O Homem Não é uma Máquina!

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Comumente ouvimos frases como “Homem que é homem é forte’’, “Faça isso igual um homem”, “Faltou um homem para colocar ordem aqui” e por último uma das frases mais famosas “Homem não chora”, conceitos como este externalizados através da fala se tornaram regras extensamente difundidas na sociedade, indicando que o homem deve seguir um padrão de comportamento estando sua conduta pré-definida em conceitos culturais que a sociedade criou.

Apesar de essas referências terem evoluído ao longo do tempo, diversas culturas ainda seguem estritamente a regra que diferencia o comportamento de homens e mulheres pelo conceito da racionalidade e emoção. Dessa forma, infelizmente, homens e mulheres ainda são educados de forma diferente. Como resultado, muitos homens têm dificuldade em expressar sentimentos e emoções.

Santos (2015) acrescenta que a sociedade confere maior emoção às mulheres e maior racionalidade aos homens. Ao analisar a dicotomia entre racionalidade e emoção relacionada à identidade de gênero, enfatizou que expressões de determinadas emoções, como medo e vulnerabilidade, estão mais fortemente associadas às mulheres. Em vez disso, emoções como raiva ou agressão estão associadas aos homens. De uma perspectiva de tipologia emocional potencialmente relacionada ao gênero, espera-se que as mulheres experimentem uma variedade de emoções consideradas mais positivas, enquanto os homens as emoções negativas.

Fonte: encr.pw/NMDWu

Ao mesmo tempo, essa lógica binária tem efeitos colaterais para todos, com algumas pessoas ou grupos sociais defendendo a lógica da sensibilidade feminina e da racionalidade masculina. Portanto, é importante enfatizar que os homens têm sentimentos e que também são racionais. No entanto, ambos os sexos são ensinados a processar sentimentos por meio de regras sociais. Ou seja, os métodos de lidar com tais sentimentos geralmente são aprendidos por homens e mulheres com base nas consequências de tais atitudes para aqueles que ousam tentar.

Garcia et.al (2019) aponta que a masculinidade ainda é atrelada à cultura machista patriarcal.  Assim, as condutas desta cultura, impõe as regras da forma que um homem deve agir, dando a entender que ele é capaz de realizar todas as coisas sem passar por nenhum tipo de sofrimento. E aquele que requer um acolhimento de uma escuta, a sociedade não o deixa ter, transformando-o e exigindo que este seja uma máquina indestrutível, que não admite que entre em contato com suas emoções, com suas dores e com seus limites.

Pode não ser novidade pensar que porque sempre (embora menos hoje), muitos meninos são punidos e envergonhados socialmente por demonstrarem aquilo que sentem. Penalizar a demonstração de sentimentos de um homem pode ocasionar comportamentos evitativos relacionados à expressão de suas emoções, o que pode ocasionar sofrimento psíquico entre outras consequências.

É indiscutível que a polarização de gênero é ruim para todos. É fato que as mulheres são prejudicadas e estigmatizadas. Ao mesmo tempo, porém, a rigidez que a sociedade impõe aos papéis masculinos não abre espaço para que os homens expressem plenamente seus sentimentos e emoções.

Como resultado, eles se sentem culpados e punidos socialmente quando expressam seus sentimentos. Por esse motivo, é mais comum que os homens apresentem níveis mais elevados de estresse e sofram de transtornos relacionados à ansiedade, dificuldades nos relacionamentos sociais e românticos.

Em conformidade com Silva (2021), ao analisar índices relacionados à saúde mental, é identificado que há uma prevalência de transtornos mentais em mulheres, no entanto é observado que homens têm mais tendências suicidas que as mulheres, estando outros tipos de transtornos ligados. Uma causa associada a este fenómeno pode estar ligada a tendência que o homem possui em atrelar doença a fraqueza, além de possuírem maior dificuldade em expor suas ansiedades e sentimentos de tristeza.

Fonte: l1nq.com/V5sVT

Somos todos seres humanos independentemente do gênero e, em muitos casos, somos castrados e limitados por dogmas socialmente construídos. Portanto, não faz sentido distinguir entre comportamento masculino e feminino, especialmente quando se trata da expressão de sentimentos e emoções.

Assim, é importante estar ciente de que muitas vezes um amigo, colega de trabalho, namorado ou marido pode estar em grande desespero emocional. Muitos deles sofrem e escondem seus sentimentos por causa de habilidades comportamentais subdesenvolvidas. Além disso, pode até explicar o comportamento suicida de muitos homens que vivenciaram algum fracasso ou foram estigmatizados socialmente ao falar sobre suas emoções e não podem arcar com tal punição pública. Desse modo, é compreensível que os homens tenham mais dificuldade em se expressar. Talvez isso mostre a necessidade de mais troca e desconstrução de regras socialmente impostas.

REFERÊNCIAS

SANTOS, Luís Homens e expressão emocional e afetiva: vozes de desconforto associadas a uma herança instituída, Revista Ciências Sociais, São Paulo, v 40, n.1,p 1-14, Setembro de 2015, acessado em 11 março de 2022. URL: http://journals.openedition.org/configuracoes/2593.

GARCIA, L. H. C.; CARDOSO, N. DE O. BERNARDI, C. M. C. DO N. Autocuidado e Adoecimento dos Homens: Uma Revisão Integrativa Nacional. Revista Psicologia e Saúde, v. 11, n. 3, p. 19-33, 9 out. 2019.

Silva, Rafael Pereira e Melo, Eduardo Alves Masculinidades e sofrimento mental: do cuidado singular ao enfrentamento do machismo. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 26, n. 10 [Acessado 11 Março 2022], pp. 4613-4622. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-812320212610.10612021>. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-812320212610.10612021.

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O poder dos homens sobre a sexualidade das mulheres

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Um conceito derivado do machismo que durante muitos anos foi ensinado a sociedade fortalecido desde os tempos antigos, é de que a mulher deve ser vista como um suporte ao homem, que deve sempre lhe dar apoio, e que ao mesmo tempo se torna menos que o mesmo.  Tal característica é apresentada desde a Idade Antiga quando houve início a sociedade patriarcal, que tem como forte aspecto a supremacia do homem, no poder, na política, nas decisões etc. As decisões e escolhas das mulheres eram negadas a elas, e o poder sobre o seguimento de suas vidas era hora destinado ao pai que decidia com quem a filha iria se casar, hora ao marido que lhe dava a casa e filhos para que ela pudesse cuidar e hora a igreja que falava sobre o que era certo e o que era errado (CARELLI, 2017).

Como forma de exercer poder sobre as mulheres e sobre a legitimidade dos filhos, o sexo era pregado pela igreja durante a Idade Antiga e a Idade Média, como pecado. Para a mulher casada era visto como algo sujo e errado, já para os homens, um pecado que podia ser cometido com mulheres em prostíbulos, para assim manterem suas esposas puras. Existiam nessa época diferentes tipos de acompanhantes, inclusive mulheres que tinham acesso ao estudo e ao aprendizado sobre música e arte para que pudessem entreter seus acompanhantes (LINS, 2012).

Durante a Idade Moderna, a ideia de amor romântico surge, e a mulher é levada a crer desde a sua infância na existência de príncipes encantados, que iriam conquista-las, e a quem deviam seu amor fervoroso e lealdade. A virgindade da mulher passa a ser vista como um presente que deve ser dado a uma pessoa especial. Já aos homens a ideia de conquista desse presente guardado a sete chaves, era visto como um ato de virilidade, e que a conquista de vários e o desejo das mulheres sobre esse homem, relacionava a ideia de certo poder (LINS, 2017).

Nos dias atuais, falar sobre sexualidade ainda é de certa forma um tabu. Não é permitida a educação sexual nas escolas, embora possam ser encontradas facilmente notícias sobre abuso sexual. Em alguns meios religiosos, ainda são apontados como pecado a procura do prazer sexual, ou a masturbação. E a mulher ainda sofre muitos preconceitos e pode ser considerada uma mulher sem valor, por querer exercer sua sexualidade da forma que deseja.

De acordo com Castro (2009), é perceptível entre os jovens ainda a ideia de que a meninas que exercem sua sexualidade, ou demonstram seus interesses afetivos e sexuais, são vistas pelos meninos, como sem valor e vulgares. Os jovens ainda apontam que essas meninas apenas servem para relacionamentos passageiros ou ficadas. Apesar disso, meninos da mesma idade, apresentando os mesmos comportamentos são vistos como conquistadores, e recebem certo conhecimento por terem muitos relacionamentos.

Leal (2003) coloca que há uma preocupação entre as jovens mesmo nos dias atuais, a relacionarem sua primeira relação sexual a um relacionamento afetivo, ou sentimentos de paixão e amor. Isso pode ocorrer devido a ainda nos dias atuais, a mulher ser levada a crer também desde a infância na ideia de que a mulher que exerce sua sexualidade ser mal vista.

Segundo Francisca e Luis (2008), é possível notar que a mulher quando exerce os mesmos comportamentos esperados do homem, como na normalização do adultério, ou a busca pela satisfação conjugal quando insatisfeita na relação em que se situa, pode ser ainda mal vista pela sociedade em que se encontra, e questionada ou influenciada a retomar uma relação que decidiu pôr um fim.

É apontado ainda, segundo Rodrigues (2008), que as mulheres nos dias atuais podem exercer maior controle sobre as finanças, e conquistam a estabilidade financeira antes de seus cônjuges. Apesar disso, podem ser percebidos sentimentos de baixa autoestima por parte dos homens que se sentem como se não tivessem obtido sucesso ou das mulheres sobre como se sentem estando ao lado de homens que dependem financeiramente dela, isso pode ocorrer devido a busca de papéis em que o homem é colocado como detentor do poder, o que pode influenciar na intimidade do casal.

Sendo assim, é percebido que as mulheres apesar de conquistarem muitos direitos, e poderem escolher sobre seus desejos e vontade, acabam por serem influenciadas a conceitos antigos que colocam a mulher como uma figura pura, e que será levada a sério se manter-se recatada. As mulheres acabam por cobrarem e vigiarem seus comportamentos com receio de serem julgadas, ou cobram de si mesmas, retorno a papéis em que o homem seja o detentor do poder.

REFERÊNCIAS

CASTRO, R.J.S. Violência no namoro entre adolescentes do Recife: em busca de sentidos. 2009. 119 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2009. Disponível em:<https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13609> Acesso em 23 de setembro de 2021.

DIEHL, A. VIEIRA, D. L. Sexualidade – do prazer ao sofrer. 2. ed. São Paulo: Roca, 2017.

FRANCISCA, L.A.; LUIS, F.R.N. Homens cornos e mulheres gaieiras: infidelidade conjugal, honra, humor e fofoca num bairro popular de Recife/Pe. 2008. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008. Disponível em:<https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/471> Acesso em 23 de setembro de 2021.

LEAL, A.F.. Uma antropologia da experiência amorosa: estudo de representações sociais sobre sexualidade. 2003. Disponível em:<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2098/000364088.pdf?sequence=1>. Acesso em 16 maio de 2021.

LINS, R.N., 1948. O livro do amor, volume 1 [recurso eletrônico] : da Pré-história à Renascença / Regina Navarro Lins. Rio de Janeiro: Best Seller, 2012.

LINS, R.N. Novas formas de amar / Regina Navarro Lins. São Paulo: Planeta do Brasil, 2017.

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Masculinidade: um debate iminente

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Recentemente o cantor Tiago Iorc lançou uma música intitulada “Masculinidade”. A letra traz confissões e desafios impostos a ele como homem na cultura e sociedade ocidental contemporânea. A letra levantou temas muito relevantes e pertinentes a discussões, como o consumo da pornografia, o machismo enraizado nas relações afetivas, assim como o patriarcado como estrutura de poder para marginalização de grupos já excluídos socialmente, como as mulheres, e a supremacia masculina.

Contudo, o público feminino destacou o agravo e “erros” contidos na música, pois o artista, segundo o público feminino, converte o abusador em potencial em uma suposta vítima, se esvaziando de toda e qualquer responsabilidade sobre seus atos. Dessa forma, é importante salientar que, para discorrer sobre masculinidade, é preciso discutir paralelamente sobre feminilidade e o movimento feminista.

Durante muitos séculos, a referência anatômica masculina serviu de parâmetro para referenciar as mulheres, que eram consideradas “homens invertidos”, pois no lugar do órgão genital peniano estava a vagina e os ovários seriam os testículos. Logo, a existência feminina não existia se não fosse a referência masculina. Isso foi denominado como monismo sexual, que é um só modelo de identidade e gênero sexual e vigorou até uns séculos atrás (SILVA, 2000).

Fonte: Rafael Trindade / Divulgação Tiago Iorc

A partir disso a referência da perfeição estava na anatomia masculina e em sua estrutura fálica, que era a principal característica que o diferenciava dos demais corpos. Inversamente a isso, a anatomia feminina era algo frágil e inferior, o que era considerado muitas vezes profano e funcionava como uma espécie de “bode expiatório” dos desvios de conduta dos homens. Com isso, qualquer outra forma de manifestação e relacional estava atrelada ao modelo masculino, como o orgasmo, as formas de reprodução e o sexo (SILVA, 2000).

Uma sensível mudança começou a acontecer a partir do século XIX, que apresentou outro modelo sexual, não sendo apenas o masculino como molde de referência. Ou seja, a mulher não era apenas um homem invertido, mas um corpo diferente do homem que carregava responsabilidades, deveres e papéis sociais a serem cumpridos com a solidificação da burguesia capitalista e europeia (BOTTON, 2007).

Contudo, ainda não se tinha igualdade e/ou equidade de direitos e deveres em ambos os gêneros, pois a mulher ainda estava restrita ao ambiente privado, que era o lar e seus cuidados. Toda a estrutura social delimitou rigorosamente esses papéis, que eram muito bem definidos e deveriam ser executados a todo custo (CITELI, 2001).

Fonte: Imagem por rawpixel.com no Freepik

A masculinidade herdada dos séculos anteriores funcionava mais como uma performance sobre como ser homem, que era basicamente não ser mulher e muito menos homossexual. A sua identidade social assim como seu gênero requerem deste mesmo homem uma postura de perfeição em sua conduta na sociedade. Isto é, em meio a problemas e obstáculos do cotidiano, este homem deveria mostrar o melhor de si na melhor das hipóteses, como bravura, agilidade, esperteza, entre outras características que o endeusavam (NADER; CAMINOTI, 2014).

Essa era a concepção construída e mantida pela sociedade burguesa da masculinidade e o papel do homem na sociedade. Por conseguinte, não demorou muito até a conta vir, pois com as adversidades que este homem enfrentava, foi possível concluir que não era tão alcançável assim executar esse papel, de um super-homem. Logo, se tinham dois extremos, a mulher sufocada em suas demandas domésticas e na vida privada, sendo considerada inferior e o homem calcado às responsabilidades públicas sendo visto como o superior de tudo e todos (SILVA 2006).

Contudo, percebeu-se que paralelo a luta feminista e suas reivindicações sociais assim como suas conquistas, havia gradualmente a mudança dessa concepção doentia e tóxica da burguesia sobre a visão do homem. Isto é, este novo homem contemporaneamente já aceitava suas limitações e fragilidades, bem como mudanças na postura e comportamentos, pois já não vigorava mais a conduta de um deus e sim de um ser humano corruptível (BOTTON, 2007).

Fonte: Freepik

Mesmo este novo homem admitindo ser um ser humano falho, frágil assim como a mulher e com limitações, ainda não se sabe ao certo como definir a masculinidade, uma vez que a cultura e condutas sociais se transformam ao decorrer do marco histórico. Logo, a identidade de uma masculinidade homogênea fica ainda vaga e ao mesmo tempo em aberto recebendo novos conceitos e mutações, mas sem chegar a um consenso definitivo (SILVA, 2000).

Entretanto, mesmo havendo esta mudança profunda, ainda prevalece a visão burguesa na maioria das condutas sociais masculinas, de um homem forte, intocável e superpoderoso, além de esperar da figura feminina uma postura de submissão e servidão. Isso dá margens a comportamentos de desvio de conduta, como o feminicídio, pois quando um homem não aceita certa decisão vinda de uma mulher, é capaz até mesmo de matá-la (SCHARAIBER, 2012).

Isso notadamente provém de uma cultura que cultua o falo, e não a subjetividade, e alicerçada pelo patriarcado e machismo, o produto nada mais seria que um homem com a certeza de que pode tudo, principalmente no corpo e atitudes da mulher. E muitas vezes esse homem é reforçado e amparado socialmente, desde às instituições sociais até aos seus pares comuns (SCHARAIBER, 2012).

O que fica de reflexão é: como esse homem na sociedade se vê e o que pode ser feito para enfim reafirmar sua identidade sem ser de forma doentia e/ou violenta? Sabe-se que espaços terapêuticos desempenham uma ótima função na escuta ativa e na melhora de problemas, mas até a busca por aderência do público masculino pode encontrar dificuldades, pois “falar demais” é considerado uma característica feminina e consequentemente, inferior.

Fonte: Divulgação campanha contra a violência do governo do estado.

REFERÊNCIAS

BOTTON, F. B. As masculinidades em questão: uma perspectiva de construção teórica. Revista Vernáculo, n. 19 e. 20, 2007.

CITELI, M. T. Fazendo diferenças: teorias sobre gênero, corpo e comportamento. Revista Estudos Feministas, v. 9, n.1, pp-1-15, 2001.

NADER, M. B.; CAMINOTI, J. M. Gênero e poder: a construção da masculinidade e o exercício do poder masculino na esfera doméstica. In: ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA DA ANPUH-RIO: SABERES E PRÁTICAS CIENTÍFICAS. XVI, 2014, Rio de Janeiro. Anais eletrônicos. Rio de Janeiro: Apuh-Rio, 2014. Disponível em: http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/resources/anais/28/1400262820_ARQUIVO_Generoepoderaconstrucaodamasculinidadeeoexerciciodopodermasculinonaesferadomestica.pdf. Acesso em: 18 nov. 2021.

SCHRAIBER, L. B. et al. Homens, masculinidade e violência: estudo em serviços de atenção primária à saúde. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.15, n.4, pp-790-803, 2012.

SILVA, S. G. A crise da Masculinidade: Uma Crítica à Identidade de Gênero e à Literatura Masculinista. Psicologia: ciência e profissão, v.26, n.1, pp.118-131. 2006.

SILVA, S. G. Masculinidade na história: a construção cultural da diferença entre os sexos. Psicologia: ciência e profissão, v.20, n.3, pp.8-15. 2001.

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Adam Smith: o homem é um animal que faz barganhas

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Twenty Pounds adam smith

Fonte: http://migre.me/voshf

Este ensaio apresentará os conceitos principais criados por Adam Smith e sua relação com a filosofia. Inerente às definições criadas por ele está o campo social, que é um dos principais focos efetivos de seus estudos. Vários textos foram usados como referencial para auxiliar na pesquisa do grupo, e também para fomentar as informações obtidas através do texto base. Adam Smith é escocês e é contemporâneo às revoluções sócias mais marcantes da humanidade, como o Iluminismo e a Revolução Francesa. Foi neste contexto histórico que as obras dele valeram de grande importância para a economia global, já que o mundo estava experimentando a conversão de valores. É neste período em que ocorre a transformação do teocentrismo para o antropocentrismo, um campo fértil para lançar suas ideias.

No texto base apresenta primeiramente a biografia de Smith, que estava inserido em elevado grau social, mas não considerado nobre. Isto já contribui para receber influências importantes para suas obras, como David Hume. Depois é introduzido o conceito central de sua obra mais importante, A Riqueza das Nações, que é o trabalho excedente como lucro produzido por trabalhadores úteis por meio dos recursos naturais de uma nação. A partir disso ele afirma que a riqueza de uma pátria está na produção da população e na divisão do trabalho e não no acúmulo de metais ou de capitais, conceito que ainda vigorava na época.

De acordo com Myrdal, o crescimento de estoque de capital se dá a partir do aumento de excedente dos salários com a divisão e em seguida a especialização do trabalho que tem como principal consequência o elevado crescimento da produtividade. As melhoras na condição de vida dos trabalhadores e da população são causadas pelo acúmulo de capital, que impõe maior demanda na mão de obra e por fim o aumento de seus salários. A espiral de crescimento se dá quando ocorre o crescimento de empregos, salários e população ao mesmo tempo, que exige a ampliação do mercado e da divisão do trabalho (CANNAN, 1996).

A moralidade, segundo Smith, nada mais é que convenções sociais usadas para coibir o desejo do homem e é através da simpatia que os seres humanos criam a moralidade. Porém, a partir da busca de interesses de cada homem, a evolução tecnológica e o crescimento econômico são seus resultados finais dessa busca. O liberalismo econômico nasce daí, do conjunto de interesses entre os trabalhadores por meio da livre iniciativa e com a mínima ou nenhuma interferência de instituições governamentais. A procura dos desejos pessoais aperfeiçoa o trabalho produzido assim como as condições da vida em comunidades.

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Fonte: http://migre.me/vorJY

Adam Smith cria um conceito inovador, que é a mão invisível. Com a busca de seus anseios, cada indivíduo acaba ajudando a todos como uma cooperação mesmo com a ausência de órgãos que orientam a solidariedade e o cooperativismo. Com esta definição se expandindo, há a queda de preços em determinados produtos e fica mais acessível à sociedade.  Também causou a busca por produtos inovadores e meios de produção mais acelerados, o que significa o incentivo a tecnologia e à criatividade.

Este conceito hoje em dia é conhecido como a lei da oferta e da procura, que consiste na seguinte ideia: quanto mais há um produto em grande escala e pouca procura, mais baixo será seu preço; quanto mais um produto é procurado e estiver em escassez no mercado, mais elevado será seu preço. Inicialmente suas ideias foram consideradas como heresia por pregar a busca do interesse próprio e a valorização do egoísmo, entretanto, atualmente tais definições são usadas em todo o globo, por ser de extrema eficácia. Desse modo o trabalho seguinte irá expor a relação entre o trabalho, trabalhador e suas consequências sociais de acordo com Adam Smith.

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Adam Smith dedicou-se, dentre outras temáticas, à defesa do que é riqueza na sociedade de seu tempo e o princípio geral que define esta riqueza e as causas fundamentais para a expansão dela. Conceitua a riqueza na sociedade capitalista quanto os limites ao progresso que podem emergir do modo como se compreende esta riqueza. A principal tese criada por Adam Smith foi o liberalismo econômico, o que implicava a pouca intervenção estatal, para que as instituições privadas pudessem se desenvolver sem restrições.

Tais condições no mercado provocariam as quedas dos preços e maior concorrência entre os empresários, assim como a inovação da tecnologia. As ideias dele atacavam diretamente o sistema feudal do período, além do mercantilismo, comum nessa época pelo absolutismo. Assim suas teorias foram muito valorizadas pela burguesia, que estava em ascensão e teve grande circulação no continente europeu.Sua obra prima, A Riqueza das Nações, tema cerne deste trabalho, foi fundamental para a evolução do capitalismo nos dois últimos séculos, que como principais processos históricos foram a Revolução Industrial e a Guerra Fria. Nesta obra ele também tenta legitimar a economia como ciência independente e insubordinada das ciências políticas, além de diferenciá-la da ética e da jurisprudência.

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Fonte: http://migre.me/vorQS

A prosperidade de uma sociedade e o progresso econômico está na divisão do trabalho, este é o ensinamento central do seu livro. A divisão do trabalho é crucial para que haja o abaixamento dos preços de produtos e dos meios de produção. Com isso, ele defende a livre concorrência entre o mercado e o acúmulo de capital para culminar na evolução econômica. Na altura em que editou a obra de que nos ocupamos, já a primeira fase da revolução industrial estava em curso, o ferro, o tecido, o vapor, estavam já em franco desenvolvimento, no que se refere à sua utilização. Os movimentos protestantes de Calvino, e em menor escala Lutero introduziram com o renascimento a especulação com os juros bancários, outra significação foi atribuída ao trabalho, a vocação e a devoção eram a forma de realizar os desígnios de Deus em terra (WEBER, 1996 [1905]: 57).

No início da obra, em seu primeiro capítulo, Smith explica detalhadamente seu procedimento usado para sustentar suas ideias. Além disso, a sua obra revela forte influências de filósofos contemporâneos a sua época. Sua obra é dividida em cinco livros, sendo o segundo o que explica a separação de setores para maior aproveitamento e rapidez da produção. Isto é, ele apresenta as características do capital e os efeitos de sua acumulação de capital.

Em A Riqueza das Nações, introduzido por Edward Cannan, apresenta o contexto histórico desta obra de Adam Smith e a relação com o homem. O ano da divulgação desse livro coincide com o iluminismo e a independência dos Estados Unidos da América. Segundo Edward, surgem por meio das influências filosóficas duas concepções revolucionárias a partir de tal obra. A primeira afirma que as ciências econômicas estão subordinadas a leis naturais objetivas e diretas. A segunda apresenta-se como uma doutrina. É fundamental que haja liberdade individual nessa área da ciência por proporcionar a base da teoria de Smith. A partir da liberdade de cada um, ocorre a seleção do trabalho na sociedade e por fim o desenvolvimento coletivo (CONNAN, 1996).

No texto usado como referência, Fernando Nogueira relaciona o sentimento de egoísmo como predominante nas relações sociais depois da liberdade adquirida pelo Iluminismo. Este sentimento é crucial para o progresso da sociedade. O autor também apresenta a psicologia da barganha, que nada mais é do que uma relação de interesses mútuos. Isto é, oferece o que se precisa a alguém e este alguém lhe retribui a partir de sua necessidade. Com isso, todo o conjunto social leva vantagens desse esquema que vigora na economia. Este processo ocorre somente nos seres humanos, já que os animais irracionais usam a força para coibir ou encurralar sua presa.

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Fonte: http://migre.me/vorS2

De acordo com Adam Smith, o homem realiza barganhas devido à necessidade dele de depender dos serviços e produções do outro. Desse modo, é preciso ter divisão do trabalho a fim de adquirir mais lucros e eficiência na linha de produção. Com a criação da moeda, o escambo foi extinto e trouxe novas funções, como a substituição de produtos por dinheiro. Com isso, o liberalismo econômico exige a separação do trabalho, que resulta em uma elevada produção, que por fim corrobora para uma sociedade saudável e bem-sucedida, com todos à procura de seus próprios interesses.

Além disso, o liberalismo econômico de Smith pregava a mínima intervenção estatal. A única função do estado na economia é garantir a propriedade privada e sua segurança. Em outro estudo feito sobre o surgimento do discurso econômico sobre o criador da economia, diz-se que o trabalho é o único meio de riqueza de uma nação. O trabalho e a troca são termos inerentes entre si e que são os basilares na economia. O célebre economista defende que as maiores necessidades humanas são supridas pelo trabalho do homem e não da natureza.

De modo sintetizado, Smith anuncia que a divisão do trabalho causa muitos efeitos em diferentes graus, que atingem desde as camadas mais baixas até a elite. Entretanto, a produção de cada um dos trabalhadores está interligada como uma rede de comunicação. Portanto, o interesse individual e a liberdade natural causam o egoísmo que é benéfico para a sociedade devido à produção desse indivíduo, que necessariamente estará executando a demanda de alguém, e assim sucessivamente. Logo, a cooperação coletiva é causada a partir da individualidade pela divisão social e técnica do trabalho executado por todos em uma sociedade, cuja riqueza está somente no trabalho. Além disso, o produtor simultaneamente persegue seus anseios individuais.

Diante do crescimento do mercado e, com a capacidade do homem de fazer barganhas, Smith colocou fim à ideia de que toda família fosse autossuficiente em termos econômicos e com isso, passou a defender a ideia da subdivisão do trabalho, pois assim, aumentaria produtividade, consequentemente todos poderiam se candidatar a alguma tarefa, assim sendo, essa proposta poderia levar a uma riqueza universal em uma sociedade bem ordenada, num estado de perfeita igualdade.

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Fonte: http://migre.me/vorNb

A subdivisão do trabalho é o que move o capitalismo, sendo que, o consumo seria a única finalidade da produção e isso fez surgir uma série de novas características e pessoas com habilidades particulares. Smith chega ainda a citar em seu livro o quanto fica deslumbrado com a produção subdividida, e o quanto que acha que isso fazia a produção aumentar. Porém, trabalhadores que não tinham alguma especialização, ficavam diretamente prejudicados nesse processo, talvez até mesmo, não conseguiriam sobreviver com isso. O objetivo era uma sociedade unida pela barganha baseada em um mútuo interesse próprio. Essa barganha tornou possível que, as pessoas focassem em produzir cada vez menos bens, até produzir um único bem.

Afirmava que, se todos os cidadãos tivessem sua liberdade, a sociedade em si, se beneficiaria. As pessoas agiriam até mesmo de modo involuntário pelo o interesse maior da sociedade, mesmo que buscassem maximizar seus ganhos. Afirmava também, que o mercado era essencial para uma sociedade justa. Apesar de buscarem um interesse maior, os homens eram movidos por interesse próprios e com a troca de bens, o homem poderia ser beneficiado. Isso é o que poderia ser chamado de “liberdade natural”. Assim sendo, o trabalho não seria diretamente responsável à existência do homem. O conceito de barganha levava a diferentes tipos de acordo para um bem ou interesse comum.

Sendo assim, com a eliminação da necessidade de permuta e criação do dinheiro, Smith afirmava que só aquele que não tinha condições de trabalhar, oferecer seus serviços ou produtos, que necessitaria de algum tipo de ajuda da caridade. Para isso, mais uma vez o mercado seria crucial. No mercado seria possível a negociação. Porém, hoje em dia, o mercado se tornou um conceito abstrato trabalhado pela filosofia e administração e não apenas um lugar físico. Os princípios de economia de Adam Smith fazem influência até hoje, sendo que sua ideia naquela época casava com as necessidades burguesas. Sua ideologia, que com certeza foi uma das mais lógicas e melhores que o campo da administração, economia já tiverem, não proporciona um mundo de oportunidades, mas sim de condições semelhantes, ou até mesmo iguais.

Em suma, o valor de um bem é sempre igual à quantidade de trabalho, que ele pode comprar, ou ser trocado, segundo Smith. Contudo essa afirmação é inconsistente com a realidade de uma economia caracterizada pela apropriação privada dos meios de produção e trabalho assalariado, onde a produção não vise somente a troca, mas o lucro. A divisão do trabalho, na medida em que pode ser introduzida, gera, em cada ofício, um aumento proporcional das forças produtivas do trabalho. Ele defendia que a simpatia e a moralidade são imposições sociais, isto é, a simpatia é a relação do indivíduo com os demais e isso gera a cooperação e troca de interesses, e a moralidade são valores estabelecidos socialmente que perduram pela tradição.

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Fonte: http://migre.me/vorb0

O mundo pós-invenção do dinheiro aliado a uma mão de obra fabril especializada e em constante atualização permitiram níveis de produção nunca imaginados; além de maior oportunidade a todos, exceto os incapazes que necessitariam de caridade e deveriam ser atendidos pelo Estado. O economista lançou a hipótese de um Estado voltado apenas à resolução de problemas como defesa, justiça e educação deixando o mercado livre para se autorregular através da lei da oferta e da demanda; restando ao Estado à criação de leis para igualdade universal nas condições de busca do trabalho.

Foi deste economista a primeira reestruturação sistemática de um estado para atender negócios internacionais além de propor a tese de que a riqueza de uma nação deve ser medida por sua capacidade produtiva e não pela riqueza de seus príncipes e sua reserva em ouro. O mundo resultado de Adam Smith é com certeza melhor do que o anteriormente existente, contudo seu modelo favoreceu apenas uma classe social que ascendeu ao trono há 200 anos e ainda desfruta de imensurável poder devido ao apoio ou esperança do povo. A concepção de Adam Smith gerou um mundo de iguais condições, porém não de oportunidades.

REFERÊNCIAS:

file:///C:/Users/DAYSE/Downloads/Adam_Smith_-_A_Riqueza_das_Nacoes_Vol_1.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o_invis%C3%ADvel

https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ideia-de-ordem-espontanea/

http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/01/filosofo-iluminista-adam-smith-criou-teorias-sobre-economia-do-mundo.html

https://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-Aplicadas/Filosofia/Liberalismo-222203.html

http://www.suapesquisa.com/biografias/adam_smith.htm

http://adamsmithj2m.blogspot.com.br/

https://www.trabalhosgratuitos.com/Outras/Diversos/Resumo-Riqueza-Das-Nações-52836.html

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Immanuel Kant – O conhecimento e a razão na perspectiva kantiana

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Fonte:http://conceitos.com/wp-content/uploads/2014/05/Racionalismo.jpg

Immanuel Kant foi um grande filósofo iluminista nasceu em 22 de abril de 1924 em Konigsberg, Reino da Prússia, faleceu em 12 de fevereiro de 1804. O renomado autor alcançou destaque ao desenvolver uma síntese das teorias do conhecimento vigentes no século XVIII que eram opostas e se baseavam no racionalismo continental, fundamentado por autores como Descartes e Leibniz na qual imperava o raciocínio dedutivo e em oposição estava o empirismo inglês de Hume e Locke.

Veiga-Neto, 2002, apud Romagnoli, 2009, p.166, afirma

[…] Nessa proposta iluminista, o formalismo metodológico sustenta-se na neutralidade/objetividade, com forte mitificação da racionalidade. E o homem torna-se um ser basicamente racional, que usa sua capacidade unida a uma cuidadosa observação do mundo exterior, para a produção de conhecimento científico e o consequente domínio da natureza, tendo como meta abordar a natureza essencial das “coisas”, a partir da noção de verdade.

A partir de tais ideais Kant produziu uma nova perspectiva a respeito da metafísica. O saber maiêutico, ou seja, dado a luz por Immanuel foi de importante valia não só para sua época, mas para toda a modernidade, pois esse período histórico esteve fortemente vinculado ao renascimento da ciência.

A obra que será aqui explanada foi denominada pelo próprio autor de Revolução Copernicana Kantiana, pois faz uma alusão à revolução realizada por Copérnico que descentralizou a Terra do universo e passou a defender que esta girava em torno do sol e não o inverso como se defendia até então. Falar-se à de forma breve sobre o cenário científico da época bem como as principais influencias que motivaram o autor em sua composição critica. Por tanto, o objetivo deste trabalho é uma breve apresentação da teoria crítica de Kant. 


 Fonte: http://www.christianhumanist.org

 O LUGAR DA RAZÃO NA TEORIA KANTIANA

A filosofia teve um grande marco no século XVIII, com o filósofo iluminista Emanuel Kant (1724-1804) conforme foi supracitado. Este, influenciado por três correntes científicas, pela física (Newton), pelo racionalismo (Leibniz e Descartes), e pelo empirismo (Hume), desvencilha do aristotelismo por meio das teorias supracitadas como a de Newton, Copérnico, Bacon, e de filosofias como a de Descartes, Leibniz, Locke e Hume.

 Ele faz uma síntese das então teorias do conhecimento, mantendo elementos das duas teorias antitéticas que são o racionalismo e o empirismo, e coloca outro elemento criando uma teoria cujo objetivo era superar a contradição existente e solucionar a não abrangência dos fenômenos.  Assim, enquanto os racionalistas desconsideravam completamente a experiência do sujeito na aquisição do conhecimento, e os empiristas defendiam que a experiência é inerente ao processo e a origem do conhecimento humano, Kant, segundo Deleuze (1963) coloca como principio a necessidade de o objeto se submeter ao sujeito.

Segundo Ferreira (2012), Kant realiza uma mudança na direção de ajuste das extremidades da cognição, deslocando o sujeito, mais especificamente a razão para o polo central. Então, se outrora era o indivíduo que deveria se ajustar ao objeto e um conhecimento verdadeiro era o que mais se aproximava da descrição do objeto externo, agora nessa nova perspectiva para que o conhecimento se dê o objeto é que deve ser regulado pelas capacidades cognitivas do sujeito.

Emanuel baseia-se na revolução Copernicana, marcada pela ruptura de uma visão de mundo alterando o entendimento entre o homem e o universo. Copérnico revolucionou ao defender a ideia de que o Sol era o centro do Universo e não a Terra como se acreditará até então. Tanto na Teoria de Conhecimento de Copérnico, como na teoria de Kant, observa-se uma similitude entre ambas. Como afirma o autor em sua obra Critica da Razão pura

[…] que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com o que desejamos, a saber, a possibilidade de um conhecimento antecipado desses objetos, que estabeleça algo sobre eles antes nos serem dados. Trata-se aqui de uma semelhança com a primeira ideia de Copérnico (KANT, 2001, apud BATTISTI, 2013, p.39).

Sobre a revolução copernicana, Deleuze (1963) explicita que o racionalismo dogmático, na teoria do conhecimento se fundava na ideia de correspondência entre o sujeito e o objeto, tratava-se de um acordo entre a ordem das ideias e a ordem das coisas. Tal acordo tinha dois aspectos, implicava em si mesmo uma finalidade; e exigia um princípio teológico como fonte e garantia dessa finalidade. E numa perspectiva muito diferente, o empirismo de Hume questiona os pressupostos da metafisica afirmando acriticamente a capacidade humana de explicar a essência das coisas do mundo, Hume era direcionado a invocar explicitamente uma harmonia preestabelecida.

Ainda segundo o autor supracitado, a ideia fundamental de que Kant denomina a sua revolução copernicana consiste em substituir a ideia de uma harmonia entre o sujeito e o objeto pelo princípio de uma submissão necessária do objeto ao sujeito. Em sua perspectiva o conhecimento humano reside no próprio homem e não nas coisas que ele julga conhecer. Defendendo então que, a única forma de produzir conhecimento válido é restringir-se ao campo dos fenômenos, ou seja, o acesso às coisas tais como se apresentam para o individuo. A descoberta essencial é que a faculdade de conhecer é legisladora ou, mais precisamente, que há algo de legislador na faculdade de conhecer. Para Kant é a razão que faz as regras, estudando os limites da própria razão.

Kant queria demonstrar que há um mundo externo. Em que não há dúvidas sobre sua existência. Então deve- se ser capaz de dizer quando e por quanto tempo ele existe. Em relação com a consciência, que parece estar em constantes mudanças de pensamentos, e sensações. O “agora” é utilizado para dizer o que se acontece neste momento na consciência. Mas, “agora” não significa uma data ou um tempo determinada, então sempre que se diz “agora” muda-se a consciência. “…para que algo exista, deve ser determinável no tempo, isto é, devemos ser capazes de dizer quando ele existe e por quanto tempo” (BURNHAM; BUCKINGHAM, 2011 p.166).

Kant também investigou como a ciência entendia o mundo exterior. Ele se impressionava com a evolução da ciência. Kant junto com outros filósofos, indagava-se sobre o que era feito de maneira correta sobre a pesquisa científica. Os empiristas afirmaram que o recente sucesso da ciência se devia ao fato de os cientistas dedicarem muito mais cuidado as observações sobre o mundo do que tinha sido previamente também pelo fato de fazerem menos suposições injustificadas baseadas apenas na razão. “…todo o conhecimento provém da experiência dos sentidos, em outras palavras nada é priori… embora uma folha de árvore mude de verde para marrom, e finalmente caia da árvore, ainda é a mesma árvore”. (BURNHAM; BUCKINGHAM, 2011 p.169).

Kant argumenta a nossa experiência de mundo envolvendo dois elementos, a sensibilidade, capacidade de experimentas coisas específicas no espaço e no tempo, essa experiência direta o qual denomina “intuição”, o outro é o “entendimento”, capacidade de ter e usar conceitos. Burnham e  Buckingham (2011), o conceito caracteriza uma experiência indireta com os objetos do mundo externo. Dessa forma, sem conceito não saberíamos da nossa intuição/sensibilidade para tais coisas, e sem a intuição não saberíamos da existência das coisas que foram conceituadas.

Fonte: http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/filosofia/11_as_teorias_do_conhecimento_d.htm

Na sensibilidade está a intuição de uma coisa particular no espaço e no tempo, no entendimento está o conceito de “coisa” tal como o conheci empiricamente e o conceito de coisa como substância que possui um significado geral. Vários Autores, (2011), Logo a intuição e conceito de algum objeto são empíricos, pois como o sujeito poderia saber qualquer coisa a respeito de um objeto sem ter interagido com eles no mundo.

Porém a intuição de espaço e tempo e o conceito de substância são apriorístico, ou seja, é conhecido isolado de qualquer experiência empírica. Dessa forma o conceito de substância é uma precondição para a experiência.

A reflexão kantiana sobre o espaço é específica do seu tempo, circunscrita em um contexto de intensas discussões filosóficas para saber se o espaço é a condição da possibilidade da existência das coisas espaciais ou se é a consequência da relação entre as coisas espaciais, dito de forma mais clara, é uma discussão sobre a concepção de espaço absoluto e relativo. A existência do espaço e da extensão depende necessariamente das forças que as substâncias possuem para estabelecer relações fora de si, e mais, sem força não haveria enlace, sem enlace não haveria ordem, e, por fim, sem ordem, não haveria espaço. Nessa perspectiva, o espaço é concebido como um sistema de relações entre as coisas espaciais que estabelecem relações fora de si, impulsionadas por suas forças, em outras palavras, a estrutura do espaço dependerá da lei que regula as forças próprias de cada coisa espacial. “Para Kant, o espaço não uma substância, mas, sim, o fenômeno da ação dinâmica de uma substância sobre outra, e sua divisão ao infinito não implica na corruptibilidade da unidade constitucional dos corpos simples” (ROSSET, 2014, p. s/n).

Contribuições de Kant 

Partindo desse pressuposto, o autor – segundo Figueiredo (1991) – afirma de um lado não acreditar na capacidade de o homem conhecer a verdade absoluta das coisas em si, de outro toda a questão do conhecimento é radicalmente colocada em termos subjetivos, pois tudo que é conhecível repousa na subjetividade humana, e tal subjetividade não é particular de cada indivíduo, é a subjetividade transcendental e universal do Homem.

Os argumentos de Kant mostram que o espaço é uma intuição a priori, para conhecer algo externo ao sujeito, é preciso conhecer que existe um mundo externo a ele, para isso faz-se necessário conhecer o que significa o externo a ele. Esse conceito traz uma implicação admirável, pois se o espaço é a priori não pertence às coisas do mundo em si.

Então, uma coisa em si, separada da nossa sensibilidade e exterior a nossa mente pode não ter nada haver com o espaço. Burnham e  Buckingham (2011), ao dedicar-se a provar a existência de conceitos a priori Immanuel distingue dois tipos de alteração, variação que diz respeito às propriedades que as coisas têm exemplo a cor de um camaleão, e a mudança que diz respeito a alteração de cor do mesmo camaleão. Nessa perspectiva, a substância muda e suas propriedades sofrem variação.

Kant inicia a ideia de “idealismo transcendental”, ele definiu que espaço, tempo e alguns conceitos são característica do mundo que experimentamos, o qual denominou mundo dos fenômenos, e paralelamente pontua as características do mundo em si que estão desassociados da experiência dos sentidos o qual denomina mundo numênico.

Fonte: http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/immanuel-kant-22-de-abril-de-1724-12-490050

As arguições a respeito do conhecimento a priori apresentadas por Immanuel destacam consequências positivas e negativas, a positiva é que a natureza a priori de tempo espaço e alguns conceitos torna possível a experiência de mundo, espaço e tempo proporcionam a experiência matemática na natureza, podendo medi-la conforme valores conhecidos. Vários Autores, (2011), o conceito a priori como substância permite fazer perguntas sobre a natureza, tal como se é uma substância e que propriedades existem de acordo com quais leis. O idealismo transcendental permite que a experiência empírica seja considerada útil para a ciência. Do lado negativo, certos tipos de pensamento, se nomeiam ciência e até parecem ciência mas falham totalmente. Isso acontece porque aplicam a coisas em si intuições como de espaço, tempo e substância, o que é válido para a experiência empírica porém não tem validade para as coisas em si.

A partir do estudo desenvolvido no presente trabalho pode-se destacar em um contexto geral a relevância da composição de tais autores como Kant para o acumulo do conhecimento científico. E em um contexto específico, sistematizado nas ciências humanas como a Psicologia, a teoria Kantiana manifesta-se precursora do que atualmente compreende-se como subjetividade.

Referências

BATTISTI, F. A revolução copernicana kantiana como metáfora para se pensar a construção da autonomia do sujeito que aprende. URIAUM. Frederico Westphalen, 2013.

BURNHAM, Douglas.; BUCKINHAM, Will. O livro da Filosofia. Editora Globo, São Paulo, SP, 2011.

DELEUZE, G. Filosofia Crítica de Kant. Edições 70. Lisboa, 1963.

FERREIRA, A. Kant e a Revolução Copernicana do Conhecimento: uma Introdução. Existência e Arte. Revista Eletrônica do Grupo PET. Ciências Humanas, Estética da Universidade Federal de São João Del-Rei. Ano viii. Número vii, 2012.

ROMAGNOLI, R. C. A cartografia e a relação pesquisa e vida. Psicologia & Sociedade; 21 (2): p. 166-173. Belo Horizonte, 2009.

ROSSET, L. O Problema da natureza do espaço em Kant. Rev. Paradigmas. Ed.09. São Paulo, 2014.

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Drácula: justificação do mal e “demonização” do outro

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“Quem habita este planeta  não é o Homem, mas os homens. A pluralidade é a lei da Terra”
Hannah Arendt

 

 

Pela terceira semana em cartaz e líder de bilheteria no Brasil, o hollywoodiano “Drácula – A História Nunca Contada”, do diretor Gary Shore, tenta repaginar as origens lendárias do famigerado vampiro da Transilvânia. Historicamente falando, parece ter exagerado na dose e, de quebra, gerado visões distorcidas e/ou no mínimo excessivas que, em alguma medida, reforçam estigmas e preconceitos amplamente usados pela indústria cinematográfica norte-americana quando o assunto é a cultura mulçumana (outro longa que também fez esta abordagem foi “300”). A investida, em alguma medida, reflete o atual momento histórico de “retorno do medo” com o avanço do Islã sobre a Europa.

Na estória original, escrita no século XVII pelo irlandês Bram Stoker, Drácula é associado ao mítico Vlad III, Príncipe da Valáquia (região da Romênia), conhecido por evitar o avanço das tropas do Império Otomano (sob a égide do Islamismo) pela Europa Oriental, no século XIII. Vlad é lembrado como um dos mais valentes guerreiros de seu tempo, e que com a mesma energia com que erguia mosteiros cristãos, também empalava¹ centenas de seus detratores, notadamente os mulçumanos que se aventuravam a “islamizar” o leste europeu (na outra “frente”, a oeste, entre Marrocos e Espanha, os seguidores do profeta Maomé foram expurgados ou massacrados pela Inquisição). Voltando ao príncipe Vlad, ficou conhecido “por sua política de independência em relação ao Império Otomano” e “por seu sadismo” na forma como tratava os inimigos turcos, fonte de ameaça ao Sacro Império Romano-Germânico.

 

 

No romance original de Stoker, Drácula é uma espécie de morto-vivo que se alimenta de sangue humano e que, por onde passa, deixa um rastro de morte e destruição. Na adaptação para “A História Nunca Contada”, o diretor Shore e os roteiristas Matt Sazama e Burk Sharpless dão uma outra conotação à Vlad. No filme o protagonista/vampiro é apresentado como um jovem (Luke Evans) que, quando criança, teve que ser entregue por seu pai para aprender a guerrear e servir aos arqui-inimigos turcos. Alguns anos depois, ao retornar à Transilvânia, é declarado príncipe e “governa em paz por 10 anos”. A tranquilidade é quebrada quando o rei Mehmed (Dominic Cooper) “mais uma vez exige que 100 crianças sejam entregues”. Se opondo à oferta dos garotos e disposto a fazer qualquer coisa para vencer a guerra contra os turco-otomanos, Vlad “recorre a um ser das trevas (Charles Dance) que vive pela região. Após beber o sangue dele, se torna um vampiro e ganha poderes sobre-humanos”.

A “inversão” (ou adaptação, diriam alguns) se dá justamente nesta mudança de perspectiva em relação ao próprio protagonista. De “arma mortífera e sanguinária”, Vlad (Drácula) passa a ser representado como o herói/guerreiro que sacrifica a própria vida para defender não apenas a sua família (já que o filho estava entre as 100 crianças requisitadas pelo rei Mehmed), como também seus súditos e o Cristianismo. O mal então é “abonado”, para que se evite a invasão e a violência do inimigo, num movimento que se assemelha a certas vertentes do utilitarismo (onde os fins justificam os meios). Esta posição, no entanto, não passa despercebida dos estudiosos da Ética, notadamente em relação à deontologia cristã, para quem há “princípios, fundamentos e sistemas da moral” que são inalienáveis, sendo que “não matar” é um destes preceitos, o que se coloca frontalmente em oposição às práticas adaptadas pelo protagonista.

A face perversa de Drácula, desta forma, é dissolvida pela “justificação” da violência como legítima defesa, num enredo dualista desvirtuado em que, sob a égide do príncipe da Transilvânia estão “os bons”, e do lado turco está a encarnação da maldade. Este argumento, por si só, encontra contrapesos na própria crítica à teologia cristã, notadamente entre aqueles que dizem que, se Deus é onisciente e onipotente, Ele necessariamente teria que ser o autor do mal. Caso contrário, não lhe seriam atribuídas uma destas características. Este é um embate antigo, que se arrasta desde os primórdios do Cristianismo, passando pela Patrística, pelas fortes críticas de Nietzsche no século XVIII e, mais recentemente, pelas contínuas tentativas de negação da Metafísica.

Além da “justificação do mal”, que é sempre representado “pelo outro”, aquele que invade e que violenta (como se esta condição, à época [há quem defenda que até hoje é assim], não fosse comum à boa parte da espécie humana, diria Hobbes em “Leviatã”) deve ser rechaçado, mesmo que para tanto se utilize das mais espúrias “armas”, ou dos mesmos mecanismos de violência utilizados pelos próprios inimigos.

O historiador Jack Goody (no livro “O Roubo da História – Como os europeus se apropriaram das ideias e invenções do Oriente”), diz que o problema é quando se nega a história e, a qualquer custo, tentam reinventá-la, definindo unilateralmente os papéis de vilão e mocinho. Assim, sob o ponto de vista eurocêntrico, é melhor rotular tudo “o que é nosso como bom, e o que representa o outro como atrasado”. Neste esforço, diligentemente se escondem fatos reveladores, como a grande contribuição do Oriente para a preservação dos escritos atribuídos a Aristóteles, que viria a se tornar, ironicamente, a base da ética e da teologia cristã. Isso, obviamente, não foi mostrado no filme.

Goody lembra que enquanto a Europa estava mergulhada na Idade Média, marcada por resistente oposição à nascente investigação científica e a qualquer filosofia que se destoasse da “oficial”, na região do Império Otomano os mulçumanos tendiam a conviver com mais flexibilidade com estes diferentes vieses. Boa parte da obra de Aristóteles, por exemplo, foi preservada pelos persas.

Na estratégia de apropriação histórica e de se colocar como baluarte do conceito comum de modernidade (não-arcaico, “progressista”), para que haja a “demonização do outro”, no caso em questão dos mulçumanos, como bem destaca Goody, cria-se o suposto antagonismo histórico entre Cristianismo e Islamismo, “como se no Ocidente não tivesse sido o Iluminismo o grande catalisador das profundas mudanças experimentadas na região”.

 

 

Como o “generalismo” é uma burrice, diria Sêneca, nem todos os mulçumanos são violentos, assim como nem todo cristão é pacífico. Mas ao analisar a cobertura midiática e a produção acadêmica sobre o Oriente (em especial o médio oriente), argumenta Goody, a impressão que se têm é que “todo” aquele povo ainda vive sob a influência exclusivamente do passado, “numa tentativa de generalizar os modos de vida e de afetos, nivelando o povo árabe em particular – e os muçulmanos em geral – como avessos ao progresso, à inovação e à qualquer tipo de liberdade, uma espécie de ‘bárbaros’ do nosso tempo”. Hollywood, em alguma medida, reforça estes estereótipos.

Alguns historiadores, filósofos e sociólogos, por outro lado, tentam equalizar e desfazer estes generalismos, mostrando que a mesma linha de “desenrolar” histórico ocorrida no Ocidente também se deu no Oriente (o que parte dos historiadores nega, ao dizer que no Oriente apenas o Japão desenvolveu as mesmas características, mais como excepcionalidade do que como regra). De qualquer forma, é bom lembrar que este assunto está longe de ter uma visão comum, já que a própria ideia de igualdade (de desenlaces históricos, por exemplo), como bem pontua o filósofo Luis Felipe Pondé, já é um contrassenso lógico. No entanto, o oposto disso seria cair num extremo marcado pelo preconceito e pelo etnocentrismo.

 

 

Tendo em vista uma análise da psicanalista e ensaísta Maria Rita Kehl (ao citar Rimbaud), o “outro” desmente “a pretensão soberana do eu individual”. Assim, o “nós contra eles” se desmorona ao passar por um detalhado processo de investigação. Kehl lembra que qualquer ser humano é dotado de características que se costumam ser agrupadas e identificadas como “traços de humanidade”. É também sobre isso que trata a filósofa Hannah Arendt, ao dizer que “a suposição de que a identidade de uma pessoa transcende, em grandeza e importância, tudo o que ela possa fazer ou produzir é um elemento indispensável da dignidade humana”, e que “se o homem soubesse que o mundo acabaria quando ele morresse, ou logo depois, esse mundo perderia toda a sua realidade”, e os conflitos e divisões, naturalmente, tenderiam a dissipar-se, mesmo na aparente pluralidade. Quiçá isso ocorra um dia!

Nota:

Empalar vem de empalamento ou empalação (do latim palus, estaca ou mastro). Trata-se de um “método de tortura e execução que consistia na inserção de uma estaca pelo ânus, vagina, ou umbigo até a morte do torturado. A vítima, atravessada pela estaca, era deixada para morrer sentido dores terríveis, agravadas pela sensação de sede. Esse tipo de tortura, altamente cruel, foi vastamente utilizada por diversas civilizações no mundo inteiro, sobretudo da Arábia e Europa”. Fonte: Wikipédia. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Empalamento – Acessado em 12/11/2014.

 

Referências:

Vlad, o Empalador. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Vlad,_o_Empalador – Acessado em 11/11/2014;

“Guerrilhas” cristãs querem impedir avanço do Islã na Europa– Disponível emhttp://noticias.gospelprime.com.br/guerra-religiosa-na-europa/ – Acessado em 10/11/2014;

Drácula – A história nunca contada– Disponível em  http://www.adorocinema.com/filmes/filme-203440/creditos/ – a=Acessado em 11/11/2014;

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falava Zaratustra – Um livro para todos e para ninguém. Petrópolis: Vozes, 2008;

COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário Filosófico. São Paulo: WMF, 2011;

O Livro da Filosofia(Vários autores) / [tradução Douglas Kim]. – São Paulo: Globo, 2011;

MORA, José Ferrater. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2001;

RACHELS, James. Os elementos da filosofia da moral. 4. ed. São Paulo, SP: Editora Manole, 2006;

GOODY, Jack. O Roubo da História. São Paulo: Contexto, 2008;

SWINBURNE, Richard. Será que Deus existe?. Lisboa: Gradiva, 1998;

HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo, SP: Martin Claret, 2008;

O eu é um outro, por Maria Rita Kehl – Disponível emhttp://www.mariaritakehl.psc.br/conteudo.php?id=125  – Acessado em 10/11/2014;

A evolução do princípio da igualdade e sua aplicação sob a ótica material na Constituição Federal. Disponível em http://jus.com.br/artigos/20924/a-evolucao-do-principio-da-igualdade-e-sua-aplicacao-sob-a-otica-material-na-constituicao-federal#ixzz3ItRfQR4s – Acessado em 11/11/2014.

 

Trailer:

 


FICHA TÉCNICA DO FILME

DRACULA

Título Original: Dracula Untold
Direção: Gary Shore
Duração: 92 minutos
Gênero: Ação Drama Fantasi
País de Origem: Estados Unidos da América
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Ano produção: 2014

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