Aulas remotas na pandemia não contemplaram o acesso à educação por parte dos estudantes indígenas

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Em 17 de março de 2020, por meio da Portaria nº 343, o Ministério da Educação (MEC) se manifestou sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia da COVID-19, para instituição de Educação Superior integrante do sistema federal de ensino. Ademais, todas as instituições de ensino foram contempladas por essa decisão e assim a pandemia agravou a vulnerabilidade dos povos indígenas no que diz respeito ao acesso à Educação. 

Assim, o ensino 100% remoto começou a fazer parte da realidade. O uso da internet, das tecnologias educacionais, das plataformas de vídeo aulas e redes sociais foram as técnicas mais utilizadas por todos os países que fizeram parte do acervo, mesmo com dificuldades de acesso e permanência entre educadores, escolas e estudantes (FARIAS & SOARES, 2021). 

Apesar das aulas remotas terem sido uma alternativa, não contemplou a realidade dos povos indígenas, o estado brasileiro tem histórico de negligência dos direitos desses povos e os direitos educacionais foram negligenciados considerando o fato de que o acesso a internet não contempla comunidades tradicionais longe de centros urbanos sem recursos tecnológicos. 

A emergência e o despreparo culminaram em problemas que deixaram marcas irreparáveis. No Brasil não houve diretrizes políticas que dessem suporte ao ensino público durante a pandemia, apenas a alteração do calendário escolar e permissão tardia para implementação do ensino remoto emergencial (CAETANO, et al, 2023). 

Segundo Farias e Soares (2021), a forma como o estado se posicionou em relação às medidas tomadas a respeito da educação nas comunidades indígenas frente a pandemia está ligada a uma política social genocida, pois foram medidas consideradas etnocidas. Aqui, cabe ressaltar que existem poucas pesquisas no que tange a saúde mental dos estudantes indígenas que lidaram com diversos estressores para ter acesso ao que lhe é de direito.

Algumas medidas foram tomadas pelas próprias universidades para que seus alunos não ficassem desassistidos, como a UFMG que criou um projeto de extensão “Conectividade para indígenas e quilombolas”, que encontrou uma solução de levar internet via satélite aos universitário devido às demandas que surgiram após a pandemia. 

Em relação às movimentações políticas, o Projeto de Lei 3903/23 que está em análise na Câmara dos Deputados, autoriza o governo a usar o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) para levar internet a indígenas e quilombolas. 

O acesso a internet por parte das comunidades indígenas e quilombolas lhe possibilitam muito mais do que estudar, pois através do acesso podem se conectar socialmente com o mundo, defenderem seus direitos e fortalecerem sua cultura, para isso, é de grande importância que  projetos de lei sejam aprovados e executados. 

REFERÊNCIAS

Caetano, A. P. L., de Souza , F. F., Brandão , A. C. B., & Avanci , J. Q. (2023). LIÇÕES APRENDIDAS EM TEMPOS PANDÊMICOS: REVISÃO DE ESCOPO SOBRE A ATUAÇÃO DOCENTE E OS IMPACTOS NA SAÚDE. Arquivos De Ciências Da Saúde Da UNIPAR27(8), 4351–4383. https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i8.2023-015. Acesso em: 02/12/2023.

Farias, C. G. de, & Soares, E. P. M. (2021). OS IMPACTOS DA COVID-19 NA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA DO SUDESTE PARAENSEWEB REVISTA SOCIODIALETO12(34), 1–17. https://doi.org/10.48211/sociodialeto.v12i34.397. Acesso em: 02/12/2023.

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Impactos da pandemia na educação e nos sujeitos inseridos nessa realidade

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O sistema educacional ao passo que se instaurou o período de pandemia devido ao COVID-19, passou por diversos conflitos, desafios e necessidade de adaptações que por vezes não eram suficientes para o enfrentamento da situação. Ao passo que o vírus se espelhava pelo país/mundo, foi necessário aderir estratégias como, fechamento de escola, universidade e templo religiosos; proibição de realização de eventos das mais variadas espécies, proibição de viagens interestaduais e até intermunicipais na tentativa de evitar aglomerações e assim a doença fosse disseminada de forma mais rápida e sem controle (Carvalho et al. 2020, p. 3).

Diante dessas medidas tomadas pelos governantes, cada sujeito experienciou de uma maneira diferente, enquanto para alguns não gerou muito impacto no modo de viver, para outros os impactos foram mais críticos, mas de acordo com os estudos de Ornell; Schuch; Sordi; Kessler (2020) levantados por Carvalho et al. (2020), situações como essas podem gerar ou ampliar aos sujeitos envolvidos sintomas ansiosos, estressantes e acentuação em casos de depressão e que situações como essas e suas consequências, perpassam pelos indivíduos independentemente de sua classe social, idade ou sexo.

Com a necessidade de adaptações, no período da pandemia, novas relações afetivas e profissionais foram criadas e ressignificadas, muitas pessoas passaram a trabalhar remotamente; famílias passaram a conviver cotidianamente com vários conflitos; pessoas ficaram afastadas de entes queridos para se proteger e proteger o outro; muitos continuaram nas suas atividades por serem essenciais, por não terem outra opção para se manter ou mesmo por não acreditarem que o vírus é real (Souza, 2020, p. 111).

Para além dessas mudanças, a pandemia também trouxe problemáticas e necessidade de adaptações no campo educacional, pois com a precisão dos estudantes permanecerem em suas casas, causou uma ruptura abrupta no modelo tradicional de ensino, aulas presenciais em sala de aula passando para um ensino digital, por meio de aulas online ou gravadas. Souza (2020) traz em seu estudo, dados importantes acerca dos indivíduos com acesso à internet e celular, esses dados foram retirados do IBGE de 2018 em que constava que por volta de 15 milhões de residências não possuíam acesso à internet, enquanto cerca de 79,1% tinham acesso à internet, sendo o aparelho celular o meio mais utilizado pelos indivíduos, mas que apesar disso, em algumas residências, era um único celular para todos os moradores.

Além dos dados levantados pelo IBGE, Souza (2020) evidencia o estudo do CETIC de 2019 em que constava que cerca de “11% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos não têm acesso a internet, correspondendo a 3 milhões de pessoas, sendo que 1,4 milhão nunca acessou a rede” (p. 111-112). Indo além do acesso à internet e posse de aparelhos celulares, a autora traz um ponto de grande importância, o local em que esses sujeitos residem são de grande importância, pois quanto mais confortável e possuir espaços adequados, melhor poderá ser o rendimento do estudante, enquanto sujeitos de baixa renda podem encontrar dificuldades de obter um bom desempenho nos estudos devido a falta de um ambiente amplo e adequado para estudar.

Referente às dificuldades durante a pandemia no contexto de ensino, Souza (2020) levantou pontos como por exemplo, dificuldades em manter o vínculo com os alunos mesmo distante, como ensinar por meio das tecnologias enquanto há alunos que não possuem acesso a mesma e principalmente, como superar o modelo tradicional da educação. Além dessas, a autora ainda complementa com preocupações em relação ao modelo em que a graduação preparou esses professores para darem aula diante do cenário sala de aula, quadro e alunos presentes e com a ocorrência da pandemia teve necessidade do ensino online, levando a sala de aula para a estrutura da residência dos professores e adiante disso, apresentavam impacto no momento de gravar ou dar as aulas.

Souza (2020) traz um adentro importante de se levar em consideração, onde ao passo que o ensino se tornou remoto, ele retira o aluno do lugar de sujeito ativo, deixando de lado as metodologias ativas que eram utilizadas no presencial, tornando assim, o que a autora traz como “educação instrucionista, conteudista” (p. 113), levando ao cansaço e dispersão dos alunos. Além disso, trouxe efeitos aos professores também, pois ao lidarem com o novo jeito de ensinar, pôde se observar o aumento de sintomas ansiosos e a sobrecarga profissional, pois além de professores se adaptando, também eram sujeitos com medo e dúvidas acerca do novo cenário que se instalava.

Senhoras (2020) traz que com a ocorrência da pandemia, foi perceptível também o crescimento no número de desistência de alunos e os problemas no processo de aprendizagem, podendo ser levado em conta que ao utilizar-se do ensino online, a figura de auxílio no ensino, se tornou os pais, em que dependendo da escolaridade e classe social deles, poderiam não saber o conteúdo e consequentemente, não conseguir acompanhar os filhos.

(…) surge a problematização da ausência do preparo de pais e responsáveis para assumirem o papel de tutores/mediadores. Ferreiro e Teberosky (1999, p.17), ao apoiarem-se na referência piagetiana quanto o processo de aquisição do conhecimento, propuseram interpretar a criança como “sujeito que produz seu próprio conhecimento”. Desta forma, faz-se necessário que lhes sejam apresentados meios de desenvolvimento.  No entanto, para a grande maioria dos pais falta-lhes conhecimento pedagógico para propiciar e acompanhar este processo de aprendizagem (Queiroz et al. 2021, p. 6).

Senhoras (2020) complementa que, quanto melhor a condição financeira e maior for o grau de escolaridade, mais fácil é para que haja continuidade nos estudos independentemente se seja online ou presencial.

                                                                                        Fonte: https://encurtador.com.br/crxFU

Em seus estudos, os autores Queiroz et al. (2021) realizaram pesquisas direcionadas aos responsáveis de alunos que estudavam a primeira série do ensino fundamental, onde estavam em processo de aprender a ler. Diante das pesquisas, foi relatado pelos pais que as maiores dificuldades no processo de aprendizagem na pandemia se deram ao fato de não possuírem ou terem dificuldade em acessar à internet, a ausência de interações sociais que as crianças possuíam antes, levando-os a um baixo acompanhamento de maneira regular nos conteúdos que eram disponibilizados e como relatado tanto por Senhoras (2020) quanto por Queiroz et al. (2021), o despreparo dos responsáveis em prestar auxílio nas atividades.

No trabalho de Santos et al. (2021, p. 4) evidencia outros problemas ora enfrentados no processo do ensino online, como por exemplo, “a conexão instável e lenta à internet, excesso de trabalho e questionamentos acerca das melhores estratégias metodológicas para o ensino de Ciências e Biologia de maneira remota”, indo além desses, os autores trazem também dificuldades em decidir que recurso utilizar nas aulas, as maneiras de estabelecer a comunicação com os alunos, a idade dos alunos também se mostrou um fator importante e ao levar a sala de aula para dentro de casa, os professores tiveram um maior gasto financeiro para que pudessem dispor dos recursos necessários para prestar um bom ensinamento.

Dessa maneira, observa-se a “uberização” do trabalho realizado pelo professor na modalidade remota, pois como afirma Silva (2019) o trabalho na empresa Uber exige que o trabalhador seja responsável pela mercadoria que vai vender e pelo serviço que será prestado. Esse cenário reflete o aumento da carga horária de trabalho e a transferência de gastos e riscos para os docentes do país (Barbosa, Ferreira & Kato, 2020).  A realidade torna-se ainda mais difícil para as mulheres docentes, pois sobre elas recaem maior carga de stress com os filhos e outros familiares na residência (Santos, 2020). Devido ao machismo ainda vigente, as tarefas domésticas não são divididas, e assim, as mulheres se desdobram para lidar com os afazeres de casa e as múltiplas atribuições do trabalho (Santos et al. 2021, p. 4).

Ao passo que a pandemia foi amenizando e com o surgimento das vacinas, as pessoas foram retornando às suas rotinas de trabalho, estudo e relações sociais. Com a volta para as escolas, foi possível perceber as dificuldades de socialização, estabelecer vínculos sociais/afetivos devido ao tempo em que passou em isolamento, dificuldade no processo de adaptação das atividades, por vezes até mesmo uma queda no ritmo de aprendizado e consequentemente, notas de trabalhos e provas, baixa concentração nas atividades, comportamentos hiperativos. Apesar disso, pode-se observar que a volta “ao normal”, os professores buscam mais ainda tornar os alunos sujeitos ativos e com autonomia para que consigam buscar o aprendizado, mas sempre promovendo meios e disponibilizando materiais e apoio quando buscado.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, L. de S.; SILVA, M. V. de S. da; COSTA, T. dos S.; OLIVEIRA, T. E. L. de; OLIVEIRA, G. A. L. de. The impact of social isolation on people’s lives during the COVID-19 pandemic period. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e998975273, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.5273. Disponível em: <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/5273> Acesso em: 4 dez. 2023.

SANTOS, D. R. dos .; OLIVEIRA, K. F. .; SOARES, Z. C. B. . Challenges faced by teachers in the pandemic and post-pandemic scenario: teachers and the challenges encountered in time of a pandemic. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 15, p. e02101523083, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i15.23083. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/23083. Acesso em: 5 dec. 2023.

SENHORAS, E. M. . CORONAVÍRUS E EDUCAÇÃO: ANÁLISE DOS IMPACTOS ASSIMÉTRICOS. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 2, n. 5, p. 128–136, 2020. DOI: 10.5281/zenodo.3828085. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/135. Acesso em: 4 dez. 2023.

SOUZA, E. P. de. Educação em tempos de pandemia: desafios e possibilidades. Cadernos de Ciências Sociais Aplicadas, [S. l.], v. 17, n. 30, p. p. 110-118, 2020. DOI: 10.22481/ccsa.v17i30.7127. Disponível em: <https://periodicos2.uesb.br/index.php/ccsa/article/view/7127> Acesso em: 4 dez. 2023.

QUEIROZ, M. de; SOUSA, F. G. A. de .; PAULA, G. Q. de. Educação e Pandemia: impactos na aprendizagem de alunos em alfabetização. Ensino em Perspectivas, [S. l.], v. 2, n. 4, p. 1–9, 2021. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/ensinoemperspectivas/article/view/6057. Acesso em: 4 dez. 2023.

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Pandemia e invisibilidade social: impacto Covid-19 nas populações de rua

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A situação da população em situação de rua durante a pandemia de COVID-19 no Brasil foi bastante desafiadora. A falta de moradia adequada e condições sanitárias adequadas tornou essa população mais vulnerável à transmissão do vírus. Muitas organizações e voluntários intensificaram esforços para fornecer abrigos temporários, alimentos e itens de higiene. A população de rua superou as 281 mil pessoas no Brasil em 2022. Isso representa um aumento de 38% desde 2019, após a pandemia de covid-19. Essa é a conclusão de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA, 2019).

Apesar de alguns avanços, como a inclusão dessa população no Cadastro Único e o acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) como o Consultório na Rua, ainda há desafios significativos. A falta de dados precisos impacta diretamente o planejamento de políticas públicas e pode perpetuar a invisibilidade social desse grupo.

Os números estimados da população em situação de rua em 2020 e 2021 são preocupantes, indicando um aumento significativo. A pesquisa destaca a importância de uma abordagem mais efetiva na contagem oficial, conforme previsto na Política Nacional para a População em Situação de Rua. A falta de informações precisas pode afetar a alocação adequada de recursos e serviços, como exemplificado pela dificuldade do Ministério da Saúde em fornecer vacinas contra a Covid-19 para essa população. ( PAULA & LAURA, 2018) Momentos como estes a preocupação com aqueles que só tem a rua como moradia vem como um vento forte no deserto: avassalador. Fazer políticas públicas para pessoas nessas condições sempre foi um assunto comentado e desafiador independente do olhar e do momento (HONORATO & SARAIVA, 2014).

A condição das pessoas em situação de rua é uma preocupação significativa, especialmente devido à sua vulnerabilidade a várias questões, incluindo infecções. Essas pessoas muitas vezes enfrentam condições precárias, falta de acesso a cuidados de saúde adequados e têm maior probabilidade de exposição a diversos riscos. Portanto, é crucial que haja consideração especial para atender às necessidades específicas dessa população, garantindo o acesso a serviços de saúde, abrigo e outros recursos essenciais. A abordagem holística e sensível às questões relacionadas aos direitos humanos é fundamental para lidar com os desafios enfrentados por pessoas em situação de rua.

                                                                                                                   Fonte: Pinterest.com

A presença de famílias inteiras nas ruas destaca a complexidade da situação e a necessidade de abordagens abrangentes que considerem as diferentes dimensões do problema. A coordenação de esforços entre organizações governamentais e não governamentais, além do apoio da sociedade, é fundamental para criar soluções eficazes e promover a inclusão dessas pessoas na sociedade.

Passados mais de 10 anos desde a publicação da Política Nacional para Pessoas em Situação de Rua (Decreto nº 7.053, 2009), a condição de precariedade social dessa população no Brasil tem se agravado, especialmente a partir de 2017, após a crise econômica e política que o país viveu e com o crescente desemprego, que tem forçado famílias a migrar de cidade em busca de trabalho, além de outros fatores que já os atingiam, como dependência química, conflitos familiares, entre outros. O desafio no Brasil continua sendo o momento da implementação das políticas públicas para essa população (Hino et al., 2018). O número fornecido de pessoas em situação de rua pelo último Censo Pop, realizado entre 2007 e 2008, foi de 31.922 adultos (PESQUISA NACIONAL, 2008).

                                                                                                                                    Fonte: Pinterest.com

O Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua é uma importante ocasião para refletir sobre os desafios enfrentados por esse grupo vulnerável e buscar soluções para melhorar suas condições de vida. O Massacre da Sé em 2004 é um triste lembrete da violência que muitas pessoas em situação de rua enfrentam.

A pandemia da Covid-19 agravou ainda mais a situação, trazendo novos desafios e alterando o perfil da população em situação de rua. É preocupante ver que trabalhadores que perderam empregos e casas devido à conjuntura atual agora compõem essa população. A necessidade de empregos e moradias é evidente, e iniciativas que abordem essas questões são cruciais para ajudar essas pessoas a reconstruir suas vidas.

REFERÊNCIAS

Honorato, B. E.; Saraiva, L. A. S., & Silva, E. R. (2017). A construção social da ordem e da subversão nos discursos da (e sobre a) população em situação de rua de Belo Horizonte. Revista Organizações em Contexto, 13(26), 339-383.

Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua (2008). (Sumário Executivo). Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Paula, M. D. S., & Laura, C. M. F. (2018, January). População em situação de rua: seus (des) encontros com a saúde, construção de visibilidades, protagonismo e possibilidades de garantia de direitos sociais. In Proceedings of 2018, Convención Internacional de Salud, Havana, Cuba. Recuperado de :http://www.convencionsalud2018.sld.cu/index.php/connvencionsalud/2018/paper/view/1805 /818»http://www.convencionsalud2018.sld.cu/index.php/connvencionsalud/2018/paper/view/ 1805/818

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Pandemia, dor, luto é justo? Quanto custo

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Simone Magalhães: “na psicologia, minha visão de mundo mudou radicalmente”

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Simone B. Magalhães, nordestina, reikiana, 40 anos, casada há 15 anos, mãe de um casal de adolescentes. A entrevistada é formada em Educação Física pela Universidade de Pernambuco desde 2005, dois anos após se formar, casou-se e mudou-se para Palmas – TO. Aqui na capital do Tocantins Simone trabalhou com ballet clássico (crianças), dança (idosos) e Educação Física escolar. Após engravidar do primeiro filho, optou por parar de trabalhar fora de casa e se dedicar com exclusividade a criação dos seus filhos.

 

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo. 

 (En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?  

Após dez anos dedicando-me à família, senti que era o momento de retornar ao mercado de trabalho, mas não me identificava mais com minha profissão. Entrei em processo terapêutico por alguns anos até que, em 2019, escolhi o curso de Psicologia. 

 Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação? 

Gosto da ideia da clínica, priorizando o público surdo, com atendimento em Libras. Gosto também da ideia de ensinar, dar palestras e poder contribuir para o conhecimento de outros colegas na área que pretendo me especializar.

 Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia? 

Daria o mesmo conselho que me dei quando decidi iniciar o curso: deguste da universidade, aproveite cada momento, tanto em relação ao conteúdo quanto as relações de amizade construídas durante o processo.

Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?  

Minha visão de mundo e relações interpessoais mudaram radicalmente, sinto como se tivesse retirado um véu do meu rosto que fazia com que eu enxergasse tudo meio embassado e, agora, sinto que enxergo o mundo à minha volta com mis clareza, nitidez.

 Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas? 

Tenho bastante facilidade de me relacionar com pessoas, independente da idade. Porém, ao encontrar pessoas da minha faixa etária no contexto da universidade, há a possibilidade de trocar experiências positivas e negativas, ocorrendo um acolhimento mútuo. 

Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica? 

Meu maior desafio é conseguir conciliar a demanda familiar com as atividades do curso.

 Qual mensagem você deixa para os nossos leitores? 

Entendam que todos nós, independente da idade, temos demandas além da Universidade. Ninguém conhece, de fato, a dor do outro, escolha treinar a empatia e paciência, que serão necessárias para a prática terapêutica, com os colegas de curso.

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Sônia Rocha: quando o sonho de ser psicóloga supera qualquer desafio

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Sônia Cecília Rocha, 66 anos, mineirinha, casada, mãe e avó. Sônia é uma mulher extrovertida, amorosa, comprometida com a excelência em tudo que se propõe a executar. Em uma breve apresentação pessoal a entrevistada pontua que já viveu uma fase onde se via guerreira de levantar bandeiras, gritar, brigar, chorar; era destemida e acreditava que poderia mudar o mundo. 

O tempo passou, ela então se casou, vieram os filhos, eles cresceram e se foram, e nessa fase quando se viu sozinha e com a coragem se esvaindo entendeu que precisava reagir e iniciou o processo de graduação em psicologia. “Entreguei-me a este projeto, foi um imenso desafio, saí de um supletivo de um ano e meio, fiquei quarenta anos sem estudar, sem preparo fiz o Enem, e ingressei na faculdade. Teve momentos de extrema dificuldade, mas uma mulher forte ainda residia em mim. Como disse, dei a minha alma e aqui estou, vencendo esta etapa, que entre mortos e feridos, salvaram-se alguns, inclusive eu (risos)”, disse Sônia.

Confira este e outros detalhes na entrevista a seguir:

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida? 

Sônia Rocha – A síndrome do ninho vazio e a teimosia em não querer parar. O desafio de ir além. E Psicologia porque acreditava que faria sentido pra mim.

(En)Cena – Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Sônia Rocha- Pretendo explorar a área da psicologia forense, ainda não me decidi, mas a tendência é que seja como Psicólogo Perito Oficial Criminal.

(En)Cena – Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

Sônia Rocha – Sonhe menos e estude mais. Só mudamos algo em nós mesmos e no mundo através de conhecimento.

Fonte: Imagem por rawpixel.com no Freepik

(En)Cena – Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso? 

Sônia Rocha – A busca por conhecimento transforma nosso olhar em relação a tudo que nos cerca, nos faz ver não só as partes, mas o todo das questões que nos envolve. Hoje tenho mais segurança em quem eu sou, do que quero e de quando eu quero. O outro continua sendo importante para mim, respeito-os a todos, desde que respeitem a mim. Diria que aprendi a me bastar, a me gostar.

(En)Cena – Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

Sônia Rocha – Esta troca foi bastante positiva em minha vida, diversidades me encantam, pensamentos diferentes, atitudes, posturas, culturas. É uma roda viva que nos motiva de várias formas. Quanto à idade, o tempo todo ela só foi um número, tanto a minha quanto a dos colegas.

(En)Cena – Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?

Sônia Rocha – Não senti grandes percalços, de verdade. Sempre gostei muito de casa, sou igual gato, amo meu canto, minhas escritas, minha privacidade. Que eu me lembre a tecnológica, a conexão sempre caindo foram sim, desafiadores. Quanto ao ensino, achei super de boa, nunca pesquisei tanto e consequentemente aprendi muito com isso.

(En)Cena – Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Sônia Rocha – Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida, ninguém, exceto tu, só tu. Em referência a Friedrich Nietzsche: “construa, de qualquer forma no início, vá aprimorando com o tempo, mas comece, não pare no tempo, senão ele te consome. Te engole. Apenas não pare”.

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Mindfulness e Terapia Focada na Compaixão para a redução da ansiedade e estresse em professores

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Sabe-se que um dos principais sofrimentos mentais do século XXI é o transtorno de ansiedade, tendo sido citado recentemente pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como de prevalência global. Durante a pandemia de COVID-19 no Brasil, muitos foram os desafios para professores e alunos que tiveram de se adaptar a períodos de aulas on-line, bem como retornar às atividades mesmo em meio às incertezas sobre o vírus e às formas de combatê-lo.

Esse cenário de incertezas e de adaptação dos professores de forma abrupta às mais diversas tecnologias favoreceu o surgimento de quadros ansiosos e o consequente aumento do adoecimento mental dos profissionais da educação e por vezes seu afastamento do ambiente de trabalho.

O transtorno de ansiedade se refere a distúrbios que causam angústia, medo, nervosismo, dentre outros sintomas e trata-se de uma preparação natural do corpo para reagir ao risco presente em determinado ambiente, mesmo que esse risco não exista realmente. O grande problema desta reação do indivíduo é quando ela se torna intensa e frequente, comprometendo a qualidade de vida e a saúde emocional. Dentre os principais prejuízos ao indivíduo estão aumento dos níveis de cortisol, perda de memória, desgaste do sistema imunológico podendo levar ao aparecimento de doenças autoimunes como lúpus e a diabetes tipo I.

Fonte: Imagem de Elisa por Pixabay

Relacionando a saúde mental ao contexto de trabalho atual dos professores, observa-se que os mesmos são uma das categorias profissionais que mais necessitam de novas habilidades emocionais para enfrentar este novo cenário pós- pandemia.

Em recente estudo feito pela Nova Escola, 28% dos professores denotam sua saúde emocional como péssima ou ruim e 30%, como razoável, ou seja, a maior parte dos entrevistados possui uma saúde mental frágil e que necessita de cuidados.

Como tratamento principal a esse quadro de ansiedade em professores, a terapia e o uso de técnicas já consagradas e reconhecidas cientificamente como o mindfulness, a TFC (terapia focada na compaixão) e a dialética são tidas como formas de ajuda para a redução dos sintomas maléficos e o aumento do bem-estar do indivíduo.

Dinâmica de Grupo

O campo do conhecimento sobre a convivência em grupo e de suas relações com os outros grupos e com as instituições mais amplas foi denominado dinâmica de grupo.

O psicólogo Kurt T. Lewin (1965) foi quem introduziu o termo “dinâmica de grupo” nas ciências sociais e deu nome e identidade definitivos para o estudo dos grupos na Psicologia Social norte-americana. Suas proposições têm importância histórica para a ciência psicológica e seu legado apresenta-se ainda hoje como referência para a formação de psicólogos e demais profissionais que lidam com o fenômeno da grupalidade.

Em aspectos práticos, dinâmica de grupo é uma ferramenta que consiste na reunião de várias pessoas no mesmo local para realização de atividades, nas quais elas interagem entre si.

Assim, a importância da Dinâmica de Grupo reside em permitir que o indivíduo participante desenvolva suas competências por meio do que já lhe é conhecido, e se tornar ainda mais competente, podendo chegar a atingir quatro dimensões importantíssimas: dimensão social, dimensão interpessoal, dimensão pessoal e dimensão profissional.

Fonte: Imagem no Freepik

Mindfulness

Mindfulness é uma técnica de meditação consubstanciada em um momento de concentração e atenção plena, sem julgamentos. Essa prática proporciona a atenção plena para o momento atual, visto que com o ritmo acelerado em que se vive, as pessoas passam a agir de forma automática, sem parar ou mesmo terem um momento de concentração.

Concentrar-se significa estar em contato com o presente e não estar envolvido com lembranças ou com pensamentos sobre o futuro, dessa forma é intencional, visto que o sujeito escolhe e se esforça para estar atento plenamente, com foco integral no momento atual, que se deve à não categorização dos sentimentos, pensamentos e sensações apresentadas, além do não julgamento, que tem relação com uma aceitação verdadeira desses fatores, na maneira que se é apresentado.

Mindfulness não é uma crença, uma ideologia, nem uma filosofia, é uma descrição fenomenológica coerente da natureza da mente, emoção e sofrimento e sua liberação em potencial, com base em práticas destinadas a um treinamento sistemático e a cultivar aspectos da mente e do coração por meio da faculdade de atenção plena.

Fonte: Imagem por pressfoto no Freepik

TFC -Terapia Focada na Compaixão

A Teoria Focada na Compaixão foi desenvolvida por Paul Gilbert como uma abordagem de tratamento transdiagnóstico que visa criar autocompaixão e reduzir o sentimento de vergonha, desenvolvendo um sistema de suporte interno que precede o envolvimento com o conteúdo interno doloroso.

O foco clínico na Teoria Focada na Compaixão é baseado em algumas observações: a) pessoas com níveis elevados de vergonha e autocrítica podem ter muita dificuldade em serem delicadas consigo mesmos, sentirem alívio ou autocompaixão; b) pessoas que geralmente viveram histórias de abuso, negligência e/ou ausência de afeto na infância, tornando-se vulneráveis às ameaças de rejeição; c) trabalhar com vergonha e autocrítica requer um foco terapêutico nas memórias mais remotas; d) pessoas com tendências a altos níveis de vergonha e autocrítica podem sentir dificuldade em gerar sentimentos de contentamento, segurança e carinho.

Pesquisas sobre a neurofisiologia das emoções sugerem que podemos distinguir pelo menos três tipos de sistema de regulação emocional: 1) Sistema de proteção à ameaça; 2) Sistema de direção e impulso; e 3) Sistema de satisfação e contentamento.

Os fundamentos da Teoria Focada na Compaixão são organizados nesses três sistemas que podem estar desequilibrados e o objetivo é reequilibrá-los. Para isso, há três aspectos no engajamento terapêutico: 1º) o terapeuta usa habilidades de expressão dos atributos da compaixão; 2º) o paciente vivencia isso como algo compassivo e seguro que diminui a vergonha e a culpa; e 3º) o terapeuta ajuda o paciente a desenvolver atributos e habilidades da compaixão.

Os elementos-chave da Teoria Focada na Compaixão são a psicoeducação, a atenção plena, a compaixão e as imagens.

Dialética

Dialética deriva do termo latim dialectica e do grego dialektike, que significa discussão. Provém dos prefixos “dia” que indica reciprocidade e de “lêgein” ou “logos” que indicam o verbo e o substantivo do discurso da razão, ou teoria. Nasceu assim, incorporando as razões do outro através do diálogo.

Este foi o primeiro sentido do termo, empregado por Sócrates na Grécia antiga: dialética como a arte do diálogo, de demonstrar uma tese por meio de argumentação capaz de definir e distinguir conceitos envolvidos em uma discussão.

Na acepção moderna, porém, dialética seria o modo de pensar as contradições da realidade, compreendendo o real como essencialmente contraditório e em permanente transformação.

A dialética considera que a totalidade é sempre maior que a soma das partes, e que sua apropriação é sempre dinâmica. A totalidade é a estrutura significativa da realidade dada pela visão de conjunto, pela síntese que o sujeito faz de algo em determinado momento. Diz-se, então, de um sujeito ativo, que atribui sentidos subjetivos ao mundo a partir das sínteses que realiza.

Fonte: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Conclusão

Desta forma, após a aplicação de todas as técnicas apresentadas, no público-alvo, percebe-se a redução da sintomatologia da ansiedade no trabalho dos professores, além da reverberação positiva tanto na relação dos docentes com os colegas de trabalho, quanto com os acadêmicos, famílias dos discentes e demais pessoas do convívio. Assim, o manejo da saúde mental do professor enquanto cidadão, através da remissão do sofrimento e da modificação da reatividade emocional e redução dos efeitos nocivos do estresse e da ansiedade, reflete ainda nas demais relações sociais do mesmo, cooperando para o bem-estar individual e coletivo.

Referências

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AUTORES:

Evelyn Oliveira Dias

João Araújo Lima Júnior

Candida Dettenborn

Ana Cristina Martins Mascarenhas Matos

Taís da Conceição Freitas Nogueira

 

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Adrielly Martins é uma das convidadas do Simpósio de Avaliação Psicológica

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No dia 25/05 o 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica irá contar com a psicóloga Adrielly Martins Porto Netto

Fonte: Arquivo Pessoal

O 3º Simpósio de Avalição Psicológica Tocantinense que ocorrerá do dia 25/05/22 irá abordar os mais diversos temas com a maior relevância para o mundo acadêmico e profissional, dentre eles está a Avaliação Psicológica no Contexto Hospitalar e os Impactos Sofridos pela Pandemia, que será ministrado pela Psicóloga Adrielly Martins Porto Netto, egressa do Curso de Psicologia do CEULP/ULBRA.

A acadêmica e estagiária do portal (En)Cena, Sandra Ramalho, conseguiu uma entrevista com a palestrante, onde obteve algumas exclusivas para este grandioso portal de notícias acadêmicas.

En(Cena) – Qual a sensação de retornar ao CEULP/ULBRA como egressa e palestrante referência na sua área?

Adrielly – Desde da época de acadêmica eu admiro o reconhecimento o carinho a colaboração e a confiança que o Ceulp tem nos seus egressos e hoje “voltar pra casa’ é um prazer, é uma honra e principalmente sendo referência na minha área de atuação tive a oportunidade de enquanto acadêmica aprender um pouco nos estágios que eu fiz em algumas disciplinas sobre a área hospitalar e estar hoje atuando de fato me faz muito agradecida por tudo o que o curso da Psicologia do Ceulp me proporcionou. Sinto-me feliz, grata, e muito esperançosa p poder proporcionar uma oficina bacana assim como eu tive a oportunidade de ter enquanto acadêmica.

En(Cena) – Há quanto tempo atua no mercado como psicóloga, qual são suas especialidades e áreas de atuação?

Adrielly – Formei na turma de 2019/2, e desde janeiro de 2020 já atuo profissionalmente. Inclusive, meu primeiro vínculo empregatício como Psicóloga, foi de coordenadora do SEPSI. Havia sido estagiária extracurricular de lá em 2016/17, e ao formar o CEULP já me acolheu muito bem. Porém, 3 meses depois, com a pandemia, tive a oportunidade de ser chamada para atuar como Psicóloga Hospitalar, pois a demanda cresceu exponencialmente. E desde então estou vinculada a Rede Medical, com Psicóloga Hospitalar, atuando diretamente nas unidades de terapia Intensiva e enfermarias. Faço pós-graduação em Cuidados Paliativos, tema riquíssimo na minha atuação na instituição. Já em 2021, apostei na carreira de Psicóloga Clínica também. E assim, venho atuando nessas duas áreas da psicologia.

En(Cena) – Um hospital é local de fortes emoções, lá muitas vezes é onde se inicia e encerra uma vida. Como a avaliação psicológica pode influenciar nesse ambiente de forma positiva?

Adrielly – Sempre digo que o olhar do psicólogo, a observação, a atenção, são algumas das principais ferramentas que o profissional da psicologia deve ter ao avaliar o paciente. Receber um diagnóstico, estar hospitalizado, isolado, e dependente de uma equipe, é reduzir a autonomia de uma pessoa. O paciente e seus familiares se sentem assim, impotentes diante dessas realidades. Encontramos aí uma das possibilidades da atuação do profissional, avaliar as queixas, as angústias, os sofrimentos, e as necessidades que eles demandam, e proporcionar um ambiente humanizado, de compreensão, de colaboração e com qualidade de vida.

En(Cena) – O papel desempenhado pelo psicológico que realiza a avaliação psicológica hospitalar repercute na dinâmica do hospital?

Adrielly – Sem dúvida. O psicólogo atua como mediador da tríade paciente-familiar-equipe. Na dinâmica hospitalar nenhum profissional deve atuar sozinho, pois todas as avaliações realizadas são importantes e repercutem na atuação dos demais integrantes da equipe. Inclusive, durante a rotina hospitalar, as avaliações realizadas devem ser discutidas durante reunião da equipe. Claro, mantendo a ética e respeitando as limitações das informações repassadas, mas sempre compartilhando informações relevantes para o tratamento.

En(Cena) – O que te levou a escolher este tema para apresentar no 3º Simpósio de Avaliação Psicológica Tocantinense?

Adrielly – É um assunto que julgo ser importante de discutirmos. A avaliação no contexto hospitalar ainda possui mitos, crenças e teorias que nem sempre favorecem. Minha ideia é desmistificar algumas delas e instigar mais colaboradores para essa área de atuação. Já o link com a pandemia que tive a ideia de trazer, é mostrar espaços que também podemos ocupar. Que no meio de uma crise mundial o nosso papel foi bastante relevante, e demandou muita criatividade para descobrirmos novos cenários de atuação. Espero que gostem, inclusive.

En(Cena) – O Covid-19 mudou o comportamento social, com restrições, lockdowns, medidas de distanciamento e tantas outras situações que alterou a concepção do indivíduo perante a sociedade. No ambiente hospitalar, as medidas foram ainda mais restritivas, dado grande risco de contaminação. Como os impactos dessa pandemia podem ser descritos pelo viés psicológico?

Adrielly – Desencadeador de muitos traumas. Inúmeros e incontáveis. Não consigo mensurar os sofrimentos encontrados nesse cenário. As dores, as lutas, as perdas, foram singulares. É difícil até hoje de descrever a respeito. O distanciamento limitou nosso afeto, nosso humanismo, nossa responsabilidade afetiva. Fomos aproximados por telas quando o que mais precisávamos era de uma mão segurando a do outro. De um beijo na testa assegurando de que iria ficar “tudo bem”. Fomos impedidos de darmos notícias difíceis, seguidas de abraços, pois havia uma barreira de “proteção” chamada distância. Tivemos rituais de despedidas ineficazes. Esposas que não se despediram, filhos que não viram, famílias que não tiveram a oportunidade de ver a última vez o rosto de seus entes queridos. Lutos mal elaborados, despedidas não vivenciadas, histórias que ficaram pela metade.

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Apatia emocional no (quase) pós-pandemia: um recorte para adolescentes em idade escolar

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A longa duração da pandemia do covid-19 tem revelado um vasto cenário de consequências e imprevisibilidades comportamentais que acometem pessoas das mais variadas idades, mas principalmente os jovens a partir de 12 anos de idade em idade escolar. Apatia emocional e cansaço extremo tem sido a maioria das queixas dos adolescentes na escola. Estudantes enfrentam a dura luta de reaprender a pensar, estudar, estabelecer relações lógicas, e fazer uma prova ou uma simples atividade avaliativa em sala de aula. O ato em si de concentrar-se em uma sala de aula incorre em incômodos que vão desde a inquietação e ansiedade a total apatia emocional.

Muitos dos efeitos da pandemia sobre a nossa saúde mental são facilmente identificáveis. Um desses efeitos sentidos as vezes permanece escondido e é até difícil de nomear. O Sociólogo Corey Keynes nomeou esta sensação “languishing”. Tal sentimento foi descrito pelo psicólogo organizacional Adam Grant no jornal The New York Times, é um estado emocional que, em sua essência, se define pelo vazio…. O Psicólogo definiu esse estado de moleza, cansaço e desânimo como “definhamento”.

De acordo com o autor, isso acontece quando uma pessoa tem a sensação de vazio e estagnação na forma como ela se percebe diante da vida. Os sinais são variáveis e passam por esquecer que dia da semana é hoje frequentemente, e por uma impressão de que se está observando a própria por meio de um para-brisa enevoado. Uma parcela da população mundial já lida com as consequências da apatia persistente, marcada, substancialmente, pela sensação de vazio que determina o languishing, sensação que não passa, perdura dia após dia.

É como se a pessoa estivesse no limbo, num estado de indecisão, incerteza, indefinição e nada a movesse para sair desse lugar. É viver com sentimento de desalento e desamparo.

Fonte: encurtador.com.br/cmPW2

Para Adam Grant, esse sentimento poderia se tornar a emoção dominante em 2021, o que de fato presenciamos isso nos estudantes nas escolas. Em 2022 o cenário mudou pois já com muitas pessoas vacinadas a incidências de casos da covid-19 caiu drasticamente, porém agravou-se pelo estado de irritação e impaciência de adolescentes inseridos em ambiente escolar. Enquanto estudantes, eles tem que lidar com sua rotina de estudos que inclui o tempo de permanência dentro da sala de aula por até seis horas aulas por turno com um intervalo de recreio em média de 30 minutos. Essa rotina que antes da pandemia era considerado tranquila, hoje é reforçado por comportamentos de desprezo, inquietação, imediatismo, irritabilidade e apatia emocional. Todo esse comportamento é resultado de período longo de enclausuramento pandêmico, fato que levou os adolescentes a repensarem o tempo de permanência dentro da escola e até a metodologia de ensino neste período quase pós pandêmico.

Não podemos deixar de considerar o fato de que a pandemia acentuou a diferença entre aqueles que já apresentavam dificuldades na aprendizagem, hoje o simples ato de aprender exige muito mais deste aluno como do professor regente. O ensino online modelou o comportamento dos estudantes e consequentemente é um causa para o medo e a desmotivação atual na escola.

Diante deste cenário é fato que o ensino aprendizagem apresenta grandes desafios que envolvem desde novas metodologias e estratégias de ensino a formas empáticas de acolher, escutar e tentar perceber as diversas nuances comportamentais afloradas e repercutidas dentro da sala de aula como também ter um olhar diferenciado para aqueles alunos de inclusão social e pedagógica. Esse movimento é perfil característico de um novo educador, que também precisou de reinventar, aprendendo novas tecnologias e utilizando novas metodologias transformando um ambiente virtual em uma sala de aula.

Fonte: encurtador.com.br/qPVWZ

Infelizmente ainda vivemos em um mundo onde muito se estigmatiza a saúde mental, onde é mais fácil rotular do que pensar sobre as causas de comportamentos afetivos. Hoje vivemos um tempo em que o ser humano grita para ser ouvido e entendido. De acordo com (GRADIN, 2018) rotineiramente adolescentes e jovens buscam ajuda psicológica com sintomatologia de tédio, apatia e vazio existencial. Tais casos são corriqueiros e frequentes em consultório e trazem uma narrativa de carregarem um vazio incômodo, pesado e paralisante.

É necessário pensarmos na complexidade do ser humano, observando as premissas que norteiam as causas e relações dos comportamentos humanos. Assim poderemos perceber que há fatores determinantes que afetam a saúde emocional de muitos e que no caso dos adolescentes, esses fatores são mais intensos, profundos e por muitas vezes paralisantes. Ao reconhecer que muitos adolescentes estudantes estão definhando, podemos começar a dar voz ao desespero silencioso e iluminar um caminho para sair do vazio.

De acordo com Morin ao pensar complexo deve-se considerar a incerteza e as contradições como parte da vida e da condição humana e ao mesmo tempo o autor sugere que a solidariedade e a ética deve ser o caminho para a religação dos seres e dos saberes.

Fonte: encurtador.com.br/azFJK

No início do século XX ocorreram duas revoluções, uma envolvendo a teoria da relatividade de Albert Einstein e a outra a mecânica quântica de Max Planck. Tais teorias obrigaram a humanidade a rever doutrinas e tiveram aplicações nas mais diversas áreas, da filosofia à indústria bélica. A teoria quântica, por exemplo, derrubou certezas da Física e as substituiu pela noção de probabilidade. A relatividade pôs em questão os conceitos de espaço e tempo.  Essas e outras reformulações do conhecimento humano levaram Morin a definir sete “princípios-guia” da complexidade, interdependentes e complementares. São eles os princípios sistêmico (o todo é mais do que a soma das partes), hologramático (o todo está em cada parte), do ciclo retroativo (a causa age sobre o efeito e vice-versa), do ciclo recorrente (produtos também originam aquilo que os produz), da auto-eco-organização (o homem se recria em trocas com o ambiente), dialógico (associação de noções contraditórias) e de reintrodução do conhecido em todo conhecimento.

A escola da contemporaneidade precisa pensar nessas novas ferramentas de estratégias para serem utilizadas livremente desde o planejamento das aulas até a ministração da aula em si de forma a contemplar os diversos estados emocionais que podem eclodir dentro da sala de aula.

A psique juvenil está em fase de desenvolvimento, muitos pensamentos e sentimentos se conflituam deixando ainda mais intenso e dolorosos os processos relacionais. É necessário que na escola haja um olhar empático, uma visão de todos, sem fragmentações, encaixar todos no mesmo quadrado e sim pensarmos o ser humano com Carl Jung pensou, quando disse: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana”.

REFERÊNCIAS 

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