Psicologia em Debate é um espaço acadêmico, que acontece dentro do CAOS, congresso que abordará espaços de escuta e fala com foco na temática Trabalho e Saúde Mental.
Com a condução do professor Sonielson de Sousa, dentro do Congresso Acadêmico de saberes em Psicologia – CAOS 2022, acontecerá o Psicologia em Debate, com foco no tema: Aspectos da violência no trabalho e suas manifestações. O evento acontecerá na manhã de quinta-feira, dia 24 de novembro de 2022, com início as 9:00 e horário previsto para encerramento às 12h. O evento será conduzido pela acadêmica de Psicologia Andréa Nobre, jornalista e Pós-graduada em Logoterapia.
Andréa abordará aspectos que definem a violência no ambiente de trabalho e como isso implica nos risco para a segurança, produtividade, bem-estar e saúde do trabalhador. Entendendo que o ambiente de trabalho é onde muitas pessoas passam a maior parte do seu tempo diariamente, se faz necessário pontuar alguns comportamentos e “exigências” que remetem a essa temática de violência no contexto do trabalho.
Fonte: encurtador.com.br/awBX1
Em virtude de contextos e culturas adotadas dentro de cada organização, a maneira como é vista o que conhecemos de comportamentos aceitáveis e comportamentos violentos se torna um tanto quanto ambíguo a definição de violência no trabalho. A facilitadora também trará em seu tempo de fala alguns aspectos de como identificar as formas que essas violências ocorrem nesse contexto.
Com um assunto de tema bem abrangente e que alcança as mais diferentes atuações no mercado de trabalho, Andréa fará uma abordagem pontual e esclarecedora de como identificar as consequências que essa prática pode causar no trabalhador submetido a tal realidade. Consequências essas que podem afetar a saúde dos indivíduos nesse contexto, mas que muitas vezes é negligenciado ou tem esses aspectos justificados por fatores que socialmente não relacionamos ao trabalho por falta de um olhar mais apurado para esse lugar.
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Coletivo Junguiano promove palestra sobre “Trabalho, sofrimento e autorrealização: uma leitura junguiana”
O coletivo Quíron promoverá uma palestra aberta ao público com o tema: Trabalho, sofrimento e autorrealização: uma leitura Junguiana. O evento será no dia 13/10/2022 às 19h. O palestrante convidado é o Psicólogo Rafael Rodrigues. Rafael é formado em psicologia e é mestre em comunicação pela Universidade Paulista, especialista em psicologia Junguiana e psicossomática pelo IJEP e especialista em Adm de empresa pela FGV. Rafael também tem formação em curso intensivo no Instituto no CG JUNG Institut na Suíça e hoje é membro analista do IJEP, onde também é professor nos cursos de especialização em psicologia Junguiana. Atualmente atende em seu consultório de psicologia em São Paulo.
As inscrições ocorrem pelo link no formulário do Google Forms. Os interessados podem se inscrever gratuitamente para a palestra no link: https://forms.gle/Y1Lce9NW5MXL1RDd9 O evento terá Certificação pelo Ceulp/Ulbra e o mesmo será gratuito. O link será enviado no dia do evento, por e-mail.
O Quíron – Coletivo Junguiano do Tocantins, é formado por alunos de Psicologia do Ceulp/Ulbra e egressos de Psicologia da Ulbra e de outras instituições adeptos da abordagem junguiana. No momento, é composto por cerca de 30 integrantes (entre alunos e psicólogos). Realiza atividades semanais, como grupos de estudos sobre as obras junguianas históricas e atuais, além de palestras e mesas-redondas. As palestras e grupos de estudos do Quíron são abertas e gratuitas, e recebem em média 150 pessoas por evento. O objetivo do coletivo é ser referência estadual nos estudos e produção de pesquisa científica tendo como base a Psicologia Analítica/Junguiana.
O coletivo Quíron mantém uma parceria com o curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, rede de livrarias Leitura, Editora Vozes (RJ) e alunos do Instituto de Psicologia Social da USP (IPUSP), além de professores do IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa – SP), e professores do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Analítica da UNIP (Universidade Paulista).
As atividades do Quíron são realizadas a partir de mediações rotativas, em que cada integrante tem uma função no coletivo. Além dos parceiros supracitados, está em andamento a efetivação de novas parcerias, sobretudo com professores de Psicologia Analítica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Com o início do desenvolvimento das novas tecnologias de informações, as chamadas mídias sociais, percebe-se que mudanças foram aplicadas na sociedade, com a instituição de uma nova morfologia social, que é caracterizada como uma sociedade da informação.
O uso das redes sociais e a mídia em si, são alvos de estudos de várias áreas do conhecimento e que buscam compreender a exposição em diferentes populações.
Ao se falar em juventude em termos socioculturais, envolve primeiramente não determinar questões biológicas, como idade (BOURDIEU, 1990), pois há diversos pontos de partidas, como faixa etária, categoria social, virtude populacional, e dentre essas definições, todas se direcionam a uma fase entre a infância e a maturidade (FREITAS, ABRAMO, LEÓN, 2005). Durante esse percurso, percebe-se um momento transitório e provisório vivido em processo dinâmico no desenvolvimento humano.
No decorrer dessa “fase” é percebido que o sujeito jovem atravessa um percurso compreendido como construção social moderna, marcada por grandes mudanças, de nível biológico, social e cultural, além de descobertas que podem trazer profundas emoções. Citando ainda as referências de padrões que norteiam o jovem (SALLES, 2005).
Vale destacar que nessa fase da vida há uma grande articulação entre a mídia e a juventude, porém percebe-se que apesar dos benefícios deste recurso, o uso desmedido tem gerado dependência. Isso não só interfere nas relações do indivíduo como também reforça os padrões de beleza que impactam sobre a imagem corporal (IC) (SOUSA, 2014). Podendo destacar fatores que influenciam na IC; os pais, os amigos e a mídia, sendo a última a mais pervasiva das influências (LIRA, et al; 2017).
Percebe-se que existe uma grande pressão sociocultural na maioria das vezes por parte das mulheres, para que elas possam se adequar a um padrão estético ideal que se transforma em tempos e tempos (DAMASCENO et al; 2005).
Fonte: Imagem de Mohamed Hassan por Pixabay
Além disso, as mídias sociais trouxeram consigo enorme influência de modo que os homens e, principalmente, as mulheres idealizam e idolatram desde muito jovem corpos perfeitos. Isso acaba gerando grandes índices de distorções em relação a sua autoimagem (GOULART; CARVALHO, 2017).
A falta de diversidade de corpos como referência de beleza faz com que a juventude olhe apenas para um modelo do que é “belo”, tornando assim difícil lidar com o diferente. A mídia age reforçando e divulgando maneiras, modos de como alcançar o “corpo ideal” (LIRA, et al; 2017).
A tecnologia passa a ser o meio de influência no desenvolvimento do jovem, permeando na construção da identidade desse sujeito como indivíduo, pelo seu uso deliberado da ferramenta tecnológica. Diante disso, o jovem contemporâneo passa a se basear a partir do que vê nas redes, assim começa a pensar negativamente a respeito de si mesmo, com noções excessivas sobre o mundo (SCHMITT, 2020).
Bauman (2007) afirma que, para construção do sujeito, suas relações passam a ser líquidas ao invés de sólida. Ao pensar nessa realidade, avista-se um jovem na busca de algo bom para aquele momento, sem que haja uma reflexão a respeito, passando assim a adquirir risco à saúde mental.
À vista disso, percebe-se que a mídia está presente a todo o momento, agindo sobre indivíduos de forma leve e na maioria das vezes de forma “agressiva”, também afetando seu ambiente. Fica evidente também que, a sociedade é bombardeada, em sua maioria, pela forma de vestir, falar, comer e como seus corpos devem ser para que sejam aceitos e para que o indivíduo em si se aceite.
Tendo em vista o que foi discorrido neste trabalho, percebe-se que a influência da mídia sobre a saúde mental dos jovens é, em certa medida, alimentada pelo contexto sociocultural do indivíduo. Daí a importância de que essa discussão seja feita a partir de uma perspectiva macro.
De toda forma, parece evidente que os efeitos negativos são profundos devido ao fato de que, tendo um grande poder de influência, a mídia prega um modelo supostamente ideal de corpo, causando sofrimento mental nos jovens que estão longe desse padrão estabelecido.
Portanto, é importante que, além de conscientização sobre o abuso da grande mídia e sobre os profundos malefícios disso, haja políticas efetivas que protejam os jovens dessa influência que gera dor devido à inadequação do corpo ao que é propagado pelos grandes meios de comunicação.
Fonte: Imagem de April Bryant por Pixabay
REFERÊNCIAS
Bauman, Zygmunt, 2007. Vida para Consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadorias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
BOURDIEU, Pierre 1990(): Cuestiones de sociología. Madrid: Istmo
DAMASCENO, V. O. et al. Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 11, n. 3, p. 181-6, 2005.
DE SOUSA, Cirlene Cristina. Juventude (s), mídia e escola: ser jovem e ser aluno face à midiatização das sociedades contemporâneas. 2014.
DE BARROS, Bruno Mello Correa; RICHTER, Daniela. A INFORMAÇÃO E O CONSUMO DE MÍDIA PELOS BRASILEIROS: UMA ÓTICA DO CONTROLE E MONOPÓLIO DA DIFUSÃO DA INFORMAÇÃO A PARTIR DA PESQUISA BRASILEIRA DE MÍDIA.
LIRA, Ariana Galhardi et al. Uso de redes sociais, influência da mídia e insatisfação com a imagem corporal de adolescentes brasileiras. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 66, p. 164-171, 2017.
SCHMITT, Marina. O que leva a se viciar na internet? Relações entre solidão, depressão, ansiedade, estresse, adição à internet e uso de mídias sociais online. 2020.
GOULART, Cristiana Faria; DE CARVALHO, Priscila Abreu. Corpo Ideal e Corpo Real: A Mídia e suas Influências na Construção da Imagem Corporal. 2018.
FREITAS, Maria Virgínia de;ABRAMO, Helena Wendel; LEÓN, Oscar Dávila. Juventude e adolescência no brasil: referencias conceituais.Nov-2005. http://www.bdae.org.br/dspace/handle/123456789/2344
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A importância de falarmos sobre saúde mental no ambiente de trabalho
A rotina em um ambiente de trabalho pode ser estressante com o acúmulo de atividades a ser cumprida, mesmo para aqueles considerados workaholics, definidos como pessoas viciadas em trabalho. Por isso, existe a necessidade de não negligenciar a saúde mental, no ambiente profissional. Nesse contexto, saberia responder o que é saúde mental? E o que ela representa no ambiente de trabalho? A Organização Mundial de Saúde (OMS) define que a saúde mental refere-se ao bem-estar em que o indivíduo é capaz de desenvolver suas habilidades pessoais, mesmo com o estresse do cotidiano, sem perder a produtividade.
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) (2020), a Saúde Mental é a capacidade que cada um tem de decidir e trilhar sua vida, mesmo em frente aos acontecimentos negativos e positivos. Nesse momento de pandemia da Covid 19, em que o mundo ainda está passando, houve um momento de um elevado pico de estresse, em especial, com os profissionais da saúde, que estão na linha de frente no combate à doença, informou a cartilha elaborada pela Fiocruz (2020).
Irritabilidade, insônia, falta de apetite, baixa concentração são alguns dos sintomas que precisam ser observados, em especial quando afeta o desempenho do profissional, seja em qualquer área de atuação, pontuou o MS. (LIMA; ASSUNÇÃO, 2011) observam que o suporte social e estratégias coletivas de enfrentamento podem ser considerados como fator de proteção para os trabalhadores expostos à intensa sobrecarga de trabalho. A exposição ocupacional constante a eventos adversos pode influenciar negativamente a saúde mental. (LIMA; ASSUNÇÃO, 2011)
Fonte: Freepick
Um ambiente de trabalho que não é saudável pode afetar consideravelmente a saúde mental dos seus colaboradores, por meio de jornadas intensivas, redução do tempo de descanso para alcance de meta. Nesse contexto, muitos trabalhadores desenvolvem a Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional. Segundo o Ministério da Saúde, a doença é um distúrbio emocional que tem a exaustão como sintoma extremo, ocasionada pelo estresse e esgotamento físico resultante de um trabalho desgastante que incita a competividade.
Dor de barriga; sentimentos de derrota e desesperança; sofrimentos psicológicos e negatividade constante são alguns dos sintomas da síndrome, enquanto o estresse e a vontade de não sair da cama podem indicar o início da doença informou órgão de saúde. Para o diagnóstico do distúrbio é preciso procurar um especialista na área. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente todo tratamento, de forma integral.
Com a pandemia, a rotina de diversos profissionais mudou consideravelmente, muitos passaram a trabalhar em casa, home office. O que fez deixar o lar, tido como um local de descanso e desestresse, uma extensão do ambiente profissional, espécie de filial da empresa. Nesse sentindo, é preciso encontrar um tempo para conectar consigo, mesmo. Ler um livro, praticar atividades físicas são algumas ações que podem estar sendo inseridas na rotina. Por último, como já foi mencionado, procure um profissional da área, para auxiliar no tratamento caso tenha desenvolvido algum tipo de transtorno mental.
LIMA, E. de P.; ASSUNCAO, A. Á. Prevalência e fatores associados ao Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) em profissionais de emergência: uma revisão sistemática da literatura. Rev. bras. epidemiol. São Paulo (2011). Disponível em < https://www.scielo.br/j/rbepid/a/FHmHGmZBKxpkHbqZKvXFGyJ/?lang=pt&format=pdf > Acesso: 15 de out. de 2021.
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Síndrome de Burnout e o esgotamento no trabalho durante a pandemia
22 de junho de 2021 Jornal O GIRASSOL O GIRASSOL
Mural
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Como diferenciar o cansaço cotidiano de um problema mais sério?
A Síndrome de Burnout teve aumento expressivo durante a pandemia e apenas em 2019 entrou para a Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde).
O Médico Psiquiatra, Dr. Daniel Munhoz Moreira, explica que é comum confundir o cansaço rotineiro com a síndrome de Burnout e que a diferença está na intensidade em que os sintomas se apresentam no último caso:
“A Síndrome de Burnout envolve cansaço intenso, sensações de esgotamento unido a um distanciamento mental do trabalho e colegas. A pessoa se isola e tem a sensação de diminuição da eficácia no trabalho”, aponta.
O Dr. Daniel Munhoz Moreira também acrescenta que esses sintomas devem estar ligados principalmente ao trabalho, ou seja, não devem ser vivenciados em outros contextos, como é o caso do cansaço rotineiro comum.
Agravamento da síndrome diante do trabalho remoto
O especialista alerta que toda mudança gera naturalmente estresse e resistência, o que já se torna um desafio para as pessoas, junto à demanda do trabalho.
“A perda da rotina levou muitas pessoas a desenvolver o problema, ou seja, ter de ir ao local, encontrar pessoas, ter o momento para o café, almoço, a pausa para assuntos corriqueiros ou até mesmo relacionados ao trabalho”, explica.
O home office para a maioria das pessoas é compreendido como algo monótono e solitário, mas é necessário que sejam impostas regras sobre a nova rotina.
“É fundamental que as pessoas tenham horário para entrar e sair do trabalho, além disso, é preciso manter as pausas para descanso, que podem envolver diferentes atividades que trazem prazer e relaxamento como: meditação, escutar música, leitura, descontração com o animal de estimação, uma breve saída de casa, etc.”, acrescenta.
O Dr. Daniel Munhoz Moreira alerta que é importante se desligar totalmente do celular nesses momentos para experimentar de fato o relaxamento e a desconexão das pressões cotidianas do trabalho.
O que fazer quando bater a sensação de esgotamento que não passa?
O psiquiatra explica que primeiro é preciso identificar se o problema é apenas o esgotamento ou se vem acompanhado dos sintomas já mencionados anteriormente.
“Enfatizo a necessidade de inserir no dia a dia atividades prazerosas que incluem: atividade física, prática de esportes, passeio em família, assistir a filmes e séries, entre outras. Além disso, friso a importância da boa alimentação e dos cuidados com a rotina do sono, que varia de 6 a 8 horas por dia”, ressalta.
Tratamento nos casos diagnosticados como Síndrome de Burnout
O Dr. Daniel Munhoz Moreira ressalta que, quando diagnosticado o problema da síndrome de Burnout, é fundamental o tratamento junto a um profissional da área da saúde mental.
“Inicialmente o indicado é a psicoterapia, para que a pessoa consiga lidar com essas emoções relacionadas ao trabalho. Há muitas estratégias que podem auxiliar junto à psicoterapia como: acupuntura sistêmica, mindfulness e, em casos, mais graves, farmacoterapia (utilização de medicamentos)”, orienta.
O Dr. Daniel Munhoz Moreira acredita que a melhor maneira de cuidar da saúde mental é a prevenção que envolve inserir na rotina os momentos de descanso, de meditação (em que há um desligamento do que ocorre externamente) e até mesmo uma lista em que se escreva tudo aquilo pelo qual a pessoa se sente verdadeiramente grata.
“Vale lembrar que a busca por terapia não deve estar associada a um problema em si. Buscar por terapia é um passo importante para que a pessoa consiga ter um melhor entendimento sobre as suas emoções e sentimentos e para que possa mudar comportamentos disfuncionais”, conclui.
Psicóloga Clínica com abordagem em Cognitivo Comportamental com foco em emoções, Coaching de bem-estar e carreira, Professora de pós-graduação, Palestrante e Escritora. É pós-graduada em Gestão Estratégica de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o Brasil vive uma epidemia de ansiedade. De acordo com o órgão, nosso país possui o maior número de ansiosos do mundo: são 18,6 milhões de pessoas, o que representa 9,3% da população. As mulheres são as que mais sofrem: 7,7% das brasileiras são afetadas. Os afastamentos de profissionais por conta da doença custaram R$ 1,3 bilhão, em 2016, à Secretaria de Previdência. No mundo, há mais de 260 milhões de indivíduos com o transtorno.
encurtador.com.br/kAB25
Algumas questões relacionadas à saúde psíquica começam a aparecer após anos de trabalho. Caso falarmos da síndrome de burnout, isso é uma verdade, pois não aparece repentinamente como resposta a um estressor determinado. Ela emerge numa sequência determinada de tempo. Mas existem outros transtornos como depressão e ansiedade que são comuns nos trabalhadores brasileiros que não existe uma determinação de anos para ocorrer.
O trabalho atual está focado na transição da força física para a intelectual. O grande diferencial do trabalhador está na capacidade de resiliência e aprendizagem acelerada. É exatamente neste ponto que muitas empresas se perdem, com uma exigência intensa na questão emocional gerando uma pressão interna e um aumento de estresse, que pode levar aos transtornos psíquicos.
A saúde mental é responsável pela qualidade de vida, ou seja, o equilíbrio entre a vida profissional , que são os resultados e produtividade; a vida amorosa, relacionamentos amorosos; a vida familiar, que são questões ligadas ao relacionamento familiar; e a vida social, que é composta pelo relacionamento com amigos e comunidade. Sem equilíbrio o nosso senso de felicidade é diretamente afetado.
encurtador.com.br/kHL01
Nosso corpo nos dá sinais quando algo não vai bem. Existem sintomas fisiológicos e psicológico quando o trabalho está gerando ansiedade no colaborador. Nos sintomas fisiológicos, vemos falta de apetite, cansaço, insônia, dor na coluna, problemas digestivos, taquicardia, entre outros. Já nos sintomas psicológicos é comum perceber alta irritabilidade, frustração, falta de vontade de realizar tarefas, isolamento, fadiga emocional, entre outros.
A dificuldade de quem está passando por esse problema é exatamente identificá-lo, pois a maioria das pessoas acredita que é apenas uma fase de estresse intenso e que irá passar.
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional e isso irá refletir em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, aumento de ansiedade e depressão, e sintomas físicos como dor de cabeça, cansaço intermitente, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, entre outros.
A partir do momento que existe prejuízo na vida devido ao trabalho, é hora de procurar uma avaliação. A base do tratamento para a ansiedade inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia.
encurtador.com.br/eBIN7
Algumas estratégias para relaxar e diminuir os sintomas da ansiedade, além da psicoterapia, são a inclusão de atividades físicas, exercícios de relaxamento e mindfulness, que é a consciência plena. A técnica consiste em tratar experiências livre de julgamentos. Isso requer que você desenvolva suas próprias percepções sobre as situações, através de um conjunto de práticas, como técnicas de respiração e meditação.
A professora Thaís Moura Monteiro, do Curso de Psicologia do CEULP defendeu, no dia 14 de setembro, sua dissertação “Nós passamos por uns maus bocados”: análise das narrativas do trabalho dos serv(i)dores públicos federais no programa de Mestrado em Comunicação e Sociedade na Universidade Federal do Tocantins (UFT). A banca foi composta pela orientadora da pesquisa Profa. Dra. Liliam Deisy Ghizoni (UFT), Profa. Dra. Ana Magnólia Mendes (UnB), Profa. Dra. Amanda Maurício Pereira Leite (UFT), Prof. Dr. Fernando de Oliveira Vieira (UFF).
Fonte: Arquivo Pessoal
A pesquisa:
A dissertação apresenta uma análise das narrativas dos servidores de uma instituição pública federal de Palmas – TO que vivenciaram situações de assédio moral no trabalho, assim denominado por eles. O aporte teórico centra-se na Psicodinâmica do Trabalho, sendo que o método é embasado em Mendes e Araujo (2012) e Mendes (2014), o qual propõe a escuta clínica do sofrimento dos trabalhadores. Os instrumentos utilizados foram a gravação em áudio das narrativas nas sessões, o diário de campo, o quadro síntese e o memorial. Estes materiais foram submetidos à Etapa II (Análise da Psicodinâmica do Trabalho) e à Etapa III (Análise da Mobilização do Coletivo de Trabalho) da técnica da Análise Clínica do Trabalho.
A partir do uso dos dispositivos clínicos (análise da demanda, transferência e interpretação) sugeridos pelo método, foi possível compreender a realidade vivenciada pelos servidores públicos, à medida que a constituição do espaço de discussão permitiu que as práticas da organização do trabalho e dos relacionamentos interpessoais fossem (re)pensadas, fortalecendo, assim, os vínculos e os afetos do coletivo. O grupo foi composto por onze trabalhadores, dentre eles sete do sexo masculino e quatro do sexo feminino, com idade variando entre 23 e 60 anos. A partir da escuta clínica do trabalho realizada, foi possível observar que os servidores se fortaleceram diante dos impactos promovidos pelo assédio moral e reconheceram os avanços que tiveram na comunicação entre os pares da sede, legitimando a importância de constituir outro espaço público de discussão assim que a escuta clínica fosse encerrada.
Sobre os desafios, pontuaram que ainda precisam melhorar o ambiente de trabalho e o relacionamento com os servidores que trabalham no interior, pois narraram ter sido uma pena eles não poderem participar da escuta clínica, por questões de logística. Foi possível concluir que a organização do trabalho na administração pública deve considerar os trabalhadores para além daqueles que cumprem as regras, executam as funções com êxito, entre outros, mas, sobretudo, um sujeito que tem voz, desejos, afetos e criatividade.
Fonte: Arquivo Pessoal
Thaís Moura Monteiro é docente do curso de Psicologia e presidente da Comissão Própria de Avaliação (CPA) do Centro Universitário Luterano de Palmas. Mestre em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal do Tocantins (2018). Possui graduação em Psicologia pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (2016) e Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela Faculdade ITOP (2017). É membro do Grupo de Pesquisa do CNPq Trabalho e Emancipação: Coletivo de Pesquisa e Extensão na Universidade Federal do Tocantins, liderado pela Professora Doutora Liliam Deisy Ghizoni. Atualmente ministra as disciplinas de Psicologia do Trabalho, Saúde Mental e Trabalho, Ética e Legislação em Psicologia, Estágio Básico II e Psicologia do Relacionamento Profissional.