A busca de “Drácula” pela modernidade e o amor eterno

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Uma das obras mais importantes da literatura gótica é “Drácula”, publicado em 1897 pelo autor irlandês Bram Stoker, que narra a história de um romance trágico e a busca incessante do vampiro Drácula por poder e vingança. A trama se desenrola em duas localidades, Transilvânia e Londres, sendo a última uma grande potência mundial na época. Drácula é um vampiro estudioso, metódico e estrategista de guerra, que busca deixar de lado a antiga Valáquia e dominar o mundo, começando pelo grande centro econômico que Londres era.

Durante a narrativa, o advogado Jonathan Harker é encarregado de ir até a Transilvânia para convencer o conde a obter terras em Londres, enquanto isso Drácula estudava a língua inglesa por meio de Jonathan, com o objetivo de aprender mais sobre o local em que planeja se estabelecer e dominar.

Por um acaso do destino, o conde se depara com uma foto da noiva de Jonathan, Mina, que possui uma semelhança assustadora com sua falecida amada, morte a qual o levou a loucura e o tornou no temível conde Drácula. Tal acontecimento leva a uma mudança de planos de Drácula, o que aos poucos o advogado Jonathan percebe e teme, mas ainda sem saber sobre a verdadeira natureza do conde.

Com muitas voltas e reviravoltas, o conde consegue chegar a Londres e finalmente ir ao encontro de Mina, que naturalmente não o reconhece, mas que se vê seduzida pelo hipnótico príncipe da noite. Em muitos momentos da narrativa, é natural que os leitores vejam Drácula como um temível vilão que busca poder e dominação, o que apesar de não ser uma mentira, é apenas uma faceta das várias outras do personagem, que “atravessou os oceanos dos tempos” para encontrar novamente sua amada.

É interessante pensar nesta dualidade do Drácula como uma analogia a nossa existência e a realidade atual que enfrentamos, em que desejamos desesperadamente sermos amados e experimentar o amor. À mesma medida que as relações se tornam mais distantes em função da ganância, lucro, poder, e uma exaustiva luta por reconhecimento no mundo capitalista. Seria essa dualidade o que nos levará a ruína de não possuir nada? O que faremos das dores da solidão em meio a conquistas materiais e de poder hierárquico? Como podemos buscar o amor em uma sociedade de lógica competitiva, em que amar é uma fraqueza?

Drácula não conseguiu resgatar o amor que perdeu, talvez por operar dentro de uma lógica de domínio e poder, o que vai de enfrentamento com o amor real. Talvez o conde apenas desejava possuir Mina, sem ao menos considerar os desejos de seu coração.  É irônico que o amor intenso e desesperador que o levou a sua maldição, também se tornaria o amor inalcançável que o destruiu, pois diferentemente do conde, Jonathan Harker amou verdadeiramente Mina, mesmo quando cegada e tomada pelas trevas.

 

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Relações que literalmente dependem de “conexões”

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A revolução tecnológica digital mudou a forma de relacionar-se entre diversos ambientes, como as reuniões de trabalhos que passaram a ser feitas virtualmente, sem a necessidade de todos os envolvidos se encontrarem pessoalmente. No campo dos relacionamentos interpessoais, não foi diferente, os encontros passarem a ser intermediados por aplicativos de relacionamentos (apps), mais conhecidos como os apps de paquera.

Para Guimarães (2002) as inovações tecnológicas no campo da informática facilitaram mudanças comportamentais. “Refeições são entregues em casa, compras são feitas através do telefone, as idas ao cinema foram em grande parte substituídas pela diversão através do vídeo”.  Ou seja, “a terceirização dos serviços fez com que mais pessoas pudessem trabalhar em casa, comunicando-se com o mundo exterior através de seu próprio computador”. (Guimarães, 2002).

 Com a pandemia da Covid 19, o cenário exposto por Guimarães (2002) aumentou, já que pessoas do mundo todo tiveram que substituir o escritório, pelo sofá de casa, para a realização de atividades profissionais. Não foi só isso, as escolas passaram a ofertar aulas on-line, medidas adotadas para evitar a disseminação do coronavírus.  O mundo virtual tornou-se mais presente no campo interpessoal, e até mesmo as relações amorosas tiveram que se adaptar. Guimarães, Dela Coleta e Dela Coleta (2008), observam que “os bate-papos fazem com que o contato afetivo seja bem facilitado, principalmente para pessoas inseguras ou com problemas de socialização”.

Fonte: Freepik

Nessa perspectiva, Viera (2006) observa que, a internet tornou-se uma oportunidade de o utilizador avaliar potenciais parceiros românticos que de outra forma seria improvável de encontrar. Para o autor supracitado, o universo virtual possibilita que os adeptos usem diversos meios de comunicação, como forma de interagir com a pessoa do outro lado da telinha, antes de existir um encontro presencial.  Ou seja, é possível usar os meios virtuais, para ter uma noção se a pessoa pode ser compatível para um relacionamento futuro, ou ser apenas bons amigos.

Foi o caso da analista judiciária Paula Souza Sabatine e do engenheiro Guilherme Augusto Brandão Silva, que se conheceram no auge da pandemia, em 2020, e esse ano se casaram pelas redes sociais. A história de amor chamou à atenção dos veículos de comunicação social e virou notícia nacional. Em entrevista ao portal G1 notícias, Paula conta que conheceu o marido em um aplicativo de paquera, mas tinha resistência em conhecê-lo por desconfiança e precaução com a pandemia. Nesse tempo, segundo ela, ele foi embora para Holanda, quando a pediu em casamento. Paula e Guilherme Brandão se casaram, em Belo Horizonte, por procuração e coube ao sogro representar o noivo, que estava em outro país.

Apesar do romance que culminou em casamento dos mineiros Paula e Guilherme, é preciso ter alguns cuidados para não cair no golpe amoroso. Gennarini (2020) explica que a denominação estelionato sentimental apareceu pela primeira vez no processo do juízo da 7ª Vara Cível de Brasília – Tribunal de Justiça do Distrito Federal 87. Segundo ele, um homem foi condenado a restituir à ex-namorada valores referentes a empréstimos e gastos diversos efetuados na vigência do relacionamento no montante de R$ 101.537,71.

Fonte: Freepik

O estelionato é crime previsto no Código Penal, no artigo 171, o qual diz que obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo alguém ao erro. Infelizmente, esse tipo de crime, tem acontecido frequentemente, na esfera virtual, onde as pessoas costumam tornar-se mais vulneráveis por expor demais sua vida íntima.  Por isso, é necessário que os usuários tomem cuidado ao fornecer informações pessoais, por isso a cautela é imprescindível.

Gennarini (2020) enfatiza que um relacionamento amoroso deve ser pautado pela confiança, lealdade, honestidade e respeito de um para com o outro.  Diante disso, é importante tomar alguns cuidados ao relacionar-se com as pessoas virtualmente, e não ser tomado por um medo de conhecer alguém. Até porque a internet é uma ferramenta de uso diário, seja no ambiente de trabalho, familiar e social.

REFERÊNCIAS

Código Penal, Decreto Lei de Nº 2.848. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm> . Acesso: 06, de nov de 2021.

G1 Notícias. Pandemia faz noiva em BH se casar com o sogro. Disponível em <https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2021/10/05/pandemia-faz-noiva-de-bh-se-casar-com-o-sogro-entenda.ghtml>. Acesso: 06, de nov de 2021.

Gennarini, Juliana Camarigo. O estelionato sentimental, amoroso ou afetivo: ilícito penal ou apenas um ilícito civil? (2020) Disponível em <file:///C:/Users/Daniel/Downloads/1737-Texto%20do%20artigo-3220-1-10-20210505.pdf>  Acesso: 06, de nov de 2021.

Guimarães, J, L;  Dela Coleta, A, S; e Dela Coleta, M F. O amor pode ser virtual? o relacionamento amoroso pela internet. 2008. Disponível em <https://www.scielo.br/j/pe/a/R5cvWJVsKZLL4rsXMtz8bhS/?lang=pt&format=pdf> Acesso: 06, de nov de 2021.

Guimarães, G. M. (2002). Relações virtuais, Aurora de um novo pensar.

Vieira, Gaspar Vanessa. “Marcamos um encontro no mundo virtual?” – Vinculação, autocompaixão e saúde mental na utilização da internet para estabelecimento de relacionamentos íntimos. 2016. Disponível em <https://repositorio.ismt.pt/xmlui/bitstream/handle/123456789/687/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Vanessa-Vieira.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso: 06, de nov de 2021.

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Steven Universo – o amor próprio e o relacionamento não dependente em “Keystone Motel”

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Steven Universo (ou Steven Universe, nos Estados Unidos) é uma série animada norte americana produzida por Rebecca Sugar para o canal televisivo por assinatura Cartoon Network. Você pode conferir mais sobre o desenho neste link.

No episódio “The Question”, ou “A Pergunta” em português, temos uma abordagem sobre a importância do amor próprio e a não dependência em um relacionamento.

Sinopse: Steven e Ametista encontram Rubi conversando com o Greg. Após refletir sobre os seus sentimentos e sua existência, Rubi decide que não quer ser mais a Garnet. Ela quer ser apenas ela mesma, e decide pedir Safira em casamento.

O episódio começa com Steven e Ametista chegando em cima de um penhasco onde Rubi e Greg estavam conversando e comendo pizza. Eles estavam falando sobre a real identidade de Rose, assunto que no episódio anterior fez com que Rubi e Safira se desfundissem, com Safira dizendo que Rose mentiu e o relacionamento delas (Garnet) não passou de uma mentira construída por Rose.

Steven pergunta como Rubi está, e ela surpreendentemente diz que está bem, Steven não entende como ela consegue estar de bom humor com essa situação, mas Rubi disse que pensou bastante e que Safira tem razão, ela diz que a partir de agora quer ter uma vida por conta própria e não ser mais a Garnet, o que chocou Steven.

Após Rubi e Safira terem sido Garnet por tanto tempo, Greg diz que talvez estarem separadas seja o que Rubi precise, se ela não quer estar junta, então Garnet não iria querer também. Ametista pergunta o que Rubi pretende fazer e ela diz que a partir de agora irá viver de forma livre, como o protagonista do gibi que está lendo. Embora Steven fique triste, ele diz que dará suporte a essa decisão.

Seguindo a mesma ideia do protagonista do gibi, Rubi decide partir em uma aventura, e logo se depara com um obstáculo. Ela diz que não possui mais a visão do futuro de Safira, que a dizia constantemente para onde ir e o que fazer, ao tentar passar pelo obstáculo acaba caindo, mas se levanta rapidamente enquanto ri, animada, pois diz ter sido a primeira vez que toma uma decisão por conta própria.

Mais tarde, eles montam um acampamento em volta de uma fogueira. Rubi pega um violão e começa a cantar uma música sobre estar feliz com sua nova vida solitária

Tumblr: Image

Pouco antes de dormirem, Steven conversa com Rubi e diz que após ver como ela está se divertindo ele agora entende que não deveria ter tentado fazer com que ela voltasse a ser Garnet novamente. Rubi então começa a falar que aquela canção não era verdade, que embora ela tivesse se divertido, teria se divertido muito mais se estivesse com Safira.

Rubi diz se sentir frustrada por como ela ainda pensa em Safira com frequência, Steven diz que mesmo pensando em alguém, ela ainda é a mesma Rubi. Ele diz que no gibi, o protagonista também sente falta de alguém, mesmo ele vivendo por conta própria. Rubi então decide que quer permanecer com Safira, mas que dessa vez as coisas possam ser diferentes, para não voltarem ao mesmo estado de antes. Steven mostra uma página do gibi que dá uma ideia para Rubi.

De volta ao templo, Pérola estava confortando Safira quando Steven chega, dizendo que Rubi está do lado de fora. Ao se encontrarem, Safira pede desculpas pelas coisas horríveis que disse, Rubi diz que Safira estava certa e que não acreditava que elas eram a resposta até ouvir isso da própria Safira. Ruby então a pede em casamento, e diz que elas assim podem estar juntas mesmo quando separadas, e que ser a Garnet a partir de agora será uma decisão das duas. Elas se abraçam e começam a se fundir.

The Question&quot; | Steven Universe | Know Your Meme

The Question&quot; | Steven Universe | Know Your Meme

Rubi fica muito feliz por descobrir que pode tomar as próprias decisões e pode gostar de estar sozinha ao mesmo tempo em que também quer estar com alguém, de forma saudável e não dependente. Embora existisse uma pressão anterior para estarem juntas, o que ofuscava as próprias decisões de cada uma, elas agora podem permitir a si mesmas estarem sozinhas, tomarem decisões de maneira independente e escolherem o próprio caminho, estando juntas ou separadas.

The Question&quot; | Steven Universe | Know Your Meme

 

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Romance sobre escolhas e renúncias ganha edição em espanhol

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O livro “Lugar cheio de rãs” da escritora Celina Moraes foi lançado em espanhol, com o título “Lugar Lleno de Ranas”. O romance, que está em sua quarta edição em português, retrata a difícil tarefa de encarar as consequências da vida recheada de escolhas e renúncias. Será a primeira empreitada internacional da autora, que almeja o mercado editorial latino-americano.

Sinopse

Conflito amoroso, suspense e contexto histórico se misturam a esta história de amor ambientada nos anos 70, em plena ditadura militar brasileira. As inconciliáveis ideologias entre capitalistas e comunistas rondam a vida de André, um executivo bem-sucedido. A juventude de sua filha Dominique, desperta nele sentimentos que julgava esquecidos, mostrando que as fronteiras da memória são tênues e marcantes. Sem medo, André embarca numa viagem rumo ao passado e desembarca no México, onde o destino será o seu guia.

– A ideia é mostrar que as sombras do passado interferem nas realizações pessoais e profissionais do presente, podendo levar a busca por respostas suspensas no tempo e revelar o quanto o destino pode influenciar nossos sonhos. As vontades individuais nem sempre serão suficientes para nos guiar rumo onde queremos chegar, mas o amor sempre será um combustível de motivação para nos aventurar por caminhos jamais percorridos em sã consciência – destaca Celina.

A novidade, além do idioma, é que o novo prefácio é assinado por Maira Esber. Publicitária e artista visual, Maira tem uma relação única e seminal com os originais que Celina Moraes escreveu e manteve, por vários anos, em amadurecimento, até a decisão final de publicar de forma independente.

Fonte: Autora do Livro

Sobre a autora

Celina Moraes possui mais de 40 anos de experiência corporativa, sendo que, desde 2001, ocupa a posição de editora em uma multinacional do mercado financeiro. Celina é formada em Letras pela antiga Faculdade Ibero-Americana, especialização em tradução.

Celina Moraes também é escritora e seu romance de estreia “Lugar cheio de rãs” ganhou o Prêmio “Lúcio Cardoso” em 2010 pelo 3º lugar no concurso internacional de literatura promovido pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro (UBE-RJ). Seu conto “Rumo ao topo numa canoa quebrada” foi um dos 50 selecionados para compor a Antologia de Contos: História de Amor e Dor”, lançada pela UBE em 2018. Em 2019, a escritora lançou seu segundo romance “Jamais subestime os peões – eles valem uma rainha”.

Serviço:

“Lugar Lleno de Ranas”, versão em espanhol de “Lugar cheio de rãs”

Autora: Celina Moraes

Book trailer: https://youtu.be/a_uEc6QL6Bc

Editora: Buqui

Páginas: 232

Link para comprar: https://amzn.to/2ZaQlf1

Preços:

E-book Amazon R$ 25,20

Site da escritora: www.celinamoraes.com.br

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Retrato do artista quando velho: a literatura do desespero

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Joseph Heller (1923-1999) nasceu em Nova York e teve o início de sua vida literária na escrita de contos. É reconhecido pelo livro Ardil-22, seu primeiro romance publicado em 1961, premiado e adaptado para o cinema. Retrato do Artista quando Velho foi publicado postumamente em 2000, no ano posterior à morte do autor, e procura contar sobre o processo de escrita na velhice.

Inicialmente, o romance parece um retalho de outros romances, como se estivéssemos lendo um livro dentro um livro. Através de uma narrativa em terceira pessoa conhecemos Eugene Pota, um escritor septuagenário de renome que reflete com amargura dos tempos de juventude em que as ideias lhe surgiam com mais facilidade, como lampejos prolíficos cheios de possibilidade. O protagonista busca, entre passeios lentos e vista para o mar, evocar uma ideia que lhe pareça digna de ser escrita.

A história que lhe parece mais acertada e genial tem o título “Uma Biografia Sexual de Minha Mulher”, que possui aprovação de seus editores e amigos, sem no entanto agradar sua esposa que precisa explicar a todo tempo que a história não se trata sobre ela. Pota pensa que livros sobre injustiça social e outros temas que perpassam as mazelas da sociedade são coisas então do passado, nada que fosse “motivo de escândalo” (HELLER, 2002, p. 29), que dirá tema merecedor de seu novo grande romance. Mas escrever um livro sobre sexo lhe provoca uma boa sensação.

É diante de um cenário de angústia e percepção desacelerada do tempo que observamos Pota em suas tentativas de escrita. Na idade em que se encontra e considerando que já escreveu livros considerados best-sellers, compreende que não pode escrever nada que esteja abaixo disso, o que nos promove uma ideia inicial que posteriormente é confirmada por ele de que há uma cobrança excessiva sobre o sucesso que lhe deixa paralisado, sem criatividade e com sentimento de humilhação.

Foto: Gilstéfany Oliveira

“A maioria de nós esmorece com a idade, e também com a experiência. O trabalho não se torna mais fácil com a prática e, quando paramos, desaba subitamente sobre o nós o peso esmagador de todo o tempo livre que temos pela frente e que não estamos aptos a enfrentar.” p. 24

Durante o livro, o protagonista se dedica à enredos sobre personagens bíblicos, mitológicos, adaptações de grandes obras literárias e outros temas que sempre desembocam num tipo de fracasso ou pausa. O autor se reprime constantemente pelo ridículo do que escreve e a narrativa é ultrapassada por essas histórias e sua vida cotidiana.

Em sua história sobre Tom Sawyer, referência à obra literária de Mark Twain, Pota parece espelhar na narrativa do personagem certos aspectos de sua personalidade e preocupações que lhe rondam, apontando um declínio da força criativa dos autores do qual Tom Sawyer busca como inspiração para se tornar um bom escritor. Este momento parece nos dizer que a busca é vã, os bons escritores que conhecemos morreram na miséria, melancólicos, sofrendo de solidão ou de doenças implacáveis e algumas vezes os dois ao mesmo tempo.

Ao final da busca infrutífera, Pota nos informa, através de Tom Sawyer, do banal da vida dos escritores: “tratava-se apenas de seres humanos apaixonados, com intenções elevadas, que queriam ser escritores e que, na maioria dos outros aspectos, pareciam mais sensíveis, neuróticos, confusos e infelizes que o normal.” (HELLER, 2002, p. 218). A normalidade possui uma característica cultural muito explícita, uma vez que seus limites variam de acordo com o padrão esperado de comportamento inseridos num contexto sociocultural e familiar (APA, 2014). Quer escritores ou não, cabe refletir se a confusão, sensibilidade e infelicidade não são elas mesmas uma característica do gênero humano, muito além de normal e anormal, mas função inadiável da qualidade de viver.

Numa palestra ministrada por Pota próximo ao final do livro, ele nos traz de forma clara todas as inquietações que já estavam nas entrelinhas de suas outras histórias. Questões relacionadas à natureza do trabalho, desejo de fama e prestígio, cobiça, falta de ritmo e energia mental, angústia e depressão. Momentaneamente, o livro parece perder em matéria de desenvolvimento e aguçamento de curiosidade, pois todas as cartas são dadas, explicadas, esmiuçadas. Não há nada então que o leitor já não tenha antevisto. Parece vir carregado também de um esgotamento, numa narrativa arrastada, como se estivéssemos tão cansados quanto o protagonista, que o sente em tentar escrever algo que lhe seja realmente digno e do leitor em observar a falta de qualidade nos produtos de suas tentativas.

Foto: Gilstéfany Oliveira

“Poderia começar com praticamente qualquer civilização humana de que temos conhecimento, e eu nunca, nunca, conseguiria chegar ao fim, pois as coisas más, selvagens, que os homens e mulheres civilizados, perversos, fazem contra os outros homens e mulheres continuam a suplantar nossa capacidade de fazer um inventário completo de todas elas.” p. 150

Na palestra que tem como título “A literatura do desespero”, Pota procura analisar a obra de grandes autores quando sua vida pessoal está em foco, observando que elementos trágicos estiveram presentes, principalmente ao final de suas vidas. Para isso, utiliza Herman Melville, Joseph Conrad, Henry James, F. Scott Fitzgerald, Charles Dickens, Sylvia Plath e outros para exemplificar como terminam os escritores em situações angustiantes, vulneráveis e levando a uma morte que, muitas vezes, ocorre por motivos pífios. Ao mesmo passo que analisa a biografia desses autores, o protagonista pensa sobre sua própria vida, se visualiza sua morte como uma saída adequada, se é um indivíduo infeliz. As respostas são negativas e o são pois ele tem no outro sua baliza: enquanto sou visto, enquanto sou aceito, enquanto gostam de mim, então sou alguém e faz sentido que eu esteja aqui.

Transferindo-se constantemente de uma história para outra, podemos verificar o mecanismo de autossabotagem promovido pelo protagonista, que não se atém à história que acredita ter potencial e perde então seu tempo em outros relatos. Quando finalmente encontra-se firme em dar continuidade na escrita de um livro sobre sexo na perspectiva de uma mulher, percebe que não as conhece o suficiente. Logo parte em viagens e reencontros de antigos amores na esperança de que lhe surja material suficiente para o livro.

Se Pota alcança seu objetivo ao final deixaremos à descoberta do leitor, na promessa de uma periência metalinguística presente no desfecho que dá ao romance um tom especial. Retrato do artista quando velho é uma elucubração de desespero, um retrato da velhice nos termos em que não existe mais correspondência entre o desejo e a ação, que ecoa sobre o implacável da vida: o tempo e a morte.

FICHA TÉCNICA

RETRATO DO ARTISTA QUANDO VELHO
Editora: Cosac & Naify
Gênero: Romance
Autor: Joseph Heller
Ano de lançamento: 2000
Idioma: Português
Ano: 2002
Páginas: 320

REFERÊNCIAS

HELLER, Joseph. Retrato do artista quando velho. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. 320 p. Tradução de: Luciano Machado.

ASSOCIATION, American Psychiatric (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

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“Por lugares incríveis”: uma proposta de intervenção com adolescentes

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“Por Lugares Incríveis” é um filme de drama romântico adolescente americano de 2020, dirigido por Brett Haley, a partir de um roteiro de Jennifer Niven e Liz Hannah. É apresentada a história de dois adolescentes, Violet Markey e Theodore Finch, ambos possuem transtornos mentais porém se diferenciam com a forma de lidar com os mesmos.

Sabe-se que a adolescência é um marco onde ocorrem mudanças biológicas e psicológicas. De acordo com Einsenstein (2005) a adolescência é a transição da infância para a vida adulta, onde o sujeito passa por desenvolvimentos físicos, mentais, emocionais, sexuais e sociais, nos quais o indivíduo se esforça para conseguir alcançar as expectativas culturais. Além de passar por todas essas mudanças que a adolescência exige, Violet precisa aprender a viver com o luto da morte de sua irmã e Theodore, que vive altos e baixos, possui traumas e episódios depressivos. Os dois, por fim, acabam se unindo para fazer um trabalho de escola, na qual vivem momentos bons e engatam um relacionamento.

O filme “Por lugares incríveis” vai além de um típico filme para adolescentes pois retrata uma dura realidade vivida entre os jovens do século XXI. “Aliás, por baixo da aparência de normalidade dos adolescentes de Indiana, há bulimia, automutilação e aqueles transtornos cheios de letrinhas (TDAH, TOC, TOD), ‘tratados’ com Ritalina e drogas tarja-preta”. (FARIA, 2020).

Fonte: encurtador.com.br/bjX23

Tudo isso implica muito na forma como os adolescentes reagem ao mundo e na formação de suas personalidades. É importante mencionar que nessa fase é onde o adolescente constrói encontros e relações, onde questiona valores e começa a construir seus projetos de vida. Nesse processo de desenvolvimento é onde o adolescente busca sua individualidade e autonomia, e é onde começa os conflitos, não é mais criança, e se ver a frente de uma série de descobertas, problemas e escolhas.

A Revista de Psicologia da UNESP (2013) levantou dados em que afirmam que um dos principais problemas enfrentados na fase da adolescência é “dificuldade no âmbito escolar decorrente de problemas da aprendizagem e/ou de comportamento, transtornos alimentares, mau comportamento, depressão, insegurança, retração, problemas de relacionamento familiar, falta de higiene pessoal, hetero e auto agressão, comportamentos antissociais, como furtos, mentiras, uso de drogas, comportamento sexual exacerbado.”

Sobre o filme, a narrativa gira em torno da adolescente Violet, que vive um momento de depressão, devido o trauma que sofreu sobre a morte de sua irmã em um acidente de carro. Enfrenta a depressão se isolando do mundo e de seus amigos da escola. Também conta a história de Finch, um garoto egocêntrico, problemático e inteligente. O mesmo também tem uma vida difícil e marcada por histórias que o perturbam até sua vida atual.

Fonte: encurtador.com.br/BHSZ5

Segundo Zimerman (2008), “o natural no adolescente é a existência de dúvidas existenciais e ideológicas…” . Nessa fase da vida, há muitas queixas e dúvidas sobre, por exemplo, se estão traçando um caminho correto. Isso se mostra muito presente na vida dos dois personagens. Várias queixas, dúvidas sobre o morrer e o viver assombram a vida desses dois adolescentes.

Diante desses desafios vividos na adolescência, os programas de atenção aos adolescentes são voltados para essas problemáticas vividas por eles. “As intervenções podem ter melhores resultados para os adolescentes quando os aspectos afetivos, cognitivos e sociais são inter-relacionados e as informações repassadas de maneira abrangente.”(Minto, Elaine; Pedro, Cristiane; col. 2006).

É importante trabalhar os problemas com os adolescentes, abrindo possibilidades para que eles possam ter condições e habilidades de trabalhar os desafios que lhe são impostos no decorrer da vida. “As habilidades de vida sugeridas pela OMS são: autoconhecimento, relacionamento interpessoal, empatia, lidar com os sentimentos, lidar com o estresse, comunicação eficaz, pensamento crítico, pensamento criativo, tomada de decisão e resolução de problemas” (WHO, 1997).

Fonte: encurtador.com.br/krA29

Segundo Minto e Col, 2006 essas habilidades permitem que:

“os adolescentes relatam aumento da capacidade de reflexão em situações de resolução de problemas, melhora dos relacionamentos interpessoais e da comunicação, da qualidade de vida física e mental… Acredita-se que a descrição detalhada das estratégias empregadas para a apresentação e discussão de cada uma das habilidades de vida poderá auxiliar os psicólogos ou profissionais que tenham interesse em implementar programas de saúde integral para os adolescentes, fornecendo-lhes um modelo bem-sucedido.”

Essas habilidades podem servir de base para que profissionais possam trabalhar com adolescentes, promovendo assim uma mudança de vida dos indivíduos que passam por momentos delicados no decorrer da vida e não sabem como lidar.

 FICHA TÉCNICA

Título Original: All the Bright Places
Direção: Brett Haley
Elenco:  Elle FanningJustice SmithAlexandra Shipp
Ano: 2020
País: Estados Unidos da América
Gênero: Drama, Romance

REFERÊNCIAS

EISENSTEIN, Evelyn. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolescência e Saúde, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 1-1, jun./2005.

FARIA, Ângela. Filme ‘Por lugares incríveis’ faz um tocante retrato da adolescência. Estado de Minas. Cultura. 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2020/03/28/interna_cultura,1133274/filme-por-lugares-incriveis-faz-um-tocante-retrato-da-adolescencia.shtml. Acesso em 14 de julho de 2020.

ZIMERMAN, D. E. Manual de técnica psicanalítica. Porto Alegre : Artmed, 2008

VERCESE F. A; SEI M.B; BRAGA C. M. L; A demanda por psicoterapia na adolescência: a visão dos pais e dos filhos . Revista de Psicologia da UNESP 12(2), 2013.

MINTO, Elaine Cristina; PEDRO, Cristiane Pereira e col. Ensino de habilidades de vida na escola: uma experiência com adolescentes. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 3, p. 561-568, set./dez. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pe/v11n3/v11n3a11. Acesso em 14 de julho de 2020.

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Uma segunda chance para amar: uma canção de natal

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“Seja boa consigo mesma pois ninguém mais tem o poder de te fazer feliz” – George Michael

O Natal está chegando e com ele diversos filmes com temas natalinos despertam em nós uma chama de amor, bondade e sentimentos de mudança. Além dos tradicionais Movies de Natal outro elemento faz com que as pessoas despertem emoções que podem proporcionar uma atmosfera de felicidade verdadeira nas pessoas são as Músicas natalinas. Se misturar as duas coisas em uma só temos então um turbilhão de sensações, e esta é a proposta de Uma segunda chance para amar, uma comédia romântica inspirada nas músicas de George Michael, fazendo com que uma bela canção de amor valha a pena ser contada mais de uma vez.

O filme conta a história de Kate (Katarina) um ano após se recuperar de um trauma, ela vive em meio a sua autodestruição, afastada da família, amigos, cria problema no trabalho e não espera um milagre de natal. Trabalhando ainda em uma loja de produtos natalinos, Kate se frustra por não realizar seus sonhos e sente que depois do último natal nunca mais será a mesma. Eis que um rapaz surge em cena, não de modo convencional. Tom conhece Kate fora da loja e começa a questioná-la sobre seus desejos e perspectivas. A mesma não se apaixona de cara pelo Dom Juan, mas fica intrigada com suas concepções.

Tom é um londrino que vive a vida dia após dia, sem criar muitas expectativas, porém ele vive de tal forma que faz com que Kate se sinta bem, livre de preconceitos, ele apenas aceita ela como é, permitindo que sejam livres para viver intensamente seus sonhos. No entanto ele esconde um mistério, isso causará maior autonomia e autodeterminação em Kate, para que ela possa se libertar de seus medos e dúvidas que antes lhe causava dor e sofrimento.

Fonte: encurtador.com.br/aGHST

Além de um romance presente no filme, as músicas de George Michael cativam o público pela autenticidade de contar histórias parecidas com a vida real. A música utilizada como enredo para o filme Last Christimas em parceria com Wham!,   dita como a história seria no início da trama. Porém, a música que demonstra o crescimento e auto superação da protagonista é Heal the Pain, cuja amabilidade de outras pessoas podem criar condições adequadas para crescimento e mudança, embora o principal ingrediente para se alcançar o autodescobrimento é “Seja boa consigo mesma pois ninguém mais tem o poder de te fazer feliz”.

Outro tema tratado com igual relevância no filme diz respeito a xenofobia. No filme mostra que a família de Kate fugiu de sua terra natal, Iugoslávia, seus pais tentam se adaptar com as mudanças, contudo tiveram que fazer sacrifícios para cuidar das duas filhas. Uma outra questão mal resolvida na família é a sexualidade de sua irmã, que esconde de sua família sua orientação sexual, traçando um paralelo entre a aceitação homoafetiva do cantor diante de sua família.

Por fim temos a questão de caridade abordada na maioria dos filmes natalinos. Esse não é diferente, Kate muda depois que fica doente no último Natal, passando a ser uma pessoa bastante egoísta e indiferente com as questões alheias. Na sua jornada em busca de uma segunda chance a protagonista reflete sobre diversas questões inusitadas e uma delas é contribuir para que outras pessoas também tenham felicidade. Ela repara seus erros mais comuns e usa seu dom para ajudar as pessoas do abrigo e no fim junta todos da trama em um momento genuíno de altruísmo natalino.

Imagem relacionada

Título – Uma segunda chance para amar/ Last Christmas (Original)

Ano produção – 2019

Dirigido por Paul Feig

Duração – 1h43min

Elenco – Emilia Clarke, Henry Golding, Emma Thompson

Gênero – Comédia / Romance

País de Origem – Reino Unido/ EUA

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Romance mostra as consequências de uma desilusão amorosa

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Um romance envolvente com personagens cativantes que enfrentam desilusões amorosas, conflitos religiosos e preconceitos sociais. Essas são as palavras que definem o mais novo livro da escritora Celina Moraes, intitulado “Jamais subestime os peões – eles valem uma rainha”. Disponível em e-book no Amazon, a obra aborda temas tão conflitantes e ao mesmo tempo tão comuns a todos nós.

O romance conta a história da personagem Raquel, uma garota do campo, de rara beleza e desiludida com o amor. O rompimento com o ex-namorado levou não só à desilusão como também à prisão injusta de seu pai. Na delegacia, fica revoltada ao ver o policial fichar o pai e promete que um dia rasgará o documento em praça pública. “A partir daí, novos conflitos se somam à história de Raquel, como problemas religiosos no lar, vício da melhor amiga e humilhações vindas de rapazes ricos”.

Quando a dor da decepção atinge seu auge, Raquel decide abandonar o campo e recomeçar uma nova vida em São Paulo. Desembarca na capital paulista trazendo na mala o coração fechado e a raiva de burgueses.

– Do outro lado do tabuleiro, está o personagem Aron, um cobiçado herdeiro milionário que mora em São Paulo e arisco a compromissos amorosos. As peças estão postas no tabuleiro. Peões podem ser promovidos à rainha, mas a peça fundamental do jogo é movida por um sentimento certeiro de ‘Xeque-mate’ – revela a autora.

Fonte: Arquivo Pessoal

Essência e inspiração

Para Celina Moraes, o romance busca abordar a verdadeira essência do amor, como, por exemplo, a união sem preconceitos, sem diferenças raciais, sociais, sexuais e comportamentais. “No livro, a autora mostra que as dificuldades enfrentadas por seus personagens acabaram sendo forças propulsoras de mudanças radicais em suas vidas”. 

Celina diz que as fontes de inspiração para o livro foram o jogo de xadrez, o cavalgar e a flor de Lótus. “Sempre admirei quem sabe jogar xadrez e andar a cavalo com maestria. Além disso, a simbologia da flor de lótus para a vida me fascina, já que é uma planta que tem as raízes fincadas no lodo, supera essa sujeira e floresce limpa e bela acima da superfície, ou seja, é preciso encontrar nossa flor de lótus no meio das dificuldades que deparamos na vida”.

Fonte: Arquivo Pessoal

Disponível apenas em e-book no Amazon:

“Jamais subestime os peões, eles valem uma rainha”

Autora: Celina Moraes

Editora: Emporium Editora, de Portugal

Páginas: 359

Link para comprar 

Valor: R$ 17,71

Kindle Unlimited: Gratuito

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Romance mostra os desafios das escolhas e renúncias da vida

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A difícil tarefa de encarar as consequências da vida recheada de escolhas e renúncias. Esse é o enredo do livro “Lugar Cheio de Rãs”, da escritora Celina Moraes. A obra fala sobre a fabulosa incerteza do futuro e das inúmeras possibilidades por meio das decisões que as pessoas tomam em suas vidas.

O romance narra a vida de André, presidente de uma grande companhia no Brasil. Na carreira, ele é uma pessoa competente, tem o respeito de todos ao seu redor e se esforça para defender colegas que são honestos e trabalhadores. Mas por dentro, ainda remói um amor da adolescência que foi desfeito após sua paixão ter ido embora do país. No entanto, todas as respostas acabam sendo encontradas na cidade de Guanajuato, no México.

Segundo a autora, o livro vem recheado de reflexões sobre “fantasmas do passado”. Esses elementos são percebidos nos momentos em que os personagens são confrontados pelos ideais e idealizações. “É quando eles seguem um impulso constante para encontrar a felicidade”.

Fonte: encurtador.com.br/djs38

– A ideia é mostrar que as vontades nem sempre são suficientes para nos levar aonde queremos. É o amor que nos motiva e nos dá ousadia para se aventurar por caminhos jamais percorridos em sã consciência – destaca Celina.

Para a escritora, a fantasia é como um refúgio, muitas vezes pode tornar-se uma frustração, devido aos rumos imprevisíveis da vida. No entanto, ela acredita que o importante é sempre persistir nos seus sonhos e projetos de vida, mesmo que o destino nos obrigue a adiá-los e reinventá-los, porém, sem jamais abrir mão deles.

– O livro é a somatória de diversos rascunhos de romances que escrevi durante 20 anos, mas que não saíram da fase embrionária. Quando viajei ao México, em 2003, vi-me encantada com a beleza daquele lugar. Foi quando toda a história me veio à mente e ainda comentei com a amiga que me acompanhava: ‘meu romance vai se passar aqui’ – conclui.

Sobre a autora

Celina Moraes é escritora e seu romance de estreia foi Lugar cheio de rãs em 2009. O livro conquistou o Prêmio “Lúcio Cardoso” em 2010 por ter se classificado em 3º lugar na categoria “romance” do Concurso Internacional de Literatura promovido pela União Brasileira de Escritores (UBE-RJ).

Serviço:
“Lugar cheio de rãs”
Autora: Celina Moraes

Book trailer: https://www.youtube.com/watch?v=6KG0SApF0kQ
Editora: Dobra
Tamanho: 14×21
Páginas: 237
Link para comprar:
https://amzn.to/2VQPEU4
Preços:
E-book Amazon R$ 2,80
Kindle Unlimited R$ 0,00
Capa dura: A partir de R$ 14,50

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