O Corpo Fala: sinais físicos de problemas mentais

Compartilhe este conteúdo:

A sociedade contemporânea está habituada a identificar sinais grotescos e agressivos de distúrbios mentais e problemas psicológicos. Automutilação, ingestão demasiada de remédios, desânimo excessivo são as “condições” mais comumente associadas a presença de problemas mentais.

Porém, existem sinais sutis – ou não – de que o indivíduo vem enfrentando fortes batalhas internas e que, muitas vezes, sequer possuem conhecimento de sua existência.

 Obviamente estes sinais não são exclusivos de uma peculiaridade psicológica. Por exemplo, a obesidade que possui grandes fatores genéticos que, acompanhados de uma mente cheia de traumas, pode agravar a condição física do indivíduo.

A compulsividade alimentícia é sempre associada há algum distúrbio, mas também pode ter conexão com algum trauma, uma experiência agonizante que levou o sujeito a buscar refúgio e compensação no alimento.

Fonte: encurtador.com.br/etxz9

Além da obesidade, a calvície é uma outra condição sutil que pode trazer mais que uma condição genética no seu desenvolvimento. Uma pessoa depressiva, que ignora os cuidados básicos de higiene, por nítida ausência de interesse com o autocuidado, agrava a perda de cabelos.

Mas, não são somente condições genéticas que escondem a presença de problemas psicológicos, muitas vezes estados emocionais intensos passam desapercebidos pelos olhos desatentos da grande massa, porém, em alguns casos, os ombros caídos e rosto maltratado vão além de um dia intenso e exaustivo de trabalho.

As marcas de choro copioso, nem sempre estão ligadas ao luto, término, perda. O sorriso também tem se tornado um grande “ofuscador” de problemas, posto que algumas pessoas desenvolveram a capacidade de utilizá-lo com maestria para esconder a dor que carrega consigo.

Tem se tornado cada vez mais crescente aquelas pessoas que não pertencem a nenhum grupo social, comumente denominados de “excluídos”, estes, de tanto sofrerem, criaram mecanismos de defesa psicológica, onde entendem que a ausência de relacionamentos resulta na ausência de sofrimento. A indiferença é sua arma principal.

Os traumas muitas vezes dão sinais sutis e pouco perceptíveis, mas estão todos lá, alguns em grande escala, outros impossíveis de serem “identificados a olho nu”, mas é sempre importante ter em mente que o corpo fala.

Nosso corpo é dotado de mecanismos orgânicos e extremamente avançados que nos apresentam os indícios de perturbação física e psicológica.

Infelizmente, alguns desses sinais foram ignorados, outros tidos como fraqueza e tantos outros como virtudes, o que, ao logo dos anos se tornou difícil não só para desconstituição de sua imagem, mas também o tratamento coletivo.

Comportamentos destoantes da vida em sociedade, que remontam a selvageria de outrora dos instintos indomados, atreladas à instabilidade psicológica resulta em estados mentais peculiares e perigosos. A criação de mecanismos agressivos de defesa, por exemplo, é, muitas vezes, uma resposta comportamental a algum abuso psicológico sofrido pelo agressor.

Fonte: Google Imagens

Isto posto, deve sempre se buscar uma conexão entre corpo e mente, sempre para que possa ser possível compreender os sinais e buscar, o quanto antes, o tratamento adequado, seja físico ou psicológico.

Compartilhe este conteúdo:

As mulheres, a pandemia e o isolamento social

Compartilhe este conteúdo:

Com a pandemia da COVID-19, não apenas a saúde biológica da mulher foi afetada, mas também todas as suas relações, sejam elas relações de amizade, familiares ou conjugais. Pesquisas demonstram impactos relacionados ao aumento da violência doméstica, desemprego, isolamento social, luto entre outros fatores. Os impactos causados pela pandemia nos contextos econômicos e sociais podem impossibilitar o atendimento das necessidades básicas das mulheres no contexto familiar, o que é causado devido a fatores como desemprego, isolamento social e etc (SANTOS et al, 2020).

Segundo dados da OMS, com o isolamento social ocorrido devido a pandemia da COVID-19 houve um aumento de 22,2% nos casos de feminicídio entre os meses de março e abril de 2020 em alguns estados do Brasil no ano de 2020, comparado ao ano anterior, ligado a isso ainda foi verificado a diminuição do número de denúncias da violência doméstica (SANTOS et al, 2020). Ocorre ainda aumento na incidência da depressão e ansiedade na população brasileira, indicando maior prevalência em mulheres (SILVA et al, 2020).

Em uma pesquisa realizada com 200 mulheres por acadêmicas de psicologia, os pontos relatados como os que mais afetam as mulheres no processo da pandemia e do isolamento social são:  incertezas quanto a patologia (62,5%),  necessidade de isolamento social (57,5%), perder entes queridos (53,5%), as mídias sociais/informações (50,5%), a sobrecarga de tarefas (46%), falta de estabilidade financeira (32%), falta de rede de apoio (17,5%) e o cenário político (2%).

Fonte: encurtador.com.br/mCWZ9

Diante de um contexto onde percebem-se impactos sociais, econômicos e sociais, o contexto familiar e as relações conjugais podem também apresentar-se vulneráveis. Sobre o distanciamento social nas relações, 43,5% das mulheres dizem ter se sentido mais sozinhas do que de costume, 39% disseram estar distante de seus familiares, 24,5% relataram que apesar de não mudarem sua forma de se relacionar enfrentaram dificuldades e 15,5% informaram não terem enfrentado dificuldades e nem alterações em seus relacionamentos.

De acordo com Insfran e Muniz (2020), as mulheres têm enfrentado durante a pandemia dificuldade pelo distanciamento de redes de apoio como escolas, creches, babás, avós. Devido ao contexto pandêmico, a rede de apoio social como por exemplo, a rede familiar, foi fragilizada devido ao distanciamento social causando mudanças percebidas no enfrentamento do luto (SILVA et al, 2020). Alguns fatores citados pelas mulheres como origem do luto foram morte, desemprego, separação, isolamento social e adiamento/mudança de planos e sonhos.

Ainda de acordo com a pesquisa, 23,5% das mulheres afirmaram também que tiveram problemas em seus relacionamentos devido ao isolamento social. Alguns fatores apontados como origem dos problemas foram: problemas já existentes sem relação com o isolamento social (42,6%), distanciamento social (38,3%), problemas de ordem financeira (36,2%), violência doméstica (4,3%) e agravamento de questões relacionais que aconteciam antes (2,1%).

Fonte: encurtador.com.br/diBP1

Apesar de todos os impactos econômicos e sociais para as famílias e em especial as mulheres, ainda são encontrados relatos de famílias e casais que não sofreram com os efeitos da pandemia. Apontando não terem passado por maiores mudanças em suas rotinas ou suas relações sociais, ou que conseguiram desenvolver novas formas de relação e manejo dos problemas (SILVA et al, 2020).

Segundo a pesquisa, 83% das mulheres afirmaram não terem tido alterações em seu estado civil durante a pandemia, 76,5% dizem não terem tido problemas nos seus relacionamentos devido isolamento ou distanciamento social, 21,5% relatam se sentirem sempre amparadas em casa durante a pandemia.

REFERÊNCIAS

INSFRAN, Fernanda; MUNIZ, Ana Guimarães Correa Ramos. Maternagem e Covid-19: desigualdade de gênero sendo reafirmada na pandemia. Diversitates International Journal, v. 12, n. 2, p. 26-47, 2020.Disponível em:<http://www.diversitates.uff.br/index.php/1diversitates-uff1/article/view/314> Acesso em 26 mar. 2021.

SILVA, I.M. et al. As Relações Familiares diante da COVID-19: Recursos, Riscos e Implicações para a Prática da Terapia de Casal e Família, Pensando fam.,  Porto Alegre ,  v. 24, n. 1, p. 12-28, jun.  2020. Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2020000100003> Acesso em 26 mar. 2021.

SANTOS, L.S.E. et al. Impactos da pandemia de COVID – 19 na violência contra a mulher: reflexões a partir da teoria da motivação humana de Abraham Maslow, 2020. Disponível em:<https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/pps-915> Acesso em 26 mar. 2021.

Compartilhe este conteúdo:

Novo ano letivo: como motivar quem repetiu?

Compartilhe este conteúdo:

Com a chegada do novo ano letivo, alguns pais vão ter um problema pela frente: motivar os filhos que repetiram a se esforçarem mais nos estudos. Algumas crianças e adolescentes ficam desmotivados ao verem os colegas em uma nova classe ou quando percebem que ficaram para trás em alguma matéria. Nesse período, o apoio dos pais é fundamental.

Primeiro de tudo, é necessário identificar se houve esforço ou se realmente não teve empenho durante o ano por parte dos filhos. No primeiro caso, é preciso ver se há a necessidade de uma explicadora ou conversar com os professores para descobrir se a criança ou adolescente tem algum distúrbio de aprendizagem como dislexia, por exemplo. Já o aluno que não se empenhou, muito deve ser mais cobrado.

Com a reprovação de um filho na escola, não adianta mais se desesperar, dar bronca, bater. Mas também não pode se aceitar uma situação dessa como se fosse algo normal. O momento é de fazer uma análise para entender o que aconteceu.

Fonte: encurtador.com.br/wDER6

Um aluno nunca é reprovado no final do ano. Ele é reprovado ao longo do ano. Esses sinais são dados desde o primeiro bimestre, dependendo da escola. O acompanhamento dos pais é importante desde o começo, porque se conseguimos identificar o erro no começo, podemos resolvê-lo de maneira mais rápida. 

A outra dica é levantar a cabeça e seguir em frente. Os pais e professores devem incentivar o aluno a não desistir. Nesses momentos, a conversa é um instrumento fundamental. É preciso fazer a pessoa refletir. Por exemplo, os pais precisam verificar se estão dando mais do que deveriam aos filhos ou mais do que eles merecem. Uma sugestão é cortar algumas coisas, como, por exemplo, vídeo game, algum tipo de diversão ou deixar de dar algum presente que o filho esteja pedindo. Tudo isso pode ajudá-lo a buscar se esforçar mais na escola. 

O verdadeiro o castigo na verdade são trocas. Os pais podem fazer tipo um joguinho, onde o filho vai ganhando de acordo com o merecimento. Caso a pessoa não trabalha e só estuda, mesmo assim não está correspondendo, é preciso cortar algumas coisas. Troca de recompensas são mais eficazes do que simples castigos.

Para que os filhos tenham mais sucesso na escola, é preciso que os pais acompanhem mais de perto o ano inteiro. Não só com a preocupação de não reprovar, mas para incentivar. Quando a escola e família andam juntas para estimular os alunos, os jovens conseguem alçar voos mais altos. Os pais podem perguntar coisas básicas, como: “o que você aprendeu?”; “como está na escola?”; “como foi o seu simulado?”. Olhe também as notas, converse com os filhos. Não precisa necessariamente conhecer bem a matéria, mas os pais precisam mostrar que estão preocupados.

Fonte: encurtador.com.br/fmryA

A outra dica envolve mostrar ao filho que exige sucesso da parte dele. Explique ele que quem estuda é muito mais fácil melhorar de vida. Ressalte a importância aos estudos, que isso vai ser um diferencial na vida dele, apresente experiências, todos os casos de sucesso que estão na família ou fora da família. Veja com eles filmes com mensagens positivas sobre os estudos. 

Mas não se esqueça de que cada um tem o seu tempo. Portanto, não seja imediatista. Nada de bronca, de violência, “puxão de orelha”. Isso não vale a pena nem vai surtir um efeito positivo. Ao invés disso, use palavras para incentivar. Observe as ações positivas e dê elogios no momento certo, até mesmo em pequenas conquistas. Mostre que está feliz com os avanços: “agora, sim, você melhorou /conquistou, parabéns”.

Além disso, nunca o compare com outros. Compare ele só com ele mesmo, porque cada um tem seu tempo. Essa jornada realmente não é fácil. Mas o pai e mãe que se dedicam para ajudar o filho a melhorar, sempre colhem bons resultados. Seu filho é seu maior bem e seu tesouro. 

Compartilhe este conteúdo:

Inclusão no Mercado de Trabalho

Compartilhe este conteúdo:

Quando falamos de inclusão, muitas vezes, pensamos em inserir uma pessoa com características vistas como fora do padrão num contexto de mercado de trabalho de maneira a promover direitos iguais aos demais trabalhadores, seja no âmbito empresarial, industrial ou até mesmo em campos como magistério e outras profissões onde há a possibilidade de atuação autônoma. Todavia, antes de darmos continuidade, precisamos destacar o significado literal da palavra inclusão.

No dicionário inclusão quer dizer “Integração absoluta de pessoas que possuem necessidades especiais ou específicas numa sociedade: políticas de inclusão; inserção, incluir em algum contexto (…).”. Devemos destacar que a visão social que temos de inclusão é um tanto injusta desde a infância quando falamos em campos acadêmicos, pois em nosso país, incluir alguém em algum lugar significa nada mais do que inserir o indivíduo num contexto onde ele possa ser visto como “normal”, ou seja, recebendo as mesmas condições que qualquer outra pessoa no mesmo contexto.

Fonte: encurtador.com.br/BMXZ7

A verdadeira inclusão está em entender os problemas, dificuldades e a as dores do indivíduo, disponibilizando recursos de acordo com suas necessidades.

Para incluir um indivíduo no mercado de trabalho, não podemos simplesmente jogá-lo num ambiente que não oferece os recursos necessários ao mesmo. Isso seria uma segregação ao invés de uma política inclusiva, algo equivalente a uma medida paliativa para cumprir a obrigatoriedade de colocar no quadro de funcionários pessoas que atendam critérios de necessidades especiais. Essa análise nos leva a perceber que ainda há um longo caminho a percorrer para que as tais políticas se tornem eficazes e condizentes com significado literal do termo.

Compartilhe este conteúdo: