A fase terceira idade pode ser repleta de realizações e bem-estar e, para isso, é essencial que sejam adotados hábitos e cuidados que promovam a saúde física, mental e emocional. Com o aumento da expectativa de vida para 76,4 anos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o olhar para as necessidades dessa parcela da população também mudou, dando ênfase para os cuidados e precauções que merecem ser tomados para uma boa qualidade de vida dos idosos. Jaqueline Fátima de Souza, franqueada de Londrina (PR) da Padrão Enfermagem, empresa de agenciamento de profissionais na área da saúde, listou algumas dicas de como promover essa melhora.
Saúde mental e as relações sociais: manter o cérebro ativo é fundamental para prevenção de doenças como Alzheimer e depressão. “Atividades como leitura e grupos de convivência são ótimas opções. Além de trabalhar a cognição, proporcionam momentos de descontração e alegria, fundamentais para os idosos que, com o isolamento, tendem a sentir-se sós e depressivos”, destaca a especialista.
Estímulo e companhia:Outra maneira de evitar a solidão e receber auxílio necessário é optar por cuidadores. “Mais do que prestar assistência, existe um papel crucial dos profissionais no aspecto emocional. Além de auxiliar nos cuidados diários, o cuidador é uma ponte para que o idoso tenha uma vida mais ativa e feliz. O profissional promove independência e bem-estar, além de garantir o convívio com a família e a saúde mental do paciente, visto que a sua companhia é essencial”, completa.
Exercícios físicos: Praticar atividades regularmente é uma boa maneira de manter-se saudável na terceira idade. “O primeiro passo para a escolha correta da atividade física é uma avaliação, que deve ser feita por um especialista preparado para identificar condições clínicas que podem interferir na segurança e desempenho desse idoso, como complicações cardiovasculares, por exemplo. A partir daí é interessante optar por exercícios que os agrade e se encaixe em suas limitações e condições físicas. Entre os idosos os mais comuns são caminhadas, musculação, dança, pilates e hidroginástica”, detalha.
Hidratação e alimentação balanceada:A associação de alimentos saudáveis com a ingestão correta de água ao longo do dia ajuda a prevenir doenças e manter a energia necessária para o bom funcionamento do organismo. “Recomenda-se o consumo de proteínas magras, frutas e legumes e ingestão regular de água. Criar esses hábitos é importante para que o idoso proteja seu sistema imunológico e mantenha-se saudável”, afirma.
Sobre a Padrão Enfermagem
Fundada em 2006, é uma rede de franquias com mais de 40 unidades no Brasil, especializada no agenciamento de profissionais da saúde para uma série de serviços primordiais aos pacientes, tais como: Acompanhamento hospitalar, Serviços de enfermagem, Cuidador de idosos e Cuidador infantil. Todos os profissionais agenciados pela Padrão Enfermagem estão preparados e habilitados para atender com segurança e qualidade a clientes em ambiente domiciliar, hospitalar e empresarial, com suporte 24h. Os sócios da rede, Rafael Schinoff e Roberta Bellumat, são autores do livro O Dever de Cuidar. A obra é um guia para apoiar famílias e inspirar quem deseja empreender no segmento
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Emagrecer com saúde: por que cada corpo precisa de uma abordagem diferente?
O emagrecimento saudável vai muito além de simplesmente reduzir calorias. Neste processo, é fundamental levar algumas questões em consideração, como manter um déficit calórico moderado, garantindo que o corpo gaste mais energia do que consome, além de ingerir proteínas de forma adequada para preservar a massa muscular e aumentar a sensação de saciedade.
Outro ponto importante nessa dinâmica é o consumo de fibras, que visam melhorar a digestão e auxiliar no controle do apetite. As gorduras boas também são fundamentais para gerar um equilíbrio hormonal. Já os carboidratos complexos ajudam a fornecer energia de forma gradual. E, não podemos esquecer a hidratação.
No entanto, cada organismo reage de maneira única a certos alimentos e a exercícios físicos, tornando essencial uma abordagem nutricional personalizada. A verdade é que cada ser humano tem um funcionamento único, com variações no ritmo do metabolismo — que determina a quantidade de energia que o corpo gasta em repouso —, na composição corporal, genética e até na microbiota intestinal. Ou seja, no conjunto de bactérias que influenciam a digestão e a saúde.
Além desses precedentes, elementos como nível de atividade física, idade e gênero também impactam diretamente no alcance dos objetivos. Por exemplo, pessoas com maior massa muscular tendem a ter um metabolismo acelerado enquanto fatores hormonais influenciam no armazenamento de gordura.
Atualmente, existem alguns métodos que ajudam na construção de uma estratégia alimentar individualizada. Dentre eles, podemos destacar o teste genético, sendo um procedimento que analisa as variações genéticas individuais para entender como o corpo responde a diferentes alimentos e nutrientes. Esse exame identifica predisposição a problemas como metabolismo lento, intolerâncias alimentares, tendência ao acúmulo de gordura e a eficiência na absorção de vitaminas e minerais.
Com o resultado em mãos, um nutricionista é capaz de elaborar um plano alimentar personalizado com base nas informações geradas, ajustando macronutrientes, tipos de alimentos, suplementação e outras ações específicas para otimizar o emagrecimento. Tal recurso deixa o processo mais leve e saudável, diferente de muitos casos em que a pessoa adota uma dieta restritiva, que não somente atrapalha o alcance dos resultados, mas também prejudica a saúde.
Equilíbrio nas escolhas diárias
Diante de tantas soluções inovadoras aplicadas por meio da ciência e conhecimento profissional, uma abordagem personalizada é a chave para um emagrecimento saudável e sustentável a longo prazo. Alinhada a pequenas, mas consistentes mudanças no dia a dia, a prática impulsiona o estabelecimento de bons hábitos de forma duradoura.
Para conquistar resultados as escolhas são essenciais nesse processo, por isso é importante priorizar refeições balanceadas, ricas em proteínas, fibras, gorduras boas, e manter-se bem hidratado. Ter lanches saudáveis disponíveis e planejar as refeições com antecedência, além de prestar atenção no excesso de estresse e garantir um sono de qualidade. Emagrecer é um processo, mas não precisa ser difícil. Manter ao lado profissionais qualificados e estratégias eficazes, torna a jornada mais simples e gratificante.
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Prefeitura cria Semana de Combate às ISTs e de Incentivo ao Parto Normal e Humanizado
Duas importantes leis para a Saúde Municipal Palmas foram sancionadas pela prefeita Cinthia Ribeiro nesta semana. A primeira delas institui de 1º a 7 de dezembro a Semana de Prevenção e Combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis e à Aids; a outra institui a primeira semana de setembro como a Semana de Incentivo ao Parto Normal e Humanizado na Capital.
A Secretaria Municipal da Saúde (Semus) ressalta a importância das leis publicadas no Diário Oficial do Município na conscientização da população sobre assuntos relacionados à saúde. A enfermeira responsável pela coordenação da área técnica das Infecções Sexualmente Transmissíveis, Alcineia Ferreira, explica que a legislação vai reforçar o que já acontece na prática, ou seja, as atividades do Dezembro Vermelho, que já ocorrem, serão intensificadas. Dentre as ações, Alcineia cita palestras, oferta de testes rápidos e busca ativa.
A Gerente da linha de Cuidados de Atenção Primária, Pâmela Eva Teixeira de Aguiar, afirma que a criação da semana de incentivo ao parto normal e humanizado intensificará as ações que já são desenvolvidas no município de Palmas no âmbito da Atenção Integral à Saúde da Mulher. Segundo ela, a nova legislação vai melhorar a adesão a este tipo de parto, estruturando estratégias na rede municipal de saúde que venham ampliar os serviços já ofertados com relação ao planejamento sexual e reprodutivo, orientações sobre cuidados do Pré-Natal da gestante e do do parceiro, além de orientações relacionadas ao parto humanizado e a continuidade do cuidado na assistência ao Puerpério.
Pamela reafirma ainda que “Neste sentido busca-se divulgar e fortalecer estas ações que permitam as gestantes se empoderarem ao parto natural na abordagem mais saudável de trazer seu filho ao mundo”.
Texto: Redação Semus Edição: Redação Secom
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Dia Mundial da Saúde Mental: Anadem reforça alerta sobre a situação dos profissionais de saúde
Pesquisa aponta que quase 1 em cada 3 médicos apresenta sinais de transtorno de ansiedade e apenas 20,4% nunca manifestaram sintomas de depressão
Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente devido à depressão e à ansiedade, gerando para a economia global um custo de quase um trilhão de dólares. Os dados estão nas novas diretrizes sobre saúde mental no trabalho divulgadas nas últimas semanas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
As orientações contidas no documento possuem relação com o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado no próximo dia 10 de outubro, e incluem ações para enfrentar riscos, como longas jornadas, comportamentos negativos e outros fatores que criam angústia. Pela primeira vez, a agência de saúde recomenda treinamento de gerentes para prevenir ambientes estressantes e responder aos profissionais em sofrimento.
Pesquisa realizada entre junho e julho, com cerca de 3.500 profissionais, ratifica o cenário apresentado pela OMS e a OIT. Isso porque, segundo a apuração, a maioria dos médicos não possui um estilo de vida equilibrado. Apenas 35% afirmam dormir entre 6 e 8 horas de sono; 2/3 dos entrevistados dizem não ter tido momentos de lazer nas duas semanas que antecederam a entrevista e mais de 70% podem ser considerados sedentários.
“Os profissionais da saúde estão vindo de um período extremamente exaustivo e desgastante, que foi a pandemia, tendo que enfrentar uma carga horária excessiva, muitos inclusive sem tirar férias. Toda essa junção de fatores favorece o adoecimento físico e mental e, consequentemente, os leva a uma conduta mais passível de erros”, alerta Raul Canal, presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem).
A pesquisa corrobora a percepção do especialista em Direito Médico, uma vez que 57%, dos entrevistados dizem ter percebido que o nível de estresse impacta no desempenho no trabalho. 29,4% dos médicos observaram, inclusive, que o nível de estresse já levou a erros médicos. Um dos pontos mais alarmantes revela que pelo menos 1 em cada 3 médicos apresenta sintomas de Burnout, mas ainda não buscou ajuda.
Quando se trata de sintomas de depressão e ansiedade o número também é preocupante. Apenas 20,4% dos médicos nunca apresentaram sintomas. “É preciso agir com ações concretas para preservar a integridade física e, em especial, psíquica dessas pessoas. A Anadem acompanha a situação e, desde o início da pandemia, tem feito campanha contínua em prol de melhorias em suas condições de trabalho”, defende Raul Canal.
Fonte: Imagem no Freepik
Gestão
A pesquisa entre profissionais de saúde revela ainda que a relação entre pares não parece amistosa. Quase metade dos participantes afirmou que não pode contar com uma rede de apoio com seus colegas de trabalho. Em 50,4% dos relatos há uma percepção de abordagem punitiva e não formativa diante de eventos adversos relacionados à assistência.
“Uma boa gestão de pessoas e equipes é fator determinante para a manutenção da qualidade de vida no trabalho. Os benefícios são sentidos na rotina dos profissionais e influenciam na qualidade do atendimento e na segurança dos pacientes”, reforça o advogado e especialista em Direito Médico, Raul Canal.
Ele ressalta que a Anadem recentemente apoiou o lançamento do livro “A nova liderança na enfermagem: competências para excelência na gestão de pessoas e equipes”, em que justamente se discute o papel que profissionais de saúde que ocupam cargos de lideranças devem ter para potencializar suas equipes.
Anadem
A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) foi criada em 1998. Enquanto entidade que luta pela categoria e seus direitos, promove o debate sobre questões relacionadas ao exercício da medicina, além de realizar análises e propor soluções em todas as áreas, especialmente no campo jurídico. Para saber mais, clique aqui.
11 de março de 2022 Bruno Riordan de Oliveira
Mural
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Evidente que é difícil se deparar com alguma pessoa que não aprecie chocolate em algumas de suas diversidades. Este produto está relacionado à recompensa e ao humor. As emoções como: tristeza e ansiedade, propiciados pela pandemia, ostentaram a uma elevação no consumo de chocolate. Em contrapartida, estudiosos alertam em relação há alguns prejuízos do seu consumo excessivo para o corpo.
Pesquisas recentes deram indícios que o chocolate deve ter no mínimo 70% de cacau para suscitar efeitos benéficos em nosso corpo. Os flavonoides, componentes presentes no cacau, dispões de um efeito anti-inflamatório e ajustam os níveis de lipídios na corrente sanguínea, diminuindo os níveis de colesterol e ajudam no controle da pressão arterial.
Os flavonoides também demonstram outros aspectos benéficos, como a influência sobre o sistema imunológico e a consequência de prevenção acerca da formação de placas nas paredes vasculares, possibilitando o fluxo normal de sangue pelos vasos. O chocolate ajuda, portanto, a evitar a aterosclerose e os acidentes vasculares cerebrais.
Fonte: encr.pw/ok1LE
Independente dos efeitos positivos, nutricionistas advertem que a ingesta excessiva de chocolate, seja amargo, ao leite ou branco, pode levar a resultados negativos para o organismo. Isso porque, no todo, o chocolate tem uma grande quantidade de açúcares e gorduras. Em média, 100 gramas de chocolate contêm em torno de 500 calorias. Logo, o excesso de chocolate pode levar ao ganho de peso e as doenças decorrentes.
Alguns fundamentos científicos apresentam que a ingestão de chocolate está associada a resultados benéficos à saúde, assim como a redução no risco de doenças cardiovasculares com a ingesta de uma quantidade menor que 100 gramas por semana. Em contrapartida, níveis mais elevados podem abolir os benefícios e conduzir há efeitos negativos ligados ao elevado consumo de açúcar.
Por isso, a ingesta em quantidades contidas desse doce e as suas alternativas com baixo teor de açúcares levará resultados benéficos à saúde. A chave está no equilíbrio!
Referências:
Veronese N, Demurtas J, Celotto S, et al. Is chocolate consumption associated with health outcomes? An umbrella review of systematic reviews and meta-analyses. Clin Nutr. 2019;38(3):1101-8.
Ren Y, Liu Y, Sun XZ, Wang BY, et al. Chocolate consumption and risk of cardiovascular diseases: a meta-analysis of prospective studies. Heart. 2019;105(1):49-55.
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CAOS 2021: Desafios dos profissionais de saúde na COVID
13 de novembro de 2021 Pollyanna Silva Carvalho
Mural
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No dia 03 de Novembro de 2021, no Congresso de Psicologia do CEULP conhecido como CAOS, aconteceu uma mesa redonda com o tema: Saúde Mental dos profissionais da saúde em perspectiva- desafios e oportunidades perante a Covid-19. O tema geral do congresso foi a Psicologia e Atuação Psicossocial em situações de emergência e esse tema de tal mesa redonda representou, de certa forma, o símbolo do CAOS deste ano.
A convidada que chamou atenção com suas falas foi a psicóloga Almerinda, egressa do CEULP e doutoranda na UFT, sendo especialista em saúde mental e técnicas psicoterápicas. A mesma iniciou sua fala enfatizando que a Covid-19 funcionou como um convite a sociedade e a todos que precisam dos serviços da equipe da linha de frente da saúde, na qual já se encontrava desgastada e esgotada em muitos aspectos. Dessa forma, já existia um sofrimento latente nesta classe de profissionais, mas os usuários não compreendiam ou compartilhavam deste quadro e só foi possível a compreensão após esse caos mundial.
A mesma levantou a necessidade de repensar a práxis do profissional da saúde em relação ao contexto pandêmico, no qual potencializou a emergência de se ter saúde mental. Salientou a importância do profissional da saúde mental frente a demandas de crise e de urgência e emergência, como nestes contextos. Destacou que como profissionais devemos estar atualizados constantemente e buscando novos manejos e formas de atuação pois o meio social exige isso, por estar em constante mudanças.
Fonte: Google imagens
Dessa forma, a convidada palestrante enfatizou que os profissionais, com o ocorrido da Covid-19, devem repensar as possibilidades, limites e desafios que foi imposto por esse contexto. E com isso, criar novas maneiras e estratégias que satisfaçam as demandas que estão em transformações recorrentes. Um exemplo que a convidada apresentou foi o do atendimento online, no qual não era tão usado pelos profissionais da saúde mental mas que passou a ser muito aderido devido ao isolamento social causado pela pandemia.
Fonte: Google imagens
Em resumo, a convidada acentuou que essa ocorrência da pandemia trouxe um convite instigante para os profissionais da saúde se atentarem ao sofrimento psíquico dos usuários. Para isso, precisa-se de atualizações constantes e, logicamente, de uma escuta ativa qualificada, na qual amplie o foco de atuação com recursos, mecanismos e materiais que possam potencializar a atuação do psicólogo.
Fonte: Google imagens
Foi de suma importância sua participação pois através de sua fala foi possível refletir sobre aspectos que outrora não eram tão priorizados, mas que se via superficialmente, como as situações de crise e emergência.
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É preciso discutir sobre a saúde mental em atletas profissionais
Uma rotina intensa de treinos, assim explica-se o cotidiano de um atleta de alto rendimento para alcançar seu objetivo, que é a vitória na modalidade a qual atua. Uma preparação cronometrada de exercícios físicos, dieta balanceada e muita dor física. Mas quando a dor é emocional, o que fazer? Esse ano, o mundo acompanhou de perto o drama da ginasta mais famosa dos últimos tempos, a norte-americana Simone Biles, que por decisão abandonou a participação nas fases de alguns aparelhos, em prol de sua saúde mental, nas Olimpíadas de Tóquio.
Conforme entrevista aos veículos de comunicação, a ginasta disse não estar bem para competir nas finais de aparelho. Segundo a jovem, sua cabeça estava fora do lugar, enquanto estava saltando, e poderia sofrer um acidente, durante a execução do salto. Sua atitude levou o mundo inteiro, a refletir sobre a necessidade de cuidar da saúde mental, e mesmo, atletas profissionais, acostumados a rotinas exaustivas de treinos precisam parar, no intuito de equilibrar as emoções. Simone deixou o recado, cuide de sua mental, pois o não cuidado interfere no desempenho profissional, independe de qual seja o trabalho.
Ribeiro (2020) alerta que muitos atletas não cuidam da sua saúde mental motivadas pelo estigma, falta de conhecimento sobre o assunto e a sua influência no rendimento desportivo, bem como pela percepção da doença mental como uma fragilidade. “A maioria das organizações desportivas continua a descurar a importância do investimento na prevenção, identificação e intervenção precoce na psicopatologia dos atletas de alta competição” (Ribeiro, 2020). Nesse sentido, a postura de Biles, veio para questionar esse descaso das delegações com seus atletas, e mostrar para o mundo que, eles, também, têm suas fragilidades, seus questionamentos e dores.
Fonte: Instagram
Perturbação do sono, depressão, suicídio, ansiedade, compulsão alimentar, déficit de atenção, hiperatividade, bem como transtorno bipolar são os transtornos mentais mais decorrentes em atletas profissionais, informou a Declaração de Consenso do Comitê Olímpico Internacional (2019). Um alerta assustador, segundo o comitê, os sintomas depressivos em atletas variam entre 4 a 68%.
O que seria um atleta de alto nível? (Bäckmand, Kaprio, Kujala, Sarna, 2009) explicam que o alto nível é como uma atividade física extenuante e prolongada, para a qual os atletas precisam estar preparados para enfrentar uma série de fatores estressantes, no intuito de aprimorar, e alcançar os resultados esperados. E para dar conta de todas essas atribuições, o profissional precisa estar em dia com a saúde mental, caso contrário irá desenvolver algum transtorno mental, como relatou o Consenso 2019.
A atividade física é um excelente aliado para auxiliar no equilíbrio da saúde mental, já o desafio dos atletas profissionais é conciliar, de forma saudável, a rotina puxada dos treinos com sua saúde mental, no sentido de equilibrar os níveis de estresse, até porque eles são cobrados pela comissão técnica e pela torcida de seus países. No mais, todos querem é ver o atleta de seu país, brilhar no pódio, ao som do hino nacional de sua respectiva bandeira.
Fonte: Freepick
Referências
Bäckmand H, Kaprio J, Kujala U, Sarna S. Physical activity, mood and the functioning of daily living. A longitudinal study among former elite athletes and referents in middle and old age. Arch Gerontol Geriatr Suppl.(2009)
Mestre em computação e mãe, professora do CEULP/ULBRA partilha sua vivência pré e pós-cirurgia.
Madianita Bogo Marioti, 47 anos, graduada em Tecnologia em Processamento de Dados, especialista em Informática para Aplicações Empresariais e mestre em Ciências da Computação, partilhou com as acadêmicas de Psicologia sobre sua decisão pela cirurgia, as mudanças que essa escolheu gerou e conselhos para os que pretendem encarar esse processo.
Fonte: Arquivo Pessoal
En(cena) – A obesidade vem crescendo de forma alarmante no Brasil e em todo o mundo. A cirurgia bariátrica é utilizada para o emagrecimento, o resgate da saúde e melhoria da qualidade de vida, no entanto, é um procedimento que apresenta riscos de complicações pós-operatórias nos aspectos biopsicossociais. Quando que você realizou a cirurgia? Foi um desejo seu ou uma indicação médica inicialmente?
Madianita – Eu fiz a cirurgia em 14 de janeiro de 2016, e alguns médicos já tinham sugerido que eu fizesse, principalmente o Endocrinologista. Mas eu decidi mesmo por uma questão de mobilidade porque eu sempre gostei muito de trilha, de andar em mato, cachoeira, e uma vez subindo na trilha da Cachoeira do Roncador, quando cheguei no último andar da escada eu achei que estava morrendo, eu realmente achei que estava tendo um infarto, meu peito ardeu demais. Nesse momento eu cheguei a conclusão de que eu precisava fazer algo, porque eu já tinha tentado várias dietas, mas aí eu emagrecia 2 kg e engordava 4 kg, se eu emagrecia 5 kg depois engordava 10 kg. Então foi uma decisão mais por saúde mesmo, para me sentir bem, mesmo com as indicações médicas anteriores, a decisão final foi minha.
En(cena)– As pesquisas e vivências individuais destacam a importância da preparação pré operatória na cirurgia bariátrica, por equipe multidisciplinar, bem como delimitam esta equipe com os mais variados profissionais. Como foi a atuação da equipe e a sua relação com esses profissionais?
Madianita – Eu fiz tudo certinho igual o médico mandou, fiz acompanhamento com fisioterapeuta, nutricionista, fiz todas as sessões do psicólogo. E esses acompanhamentos foram fundamentais, fez com que tudo fosse tranquilo, eu tive um pós-operatório muito tranquilo, eu não sofri como eu vi que muita gente sofre. Então a minha relação com essa preparação foi uma questão de segurança pessoal mesmo, eu não queria fazer a cirurgia sem ter certeza que eu estava preparada para aquilo. Eu vejo muita gente “pirando”, já tive relatos de um grupo que eu estou de gente que sofreu muito na fase “da líquida”, que se trancava no quarto chorando, e é comum eles falarem que foram no psicólogo somente uma sessão, receberam o laudo e foram embora. Então eu creio que fazer essa preparação, entender o que te espera, entender que esse pós-operatório é passageiro, que as coisas que “a gente sofre” são passageiras, é importante, e sozinho, só com leitura, é muito difícil conseguir isso.
Fonte: encurtador.com.br/elty0
En(cena)– Sabendo da importância do acompanhamento psicológico durante todo o processo de preparação e recuperação do paciente, como foi sua experiência com o profissional da Psicologia que estava inserido na equipe multidisciplinar?
Madianita – A minha relação com a psicóloga eu creio que foi de sucesso, eu me senti a vontade de conversar tudo com ela, de falar tudo com ela. Ela me deu apoio de certa forma nos momentos que dá uma certa insegurança e incerteza. Eu creio que ela foi importante tanto no pré, como no pós-operatório. E eu emagreci mais de cinquenta quilos, depois da cirurgia eu engravidei, tive meu filho, veio a pandemia e eu sou uma pessoa ansiosa, acabei me descuidando, e engordei vinte quilos. Não me arrependo de ter feito a cirurgia, não perdi a cirurgia porque eu ainda continuo mais de trinta quilos a menos do que eu tinha antes da cirurgia. Então assim, eu percebi que esse engordar aconteceu depois que eu parei o meu tratamento com a psicóloga. Hoje eu estou tentando me coordenar pra ver se eu consigo voltar ao tratamento, porque eu acho que ele foi fundamental, ela foi muito fundamental, tanto pra eu me sentir preparada pra fazer a cirurgia, no pós-operatório, como pra eu ter me mantido muito bem por muito tempo. Eu me mantive bem magra por um bom tempo. Só que aí logo eu engravidei (um ano e pouco depois da cirurgia), me mantive magra a gravidez inteira, mas estava fazendo o apoio psicológico durante a gravidez inteira. Eu comecei a engordar meu filho já estava com quase um ano, depois de quatro a cinco meses que eu tinha parado de amamentar que eu comecei a engordar, e eu atribuo muito esse meu descontrole à falta de acompanhamento psicológico. É importante que fique claro para quem vai fazer a cirurgia quanto é imprescindível fazer o tratamento psicológico depois, e quem chega a engordar o que eu engordei por ansiedade, a cirurgia não opera a cabeça, ela opera o estômago para ajudar a emagrecer aquilo que é difícil sozinho. Mas para manter, tem que ser um acompanhamento psicológico pro resto da vida, e faz diferença.
En(cena)–Levando em conta toda a pressão estética presente em nossa sociedade, juntamente com seus padrões, é possível dizer que você sofre as consequências disso? Se sim, quais?
Madianita – Ser muito gorda no nível que eu estava, atrapalhava independente de padrões sociais/estéticos. Não era uma coisa que moldava a minha vida. Eu e meu marido sempre tivemos uma relação de muito amor, de muito carinho, mesmo quando eu estava muito gorda ele nunca demonstrou sentir vergonha ou não sentir desejo por mim, então eu não tinha grandes problemas em relação a convivência pessoal, por exemplo, eu usava maiô jogando vôlei com meus alunos. Então essa parte estética, de não viver por ser gorda, que eu vejo que muita gente tem, eu não tinha. Mas é lógico que eu tive meus momentos, que eu queria estar mais magra, principalmente quando eu ia comprar uma roupa. Eu brinco que a gente só achava capinha de bujão de gás colorida. Eu gosto de roupa preta, eu gosto muito de cores, mas eu não gosto muito de estampas, e eu falava que gordo só acha estampa. Então assim, tinha essa pressão estética um pouco, mas eu creio que em relação a isso eu era até bem tranquila. Era mais em momentos esporádicos que eu sentia essa pressão. Em relação ao pós-cirúrgico, apesar de ter engordado um pouco, eu não me sinto tão pressionada com essa questão estética, nesse ponto eu sou bem “cabeça de gelo”. Aí você me pergunta “mas se você é tão cabeça de gelo porque fez a bariátrica?” Porque realmente eu já estava num nível que eu tinha medo de morrer a qualquer momento, de infarto, eu tinha problema de subir escadas. Coisas que eu gostava de fazer no dia a dia estavam ficando difíceis pra mim. Então esse foi o meu grande motivador. Por mais que emagrecer, tenha me proporcionado poder escolher roupa e não a roupa me escolher, e eu ter ficado vaidosa, isso aí acabou alterando outros fatores. Então eu analiso que meu grande motivador foi o viver melhor, e não a pressão estética.
Fonte: encurtador.com.br/pCHX4
En(cena)– Avaliando o contexto cirúrgico pelo qual você passou, como pode ser descrita a influência desse processo na sua vida tanto antes quanto agora no pós, houve muitas mudanças? Quais foram elas?
Madianita – No pré-operatório, em termos da cirurgia em si, o medo de morrer, o medo de não dar certo eu nunca tive. Eu sou aquele tipo de pessoa que eu acho se dá certo pra noventa e oito por cento em termos de perigo de risco cirúrgico porque que vai dar errado comigo? Então não me afetou tanto essa questão. Eu estava bem tranquila até porque como eu falei na primeira resposta, eu fiz todo o procedimento certinho, eu procurei todos os profissionais, eu não pulei nenhuma etapa, eu fiz todos os exames, eu tinha muito medo do pós-cirúrgico. Meu problema no pré era o medo do pós. As pessoas falavam que passava mal naqueles quinze dias de dieta líquida, sofriam muito e choravam. Eu li histórias de pessoas que comeram sólidos e quase morreram ou morreram. Então o que me preocupava era o pós. Tirando isso, foi tudo muito tranquilo até porque o pré-operatório é muito corrido, a gente tem que fazer muita coisa, não dá muito tempo de “pirar” não. A mudança depois do pós-cirúrgico foi principalmente o me sentir bem. Eu tinha enxaquecas terríveis e isso diminuiu drasticamente, minhas TPMs, eu ainda tenho TPM, mas elas eram piores, eu pude voltar a fazer as coisas que eu gostava, melhorei a locomoção. Então assim, em termos de saúde, de me sentir bem, minha vida deu uma volta de cento e oitenta graus. Mudou a relação com o meu corpo, o próprio desejo sexual mudou um pouco, a minha vaidade. Então teve muita coisa boa, por mais que eu não tenha feito com motivação estética, eu estaria mentindo se falasse que isso não afetou positivamente minha vida. No pós-cirúrgico, eu engravidei, coisa que eu teria muita dificuldade por conta do ovário policístico, então mudou muita coisa na minha vida, positivamente, creio eu por causa da cirurgia.
En(cena)– Como você percebe suas relações interpessoais antes e após a bariátrica?
Madianita – Ser gorda não me afetava em termos de convivência social, não me afetava em relação a ter vergonha. Eu sempre conversei com todo mundo. Onde eu andava, eu conversava com todo mundo, fazia amizade com todo mundo. Eu dava aula tranquila, eu ia pra praia, colocava maiô, me divertia. Então quanto a relacionamentos interpessoais acho que não mudou muito minha vida, pelo fato de eu ter emagrecido com a bariátrica. Por mais que eu me sinta um pouco mais segura, me sinto mais bonita quando eu me arrumo. Quando eu ia para as formaturas e tinha que fazer um discurso, eu me senti melhor subindo no palco estando mais magra, podendo estar com uma roupa mais alinhada. Fora isso, eu continuo muito eu e muito do mesmo jeito que eu sempre fui.
En(cena)– O que você diria para as pessoas que pretendem passar por esse processo?
Madianita – Bom, para as pessoas que pretendem passar por esse processo, a primeira coisa que eu digo é, caso não exista nenhum impeditivo real, faça. Porque em termos de saúde de se sentir bem, melhorou da água pro vinho, como melhora também a aparência. Mais uma coisa que eu digo, faça tudo que o médico manda no pré-operatório, faça todas as terapias possíveis, não aceite se algum profissional falar que te dá o laudo antes do tempo, e algumas pessoas ficam felizes com isso. Então, é importante essa fase de amadurecimento da cirurgia, e depois da cirurgia continuar com o acompanhamento nutricional e psicológico. Enquanto eu estava indo na psicóloga direitinho eu me mantive magra, até mais do que eu queria. E quem chega a engordar a ponto de fazer uma bariátrica, normalmente são pessoas ansiosas, que descontam suas frustrações na comida e isso não vai mudar. Então assim, eu não me arrependo, não acho que eu perdi mesmo engordando os vinte quilos, mas eu engordei exatamente porque eu descuidei e deixei de ir nos profissionais que me acompanhavam. Hoje em dia eu voltei pra nutricionista, já eliminei três quilos, agora eu quero voltar para o psicólogo, porque é o único tratamento que consegue auxiliar na questão da ansiedade, pelo menos para mim.
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Psicóloga fala sobre o processo de avaliação psicológica no pré-cirúrgico
Geovanna Gomes, 24 anos, egressa do curso de Psicologia do CEULP/ULBRA, atualmente atuante na área da Avaliação Psicológica e Neuropsicológica e pós-graduanda em Neuropsicologia.
Nessa entrevista, Geovanna esclareceu dúvidas sobre o processo de avaliação dos pacientes pré-cirúrgicos, a partir de sua vasta experiência nesta área, uma paixão que começou enquanto ainda estava na graduação.
Fonte: Arquivo Pessoal
(En)Cena – A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) divulgou dados sobre cirurgia no Brasil. Em 2019 foram realizados 68.530 procedimentos, – 7% a mais do que em 2018 quando foram feitas 63.969 cirurgias. Tendo em vista a complexidade que é a decisão de realizar a cirurgia bariátrica a aplicação de testes psicológicos serve para complementar todo o levantamento de informações realizado na entrevista clínica e é de extrema importância, pois confere uma dimensão objetiva em relação ao estado psicológico do candidato. Sendo assim, como você define o processo de avaliação psicológica?
Geovanna – A avaliação psicológica é um processo feito apenas por psicólogos e abrange alguns instrumentos, métodos e técnicas na sua realização. Primeiramente tem a anamnese, sempre inicia uma avaliação psicológica fazendo a anamnese no candidato, geralmente o número de sessões de anamnese varia de acordo com a complexidade de cada caso, então a gente faz um levantamento sobre a vida do paciente sobre os motivos dele, o caminhar do paciente até o momento da decisão de realizar o processo cirúrgico. É geralmente uma entrevista semiestruturada que dá ao paciente uma maior liberdade para poder falar sobre seus sentimentos, motivos, etc. Depois de passar por esse processo de anamnese que já é um trabalho de vínculo com o paciente, ele precisa confiar na gente, ter uma boa ligação entre profissional e paciente, para que se sinta confortável durante todo o restante da avaliação, e minimizar ao máximo os sintomas ansiogênicos. Passamos então para o processo de aplicação de instrumentos, onde tem algumas escolhas não padronizadas (atividades que não tem um estudo científico estatístico e são utilizadas mesmo assim porque nos traz uma análise qualitativa) então quando é feita uma avaliação pensa-se tanto na parte quantitativa quanto na parte qualitativa onde entra a anamnese, observação clínica e essas outras atividades e instrumentos. Isso nos dá uma visão e uma amplitude, melhora a nossa análise dentro da avaliação. Eu costumo dizer que a avaliação tem esse tripé que é o que o paciente me traz, o que a família do paciente traz pois é muito importante ter também esse contato com a família do paciente, o que eu observo do paciente e o que os testes vão me dizer, e a observação em relação ao paciente inclui: postura, o que está sendo observado na aplicação dos testes. como o paciente está respondendo aos testes como ele se comporta na anamnese, como que é esse relacionamento familiar (pai, mãe, irmãos, esposo) porque é importante essa rede de apoio para o paciente pós cirurgia. Após todo esse processo descrito, é pedido um prazo para o paciente para que o documento seja produzido e tenha os resultados estruturados, quando o laudo psicológico é finalizado acontece uma explicação dos resultados para o paciente, onde será verificado se ele está apto ou não, geralmente eu não costumo escrever diretamente essa questão de aptidão pois acredito que tenha um peso muito grande, e o trabalho sempre é realizado em conjunto com médicos e outras profissionais, o que exige um parecer deles também. Por fim, sempre buscamos orientar o paciente que apresentou algum sintoma que discorde do necessário para a realização da cirurgia, sempre orientamos a busca do acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico. Assim, posso dizer que o mais importante dessa avaliação nem sempre é o processo em si, mas sim o momento da devolutiva onde é realizada toda a orientação, ajudando o paciente que ainda não mostrar coragem suficiente ou alguma dúvida, então sempre focamos muito no processo de orientação e na devolutiva do laudo.
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(En)Cena – Pensando na gama de sentimentos e emoções que o paciente provavelmente estará sentindo em todo o processo de preparação, quais são os aspectos principais e mais importantes a serem avaliados nos testes e nas observações comportamentais?
Geovanna – Hoje em dia nós temos vários testes que nos possibilitam ter um norte sobre aspectos da personalidade, emocionais, comportamentais e cognitivos também de modo geral, e isso é muito bom pensando que essas ações fazem parte da nossa cognição. Eu acho muito importante sempre iniciar com um teste de inteligência e raciocínio para saber se o paciente está lúcido e consciente de uma forma cognitiva sobre a decisão que está tomando. Outra questão a ser avaliada é a questão da percepção, ou seja, se o paciente não tem nenhuma alteração relacionada a percepção visual, observar se ele tem alguma alteração de distorção da realidade, se está consciente do que está passando e se percebe o que está vivendo. Já no quesito de personalidade é possível avaliar tendência depressiva, transtornos ansiosos, mudança de humor, baixa autoestima, baixa motivação, desesperança. Esses aspectos são muito importantes, porque às vezes o paciente está empolgado naquele momento, mas é uma pessoa facilmente afetada por frustrações, isso já se torna um indicativo, então é necessário que o paciente esteja preparado para o pós-cirúrgico. Os sintomas de obsessão e compulsão também devem ser avaliados para entender se há uma compulsão alimentar ou até às vezes pensamentos obsessivos ou algum tipo de delírio.
(En)Cena – Por ser um processo delicado e irreversível precisa ser muito bem avaliado e detalhado, em média, quantas sessões são necessárias para concluir a avaliação?
Geovanna – Hoje o processo avaliativo precisa levar em consideração tudo o que já foi pontuado anteriormente, geralmente são necessárias de duas a três sessões de anamnese para poder entrevistar o paciente, a família e/ou rede de apoio e as pessoas mais próximas. Depois os testes que variam em média de cinco a seis sessões, e também a sessão de entrega do laudo que leva de duas a três sessões. Tudo depende muito do quanto o paciente vai querer falar, às vezes ele pode chorar, ficar emocionado, então o acolhimento também deve ser realizado. Sendo assim, no total temos uma média de oito a doze sessões, e o número varia de paciente para paciente.
Fonte: encurtador.com.br/aovR7
(En)Cena – Sabe-se que é necessária uma equipe interdisciplinar para a preparação do paciente, nesse sentido, qual a importância de um profissional da psicologia envolvido nesse acompanhamento até o momento da cirurgia?
Geovanna – Todo profissional é importante nesse processo, mas eu acredito que o profissional da psicologia tem um peso em cima disso porque o paciente é sempre muito carregado de traumas e problemas emocionais, ansiedade ou depressão e também julgamentos, isso tudo acaba influenciando muito no pós-cirúrgico. Assim o profissional da psicologia vem justamente para isso, trabalhar autoconfiança, segurança, auto imagem, auto cuidado, tudo isso são ferramentas importantes e a gente busca trabalhar justamente isso fazendo com que o paciente tenha estratégias e mecanismos para enfrentar as próprias batalhas, tendo força e resiliência para isso. Não é possível mostrar o exato caminho para o paciente, mas podemos dar as ferramentas para que o paciente escolha, porque no final das contas independente por quais profissionais ele passe a responsabilidade e a decisão final sempre vai ser do paciente e a gente está justamente para orientá-lo nesse processo. O acompanhamento precisa ser feito tanto antes e precisa continuar sendo feito após a cirurgia porque o acompanhamento no processo pré-cirúrgico e a aptidão apontada pelos testes não anula o fato de que algo possa acontecer no processo pós-cirúrgico, muitas vezes ele pode se frustrar ou ter uma quebra de expectativa, então mesmo que todos os profissionais acompanhem esse paciente antes da cirurgia é importante que ele continue fazendo o acompanhamento no pós-cirúrgico, nós iremos ajudá-lo a enfrentar seus traumas e julgamentos sofridos ou a sensação de insuficiência e até mesmo a baixa autoestima, não podemos deixar de trabalhar com o paciente essa criatividade relacionada ao que fazer e como reagir caso algo acontecesse, ou caso aconteça algo que não seja como esperado sempre trazendo a realidade da situação pois será um processo complicado no pós cirúrgico e ele precisa ter em mentes essas diversas situações e até mesmo lidar com o fato de que o emagrecimento não acontece de forma tão rápida mas sempre ressaltando que existem formas de passar por isso de forma saudável e com acompanhamento adequado.
(En)Cena – Você já experienciou, após o acompanhamento pré cirúrgico, algum caso do paciente se arrepender de ter realizado a cirurgia? Se sim, quais foram as motivações para essa decisão?
Geovanna – Eu nunca presenciei um paciente que tenha se arrependido de ter realizado a cirurgia, o que eu já presenciei foi o caso de uma paciente que fez o acompanhamento psicológico antes da cirurgia, teve um processo pós-cirúrgico muito bom e de boa recuperação e estava indo muito bem, porém aconteceu a situação onde ela conseguiu realizar a cirurgia e ter abandonado todos os tratamentos, faltando a psicoterapia e deixando de fazer o acompanhamento com nutricionista e psiquiatra, deixou de usar as medicações por conta própria e isso trouxe um descontrole emocional para ela, voltou a comer de forma compulsiva e então começou a voltar com o quadro de aumento de peso até que ela conseguiu voltar do tratamento então assim houve essa oscilação mas porque a paciente ela negligenciou o tratamento pós-cirúrgico.
Fonte: encurtador.com.br/koCSY
(En)Cena – Ao longo desses anos no processo de avaliação psicológica, já ocorreu de algum paciente fazer todo o processo avaliativo e optar por não realizar a cirurgia pois percebeu que não era aquilo que realmente queria?
Geovanna – Nunca aconteceu nas minhas experiências de o paciente ser apto e depois mudar a opinião para a cirurgia bariátrica passando processo de avaliação psicológica.
(En)Cena – Quais são os critérios avaliativos que deixariam o paciente inapto para a realização da cirurgia?
Geovanna – Todos os critérios avaliativos são importantes, porém quando se trata de inaptidão é importante avaliar quesitos como inteligência abaixo da média, é necessário que haja uma investigação pois ocorre o questionamento sobre o fato de que o paciente pode estar tomando essa decisão com responsabilidade e se sabe tomar as próprias decisões. A questão emocional também é muito importante, flexibilidade cognitiva onde o paciente tem dificuldade a se adaptar a novas situações tendo assim um comportamento muito rígido, e todas as sintomatologias relacionadas a ansiedade, imediatismo, depressão e também compulsão, tudo deve ser bem avaliado e investigado.
(En)Cena – Você acredita que os padrões de beleza e a pressão estética que existe em nossa sociedade são os principais fatores que levam a maioria dos pacientes a buscar pelo procedimento? Caso contrário, quais outros fatores têm uma forte influência nessa decisão?
Geovanna – De uma forma geral é possível dizer que sim, e na maioria das vezes os julgamentos acabam acontecendo por pessoas muito próximas, e sempre é necessário investigar se o paciente tem consciência de que a escolha pelo processo cirúrgico tem relação a pressão estética e padrões de beleza ou não. Existem pacientes que reconhecem e expõe o fato de que a busca pelo processo cirúrgico realmente é em função de padrões estéticos, mas o fator de saúde é muito importante e várias vezes o paciente já está muito debilitado e com diversas limitações, o que acaba influenciado, mas também se voltando para a questão estética.
REFERÊNCIA
SBCBM. SBCBM divulga números e pede participação popular para cobertura da cirurgia metabólica pelos planos de saúde. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.sbcbm.org.br/sbcbm-divulga-numeros-e-pede-participacao-popular-para-cobertura-da-cirurgia-metabolica-pelos-planos-de-saude/. Acesso em: 07 out 2021.