele do personagem principal está Christian Bale, que com a ajuda de uma impressionante maquiagem, desaparece completamente, surgindo na tela apenas seu personagem. O elenco é composto também por Amy Adams como sua esposa Lynne Cheney; Steve Carell, que encarna o ex-secretário de defesa, Donald Rumsfield; Sam Rockwell na pele de George W. Bush.

 

Criado nos mesmos moldes do aplaudido filme anterior de McKay, “A Grande Aposta”, de 2015, Vice, além de melhor filme, também concorrerá a outras sete categorias, incluindo Melhor Ator (Christian Bale), ator coadjuvante (Sam Rockwell) e Melhor Maquiagem e Cabelo.

 

Vice

Sinopse: Na juventude, Dick Cheney (Christian Bale) se aproximou do Partido Republicano ao ver na política uma grande oportunidade de ascender de vida. Para tanto, se aproxima de Donald Rumsfeld (Steve Carell) e logo se torna seu assessor direto. Com a renúncia do ex-presidente Richard Nixon, os poucos republicanos que não estavam associados ao governo ganham imediata importância e, com isso, tanto Cheney quanto Rumsfeld retornam à esfera de poder do partido. Décadas depois, com a decisão de George W. Bush (Sam Rockwell) em se lançar candidato à presidência, Cheney é cortejado para assumir o posto de vice-presidente. Ele aceita, mas com uma condição: que tenha amplos poderes dentro do governo, caso a chapa formada seja eleita.

Trailer: https://youtu.be/iCdS6yVOA0w

 

 

fonte: https://bit.ly/2O88uH8

 Christian Bale irreconhecível

O Cine Cultura funciona de quarta-feira a domingo e os ingressos custam R$ 12,00 promocional (Bohemian Rhapsody). Os demais filmes R$ 12,00 Inteira e R$ 6,00 Meia.

Mais informações pelos telefones (63) 2111-2405 e (63) 98448-6637.

 

Confira a programação:

Quinta: 07/02/2019

18h – Bohemian Rhapsody, Bryan Singer (ultima sessão)

Biografia, Drama | EUA|2018| 2h15’

Classificação: 14 anos

 

20h30 – Vergel, Kris Niklison (estreia)

Drama| Argentina, Brasil| 2018| 90’

Classificação: 16 anos

 

Sexta: 08/02/2019

17h – Vergel, Kris Niklison

Drama| Argentina, Brasil| 2018| 90’.

Classificação: 16 anos

 

Sessão Comentada com Eduardo Lima (Unitins)

19h30 – O Beijo no Asfalto, Murilo Benicio.

Drama| Brasil| 2018| 110’

Classificação: 14 anos

 

Sábado: 09/02/2019

16h30 – Vergel, Kris Niklison

Drama| Argentina, Brasil| 2018| 90’

Classificação: 16 anos

 

Maratona do Oscar

18h – Infiltrado na Klan, Spike Lee

Biografia Policial| EUA| 2018| 2h16

Classificação: 14 anos

 

20h – Vice, Adam McKay

Biografia, Drama| EUA| 2018| 2h12

Classificação: 16 anos

 

Domingo: 10/02/2019

Maratona do Oscar

Sessão comentada com Gustavo Henrique

14h30 – Vice, Adam McKay

Biografia, Drama| EUA| 2018| 2h12

Classificação: 16 anos

 

18h – Infiltrado na Klan, Spike Lee

Biografia Policial| EUA| 2018| 2h16

Classificação: 14 anos

20h30 – Vergel, Kris Niklison.

Drama| Argentina, Brasil| 2018| 90’

Classificação: 16 anos

 

Quarta: 13/02/2019

Pré-estreia

19h – Fevereiros, Marcio Debellian

Documentário| Brasil|2018| 73’

Classificação: Livre

 

Fevereiros

Sinopse: O documentário foi responsável por registrar a vitória da escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira em 2016, que teve um enredo homenageando a cantora baiana Maria Bethânia. Além de filmar a escola e os preparativos do barracão, a produção ainda acompanhou a cantora nas festas da Nossa Senhora da Purificação, na Bahia.

Trailer: https://youtu.be/22RpBRBwtfM

 

Infiltrado na Klan

Sinopse: Em 1978, Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com os outros membros do grupo através de telefonemas e cartas, quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.

Trailer: https://youtu.be/ie339j2Qeog

 

Vergel

Sinopse: Em pleno verão, uma mulher brasileira (Camila Morgado) espera o corpo do seu marido que foi morto durante as férias do casal na Argentina. A burocracia é tanta e a espera tão longa que ela começa a perder a noção do tempo e o senso de realidade. O apartamento onde ela está hospedada é cheio de plantas, mas ela sequer consegue cuidar delas. Até que uma vizinha (Maricel Álvarez) se oferece para ajudar a regar e a mulher encontra nessa desconhecida alguém com quem compartilhar sua dor.

Trailer: https://youtu.be/kGaPnA3nprE

 

Fundação Cultural de Palmas

Programação: 63- 2111-2405

Compartilhe este conteúdo: