Relatando um dia de vivência com a equipe do Consultório na Rua

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No dia 16 de setembro de 2021, vivenciei uma experiência única juntamente com a equipe do Consultório na Rua (CNR). Foi uma manhã de muito trabalho e entrega daquilo que fomos capacitados para fazer: viabilizar e garantir a saúde da população em situação de rua.

São designados profissionais participantes do consultório na rua: o agente social, enfermeiro, técnico em enfermagem, assistente social, médico, profissional de educação física, psicóloga, técnico em saúde bucal, profissional na área de artes e um terapeuta ocupacional (PORTARIA, n. 1.029, 2014).

Estes profissionais são divididos em modalidades, sendo a modalidade I composta por quatro profissionais, sendo dois de nível médio e dois de nível superior. A modalidade II é composta por seis profissionais, sendo três de nível superior e três de nível médio e na modalidade III, é composta pelo mesmo número de membros da modalidade II, com o acréscimo de um profissional médico. (PORTARIA, n. 122, 2011).

 A equipe de Palmas- TO é de modalidade I, composta por dois profissionais de nível superior e dois profissionais de nível médio. A enfermeira Karine Ghisleni é a coordenadora do consultório na rua em Palmas e esteve à frente realizando a abordagem com os usuários do serviço. Esteve presentes também a técnica de enfermagem Silvaci de Araújo Reis, a Psicóloga Residente em Saúde Mental Lauana Paula e também o motorista da equipe Wolney.

Fonte: encurtador.com.br/mCQW2

 Santos (2016) define que o CNR é um serviço de atenção básica que tem por objetivo a atuação de forma itinerante e multidisciplinar, com a política de redução de danos, desfazendo o conceito que apenas o usuário que tem que buscar ajuda profissional.

A ação iniciou-se às 7h e terminou às 10h da manhã. Visitamos diferentes pontos de Palmas onde encontramos moradores de rua e pessoas em situação de rua. A diferença é que os moradores de rua não possuem um lar e moram exclusivamente na rua e as pessoas que estão em situação de rua são pessoas que muitas vezes tem um lar, ou possuem um emprego precário ou por outros motivos de questões familiares e/ou individuais escolhem ou chegam nesse ambiente de rua e a maioria acaba se tornando usuário de álcool e outras drogas (BRASIL, 2020).

Quando estive com a equipe do CNR, foi informado que uma das funções exercidas são os exames de rotina como a baciloscopia de escarro para rastreio de possíveis doenças ou patologias das pessoas em situação de rua. Grande parte dos exames que são realizados são os de sangue para verificar a saúde deles e também se possuem alguma IST (Infecção Sexualmente Transmissível). São realizadas orientações de educação em saúde, além da oferta de anticoncepcionais injetáveis, preservativos femininos e masculinos e lubrificantes como medidas de redução de danos.

 Foram distribuídos medicamentos para usuários que têm distúrbio neurológico, roupas, agasalhos e kits de higiene. Em alguns pontos foram feitos alguns agendamentos de consultas de saúde bucal.

Cazanova (2012) destaca que a equipe do CNR tem por planejamento, realizar a abordagem individual e coletiva das pessoas em situações de rua, acompanhar internações, pré-alta, pós-alta e incluir essas pessoas aos serviços de atenção básica em saúde, hospitais, serviços especializados em ISTs, bem como a reinserção escolar, social e familiar intermediando a promoção de direitos e cidadania dos usuários do serviço.

No dia da ação, me senti muito privilegiado por ter participado e contribuído com a equipe. É muito importante o que esse serviço faz por pessoas nesta situação de rua, pois muitos deles não possuem uma rede de apoio e não tem com quem contar. Estas pessoas estão diariamente exposta a várias formas de violência e estão privadas de direitos fundamentais, enfrenta a falta de privacidade, tomam banho em praças ou postos de combustíveis, tem condições precárias de sono, higiene, alimentação e que os levam a ter uma autoestima baixa, pois não conseguem manter um cuidado maior com eles mesmos.  perdem a esperança de conquistarem algo melhor ou mudar de vida, além dos vínculos sociais que na maioria das vezes são perdidos (ROSA, SANTANA, 2018).

Fonte: Arquivo Pessoal

Durante a abordagem pude ver quantas histórias existem por trás de cada pessoa, família, e que existem vários motivos que levaram essas pessoas a estarem nesta situação de rua. Percebi o quanto o SUS é importante e tem levado saúde e dignidade para quem precisa. Sabemos das dificuldades e dos problemas que existem dentro do sistema, mas o que não podemos negar é que sem ele, muitos de nós não teria acesso a sequer uma consulta.

Ressalto o quão importante é que tenhamos a visibilidade para as pessoas que estão em situação de rua, pois para muitos eles são invisíveis, ninguém quer enxergar que eles estão ali ao nosso lado, nas praças, bancos, pontes e nos cantos da cidade. O preconceito social existente faz com que eles sejam rotulados como marginais drogados, pessoas que não escolheram trabalhar ou estudar e por isso se tornaram moradores de rua (SICARI, 2018). A realidade é que nem todos conseguem direitos básicos para sobreviver e a rua é o único lugar que os acolhe.

É muito importante que as pessoas tenham uma visão mais humanizada para a população em situação de rua. Durante a ação que estive presente, consegui visualizar o quão grato eles ficaram por estarmos ali oferecendo cuidados a eles. Algo que para a maioria dos que estão lendo este relato se tornou comum, como tomar banho, ter eletricidade, gás, uma cama para dormir, para nenhum deles ali era a realidade.

 No olhar de alguns deles enxerguei o sonho de mudar de vida, sair da dependência de drogas, álcool ou conquistar uma moradia e comida e a vontade quando finalizamos a ação foi de poder fazer muito mais por eles.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 1.029, de 20 de maio de 2014, que amplia o rol das categorias profissionais que podem compor as Equipes de Consultório na Rua em suas diferentes modalidades e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, Seção 1, 2014, p.55.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n° 122, de 25 de janeiro de 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0122_25_01_2012.html Acesso em:22 de set. 2021.

CAZANOVA, R. F.. A Integralidade na Fonte do Consultório de Rua no SUS. Orientadora: Leonia Capaverde Bulla. 2012. 151f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Serviço Social, Porto Alegre, 2012.

LIMA, Daiane Silva et al. A EFETIVIDADE DO CONSULTÓRIO NA RUA MEDIANTE O ATENDIMENTO COM A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA. Farol, Rolim de Moura- Rondônia, v. 10, n. 10, p. 104-118, 01 jul. 2020.

ROSA, A. S.; SANTANA, Carmen Lúcia Albuquerque. Consultório na Rua como boa prática em Saúde Coletiva. Revista Brasileira de Enfermagem. São Paulo, 2018.

SANTOS, L. M. Consultório de/na Rua: Desafios na Atenção à População em Situação de Rua Usuária de Álcool e Outras Drogas. Orientadora: Carla Pintas Marques. 2016. 106f. Trabalho de conclusão de curso (Curso de graduação em Saúde Coletiva). Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

SÃO PAULO (Estado). Brasil. Câmara Municipal de Adamantina. Entenda a diferença entre pessoas em situação de rua, “trecheiros” e moradores de rua. 2020. Disponível em: https://www.adamantina.sp.leg.br/institucional/noticias/entenda-a-diferenca-entre-pessoas-em-situacao-de-rua-trecheros-e-moradores-de-rua. Acesso em: 23 set. 2021.

SICARI, A. A. A cidade, a rua, as pessoas em situação de rua: (in)visibilidades e luta por direito. Orientadora: Andréa Vieira Zanella. 2018. 227f. Dissertação (Mestrado em Psicologia). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2018.

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HANNIBAL: o psicopata sofisticado

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Uma pessoa que sofre de psicopatia é facilmente confundida com alguém dado a criminalidade e sempre associado a crimes horrendos. Essa imagem é uma herança das diversas obras literárias que abordam o tema, que ganharam força com a indústria midiática.

No universo cinematográfico, quanto maior a insanidade do protagonista, mais atenção este atrai para si (o que nos leva a uma reflexão da sanidade coletiva, outro tema, talvez?). Essa condição é facilmente observada nas obras literárias que narram a história do psiquiatra Hannibal Lecter e seu paladar peculiar.

Os livros de Thomas Harris, Dragão Vermelho (1981), O silêncio dos inocentes (1988), Hannibal (1999) e Hannibal: a Origem do mal (2006) narram a história deste personagem que tanto intriga a sociedade.

Devido ao grande sucesso, houve ambientações cinematográficas estreladas por importantes nomes do cinema internacional (Anthony Hopkins) e, por último, fora abordado em forma de série de televisão.

A série, dirigida por Bryan Fuller (2013-2015), narra a história do investigador do FBI, Will Graham (Hugh Dancy) que possui a incrível capacidade de se conectar com as cenas dos crimes mais bizarros possíveis, se colocando sempre na posição do assassino, de forma que consegue encontrar até mesmo os detalhes mais peculiares que existem nas cenas que analisa.

 

Fonte: encurtador.com.br/pwRT3

 

Porém, dada esta sua condição especial, seu superior, Dr. Jack Crawford (Laurence Fishburne) determina que este faça acompanhamento psiquiátrico com o melhor psiquiatra de sua região, o Dr. Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen).

O estilo drama inteligente e requintado reina em todo o seriado, não só pelas técnicas de filmagens e efeitos visuais, mas o desenvolvimento de todos os personagens presenteia o telespectador com uma obra de arte macabra.

Mas por que este personagem é tão intrigante? Bem, além da sua nítida psicopatia, observada já nos primeiros episódios (condição que se torna perceptível dado os traços do ator que o interpreta), o Dr. Lecter ainda possui o fascínio por se alimentar de carne humana (Oi!?).

O personagem traz consigo uma inteligência social fora do comum, posto que suas atividades extracurriculares são ocultas de todos aqueles que frequentam seu ciclo social. Seu apetite por alimentos exóticos e gastronomia peculiares são sempre exploradas na série, onde este possui diversas receitas para o preparo de carnes (humanas).

  Lecter “possui” um senso de humor cruel, posto que em seus jantares, na maioria das vezes alimenta seus convidados com grandes peças humanas bem temperadas e assadas ao ponto. 

 

Fonte: encurtador.com.br/zBE26

 

O personagem se mostra “frio” mesmo quando é descoberto, acentuando o seu grau de psicopatia e a incapacidade de aprendizado com os erros que acompanham essa condição psicológica.

Lecter possui uma inteligência que poderia ser considerada bem acima da média, tanto para um psiquiatra quanto para um psicopata, sua competência profissional era extremamente aguçada, o que lhe auxiliava a estar sempre um passo à frente dos investigadores.

É importante salientar que nem todos os psicopatas são iguais ao personagem, tampouco os canibais possuem o mesmo modus operandi.

A psicopatia é muito mais comum do que se pensa, sendo que os traços desta condição psicológica são presentes em diversas pessoas da sociedade, o que torna bem possível que já tenhamos tido algum contato social com algum psicopata.

REFERENCIAS

SKOWRONSKY, Silva Brandão. O Mito Freudiano sobre as origens. Disponível em: <http://sbpdepa.org.br/site/wp-content/uploads/2017/03/O-Mito-Freudiano-Sobre-as-Origens.pdf>, acesso em 02 set 2021.

DE CARVALHO, Eliane Knorr. Canibalismo e normalização. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2008. Disponível em <https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/3987/1/Eliane%20Knorr%20de%20Carvalho.pdf>, acesso em 01 set 2021.

PERES, Julia Macchiarulo; FERNANDES, Consuelo de Almeida Vasques. Hannibal e o Canibalismo. Disponível em <https://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/view/4416/3451> acesso em 05 set 2021.

ESCOLA, Equipe Brasil. “Canibalismo”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/canibalismo.htm. Acesso em 11 de setembro de 2021.

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O Corpo Fala: sinais físicos de problemas mentais

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A sociedade contemporânea está habituada a identificar sinais grotescos e agressivos de distúrbios mentais e problemas psicológicos. Automutilação, ingestão demasiada de remédios, desânimo excessivo são as “condições” mais comumente associadas a presença de problemas mentais.

Porém, existem sinais sutis – ou não – de que o indivíduo vem enfrentando fortes batalhas internas e que, muitas vezes, sequer possuem conhecimento de sua existência.

 Obviamente estes sinais não são exclusivos de uma peculiaridade psicológica. Por exemplo, a obesidade que possui grandes fatores genéticos que, acompanhados de uma mente cheia de traumas, pode agravar a condição física do indivíduo.

A compulsividade alimentícia é sempre associada há algum distúrbio, mas também pode ter conexão com algum trauma, uma experiência agonizante que levou o sujeito a buscar refúgio e compensação no alimento.

Fonte: encurtador.com.br/etxz9

Além da obesidade, a calvície é uma outra condição sutil que pode trazer mais que uma condição genética no seu desenvolvimento. Uma pessoa depressiva, que ignora os cuidados básicos de higiene, por nítida ausência de interesse com o autocuidado, agrava a perda de cabelos.

Mas, não são somente condições genéticas que escondem a presença de problemas psicológicos, muitas vezes estados emocionais intensos passam desapercebidos pelos olhos desatentos da grande massa, porém, em alguns casos, os ombros caídos e rosto maltratado vão além de um dia intenso e exaustivo de trabalho.

As marcas de choro copioso, nem sempre estão ligadas ao luto, término, perda. O sorriso também tem se tornado um grande “ofuscador” de problemas, posto que algumas pessoas desenvolveram a capacidade de utilizá-lo com maestria para esconder a dor que carrega consigo.

Tem se tornado cada vez mais crescente aquelas pessoas que não pertencem a nenhum grupo social, comumente denominados de “excluídos”, estes, de tanto sofrerem, criaram mecanismos de defesa psicológica, onde entendem que a ausência de relacionamentos resulta na ausência de sofrimento. A indiferença é sua arma principal.

Os traumas muitas vezes dão sinais sutis e pouco perceptíveis, mas estão todos lá, alguns em grande escala, outros impossíveis de serem “identificados a olho nu”, mas é sempre importante ter em mente que o corpo fala.

Nosso corpo é dotado de mecanismos orgânicos e extremamente avançados que nos apresentam os indícios de perturbação física e psicológica.

Infelizmente, alguns desses sinais foram ignorados, outros tidos como fraqueza e tantos outros como virtudes, o que, ao logo dos anos se tornou difícil não só para desconstituição de sua imagem, mas também o tratamento coletivo.

Comportamentos destoantes da vida em sociedade, que remontam a selvageria de outrora dos instintos indomados, atreladas à instabilidade psicológica resulta em estados mentais peculiares e perigosos. A criação de mecanismos agressivos de defesa, por exemplo, é, muitas vezes, uma resposta comportamental a algum abuso psicológico sofrido pelo agressor.

Fonte: Google Imagens

Isto posto, deve sempre se buscar uma conexão entre corpo e mente, sempre para que possa ser possível compreender os sinais e buscar, o quanto antes, o tratamento adequado, seja físico ou psicológico.

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Aquarius: o asco que a sociedade ocidental sustenta pela velhice

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No filme Aquarius, tendo como protagonista a fenomenal artista Sônia Braga, temas relevantes sobre a terceira idade são levantados. A obra se passa em um apartamento no bairro de Boa Viagem, em Recife. Grandes corporações imobiliárias estão interessadas em demolir o prédio a fim de expandir seus negócios e tem apenas Clara como a única resistente do prédio inteiro, na qual não aceita qualquer tipo de negociação da empresa. 

 

Fonte: Google Fotos.

Quando a grande corporação imobiliária percebe a inexorável resistência de Clara, começa a tramar estratégias corruptas e libertinas para enfim a inquilina desistir e ceder à proposta deles. Mas ela incansavelmente resiste, chegando até a um certo momento, a recorrer por meio de causas judiciais. Contudo, o que é intrigante na obra é como a fase em que a protagonista está passando mostra a percepção distorcida e deturpada do Ocidente sobre isso. 

Em um dado momento, Clara tenta investir em um flerte sexual com um salva-vidas que trabalha em frente à praia na qual o prédio do seu apartamento se fixa. Ele, desconfiado da proposta, pergunta abertamente se ela está interessado nele, e ela, sem graça da sua reação, desmente e logo em seguida o salva-vidas demonstra uma expressão de alívio, denotando que senhoras daquela idade não poderiam ter ainda algum tipo de atração sexual. 

 

Fonte: Google Imagens

 

Isso mostra como a sociedade ocidental desumaniza a velhice, descaracterizando aspectos básicos de um ser humano em suas funções integrais, como o sexo. Além dessa cena, há outro momento em que Clara chega a pagar para obter um serviço sexual, pois percebeu-se que ao decorrer do filme suas investidas para desfrutar de um momento prazeroso com um parceiro eram limitados ou pela sua idade ou pela sua retirada da mama, no qual a repugnavam. 

Além disso, o filme retrata Clara tendo um círculo social bastante diversificado e amplo, o que a torna bastante ativa socialmente. Isto é, ela recebe visita de velhos amigos, sai para festas noturnas com suas amigas, regadas de danças e drinques, sai para programações diurnas com seus familiares e funcionários que trabalham em sua casa e revive momentos de sua antiga profissão como jornalista no interior da sua casa com amigos. 

De cera forma, é uma realidade chocante para os telespectadores, na qual já esperavam uma rotina melancólica, rotineira e pacata por já estar desfrutando da velhice, pois seus filhos já estão todos independentes e com suas próprias famílias. Mas Clara quebra esta expectativa e mostra que mesmo após os 50 anos, é possível ainda manter uma vida social ativa, desfrutando da agitação como os mais jovens demonstram. 

Simbolicamente o filme demonstra que a protagonista não irá abrir mão do seu lar na qual formou seus filhos, teve um ótimo casamento e ótimas lembranças do seu ofício como jornalista. Logo, princípios simples para Clara são inegociáveis, como suas memórias. Por fim, o filme expõe de forma sutil e em pequenos detalhes que a terceira idade não significa esperar passivamente a morte, mas de que pode-se ter apego a vida e ter o apego a uma causa assim como na juventude. 

REFERÊNCIAS

MARCELLO, M. Aquarius- papo de cinema. Disponível em: https://www.papodecinema.com.br/filmes/aquarius/

Revista Piauí. AQUARIUS: O FILME EM QUESTÃO. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/aquarius-o-filme-em-questao/ 

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Sheldon Cooper e as reflexões sobre a Síndrome de Asperger

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Sheldon é sem dúvidas um dos personagens icônicos mais marcantes da série The big bang theory , famoso por ser inteligente, pela sua forma de agir e pelo seu bordão clássico “bazinga”. A série, que tem doze temporadas, conta o dia a dia de Sheldon ao lado de seus amigos Leonard com quem divide o apartamento, Howard e Rejesh, que o conheceram no trabalho, coloca bem em evidencia as vivências de um dia entre nerds e como tudo começa mudar com a chegada da sua vizinha de frente Penny.

Sheldon é um cara extremamente inteligente, Ph.D. em física, mas com dificuldade de socialização, não consegue entender ironias, tem fascínio por trens, possui pouca empatia por seus amigos e sua namorada, diz o que pensa sem muito filtro e mantém uma rotina, onde preza por organização em seus mínimos detalhes, como por exemplo; separar o cereal por quantidade de fibra. Por hora se mostra inocente, podendo às vezes parecer até um pouco arrogante, o que causa raiva e estranheza em alguns telespectadores da série, podemos observar em fóruns e páginas de fãs alguns comentários sobre isso. O que talvez muitos não saibam é que a personalidade e características de Sheldon, tem forte relação com a síndrome de Asperger, embora os autores da série não tenham se pronunciado oficialmente sobre, podemos perceber através desses e muitos outros comportamentos.

Fonte: encurtador.com.br/dntu8

 

   Segundo o DSM V existem níveis de gravidade para o transtorno do espectro autista, sendo que possivelmente Sheldon se encaixe no nível um o qual demonstra as seguintes características: 

  • Interesse reduzido por interações sociais e dificuldade de iniciar as mesmas, sendo as respostas atípicas ou sem sucesso a abertura social dos outros.
  • Bom desenvolvimento da fala e uso de frases completas.
  • Envolvimento na comunicação, embora apresente falhas na conversação com os outros
  •  Tentativas de fazer amizade são estranhas e malsucedidas.
  •  Inflexibilidade de comportamento
  •  Dificuldade na troca de atividades
  •  Prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não verbais (contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social)
  • Fracasso em resolver relacionamentos com os seus pares.
  • Falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse)
  •  Falta de reciprocidade social ou emocional.

   Seu comportamento atípico e sem muita papas na língua causam desdém, ao mesmo tempo em que atrai muitas pessoas, o que além da representatividade traz também reflexões, porque às vezes temos aversão ao diferente? A priori podemos achar Sheldon antipático, ríspido e ‘’sem coração’’. Embora seja apenas um personagem feito para despertar em nós diversas emoções, precisamos sempre repensar o que pode estar por trás da atitude alheia, não trata-se aqui de estereotipar, mas olhar para outro, com olhos de aprendizado, enxergando a situação como um todo. Cooper com um toque de humor, nos ensina que mesmo com limitações, vivemos em constante desenvolvimento, seja nas nossas relações ou no nosso trabalho, estamos sempre evoluindo e buscando evoluir . 

Algumas de suas especificações embora exageradas já foram de muita ajuda para os amigos, principalmente a Penny a qual mantém uma espécie de rivalidade. O mais importante é aceitação que ele tem por parte do grupo, que nem sempre concorda com suas atitudes mas o acolhe, o apoia e o integra, exemplo disso são as plaquinhas de Leonard sinalizando quando alguém está sendo sarcástico ou o ensinamento de que: não se pode invadir o apartamento da sua vizinha às quatro da manhã pra fazer uma limpeza, embora não tenha concordado com isso, Leonard estava lá o ajudando a limpar, outros exemplos são o jogo de xadrez para três pessoas, a qual ele inventou e seus amigos aderiram a ideia, Penny cantando uma canção de ninar toda vez que ele fica doente, ou o levando no jantar de encontro com Amy entre muitos outros, o que nos mostra que independente de qual seja nossas restrições  ou condição uma boa rede de apoio faz total diferença. 

Fonte: encurtador.com.br/bAN24

Ficha técnica 

criado por Bill Prady, Chuck Lorre

Elenco: Jim Parsons, Johnny Galecki, Kaley Cuoco

Nacionalidade EUA

temporadas : 12

2007-2019

Referências

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

THE bing bang theory.  Bill Prady, Chuck Lorre. EUA- 2007. HBOMAX

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Procrastinação: as causas psicológicas camufladas

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A procrastinação, conhecida como adiamento das atividades ao qual devem ser feitas, pode trazer uma sequência de episódios que possuem questões ambientais, cognitivos, comportamentais e pessoais. Se tratando de algo presente no cotidiano de um acadêmico espera-se que seu desempenho seja prejudicado, tanto quanto um misto de sentimentos decorrentes das circunstâncias advindas pelo processo de acúmulo de tarefas que vão só aumentando, tendo relação das tarefas deixadas para depois e dos sentimentos desagradáveis que a pessoa sente concomitantemente. 

Para que fique claro, procrastinar não significa fazer nada, mas fazer algo menos importante que não seja necessário naquele momento. Nem tudo o que parece é; para algumas pessoas pode caracterizar-se somente como um desleixo e falta de zelo, mas por trás desse desinteresse em realizar tarefas do dia a dia, esconde a temida procrastinação. No entanto, o que é procrastinar? Conforme Dicio (2021), procrastinar significa “adiar ou deixar alguma coisa para depois; não fazer o que precisa ou se programou para fazer no tempo estipulado.” 

A prática dessa atitude poderá revelar possíveis transtornos mentais, como a ansiedade, depressão e problemas com baixa autoestima. Segundo Brito e Bakos (2013) é notável o efeito da procrastinação relacionado à qualidade de vida dos indivíduos, afetando assim o bem-estar; provocando apreensão pela busca de conhecimento a respeito dos motivos de estar agindo de tal forma, e, de como deveria tratá-la. 

 

Fonte: Free pick

 

Falta de interesse, desânimo, rotina estressante, desorganização, dificuldade para chegar no horário são alguns aspectos que precisam ser observados com mais atenção.  Aquela olhadinha de mais de uma hora no Instagram, necessidade de abrir a todo o momento o WhatsApp para ver se recebeu algo interessante, em detrimento ao serviço e aos estudos também não podem passar despercebidos, algo que tem se agravado na pandemia, atual situação que estamos passando, devido ao aumento exagerado do uso de dispositivos eletrônicos.

Conforme a professora de psicologia da Universidade do Rio Grande do Sul, Ana Cristina Garcia Dias, o comportamento de procrastinar pode estar associado a inúmeras consequências negativas, como maiores níveis de estresse, depressão, níveis baixos de bem-estar- físico e mental. Segundo ela, a pandemia piorou a situação com o isolamento, bem como o aumento de atividades nos lares tenha provocado maior índice de procrastinação.

 

Fonte: encurtador.com.br/eqtxK

 

Já Marcos Vinícius Santoro (2019), em seu trabalho de conclusão de curso, na Universidade de Brasília (UNB) destaca que a falta de tempo é um dos motivos que leva o indivíduo a ter a procrastinação como comportamento. Segundo ele, a gestão de tempo é uma alavanca propulsora para vencer a procrastinação, tendo como necessidade acabar com a desorganização e estabelecer prioridades para que a pessoa não fique adiando todas as tarefas que tem para fazer.

Para não procrastinar segue algumas dicas com o intuito de ajudar nas atividades do cotidiano: Não tente resolver tudo de uma vez, ao invés disso, faça uma tarefa de cada vez, além disso tenha o hábito de usar uma agenda para gerenciamento de tempo, como mencionado. Vale ressaltar que essas dicas não substitui a importância de procurar um profissional de psicologia, o qual é capacitado para entender melhor o quadro mental de cada indivíduo. Não seja vencido pela procrastinação, procure ajuda.

Referências

Brito, Fernanda de Souza e Bakos, Daniela Di Giorgio Schneider. Procrastinação e terapia cognitivo-comportamental: uma revisão integrativa. Rev. bras. ter. cogn. vol.9 no.1. Rio de Janeiro. jun. 2013. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872013000100006 Acesso em: 20 set. 2021.

DIAS, Ana Cristina. Como lidar com a procrastinação?. Departamento de Psicologia e do Desenvolvimento da Personalidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 9 de julho de 2020. Disponível em https://www.ufrgs.br/jornal/como-lidar-com-a-procrastinacao/. Acesso em: 15 set. de 2021.

PROCRASTINAR In.: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2021. Disponível em: https://www.dicio.com.br/procrastinar/ Acesso em: 20/09/2021.

SANTORO, Marcos Vinícius. Relação entre a procrastinação e as dificuldades encontradas pelos alunos de ciências contábeis da Universidade de Brasília na produção do TCC. 2019. Disponível em https://bdm.unb.br/bitstream/10483/24091/1/2019_MarcosViniciusPiresSantoro_tcc.pdf. Acesso em:15 set. de 2021.

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Setembro: mês de combate, conscientização e prevenção ao suicídio

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O dia mundial de prevenção ao suicídio é celebrado no dia 10 de setembro, por isso o mês foi escolhido para realizar a campanha conhecida como “Setembro Amarelo” que busca conscientizar, bem como diminuir os índices de suicídio. O tema deste ano é “Agir e Salvar Vidas”. Apesar de ser ainda tabu é preciso discutir e abrir fronteiras sobre o assunto.

Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), calcula-se que a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio, no mundo. No que diz respeito às tentativas, uma pessoa atenta à vida a cada três segundos. Os dados são assustadores, por isso é importante aderir à campanha para alcançar o maior número de pessoas para evitar essa prática.  Ainda, segundo a OMS, somente no ano de 2019, 700 mil pessoas vieram a óbito por suicídio.

 

Fonte: freepink

 

Célia Teixeira alerta sobre a tentativa de suicídio entre os adolescentes. Segundo a psicóloga, muitos deles têm pensamentos de autodestruição e mutilação de si próprio, e veem no suicídio uma tentativa de acabar com a dor psíquica. O assunto abordado por Célia, torna-se crucial, ainda mais com a ascensão das redes sociais, que pode potencializar pensamento suicidas. Por isso, os pais devem ficar mais atentos com o conteúdo que os filhos assistem diariamente.

Conforme cartilha da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o suicídio entre jovens aumentou, sendo o Brasil o terceiro da lista.  Entre as causas estão humor depressivo, rejeição familiar, negligência, abuso físico e sexual na infância. 

Segundo a ABP, doenças mentais são também causas de suicídio, por não terem sido tratadas.  A associação alerta que cerca de 60% das pessoas que morrem por suicídio, nunca se consultaram com um profissional da Saúde

Como ajudar?

Caso conheça alguém que está tendo esse tipo de pensamento, aconselhe a procurar ajuda para cuidar da saúde mental. Não deixe de ouvir a pessoa, mas evite criticar. 

Além disso, pode ligar gratuitamente para o Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo 188 ou pelo site da instituição cvv.org.br. Em Palmas, o CVV fica na quadra AE 310 SUL Av. NS 10, Plano Diretor Sul.

Quando procurar ajuda?

Mesmo sem razão se sente triste e desmotivado;

Sente vontade de chorar sem motivo aparente;

É pessimista e tem dificuldade de enxergar a realidade de forma positiva;

Não sente alegria ou prazer em atividades ou situações que antes lhe interessavam;

Vivencia mudanças no sono, sem conseguir dormir ou, ao contrário, dormindo demais.

Sente-se cansado ou com sono todo o tempo;

Sente-se irritado, ansioso ou angustiado com frequência;

Precisa de muito esforço para fazer atividades simples, como se levantar da cama;

Percebe mudanças no apetite e no peso (aumento ou diminuição);

Sente-se culpado todo o tempo, com baixa autoestima;

Queixa-se de dores constantes ou outros sintomas sem causa física;

Tem pensamentos ou comportamentos suicidas. (Cartilha UFMG)

Referência

TEIXEIRA, Célia. Tentativa de Suicídio na adolescência da Universidade Federal de Goiás (UFG). Goiânia, (GO). Disponível em < https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/49466/24293 >. Acesso 16, set. 2021.

 Associação Brasileira de Psiquiatria. Suicídio: Informando para prevenir.  Disponível em < http://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index9/?numero=14^> Acesso 16, set 2021.

Cartilha de Prevenção ao Suicídio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).  Disponível em< https://www.medicina.ufmg.br/setembroamarelo/wp-content/uploads/sites/86/2019/09/Cartilha-Setembro-amarelo.pdf>. Acesso em 16 de setembro de 2021.

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Evento do CAOS 2021 aborda acidente com Césio 137 em Goiânia

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Dentro da programação do Caos 2021 – Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (inscrições pelo site https://www.ulbra-to.br/caos), que ocorre entre os dias 3 e 6 de novembro próximo, haverá várias edições do Psicologia em debate, que será transmitido entre 14h e 17h do dia 03 de novembro de 2021, primeiro dia de programação.

Durante o evento serão exibidos vários documentários e curtas metragens sobre o tema do congresso, as exibições ocorrerão de forma simultânea em diferentes salas online via Google Meet, cada uma com capacidade para 100 pessoas e serão conduzidas por profissionais convidados que farão pontuações sobre o filme exibido além de proporcionar uma discussão sobre o tema.

Um desses documentários se chama O brilho da morte: 30 anos do césio 137, que será conduzido pela psicóloga Dra. Karine Wlasenko Nicolau e aborda o acidente com césio 137 que aconteceu em Goiânia em 1987. Além de trazer relatos das vítimas, e de várias pessoas que trabalharam no caso na época, o documentário mostra como eles sofrem até hoje, não só com as sequelas da radiação, mas também com o preconceito e descaso dos órgãos públicos.

Fonte: encurtador.com.br/lqtKX

O acidente com césio 137 aconteceu em setembro de 1987 em Goiânia, capital do estado de Goiás, Brasil. Um aparelho de radioterapia estava abandonado onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, e foi violado por pessoas que pensavam conseguir lucro com esse material e por falta de informação, seu conteúdo foi manuseado de forma indevida. O aparelho foi vendido para um ferro velho, e foi o dono desse ferro velho, Devair, quem começou a sentir os primeiros sintomas. Ao abrir a máquina ele encontrou a cápsula que continha césio em forma de pó, e ficou encantado com esse material pois o mesmo tinha uma cor azul forte que brilhava no escuro, daí veio a frase “eu me apaixonei pelo brilho da morte”. Por causa disso, fragmentos desse material foram repassados a parentes e amigos, e só depois de muitos dias e muitos deles se sentirem mal, o material foi levado a vigilância sanitária. O local onde funcionava a vigilância sanitária, hoje funciona o Centro de Assistência aos Radioacidentados.

O material foi levado em um saco de estopa, e todo o trajeto de 2km foi feito pelo transporte público. No mesmo dia foi confirmado que se tratava de material radioativo, mas os policiais mandados para interdição dos locais afetados tinham informações sobre um vazamento de gás apenas, muitos deles passaram mal assim que chegaram ao local. Jornalistas e algumas pessoas curiosas foram ao local sem nenhuma proteção, isso fez com que a contaminação fosse muito grande, e as autoridades tiveram que separar as pessoas contaminadas não só no hospital, mas no estádio olímpico da cidade, onde foram armadas tendas para abrigar a população, algumas pessoas em estado mais grave foram levadas para o estado do Rio de Janeiro. Além dessa providência de atendimento médico e quarentena, era preciso retirar todo o material radioativo e todo o material contaminado pela radiação, foram toneladas de material e para fazer isso empresas foram contratadas para ajudar os bombeiros locais. O problema é que os trabalhadores foram não foram avidados que se tratava de radiação, a informação que receberam foi a mesma dos policiais, que era apenas um vazamento de gás.

A falta de informação era um jeito de manter a imprensa longe, mas isso não durou muito, assim que um jornalista ouviu sobre o césio, jornais do muito todo foram a Goiânia noticiar o acidente. Além das mortes que acorreram na época, muitos dos bombeiros, policiais, mecânicos, médicos e enfermeiros que trabalharam no caso, começaram a apresentar sintomas apenas 10 anos depois, alguns morreram, outros ficaram deficientes físicos e muitos precisam de assistência até os dias atuais. Os custos com medicação ultrapassam um salário mínimo, apesar de que deveriam ser distribuídos gratuitamente, não é o que acontece na realidade. Os medicamentos são de cunho psiquiátrico muitas vezes, muitas pessoas afetadas pela radiação também sofrem com depressão, ansiedade e muitas outros transtornos psicológicos, muitos deles são excluídos até hoje por preconceito da população que os enxerga como transmissores de radiação. As pessoas precisam de atenção médica, psicológica e social, qual é o papel da psicologia nesse caso? Essa discussão será feita no psicologia em debate e será muito rica não só para os alunos, mas para os profissionais de psicologia que já atuam no sistema público.

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A aquisição de um novo hábito requer tempo, força de vontade e repetição

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Criar uma rotina mais saudável, alimentar-se melhor, ter sono de qualidade, cultivar laços sociais positivos, cuidar da mente, fazer uma atividade física, começar um curso novo sempre são metas colocadas no fim de ano para serem realizadas no ano novo que se inicia. As pessoas ficam mais propensas a mudanças de hábitos, o problema é que muitos objetivos ficam, somente, no papel, e o comportamento continua igual ao ano anterior.

O ato de mudar demanda uma quebra de paradigma para que reais transformações aconteçam na rotina do indivíduo. Ou seja, uma mudança de mentalidade que requer esforço para a inserção de novos costumes, para começar o dia com bons hábitos; mesmo encontrando na maioria das vezes dificuldades para a inserção desses novos hábitos, podendo ser vistos como comportamentos governados por regras, que sendo formuladas podem ser mais aceitáveis do que apenas seguidas.

Para muitos, a ideia de introduzir um novo hábito na rotina acaba sendo algo considerado difícil, e muitas das vezes, visto como praticamente impossível. No entanto, é importante lembrar que após o hábito existir, não é possível acabar com ele, e sim modificá-lo, e mudar um velho hábito, que, caso o estímulo para o mesmo volte como era a princípio, esse mesmo hábito ressurgirá imediatamente. Duhigg (2012) ao retratar as ideias de Claude Hopkins certifica que “para mudar um velho hábito, você precisa abordar um anseio antigo. Precisa manter as mesmas deixas e recompensas de antes, e alimentar o anseio inserindo uma nova rotina.”

Fonte: encurtador.com.br/hvwJK

Conforme Covery (2014), a mudança de hábito está relacionada a transformação do caráter, é preciso ser “de dentro para fora” para que realmente exista uma eficácia pessoal e interpessoal. “A abordagem de dentro para fora privilegia um processo contínuo de renovação baseada nas leis naturais que governam o crescimento e o progresso humanos”.

A força de vontade é um pontapé inicial para a formação de novos hábitos, mas para permanecer é preciso consistência e muito esforço diário. As histórias de pessoas bem-sucedidas, que servem de inspiração, ajudam até um certo ponto, pois quando a motivação acaba o que sobra é a disciplina.  Nesse contexto, que Goleman (2005) reforça a ideia de que a inteligência emocional ajuda traçar metas, desenvolver a inteligência intelectual, por meio do gerenciamento das emoções.  Ou seja, a administração das emoções pode ser um meio para a elaboração de novos hábitos, os quais não tenham uma memória volátil, mas sim duradoura.

Caso queira começar sua mudança hoje, segue algumas ideias para a construção de novos hábitos: Primeiramente, não tente mudar de uma só vez, um passo de cada vez, já que seu cérebro está recebendo novos estímulos. Anote tudo em um caderno, mas não o deixe guardado em uma gaveta, deixei- a vista para sempre lembrar de seu objetivo.

Fonte: encurtador.com.br/tCISZ

Uma dica de ouro para uma mudança real, comece a conviver com grupos sociais, os quais já possuem o hábito que deseja adquirir. Por exemplo, se deseja ser um corredor, procure um grupo de corrida. Por fim, mantenha um planejamento de metas, crie boas estratégias elaboradas, mantenha o foco e não desista, é possível mudar.

 

REFERÊNCIAS

Duhigg, Charles. O poder do hábito [recurso eletrônico]: por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios / Charles Duhigg ; tradução Rafael Mantovani. – Rio de Janeiro : Objetiva, 2012.

COVEY, Stephen R. Os 7 Hábitos das pessoas altamente eficazes. Rio de Janeiro: Bestseller, 2014.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

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