Florianópolis sediará Fórum Internacional de Saúde Mental

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Ocorrerá no dia 12 de Abril de 2018, das 9h às 17h, o 1º Fórum Internacional Novas abordagens em saúde mental Florianópolis, no Hotel Castelmar Florianopólis, Rua. Felipe Schmidt, 1260 – Centro, Florianópolis – SC.

O evento, que contará com congressistas da Irlanda e Inglaterra, tem por objetivo promover um espaço de debates e trocas de experiências entre pessoas e organizações que vêm construindo práticas bem sucedidas no desenvolvimento da boa qualidade dos serviços de saúde mental comunitária, e aquelas que estão em processo de implementação de estratégias de desinstitucionalização e serviços efetivos que melhorem a vida de pessoas em sofrimento psíquico.

A realização de inscrições e mais informações podem ser obtidas no site do evento.

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Congresso Internacional de Saúde acontecerá no Tocantins

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Ocorrerá nos dias 06 e 07 de abril de 2018 o 2º CONGRESSO SAÚDE INTEGRADA E 1º CONGRESSO INTERNACIONAL DA SAÚDE DO TOCANTINS, com o tema “Atualização Científica Multiprofissional da Saúde”. O evento que pretende reunir profissionais e estudantes da área terá como cede o Centro de Convenções Parque do Povo em Palmas/Tocantins (Av. NS. 10, Área Verde Sudeste 33 (AV-SE 33), com atividades das 8h às 18h.

As inscrições para trabalhos científicos estão abertas e os interessados deverão apresentar um resumo contendo relatos de experiências clínicas, cirúrgicas, ações desenvolvidas, programas e/ou serviços implantados que tenham sido realizados pelos autores e coautores. Deverá também conter o local da realização do trabalho, com o título, objetivos, material e métodos e conclusões ou resultados. As submissões podem ser realizadas pelo link.

Realização de inscrições ou mais informações podem ser obtidas no site do evento.

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Esqueça ontem e amanhã. Busque paz agora!

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O objetivo principal da meditação para a paz interior é treinar a nós mesmos para deter as agitações da mente. O segredo da felicidade depende da atitude que você assumir em cada dia de sua vida. Todos os dias são preciosos. Não deixe que o dia de hoje seja preenchido com as preocupações de ontem. Do mesmo modo, para que o seu dia termine com paz mental, evite antecipar preocupações do amanhã.

Ao dominar a meditação para a paz interior, começamos a viver não apenas cada dia, mas também cada hora, cada minuto, cada segundo como se fosse o último. Essa paz nasce de nossa capacidade de deter as agitações da mente no instante em que aparecem. Se receber uma ofensa, em lugar de reagir com raiva e querer revidar, reflita. Talvez tenha feito algo errado. Se não fez, pratique o perdão. Quando você cometer um erro, peça desculpas – e se a pessoa não estiver mais presente peça desculpas em seu coração.

Elimine sentimentos de mágoa. O ressentimento é um estado mental que gera muita infelicidade. Seja paciente com as pessoas. É absurdo ter a expectativa de que todo mundo pense igual a você. É estreiteza mental ficar irritado só porque alguém não compartilha seu ponto de vista. Busque uma compreensão profunda da mente humana. A autorreflexão pela meditação lhe dará paz interior. Cultive um coração indulgente, que saiba perdoar. Busque uma compreensão mais elevada e divina de si mesmo.

*As reflexões desta coluna são extraídas de O Milagre da Meditação”, do autor e líder espiritual japonês Ryuho Okawa (IRH Press do Brasil), que acaba de ser lançado. Seus mais de 2.300 livros publicados, traduzidos para 28 idiomas, já venderam mais de 100 milhões de exemplares no mundo todo.

MAIS SOBRE “O MILAGRE DA MEDITAÇÃO”

Nestes tempos de correria, O Milagre da Meditação chega como “calmante para a alma”. A meditação nos induz a observar nossa vida, em especial de uma perspectiva espiritual, de fé no divino. Consegue nos abstrair dos problemas do dia a dia, esvazia a mente e nos faz experimentar um profundo estado de felicidade e paz interior, aliviando problemas e ansiedades. O livro reúne o pensamento e a vivência de Ryuho Okawa sobre meditação. É o 39º lançamento no país pelo selo IRH Press do Brasil (www.okawalivros.com.br). Atuando no mundo todo, a editora japonesa se dedica exclusivamente à publicação das obras de Okawa. Com mais de 2.300 livros lançados, o autor é best seller no Japão e considerado por seus seguidores o líder espiritual mais influente da atualidade – tendo já superado a marca de 100 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, em 28 idiomas. Com 247 páginas, O Milagre da Meditação é dividido em três blocos. É para ser lido aos poucos e para ser relido muitas vezes. O primeiro bloco, Os segredos da meditação, é uma espécie de manual sobre o tema. Explica o que é meditar e apresenta os diversos tipos de meditação. No segundo bloco, Meditações para a Felicidade, o autor nos apresenta as diversas dimensões da meditação. É um mergulho singular em situações de nossas vidas. O último bloco, Perguntas e Respostas sobre Meditação, esclarece dúvidas apresentadas por quem está iniciando essa prática. É uma obra única, que pode mudar a vida de qualquer pessoa.

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O que se quer dizer com desigualdades sociais em saúde?

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A redução das desigualdades sociais em saúde não é uma tarefa fácil, nem sempre as boas intenções resultam em intervenções com o impacto esperado. A relação existente entre a divisão social e a desigualdade em saúde foi analisada considerando as consequências da distribuição e controle desigual dos recursos socioeconômicos dos grupos na população, sem reduzir essa compreensão apenas no processo de produção da saúde.

Quando falamos em igualdade ou desigualdade, estamos comparando situações sociais que vem sendo documentadas há muito tempo, a partir do século XIX. No Brasil, a saúde é um direito de todos e que deve ser garantido mediante ações de política pública, quando os diferenciais em mortalidade geral ou específica são apresentados, é que o acesso aos serviços de saúde é diferenciado para vários grupos, os efeitos são decorrentes de problemas na utilização dos recursos disponíveis por incapacidade do indivíduo ou por características de organizações dos próprios serviços, onde afetam mais os pobres, marginalizados e muitos deles são incapacitantes.

Fonte encurtador.com.br/pCIMO

Podemos identificar teorias que fornecem elementos para a compreensão do processo de produção da saúde e seus reflexos sobre a distribuição do estado de saúde na população. A estruturalista, com maior importância à estrutura econômica da sociedade, capaz de explicar grande parte das desigualdades. A psicossocial que dá mais importância à percepção da desvantagem social como fonte de estresse e desencadeadora de doenças predomina a privação relativa, uma vez ultrapassado o limiar de atendimento das necessidades básicas.

A versão brasileira da determinação social do processo saúde dá maior ênfase explicativa ao modo de vida, características sociais de produção, distribuição e consumo. A teoria ecossocial representa o esforço de articular, no sentido forte do tempo, pelos organismos humanos aspectos sociais e psíquicos nos quais os indivíduos vivem e trabalham. Há diferentes eixos de análise possíveis no estudo das desigualdades sociais, essa discussão dá maior destaque a posição de classe social, a renda, o gênero e a etnia.

A posição social e seus reflexos sobre a saúde

A saúde de uma sociedade é resultado de um processo histórico de organização e reprodução social, que pode ser analisado partindo de diferentes domínios da vida. Características da espécie biológica, das relações ecológicas do grupo e sua cultura delinearão ao longo do tempo, sistemas de reprodução social que perpetuaram processos mantenedores ou deletérios à saúde.  Segundo Barata (2009) “tal conceito torna falha a tentativa de estabelecer relações lineares de causa-efeito entre indicadores sociais e problemas de saúde”.

O conceito Marxista de classe social é definido por posições no processo de produção. Visto na relação de dominação e exploração por parte da burguesia (donos dos meios de produção) com o proletariado, (operários) que vendem sua força de trabalho. Esse conceito inclui as dimensões sociais, jurídicas, ideológicas e demais aspectos. Tal desigualdade só seria desfeita através do que Marx chamou de ditadura do proletariado ou sociedade comunista que acabaria com o sistema de classes.

Nesta perspectiva, o status de saúde do indivíduo está diretamente ligado à classe social a que pertence. Segundo o que busca explicar o levantamento do departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, em 1992, que demonstrou que a prevalência de baixo peso em filhos de mães não fumantes do proletariado era maior que a prevalência de baixo peso em filhos de mães fumantes da burguesia. Este estudo demonstrou que a determinação da classe social é mais significativa do que o tabagismo, já conhecido fator de risco para tal condição.

Fonte: encurtador.com.br/muGWZ

Já na conceituação de Weber a classificação social ocorre nas esferas econômica (ocupação), prestígio social, (ligada à escolaridade) e poder político (poder ou riqueza renda). Ficando assim a sociedade dividida em camadas de acordo com as condições socioeconômicas correlacionando novamente a qualidade de saúde e as desigualdades sociais à classe social de cada indivíduo, sendo a ocupação a variável mais utilizada nos países europeus como medida de classe social, os Ingleses assim a fazem em cinco classes: profissionais (formação universitária) técnicos (form. Técnica) trabalhadores qualificados manuais e não manuais, trabalhadores semiqualificados e não qualificados.

Outra variável bastante usada é o nível de escolaridade, associada ou não a ocupação. A escolaridade materna, por exemplo, interfere diretamente na maioria dos problemas de saúde infantil, sendo um indicador do nível de compreensão para colocar em prática as orientações de cuidados com a criança. As desigualdades sociais refletem não apenas no estado de saúde, mas também em relação ao acesso e uso do serviço de saúde.

No Brasil, a Pesquisa Mundial de Saúde, constatou que a autoavaliação de saúde, a prevalência de doenças crônicas e o uso de serviços de saúde, sobretudo preventivos, possuem forte relação com a escolaridade. Exemplificando, Novas e Braga em 2003 demonstram que uma parcela de 75% das mulheres brasileiras com mais de 25 anos fez exame Papanicolau, a maioria possuía melhor grau de escolaridade.

Fonte: encurtador.com.br/apyZ5

Diversos estudos comparativos tais como indicadores socioeconômicos e impactos sobre a saúde em países selecionados- 2006, PIB per capta e mortalidade infantil em cinco capitais brasileiras mostram que quanto maior o IDH, investimento em tecnologia e saúde, melhores os níveis de saúde e de expectativa de vida, menor a taxa de mortalidade infantil e melhores as condições de vida.

Conforme Barata (2009, p. 39):

A posição social dos indivíduos e grupos sociais, medida por indicadores de classe social, variáveis isoladas como escolaridade e classes ocupacionais, ou a partir das condições de vida em determinados espaços geográficos, é um poderoso determinante do estado de saúde das populações. Atuando sobre os perfis de morbidade e mortalidade bem como sobre o acesso e utilização dos serviços de saúde.

 

Ser rico faz bem à saúde?

O conceito de riqueza é relativo e não varia apenas entre as pessoas de diferentes países, mas entre pessoas de um mesmo país, a riqueza é algo completamente relativo e insatisfatório, tem uma definição particular de cada um, o que pensamos ou sentimos sobre riqueza, vem permeado pela nossa cultura, o que aprendemos socialmente e psiquicamente através de nossas relações.

O indivíduo de países mais ricos consegue garantir atendimento das necessidades básicas essenciais para saúde, moradia, alimentação, trabalho, educação. Não se observa uma relação do tipo quanto mais rico um país mais saudável sua população, a partir de certo limiar os aumentos na riqueza não se traduzem em mais saúde. Estudos que buscam explorar a relação entre nível de riqueza, distribuição de renda e satisfação com a vida, embora o nível geral de satisfação e bem-estar aumente com o crescimento de riqueza, o mesmo são maiores nos países que apresentam menor desigualdade na distribuição da renda.

Fonte: encurtador.com.br/bglBI

A esperança de vida com qualquer uma das medidas de concentração de renda, os impostos das desigualdades na qualidade de vida são diretos sobre os países mais pobres, mas afetam as demais camadas da sociedade porque provocam deterioração da vida pública, perda do senso de comunidade, aumento da criminalidade e da violência. A vida em sociedade com grandes desigualdades sociais parece menos civilizada, o combate à essa desigualdade pode vir a melhorar na distribuição desigual de poder e propriedade nas sociedades modernas.

As desigualdades étnicas necessariamente significam racismo?

A desigualdade racial é o resultado de distinções sociais hierárquica entre grupos étnicos. Parte desses tipos de práticas discriminatórias resultam de estereótipos como xenofobia e outras formas de discriminação. Isso continua a ocorrer nas sociedades com o aumento da globalização. Para Karl Marx existem duas classes sociais com desigualdades significativas (proletariado e burguesia). Nas ciências biológicas raças e sinônimo de uma divisão dentro de uma mesma espécie. Já entre nós os humanos a noção de raça aparece como construção ideológica de certos grupos. A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade.

O termo racismo refere-se a uma ideologia social de inferioridade, que é usado para justificar o tratamento dado a membro de grupos raciais ou étnicos, acompanhado de atitudes negativas e depreciação. Uma sociedade racista acaba produzindo a discriminação em toda a estrutura social. Alguns problemas de saúde, comportamento apresentam maior associação com a exposição a situação de discriminação e racismo, os efeitos do racismo e da discriminação a saúde podem ser agudos ou crônicos, agindo provavelmente através dos mecanismos fisiopatológicos do estresse, baixa autoestima, doenças físicas, doença do sono e tentativas suicidas.

Fonte: encurtador.com.br/svwAH

Para que haja uma melhora nas desigualdades sociais em relação a saúde, dependem de políticas-públicas capazes de modificar os determinantes sociais entre outros motivos, pela má distribuição de renda em uma população, onde se concentra a maioria dos recursos nas mãos de uma minoria. A desigualdade social e a pobreza são problemas que afetam uma grande parte da população. É verdade que as desigualdades sociais são em grande parte gerados pelos jogos do mercado e do capital. De acordo com a sociologia, a saúde perdeu seu status de direito tornando-se um investimento na qualificação dos indivíduos.

Embora comecem a haver estudos de desigualdades sociais em saúde, enfocando especificamente os efeitos deletérios das situações em que a distribuição de poder é assimétrica entre diferentes grupos sociais, seja por questões relacionadas à idade, gênero, etnia, religião, seja por questões relacionadas à classe social ou às condições materiais de vida, ainda há um longo caminho a percorrer na compreensão de fenômenos com essa complexidade (BARATA, 2009, p. 71).

Relações de gêneros e saúde: desigualdade ou discriminação

Gênero possui inúmeros sentidos. Na biologia, refere-se à categoria taxonômica que agrupa espécies relacionadas filogeneticamente. Na gramatica, estabelece dentro da classe de palavras o contraste entre masculino e feminino. E na saúde esse conceito mescla algumas das características dos anteriores, ou seja, o termo gênero aqui é utilizado para marcar características próprias aos comportamentos de grupos de sujeitos sociais e assim diferenciar o masculino do feminino, porém com o enfoque aos serviços de saúde. Contudo, segundo Barata (2009, p. 73) “gênero significa o conjunto de seres ou objetos que possuem mesma origem ou que se acham ligados pela similitude de uma ou mais particularidades”.

Há uma grande confusão entre os termos sexo e gênero, como ao utilizar gênero como sinônimo de sexo ou utilizar o conceito para relacionar aos problemas referentes as mulheres, principalmente ligados a reprodução. Mas, antes de tudo, confusão no grave erro conceitual, principalmente na área da saúde. Pois o termo gênero só passou a ser utilizado no ressurgimento do movimento feminista para clarear esse pensamento e romper com as desigualdades em saúde.

Portanto, para esclarecer esses termos Krieger (2009, p. 74) afirma que: “Temos um sexo, biologicamente determinado, que influencia algumas das nossas condições de saúde, mas também somos gênero, isto é, produto do processo sociocultural que molda na sociedade os papeis femininos e masculinos e defini as pautas de relação entre homens e mulheres”.

É na segunda metade do século XX que surge a emergência de movimentos sociais diversos. E é nesse novo contexto que o movimento feminista ressurge e com ele manifesta-se as questões de gênero. Onde parte dos integrantes desse movimento considera que as determinações de gênero são mais importantes do que a posição do indivíduo na estrutura social. Alguns argumentam então que, ao nascer o indivíduo já passa a ter toda sua existência determinada pelas relações de gênero que moldam o seu perfil epidemiológico. Outros, dão maior peso aos determinantes de inserção social dos indivíduos, às classes sociais.

Fonte: encurtador.com.br/hrDJU

Contudo, as relações de gênero são independentes de outros processos sociais e são marcados pelo antagonismo na relação de dominação das mulheres pelos homens. Barata diz que, é muito difícil desembaraçar as diferentes dimensões de determinação e mediação presentes nos processos sociais, como as relações sociais na divisão sexual do trabalho, a divisão sexual do poder na sociedade, e a construção do feminino e do masculino na organização social e na divisão de papeis.

Todavia, a estrutura social tem sua importância, pois se esta for ignorada gera um enfraquecimento do poder explicativo da categoria gênero e impede a compreensão dos seus diversos fenômenos. Não há como estabelecer uma hierarquia rígida entre as diferentes categorias de determinação desse processo saúde-doença, pois a categoria gênero pode tanto ocupar a posição de determinação como de mediação dentro dos diferentes aspectos da organização social. Assim, “gênero é uma construção social baseada nas diferenças de sexo, mas cujo alcance ultrapassa largamente os aspectos exclusivamente biológicos” (BARATA, 2009, p. 78).

A mortalidade, para boa parte da população, é maior entre homens, desde o seu nascimento. Isso devido a sua exposição a fatores e situações de risco ao longo da vida, como a exposição a situações insalubres de trabalho, o consumo exagerado do álcool, cigarro e outras drogas, e a frequente situação de risco para acidentes e violências. Assim, para chegar nessa conclusão foi feita uma classificação por sexo dos indivíduos afetados, mas podem ser indicadas diferenças de gênero, ou seja, esses “homens” podem ser biologicamente do sexo masculino, mas não ter o mesmo gênero.

Em contrapartida, a maior parte das mulheres têm a pior avaliação de estado de saúde e maior frequência de morbidade. Isso partindo do ponto de vista biológico e parte sendo relacionado com as características do trabalho feminino, uma vez que as condições de trabalho atribuídas a elas são relevantes para seu estado de saúde. Segundo Barata (2009, p. 86), “As mulheres apresentam maior proporção de saúde regular ou ruim, em todos os grupos de idade, estratos de renda e níveis de escolaridade”.

Fonte: encurtador.com.br/oIX05

A violência é um problema de saúde com importância crescente e no qual a determinação das relações de gênero ocupa uma posição central. E dentre os diversos tipos de violência, destaca-se a violência urbana que têm os homens como alvo, onde a mortalidade por homicídio representa uma das facetas do crescimento dessa violência e que se compara aos acidentes de transito em seus números alarmante de mortos; e a violência doméstica que afeta as mulheres. E ainda tem os comportamentos violentos das camadas da população vivendo em condições de exclusão social, comportamentos esses que servem para reafirmar sua identidade, e é nessas áreas que os homicídios ocorrem majoritariamente no espaço público.

A utilização dos serviços de saúde se dá pela necessidade de cuidado com a saúde ou com a existência de um problema de saúde. Segundo Barata, os serviços de saúde são mais utilizados pelas mulheres, em consultas medicas; as consultas médicas aumentam proporcionalmente de acordo com a renda familiar, nos dois sexos; e nos últimos anos essas consultas aumentaram com a idade e o nível de escolaridade. Mas percebeu, desigualdade de gênero entre pessoas com bom estado de saúde, na utilização preferencial de consultas preventivas; pouca desigualdade entre gêneros, em pessoas com estado de saúde regular ou ruim; e nenhuma desigualdade nos grupos de maior renda.

Através de dados do inquérito nacional de saúde do Canadá, Barata reforçou a concepção de gênero como uma construção social. Pois diferentes sociedades produzem diferentes graus de desigualdade entre homens e mulheres. Não se pode generalizar essas evidências. Contudo, Barata (2009, p. 94), diz: “Gênero, como construção social, consiste em um sistema multinível, incluindo arranjos econômicos e políticos e crenças culturais na dimensão macrossocial, padrões de comportamento na dimensão intermediária e aspectos ligados a identidade individual na dimensão microssocial”.

Políticas para o enfrentamento das desigualdades

De acordo com Rita, a abordagem coletiva ou populacional do processo saúde-doença na perspectiva da epidemiologia social resulta em fazer perguntas, tais como as doenças se produzem, como chegam a diversas populações, por que somente uns adoecem e não todos, e quais medidas as políticas públicas podem interferir diante disso.

Para compreender de que forma as doenças são determinadas e como intervir, BARATA (2009, p. 95) diz que “é necessário inicialmente tratar dos modelos de causalidade em uso pela epidemiologia”. Com a abordagem convencional dos modelos multicausais, a variável ou fator de risco é analisado de início associado com a doença ou problema de saúde estudada. Rita cita exemplos de fatores de risco para baixo peso ao nascer, a idade materna, hábito de fumar das mães e a classe social ao qual pertencem. Levando em consideração os exemplos citados, Barata (2009, p. 96) conclui:

Consequentemente, se a idade materna é um fator de risco, as políticas para redução do baixo peso ao nascer devem incluir ações visando a diminuir a gravidez na adolescência. Do mesmo modo, se o hábito de fumar é um fator de risco, será necessário que as mães deixem de fumar para reduzir a incidência de baixo peso e, finalmente, se a pobreza também está relacionada, será preciso usar políticas compensatórias que possibilitem melhor alimentação durante a gestação para evitar o baixo peso. Teríamos assim um conjunto de intervenções educativas, de controle da gravidez na adolescência, redução do hábito de fumar e de suplementação alimentar para enfrentar o problema.

Rita cita que de acordo com Leonard Syme, existe três problemas na prática da saúde pública. A primeira seria que se perde bastante tempo ao tentar identificar quais são os fatores de risco. Em segundo, não se imagina que seja possível a promoção da saúde quando a atenção estiver totalmente no fator de risco e na doença. E por último, o mais importante é a identificação das determinantes de saúde, e o principal é a classe social.

Fonte: encurtador.com.br/knAMZ

Segundo Barata, há duas formulações que se destacam devido a abordagem complexa dos diferentes níveis da organização da vida social, são eles: o modelo do modo de vida elaborado por Naomar de Almeida Filho e o da comissão de Determinantes Sociais em saúde da Organização Mundial da Saúde.

O primeiro modelo reúne as esferas de produção e da reprodução material e simbólica da sociedade, o modo de vida dos grupos sociais, o processo de trabalho, a estrutura de classes, as práticas cotidianas e a construção cultural como determinantes das configurações de risco que se acoplam ao perfil de saúde-doença-cuidado no âmbito populacional. O segundo modelo destaca cada um dos aspectos mais relevantes das dimensões apontadas no modelo do modo de vida, visando a facilitar a identificação de possíveis áreas de intervenção para as políticas sociais que busquem a redução das desigualdades (BARATA, 2009, p. 99).

Rita diz que o contexto social é o que determina a cada sujeito sua posição e esta, determina as oportunidades de saúde. Segundo Rita, há pelo menos três níveis distintos de ação política com finalidade na redução das desigualdades. “Tais como políticas econômicas e sociais que modifiquem a estratificação social; políticas que modifiquem as condições de exposição e vulnerabilidade dos grupos sociais; ou políticas de saúde que atuem sobre as consequências negativas das desigualdades, buscando minimizar o impacto de seus efeitos” (BARATA, 2009, p. 99 e 100).

Além do sistema nacional de saúde com acesso universal, é preciso que exista distribuição adequada de serviços e de equipamentos no território, para que os mesmos possam ser utilizados pelos indivíduos que deles necessitam independentemente das condições socioeconômicas, gênero, etnia e outras particularidades. Os profissionais de saúde precisam estar adequadamente habilitados para garantir a qualidade técnica e humana do atendimento, e os serviços precisam estar organizados para responder às necessidades de saúde (BARATA, 2009, p. 107).

Por mais que haja boas intenções em tentar resolver as desigualdades, não há resultados com o impacto esperado. É necessário que haja o reconhecimento dessas desigualdades sociais em relação a saúde, para que possa achar meios de bani-las. É preciso buscar a compreensão dos processos que a produzem e identificar os diferentes grupos sociais. São vários desafios enfrentados sobre a desigualdade social em saúde, isso requer um conjunto de políticas públicas, exemplo é o SUS, que tem como finalidade amparar aqueles que não possuem renda, trazendo consigo uma equidade na sociedade, embora na grande maioria seja um sistema falho.

REFERÊNCIAS:

BARATA, Rita Barradas. Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à saúde. 2ª. Reimpressão. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2016.

* Trabalho elaborado na disciplina de Antropologia, ministrada pelo prof. Sonielson Luciano de Sousa.

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(En)Cena presente na XXI Expro

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A XXI Exposição das Profissões é aberta ao público em 19 de outubro até as 22h

O Projeto (En)Cena, idealizado pelos cursos de Psicologia, Comunicação Social e Sistemas de Informação, está presente na XXI Exposição das Profissões – EXPRO do Centro Universitário Luterano de Palmas – Ceulp/Ulbra apresentando o projeto no stand do curso de Psicologia aos visitantes do evento.

Acadêmicas de Psicologia e estagiárias do Portal (En)Cena mostram o projeto aos visitantes
Foto: Irenides Teixeira

A procura tem sido tanto de estudantes secundaristas quanto de professores e acadêmicos de outros cursos que desejam saber sobre a Psicologia, áreas de atuação, valores de mensalidade e piso salarial do profissional da área. A preocupação com questões de mercado aparecem frequentemente nos questionamentos, bem como questões relativas ao custo benefício do investimento na profissão.

Acadêmicas de Psicologia e estagiárias do Portal (En)Cena mostram o projeto aos visitantes
Foto: Irenides Teixeira

Na apresentação do curso os visitantes têm a oportunidade de conhecer alguns jogos utilizados em avaliação psicológica, bem como esclarecer suas dúvidas. Outro ponto abordado na apresentação foi a medicalização excessiva dos tempos atuais. A equipe também apresentou as diversas possibilidades de atuação, com as principais abordagens presentes na grade curricular do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, que apresenta uma formação generalista de modo que o profissional egresso em psicologia tenha opções mais diversificadas.

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Desigualdades Sociais e Saúde: um panorama inconveniente

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A obra “Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à  saúde“ (Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009), da médica Rita Barradas, com experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Epidemiologia, é organizada em seis capítulos, que apresentam informações detalhadas, baseadas em pesquisas e estudos quantitativos, sobre como a desigualdade social faz mal à saúde e o por que da sua ocorrência.

As desigualdades sociais são amplas e envolvem as desigualdades de classe social, de raça ou etnia e de gênero. Sendo um livro que contém dados quantitativos sobre os fatos é possível ser comprovado as hipóteses do senso comum e se surpreender com outras, como riqueza e bem-estar não é necessariamente uma relação mútua. O livro retrata  sobre  os impactos que essas desigualdades causam na saúde (patologias causadas pela insalubridade, pelo estresse, pela falta de informações entre outros fatores).

Fonte: encurtador.com.br/msvT0

O primeiro capítulo tem como título: ‘O que queremos dizer com desigualdades sociais em saúde?’. Desigualdades sociais, nesse contexto, são diferenças no estado de saúde entre grupos definidos por características sociais, tais como riqueza, educação, ocupação, raça e etnia, gênero e condições de local de moradia ou trabalho. A palavra desigualdade está se referindo às situações que implicam algum grau de injustiça, isto é, diferenças que são injustas porque estão associadas a características que sistematicamente colocam alguns grupos em desvantagem com relação ao acesso à saúde. Em todas as sociedades as situações de risco, dos comportamentos relacionados à saúde e o estado de saúde física e mental tendem a variar entre os grupos sociais, existe um gradiente entre as posições sociais e os efeitos sobre a saúde e não há um limiar a partir da qual as diferenças desaparecem.

Na falta de uma teoria, tenta-se explicar as desigualdades sociais em saúde de maneira relativamente simplista. Como a explicação de que os serviços à saúde é diferenciado para os vários grupos e, portanto, os efeitos são decorrentes de problemas na utilização dos recursos disponíveis, mas esta explicação é derrubada pela constatação de que as desigualdades não desaparecem países em que existe sistemas nacionais de saúde com garantia de acesso universal para todos os grupos sociais. Esta e outras explicações, como: a doença como principal determinante da posição social, estilo de vida e explicações baseadas em fatores genéticos não são válidas para compreender as desigualdades sociais em saúde e deixa clara a necessidade de estudos que possibilitem a compreensão desse fenômeno.

Há quatro teorias principais que visam fornecer elementos para compreensão do processo de produção da saúde e da doença e seus reflexos sobre a distribuição do estado de saúde na população. A teoria mais antiga e mais facilmente aceita é a estruturalista ou materialista, que confere maior importância à estrutura econômica da sociedade. De acordo com ela o montante de renda ou riqueza dos países grupos sociais dos indivíduos é o principal determinante do estado de saúde, a falta ou insuficiência dos recursos materiais para enfrentar de modo adequado os estressores ao longo da vida acaba por produzir a doença e diminuir a saúde, essa teoria é capaz de explicar a grande parte das desigualdades mas tropeça diante do paradoxo de que nem sempre a riqueza de um país vem acompanhada de melhor nível de saúde.

Fonte: encurtador.com.br/beCFK

Outra teoria desenvolvida para enfrentar o paradoxo entre riqueza e nível de saúde é a psicossocial. Ela dá mais importância à percepção da desvantagem social como fonte de estresse desencadeador de doenças. Na América Latina a discussão sobre as desigualdades sociais vem sendo feita principalmente à luz da teoria da determinação social do processo saúde-doença. Essa teoria analisa a constituição do próprio sistema capitalista com ênfase aos mecanismos de acumulação do capital e à distribuição de poder, prestígio e bens materiais deles decorrentes. A posição de classe e a reprodução social passam a ser vistos como os principais determinantes do perfil de saúde e doença.

E por fim a teoria ecossocial que chama a atenção para processos de incorporação pelos organismos humanos dos aspectos sociais e psíquicos predominantes no texto nos quais os indivíduos vivem e trabalham, esta teoria considera impossível a separação entre o biológico, o social e o psíquico.

Fonte: encurtador.com.br/efOR5

As quatro teorias apresentadas compreendem o processo saúde-doença como intrinsecamente histórico, isto é, determinado pelas condições estruturais e conjunturais em que vivem as populações humanas. As relações econômicas, sociais e políticas afetam a forma como as pessoas vivem e seu contexto ecológico e, desse modo acabam por moldar os padrões de distribuição das doenças, sendo assim toda e qualquer doença e sua distribuição populacional produtos da organização social, o que significa que todos devem ter acesso e utilizar os serviços indispensáveis para resolver as suas demandas de saúde, independente do grupo social ao qual pertençam, e aqueles que apresentam maior vulnerabilidade em decorrência da sua posição social devem ser tratados de maneira diferente para que a desvantagem inicial possa ser reduzida ou anulada.

No segundo capítulo fala sobre a posição social, de acordo com a concepção de Marx, e Weber e seus reflexos sobre a saúde. As explicações sócio-históricas das desigualdades em saúde baseiam-se na ideia de que saúde é um produto social e algumas formas de organização social são mais sadias do que outras. Assim, os mesmos processos que determinam a estruturação da sociedade são aqueles que geram as desigualdades sociais e produzem os perfis epidemiológicos de saúde e doença. Conceito-chave nessas abordagens é o processo de reprodução social que por sua vez implica a reprodução de diferentes domínios da vida como a reprodução biológica do indivíduo o das relações com o ambiente e o da cultura.

Fonte: encurtador.com.br/qGMY1

Todos esses processos produzem impactos sobre a saúde e a doença dos indivíduos, cujo resultado final será a preservação da saúde, a ocorrência da doença ou agravos à saúde. Na concepção marxista as classes sociais são definidas como grandes grupos de indivíduos que se diferenciam entre si pela posição que ocupam no sistema de produção historicamente determinado, pelas relações que estabelecem com os meios de produção, pelo papel que desempenham na organização social do trabalho e pelo modo como se apropriam de parte da riqueza social.

O conceito engloba as dimensões econômicas, sociais jurídicas, políticas e ideológicas. O conceito de classe social é importante para que possam pode ser identificados grupos definidos a partir de seus vínculos sociais estruturais que são os determinantes mais imediatos das condições de vida das famílias e, portanto, da situação de saúde dos indivíduos.

Na concepção weberiana a posição social dos indivíduos decorre da classificação segundo três dimensões: classe econômica, prestígio e poder político. Os estratos sociais são compostos por indivíduos que compartilham determinadas características de inserção econômica (ocupação), prestígio social (escolaridade) e poder ou riqueza (renda), características essas utilizadas para alocá-los em uma escala ou gradiente de valores crescentes ou decrescentes.

As desigualdades sociais em saúde podem se manifestar em relação ao estado de saúde e ao acesso e uso de serviços de saúde para ações preventivas ou assistenciais. Na população brasileira segundo dados da pesquisa Mundial de Saúde a auto avaliação do estado de saúde varia marcadamente com o nível de escolaridade, a prevalência de doenças crônicas também varia com os anos de escolaridade após ajuste por idade. E uso de serviço de saúde também é influenciado pelo grau de escolaridade mas as diferenças são muito menores a criação do Sistema Único de Saúde possibilitou o acesso para a grande maioria da população brasileira.

Fonte: encurtador.com.br/hsA19

A análise dos eventos de saúde em relação ao local de moradia tomando o espaço geográfico como um indicativo das condições de vida da população que nele reside mostra que os indicadores socioeconômicos dos países têm impacto sobre o nível de saúde da população. As desigualdades sociais em saúde repetem-se também no interior dos países em suas regiões e cidades. Há um nítido gradiente de mortalidade infantil que acompanha o PIB per capita em cada capital brasileira, mostrando que quanto maior riqueza menor a taxa de mortalidade infantil.

A posição social dos indivíduos e grupos sociais, medida por indicadores de classe social, variáveis isoladas como escolaridade e classes ocupacionais, ou a partir das condições de vida em determinados espaços geográficos, é um poderoso determinante do estado de saúde das populações, atuando sobre o perfil de morbidade e mortalidade e também sobre o acesso e utilização dos serviços de saúde. Há inúmeras investigações científicas demonstrando a existência das desigualdades sociais em saúde buscando modelos de interpretação para as mesmas, procurando entender os processos sociais e processos mediadores entre as condições concretas de vida e a saúde no âmbito populacional.

Neste capítulo (Ser rico faz bem à saúde?), o terceiro, Barata adentra a correlação comumente feita seja de que a riqueza traz mais qualidade de vida a partir do pressuposto de que se pode evitar situações como fome, doenças atribuídas a pobreza e a morbidade em geral, as pesquisas em diferentes países indicam que uma coisa não necessariamente está atrelada a outra, pois as correlações não indicam necessariamente causalidade.

As comparações seriam viáveis, no entanto, se existissem no âmbito de análise que se restringe apenas aos países desenvolvidos, onde o índice de riqueza absoluta atesta para as necessidades sociais básicas como atendidas. Em 1980, Wilkinsons demonstrou, após pesquisar nove países desenvolvidos, que menores taxas de mortalidade infantil estavam mais ligadas a uma boa distribuição de renda do que, de fato, PIB per capita. Outros estudos mostram que embora o nível de satisfação e bem-estar geral aumente com o acúmulo de riqueza no país, estes níveis são bem maiores em países com uma boa distribuição de renda. Temos, portanto, que uma boa distribuição de renda traz, no geral, mais benefícios quanto à saúde do que aumento de riqueza absoluta de um país.

Fonte: encurtador.com.br/cFXYZ

O quarto capítulo aborda as influências dos grupos étnicos nas desigualdades sociais na posição social, na saúde e na inserção social. Existe uma complexidade em explicar as causas das desigualdades étnicas e/ou raciais, pois ela abrange vários aspectos, como o contexto socioeconômico, histórico, político e cultural.

Essas visões de mundo que competem na explicação das desigualdades e iniquidades sociais, entretanto, não dão conta das iniquidades relacionadas com o pertencimento a determinados grupos étnicos, uma vez que os indivíduos não são livres para escolher a qual grupo pertencer, nem esta determinação está relacionada diretamente com a posição de classe. Qualquer consideração das desigualdades sociais em relação a grupos étnicos carrega a dupla determinação: a posição social que tais grupos ocupam na sociedade e a aceitação/rechaço que possam ter frente aos grupos majoritários (BARATAS, 2009, p. 56).

A raça ou etnia não é definida biologicamente, mas sim como uma construção sociopolítica, que dividiu grupos de acordo com suas peculiaridades (costumes, crenças, cor). Essa construção sociopolítica tem impacto nas condições de saúde, no acesso ao mesmo e também contribui para  que esse grupo seja inserido na sociedade da pior maneira. O Brasil não tem uma segregação racial explícita, ele é considerado como um país  miscigenado e multicultural (e ele é), porém é notório que as minorias étnicas sofrem uma desvantagem social. A maioria dos negros encontram-se presentes nos bairros periféricos, têm menor escolaridade, têm pior acesso ao trabalho, saneamento básico, saúde, educação  e seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é inferior aos demais povos.

A discriminação é uma ideologia que se apresenta através das interações, tendo uma dominação, à custa das minorias, dos grupos superiores a frente dos outros, privando-os e os excluindo. O racismo é uma forma de discriminação, onde as vítimas são as minorias étnicas. Um dos aspectos fundamentais dos direitos humanos é a igualdade no tratamento, não podendo então haver nenhum tipo de discriminação, seja ela qual for.

Fonte: encurtador.com.br/boFY2

O quinto capítulo refere-se a gênero e sua relação com as desigualdades sociais. Embora a palavra ‘gênero’ possua diferentes significados dentro do seu contexto de utilização, biológico, gramatical ou da saúde, em termos gerais significa conjunto de objetos ou seres que possuem características compartilhadas e têm mesma origem. No âmbito da saúde, a palavra gênero vem para contrastar o masculino e o feminino, seus comportamentos no contexto social e para o acesso aos serviços de saúde.

Segundo a epidemiologista Nany Krieger, o termo gênero passa a ser usado na saúde a partir do ressurgimento do movimento feminista em meados do séc. XX. Essa inserção vem calcada na observação de inserção dos gêneros nos papeis sociais e sua repercussão dentro da saúde coletiva. Para Krieger, somos todos sexo e gênero. Sexo biológico, que influencia algumas de nossas condições de saúde, mas também gênero, este uma construção social, processo sociocultural, que define os papeis masculinos e femininos na sociedade e define as relações entre ambos.

A importância de salientar as diferenças entre os conceitos se dá pois um não toma o papel do outro, a variável sexo não dá conta das questões de gênero enquanto saúde, por um ser um processo sociocultural. Esse ressurgimento dos movimentos feministas no séc. XX vai atribuir uma grande importância ao gênero dentro do sistema de saúde e dos processos saúde-doença e seus atendimentos, pois ao nascer o indivíduo já está inserido neste paradigma e as suas consequências são inevitáveis, seja na questão social, cultural, da saúde etc. Como essas relações construídas permeiam todos os aspectos sociais, é impossível não levar em consideração quando se pensa em saúde pública e suas políticas.

Levando essas diferenças para o âmbito da saúde, as pesquisas indicam que há uma maior taxa de mortalidade para o gênero masculino em todas as faixas etárias, tirando situações com onde o infanticídio feminino e precariedades no parto são grandes. Esses dados, no entanto, refletem a diferença de gênero, pois não seria uma questão do sexo biológico, mas sim do gênero e sua imposição em relação à identidade cultural, nos trabalhos insalubres, na construção social, modo de vida etc. Paradoxalmente, o gênero feminino possui indicadores de saúde menores e recebe menos por horas de trabalho efetuadas, ao ponto que o homem recebe mais com menor grau de exigência e maior autonomia, sendo que as mulheres geralmente são forçadas a exercerem cargos com trabalhos mais monótonos e de perspectivas mais curtas, vínculos trabalhistas mais precários e maior desgaste psicológico e emocional.

Fonte: encurtador.com.br/EHJQ0

Não apenas isso, mas o uso dos serviços de saúde também reflete diferenças socioculturais apontadas por questões econômicas, de idade, etnia e de gênero. Embora o uso de consultas médicas aumente consideravelmente com a condição socioeconômica, a presença majoritária é de mulheres, aumento da diminuição do contraste de gênero ao ponto onde a condição socioeconômica aumenta. Para o estado de saúde, a maior desigualdade de gênero é observada entre famílias com até dois salários mínimos, mas as condições de saúde ruins e regulares são encontradas nas famílias com renda média.

O gênero, enquanto construção social, parece adentrar as várias camadas da sociedade na dimensão macrossocial e microssocial, ao ponto que os gêneros representam seus papeis em diversas esferas, esses papeis que são impostos.  Quanto ao sistema de saúde, a conclusão a que Barata (2009) chegou é de que não parece haver discriminação nos serviços de saúde quanto à gênero, uma vez que a maior utilização do sistema se dá pelas mulheres. No entanto, esse uso poderia ser decorrente das políticas públicas voltadas à saúde reprodutiva das mulheres, acarretando nesse maior uso das unidades de saúde.

No sexto e  último capítulo, Barradas (2009) sugere algumas políticas para o enfrentamento das desigualdades. É necessário políticas públicas de controle à gravidez indesejada, incentivo ao pré-natal, possibilidade de boa alimentação, grupos informativos sobre tabagismo na gravidez, pois estes atos juntamente com a pobreza são fatores de risco para incidência de baixo peso em recém-nascidos.

Fonte: encurtador.com.br/juHP0

Existem  três níveis diferentes de ação política para reduzir as desigualdades sociais, essas ações  dependem do contexto social e político de cada país. As políticas macrossociais, como as políticas que modificam a estratificação social,as condições de exposições e vulnerabilidade dos grupos sociais ou políticas de saúde que ajam sobre as consequências ruins das desigualdades, minimizando seus efeitos impactantes. As políticas redistributivas têm positiva ligação com a menor mortalidade infantil, simultaneamente, o nível de distribuição de renda e a esperança de vida estão altas, tais acontecimentos são comuns nos governos social-democratas.

Os princípios para a ação política devem ser o compromisso ético com a equidade; a abordagem baseada em evidências científicas; a preocupação com todo o gradiente de desigualdades, e não apenas com os extremos da distribuição ou com as diferenças individuais; a atuação na vida cotidiana, pois é nela que experimentamos o impacto da estrutura social; e a consciência de que as evidências são importantes, mas há outros ingredientes na tomada de decisão, dentre as quais talvez a mais relevante seja a vontade de transformar as evidências disponíveis em estratégias para a ação. As experiências levadas a efeito para promover a equidade em saúde incluem políticas de redução da desigualdade de renda e de redução da pobreza, políticas fiscais progressivas, controle sobre o capital volátil, perdão da dívida e novas fórmulas de cálculo baseadas na atenção às necessidades básicas, políticas de redução da vulnerabilidade e investimentos em saúde (BARATAS, 2009, p. 101).

Temos ainda que:

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é uma política setorial em que vacinas são disponibilizadas de forma continuada  na atenção primária (ex. postos de saúde), tendo Campanhas de Vacinação para que a prevenção  atinja toda a comunidade. Apesar da abrangência da vacinação, ela apresenta diferenças entre as camadas socioeconômicas da população. Algumas pessoas da classe alta não usufruem do PNI, não por falta de acesso às informações, mas por outros motivos, dentre eles, a desconsideração das vacinas tradicionais e a vacinação em setores privados. Já as pessoas de classe baixa não vacinam por falta de informações da gratuidade do serviço e dos seus direitos sociais. Assim, mesmo um programa de ampla abrangência como o de imunizações não consegue em sua execução superar todas as desigualdades geradas na estrutura social. O fato de pertencer a uma determinada classe ou estrato social significa não apenas poder desfrutar de determinadas condições materiais, mas também acaba por moldar toda uma visão de mundo com complexas implicações para a saúde (BARATAS, 2009, p. 104).

É indispensável  a atenuação das desigualdades sociais com ofertas de serviços de saúde, quando outras medidas como a modificação da estratificação social e da vulnerabilidade dos grupos diferentes não atingem toda população. Além da inquietação em executar  sistemas de saúde para proteção às famílias  dos efeitos nocivos das doenças, há um cuidado para que  as pessoas não  sofram desigualdades sociais pelos profissionais  dos serviços de saúde.

Fonte: encurtador.com.br/uBORZ

O sistema nacional de saúde com acesso universal juntamente com a distribuição correta de serviços e de equipamentos no espaço geográfico são essenciais para que os indivíduos os utilizem, independentemente de suas particularidades. Além do mais é necessário um preparo dos profissionais e das instituições de saúde para trabalharem da melhor forma. A obra de Barata é rica em informações sobre as desigualdades sociais — classe social, etnia, gênero e inserção social— que afetam negativamente à saúde, pois através dos fatos em que ela está embasada (estudos e pesquisas quantitativas), são vistos a veracidade da obra. A autora que é uma médica social mostra os impactos que as desigualdades sociais têm na saúde, de tal maneira que nos faz refletir sobre tais impactos, impulsionando-nos a contribuir para mudar essa realidade.

Os profissionais da saúde mental que agem especificamente no social são o psicólogo social e o comunitário, trabalhando diretamente com as pessoas que vivenciam, nitidamente, as desigualdades sociais, e que também sofrem, pois a demanda é grande e existem poucos profissionais para atendê-la e também demais fatores não colaborativos para melhor execução da profissão. Barata expôs as informações de uma maneira fácil para avaliação e compreensão das contingências envolvidas na saúde. Portanto, o ideal é que os profissionais da saúde tenham acesso ao conteúdo do livro. Além disso, o Ministério da Saúde deve implantar políticas públicas para amenização desse quadro.

 

REFERÊNCIAS:

BARATA, Rita Barradas. Como e Por Que as Desigualdades Sociais Fazem Mal à Saúde. 1ª Ed.Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2009. 120p. (Coleção Temas em Saúde).

* Trabalho resultante da disciplina de Antropologia, ministrada pelo prof. Sonielson Sousa.

 

 

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Você sabe como e porque as desigualdades sociais fazem mal à saúde?

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Livro escrito por Rita Barradas Barata, da coleção Temas em Saúde, publicado pela Editora Fiocruz, em 2009 no Rio de Janeiro, “Como e porque as desigualdades fazem mal á saúde” é de leitura interessante e indispensável. Barata traz em seu livro questionamentos sobre a desigualdade, como e porque ela afeta a saúde.

Muitos tentam esvaziar o conteúdo político e as conotações de injustiça social e desrespeito aos direitos humanos expressos nessas desigualdades, reduzindo-os simplesmente a diferenças entre indivíduos ou grupos de indivíduos definidos segundo as características biológicas. (BARATA, 2009, p. 11)

Barata traz em seu discurso a ideia de que a dimensão das desigualdades sociais é maior que só “características biológicas”. Ela marca o início do capitalismo como um ponto em que esse tema foi bastante abordado, onde a sociedade burguesa, que defendia os princípios de igualdade, fraternidade e liberdade, contradizia a realidade da vida da maioria dos indivíduos dos países industrializados.

Mas, quando falamos em desigualdade social geralmente estamos nos referindo a situações que implicam algum grau de injustiça, isto é, diferenças que são injustas porque estão associadas a características sociais que sistematicamente colocam alguns grupos em desvantagem com relação à oportunidade de ser e se manter sadio. (BARATA, 2009, p. 12)

Fonte: goo.gl/oDXayP

A autora defende que os sistemas nacionais de saúde e outras políticas sociais deveriam trabalhar em busca da universalidade, integralidade e equidade. Complementa dizendo que as instituições sociais formais de diferentes setores até levam em sua estrutura, um ideário de estratégias contra as desigualdades, porém, os discursos usados são simplórios, sem levar em consideração os fatores que provocam a desigualdade de fato.

Barata, junto a outros teóricos da medicina social, investiga as variáveis sociais deixando de lado explicações simplificadas e analisando as complexidades dos problemas sociais. Como exemplo dado no livro: Uma gestante, fumante, possivelmente trará malefícios para a criança como; baixo peso, fragilidade corporal, etc., mas, são impactos diferentes se essa gestante é da burguesia, do proletariado ou do sub-proletariado.

Em seu livro, cita as explicações “sócio-históricas” das desigualdades e Barata (2009, p. 23) afirma: “O conceito-chave nessas abordagens é o processo de reprodução social, que, por sua vez, implica a reprodução de diferentes domínios de vida”.

“O sistema de reprodução social dos diferentes grupos inclui os padrões de trabalho e consumo, as atividades práticas da vida cotidiana, as formas organizativas ou de participação social, a política e a cultura.” (BARATA, 2009, p.24).

Ao adotar este tipo de explicação teórica significa romper com a concepção linear de causalidade e abandonar qualquer pretensão de identificar cadeias de causa-efeito entre características ou indicadores sociais e problemas de saúde, bem como entre indicadores de desigualdades sociais. (BARATA, 2009, p. 35)

Fonte: goo.gl/wbrEoZ

A autora segue abordagem na qual defende a não linearidade para eficácia nas resoluções dos problemas sociais. Uma vez que cada indivíduo sofre e reage a uma determinada situação de determinadas formas que são possíveis e que se enquadram na sua classe social.

“O estudo das desigualdades sociais em saúde deveria, idealmente, ter como variável explicativa a classe social construída com base nas relações fundamentais estabelecidas a partir da posição dos indivíduos na estrutura produtiva da sociedade.” (BARATA, 2009, p. 35).

A classe social tem tamanha importância para a saúde, porém

Há vários aspectos a considerar no chamado paradoxo entre riqueza e saúde: a comparação de países, a comparação de regiões de um mesmo país e a comparação entre ricos e pobres […] é importante prestar atenção a dois aspectos relacionados à renda e à riqueza: os valores absolutos e a distribuição ou valores relativos. (BARATA, 2009, p.42).

Barata (2009, p. 56) explica baseado na Teoria Ecossocial, que a discriminação sofrida por certas etnias é um exemplo de imposição do domínio de etnias mais evoluídas economicamente.

Fonte: goo.gl/xZYBJb

Dentro desse entendimento, percebemos claramente, que, o sistema de saúde jamais pode manter o padrão de atendimento com base nas etnias, e sim com base nas necessidades de cada indivíduo.

[…] Além das condições socioeconômicas já assinaladas em relação ao estado de saúde, nas desigualdades no acesso a serviços importa também a configuração da política nacional de saúde, isto é, quais os princípios que a constituem, a forma de organização dos serviços e as formas de relação que se estabelecem entre clientela e profissionais de saúde. (BARATA, 2009, p.63)

Barata (2009, p.63) diz que na saúde, há uma procura de um sistema mais igualitário, regidos pelos princípios de universalidade, integralidade e equidade. Cita como exemplo o SUS (Sistema Único de Saúde).

Barata (2009, p.75) coloca em seu livro um breve discurso sobre a diferença entre sexo e gênero, conclui que sexo possui um perímetro restrito, contendo caráter biológico e gênero possibilita a miscigenação do genótipo com o ambiente, onde, recebe influências sociais.

Fonte: goo.gl/DA8PA9

“[…] as desigualdades em saúde observadas entre homens e mulheres devem ser analisadas a partir dessa dupla determinação: as relações de gênero e as peculiaridades do sexo biológico” (BARATA, 2009, p.75).

“[…] um dos aspectos mais salientes dessas relações é a assimetria do poder que se estabelece entre homens e mulheres na maioria das sociedades […]” (BARATA, 2009, p.75).

Paradoxalmente, as mulheres, em praticamente todas as populações estudadas referem a pior avaliação do próprio estado de saúde e maior frequência de morbidade do que os homens. Algumas explicações para a morbidade mais acentuada nas mulheres baseiam-se nas diferenças hormonais e genéticas entre os sexos, considerando estritamente o ponto de vista biológico. O enfoque nas relações de gênero, entretanto, assinala os diferentes papéis sociais dos homens e das mulheres que acabam por determinar diferentes percepções sobre o processo saúde doença, assim como comportamentos distintos em relação à doença (BARATA, 2009, p.82)

Barata esclarece nesse trecho um a grande diferença entre o ponto de vista biologista e o ponto de vista social. Percebe-se que de fato a influência do ambiente para o indivíduo é de tamanha importância, porém, existe ainda, a influência da classe social, da raça ou etnia, do gênero.

Barata baseia sua obra na não-linearidade, no caso de gestantes que possuem o hábito de fumar, aponta a solução a partir de um controle a essa prática, porém, defende a presença de “[…] políticas compensatórias que possibilitem a melhor alimentação durante a gestação para evitar o baixo peso.” (BARATA,2009, p.96)

Fonte: goo.gl/SPDZwt

“No modelo de determinação social do processo de saúde-doença, as variáveis seriam tratadas através de um modelo hierárquico no qual o principal determinante é a classe social […] A inserção de classe determina igualmente as chances de ocorrência” (BARATA, 2009, p.97).

A autora enfatiza o princípio da equidade para a resolução dos problemas das desigualdades sociais envolvendo etnias ou raças, gênero e a classe social. O texto da autora Rita Barradas Barata apresentou uma visão bastante afrontadora para com o sistema capitalista. Onde o que é implantado pela sociedade nem sempre condiz com a realidade de grande parte da população de um país.

Barata traz de forma genial as diferentes reações dos indivíduos de acordo com a classe social. E se já carrega um passado de inferioridade, na sociedade Patriarcal, como as mulheres ou se trazem uma história de escravidão, exemplo: as etnias que já habitavam o Brasil, antes da chegada dos portugueses, tidas como inferiores por não alcançarem o padrão de normalidade dos portugueses.

Além do princípio de “equidade” defendido por BARATA (2009), acredito que possa aumentar impostos pagos pela burguesia e que essa renda arrecadada seja investida em progressos para indivíduos do proletariado e do sub-proletariado.

Fonte: goo.gl/RBtVQK

Essa pode ser uma alternativa, levando-se em consideração que grande parte da população possui baixa renda e apenas uma minoria possui renda alta.

Podemos notar também que BARATA (2009) traz em seu livro a desigualdade entre gênero, raça ou etnia. O contexto social construído com uma história de escravidão que homens, no caso do Brasil, português com a pele branca, que autoconsiderava mais evoluídos, por meio da força, obrigou índios e negros a trabalharem em condições desumanas.

E o passado de uma vivência em uma sociedade Patriarcal trazendo a mulher durante séculos como inferiores aos homens, cultura que permeia os dias de hoje, como exemplo, a Igreja Católica, que não possui mulheres à frente de suas hierarquias.

Acredito que, levando-se em conta todo esse passado, há uma necessidade de uma base educacional engajada para o desenvolvimento crítico do indivíduo, baseada em uma ideologia de igualdade.

Com a passagem dos anos esse ideário pode ser atingido.

FICHA TÉCNICA:

COMO E PORQUE AS DESIGUALDADES SOCIAIS FAZEM MAL A SAUDE

Fonte: goo.gl/Ppm7uQ

Título Original: COMO E PORQUE AS DESIGUALDADES SOCIAIS FAZEM MAL A SAUDE
Autor: Rita Barradas Barata
Idioma: Português
Editora: Fiocruz
Páginas: 118
Ano: 2009

REFERÊNCIA:

BARATA, Rita Barradas. Como e Por Que as Desigualdades Sociais Fazem Mal à Saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009.

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O Desafio da Equidade nas Relações Sociais de Saúde na Perspectiva de Rita Barata

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A resenha desenvolvida a seguir, tem como objetivo principal descrever alguns pontos demarcados como preponderantes, bem como trazer reflexão e ao final fazer um apanhado geral, com base no livro, dentre outros artifícios que foram utilizados para melhor compreensão, a partir da visão das acadêmicas da disciplina de Antropologia e cujo tema central é a obra de Rita Barradas Barata: “Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à saúde”Saúde e produção de doenças têm estrita relação com desigualdades sociais em saúde. Alguns Grupos ficam em desvantagem com relação às oportunidades de ser e se manter sadio. Na Constituição Brasileira de 1988, ficou estabelecido que a saúde é um direito de todos e que deve ser garantido mediante ações de políticas públicas.

Muitas teorias verificam essas desigualdades e que estas não desaparecem naqueles países em que existem sistemas nacionais de saúde com garantia de acesso universal para todos os grupos sociais. Nos indagamos o por quê as desigualdades vêm aumentando ao invés de diminuírem com o passar do tempo. Na teoria estruturalista, a falta ou insuficiência de recursos materiais, para enfrentar de modo adequado os estressores ao longo da vida, acaba produzindo a doença e diminuindo a saúde. Neste modelo, o montante de renda ou riqueza dos países, grupos sociais ou indivíduos, é o principal determinante do estado de saúde do indivíduo. No entanto, nem sempre a riqueza de um país vem acompanhada de melhor nível de saúde, principalmente nos países cujas populações têm as suas necessidades básicas atendidas.

Fonte: https://goo.gl/L1ChLT

Na teoria psicossocial a percepção da desvantagem social é tida como desencadeador de estresse e de doenças. Em grupos sociais com necessidades básicas atendidas, as diferenças relativas na posse de bens e nas posições de prestígio e poder, passam a ser mais relevantes para a produção e distribuição das doenças do que simplesmente o nível de riqueza material. Essas duas teorias não se contradizem, o que as diferencia é o enfoque baseado na idéia de privação absoluta e relativa e seus determinantes. Já a teoria da determinação social do processo saúde-doença, os impactos da estrutura social sobre a saúde, são pensados nos processos de participação ou exclusão, associados às diferentes posições sociais e sujeitos a transformações em função de processos históricos. Com ênfase no modo de vida, estão englobados aspectos materiais e simbólicos que refletem características de produção, distribuição e consumo e relacionadas ao modo de vida.

A teoria ecossocial, considera impossível separar os meios biológico, social e psíquico. Soma aspectos sociais e psíquicos predominantes nas situações que os indivíduos vivem e trabalham. Portanto, as relações econômicas, sociais e políticas afetam a maneira como as pessoas vivem e seu contexto ecológico e acabam por moldar padrões de distribuição de doença. Todos devem utilizar suas demandas específicas de saúde, com provisão de serviços prioritários para grupos com maiores necessidades, a fim de minimizar ou anular as desigualdades.As explicações sobre as desigualdades em saúde têm como base a ideia de que a saúde é um produto da sociedade, e então algumas organizações são mais saudáveis do que outras. O capítulo dois desse livro trata sobre como as posições sociais influenciam na saúde de cada sujeito.

Fonte: https://goo.gl/WdrHy3

Para a autora, o foco central das abordagens sócio-históricas sobre as desigualdades em saúde são os processos de reprodução social que resultam na propagação de diferentes domínios da vida. O primeiro domínio é a reprodução biológica do indivíduo, que certifica suas características como espécie que é marcada pela interação genética e o meio social. Vivemos em um ambiente sócio-interacional, onde compartilhamos tempo e espaço, tal reprodução social resulta na produção do segundo domínio: o das relações ecológicas dos grupos, ou seja, sua relação com o social constituído por comunidades que é onde estamos inseridos. Essas comunidades compartilham interações que nos leva ao terceiro e último processo de reprodução segundo Rita: o cultural.

Todos esses processos e reproduções causam impactos sobre a saúde e a doença dos indivíduos. Desigualdades nas condições de vida decorrem das diferenças nos processos de reprodução social que então ira refletir na saúde das pessoas. As vantagens de alguns grupos sobre outros, causa a exclusão, o que os afeta em todos os âmbitos da vida social. Desigualdades sociais em saúde podem estar associadas ao estado de saúde e ao acesso e uso inadequado de serviços de saúde para ações preventivas ou assistências da população. Existem várias investigações do meio científico que expõe a existência das desigualdades sociais em saúde, essas mesmas investigações buscam compreender os processos sociais e os mediadores entre as condições concretas de vida e a saúde no âmbito populacional.

       Fonte: https://goo.gl/AY2em5

No terceiro capitulo, intitulado “Ser rico faz bem à saúde?”, a autora Rita Barradas Barata, promove uma análise acerca das relações entre riqueza e saúde, demonstrando que nem sempre o nível de riqueza está intrinsecamente ligado a melhores condições de vida, tais como saúde de qualidade, maior expectativa de vida e, por conseguinte baixa mortalidade. Entre o século XIX e o XXI no mundo, houve um déficit na distribuição de riquezas bem como, um aumento nas desigualdades sociais. Segundo Barata (2009), quanto mais rico um país mais saudável é a sua população não é uma observação simples, visto que pesquisas evidenciam que a ligação entre a esperança de vida e o PIB (Produto Interno Bruto) per capita tem a representação gráfica de uma parábola, e por isso a partir de um certo ponto o aumento da riqueza não resulta em mais saúde. Um exemplo claro dessa realidade, é que não são os países mais ricos que apresentam maior longevidade.

Nesse sentido, a má distribuição de riquezas, eleva as desigualdades, o que afeta diretamente a saúde. Dessa forma, a adoção de sistemas universais de saúde que promovam o acesso similar desses serviços pode reduzir as diferenças nas condições de vida da população, uma vez que sociedades mais equânimes possuem melhores índices de saúde e uma maior coesão social. Outra justificativa para situações de menores divergências apresentarem melhor nível de saúde se dá aos hábitos saudáveis adotados por parte da população. Estudos ingleses, sobre o risco de morrer por Doença Isquêmica do Coração (DIC) constatam que os tradicionais comportamentos de riscos são menos importantes que as relações de trabalho relacionadas a uma maior/ menor autonomia sobre o controle dos processos laborais.

Fonte: https://goo.gl/5Nzgzu

Segundo a autora, a noção que se tem de raça é construída socialmente e não biologicamente. A perspectiva de que há etnias superiores a outras foi reforçada pelas teorias evolutivas, sendo que povos que eram considerados mais aptos exerciam um domínio sobre aqueles considerados inferiores, visando manter privilégios para esses grupos. Os grupos étnicos devido à bagagem de desvalorização cultural por parte daqueles que se consideram superiores, também sofrem com dificuldades de inserção no mercado de trabalho, escolarização e várias outras áreas que levam à econômica. Área essa que, em países capitalistas dificultam ainda mais a vida dessa população, afetando significativamente a saúde dos mesmos. Tal exposição à discriminação e racismo trazem junto problemas de saúde como: transtornos mentais, hipertensão, baixo peso, prematuridade e várias outras. Junto com esses problemas ainda moram em lugares com condições mínimas de uma vida saudável, e com acesso a saúde precário, causando um stress maior. Neste cenário, pessoas que passam por esse tipo de situação têm uma maior dificuldade em confiar nas outras pessoas e instituições.

Em relação à saúde e o gênero, os homens em grande parte possuem uma maior taxa de mortalidade, pois ao longo da vida é exposta a situações insalubres de risco, tanto com acidentes e violências, quanto a maior propensão em ingerir exageradamente álcool e cigarros. Isso de deve também a construção social e cultural de gênero. As mulheres por sua vez apresentam uma maior taxa de morbidade, que também pode ser atribuída à dupla jornada de trabalho que é a doméstica e a fora de casa. Excesso de trabalho e remuneração menor que a dos homens, mesmo ocupando os mesmo cargos, sendo expostas a assédios psicológicos e emocionais e funções sem muita autonomia geram stress que acabam levando ao adoecimento tanto físico quanto psíquico.

             Fonte: https://goo.gl/N4etxM

A obra de Barata nos mostra as diferenças culturais e raciais que enfrentamos e os riscos causados pelas mesmas. Nos apresenta de forma clara conceitos bastante relevantes e significativos na nossa sociedade atual, como raça, grupos étnicos diferentes, a desvalorização cultural, discriminação, entre outros. Também nos traz dados importantes que vem acontecendo com o hiper agendamento do tempo, onde nos tornamos mais suscetíveis ao adoecimento, podendo causar a morte, principalmente em mulheres. É importante ressaltar que, segundo a obra, vivemos em constante desigualdade, seja racial, cultural, socioeconômica, de gênero, etc. Se uma classe é mais favorecida financeiramente que a outra, não significa que a mesma viva mais, seja mais feliz. Portanto, não devemos ser etnocêntricos, não temos o direito de julgar alguém como sendo menor nós pelo fato de que eu tenho mais dinheiro ou mais saúde. Diante disso, essa obra é de muita relevância para entendermos aspectos sociais e culturais em que estamos vivendo.

FICHA TÉCNICA

Como e por que as Desigualdades Sociais Fazem mal à Saúde

Fonte: https://goo.gl/HtgbSP

Autora: Rita Barradas Barata

Editora: FIOCRUZ

Páginas: 118

Ano: 2009

REFERÊNCIA:

BARATA, Rita Barradas. Como e por que as desigualdades sociais fazem mal à saúde. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2009.

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Jogo Baleia Azul: o desafio do suicídio

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A evolução da tecnologia é responsável por diversas mudanças ocorridas nas últimas décadas. Galli (2002, p. 1) afirma que “uma das marcas da globalização é a velocidade com que evolui a tecnologia”, e nesse processo, a internet tem espaço essencial na comunicação e processamento de informações (GALIL, 2002).

Ribeiro, Leite e Sousa (2009, p. 187) defendem que

As tecnologias móveis de comunicação, sobretudo o celular, sofisticam-se e ampliam cada vez mais suas funcionalidades. Em paralelo, desenvolvem-se novas formas de experienciar as diversas situações sociais através destes equipamentos, principalmente entre os adolescentes. Neste caso, o dispositivo funciona como forma de suprir demandas de comunicação cada vez mais imediatas e complexas.

Fonte: http://zip.net/bqtJRd

Apesar de diversos aspectos positivos serem possibilitados por meio da tecnologia, há relatos a respeito de dependência comportamental, indicando que muitas pessoas fazem uso patológico da internet (FORTIM; ARAÚJO, 2013). A troca do mundo real pelo mundo virtual, em busca de apoio e aceitação, principalmente por crianças e adolescentes, tem gerado várias situações que aumentam os fatores de risco e comprometem a segurança.

Em 2016, o mundo presenciou vários suicídios ocorridos durante o jogo da asfixia, ou brincadeira do desmaio (The Choking Game). O jogo é um desafio que utiliza “técnicas de apneia, de estrangulação ou de compressão a fim de obter um breve estado de euforia, podendo conduzir a um desmaio voluntário ou acidental, às vezes letal” (GUILHERI; ANDRONIKOF; YAZIGI, 2017, p. 869). São autoinfligidos, geralmente transmitidos online, como forma de comprovar que a tarefa está de fato sendo realizada, podendo estar ou não vinculados a algum jogo online (League of legends, por exemplo). Há relatos de jogos de desmaio nos EUA datados de 1995.

Fonte: http://zip.net/bgtHSV

No entanto, a brincadeira começou a ganhar notoriedade mundial em 2007, se tornando um problema de saúde pública, principalmente na França. No Brasil, é a partir de 2011 que ocorre aumento considerável dos relatos de asfixia com crianças e adolescentes (GUILHERI; ANDRONIKOF; YAZIGI, 2017). O jogo da asfixia tem como objetivo principal o desafio à capacidade e coragem do jogador, além da busca por um estado de euforia momentânea, que pode ou não levar à morte. O jogo no qual iremos focar nossos esforços tem um caráter mais profundo, baseado num contrato entre o jogador e seu “orientador” e com diferentes níveis de evolução.

O jogo Baleia Azul (Blue Whale) é uma nova modalidade de desafio que apareceu recentemente nos meios de comunicação, portanto não há artigos ou estudos mais aprofundados. As informações que se têm a respeito desse assunto são baseadas apenas em matérias de jornais que relatam mortes de adolescentes, principalmente na Rússia, ou em vídeos explicativos criados por participantes ou ex-participantes do jogo.

Conforme veículos de comunicação online, a maioria baseados no jornal Novaya Gazeta, da Rússia (The Sun Gazeta Online, Dailymail, R7, Blastingnews Brasil, 2017) há relatos de grupos criados em 2013. Mas a primeira suspeita de morte vinculada ao jogo é de 2016. O jogo foi criado na Rússia, e atualmente as investigações apontam que pelo menos 130 jovens do país que eram participantes dos grupos deste jogo tenham se suicidado.

O jogo Baleia Azul acontece em um grupo fechado nas redes sociais, sendo o Facebook (ou VK na Rússia) uma das mais utilizadas. Os grupos normalmente são nomeados de “Jogo Baleia Azul” (Game Blue Whale), “acorde-me às 04:20h”, “casa silenciosa” e “estou no jogo”. Pesquisas rápidas mostram que no Brasil já existem grupos Baleia Azul, com a finalidade de unir jogadores que desejam ser desafiados.

Fonte: http://zip.net/bdtJnD

A pessoa que deseja participar envia uma solicitação, e o “líder” do grupo, chamado de baleia, inicia o contato. A partir do início do contrato, o participante receberá 50 desafios diferentes, que devem ser realizados durante 50 dias, geralmente às 04:20h da manhã. Os primeiros desafios são mais simples e o risco aumenta gradativamente no decorrer dos dias. Os desafios são baseados principalmente em automutilação em diferentes níveis, assistir filmes de terror e ouvir músicas melancólicas, subir em locais altos, como prédios e pontes e conversar com um “baleia” (um dos administradores do grupo).

O 50º desafio é suicidar-se do modo à sua escolha (enforcado, pulando de um prédio, pulando em frente a um trem, utilizando comprimidos ou veneno). Alguns vídeos detalham tarefas mais específicas, tais como não falar sobre o jogo, superar medos pessoais, dizer a data da morte, que deverá acontecer no 50º dia de jogo, e aceitar a morte (The Sun Gazeta Online, dailymail, R7, blastingnews Brasil, 2017).

Fonte: http://zip.net/bctHPc

Além de incentivar a coragem e autonomia do participante, o jogador recebe suporte constante dos “baleias”, que são os administradores do grupo. Os administradores são pessoas mais velhas, que geralmente possuem capacidade de argumentar, persuadir e envolver os participantes. A cada desafio realizado, aumentam os sentimentos de força, coragem, capacidade de automutilação e pertencimento ao grupo. “Esse sentimento de onipotência pessoal e de pertença ao grupo é reforçado quando o jovem partilha vídeos na internet, ganhando notoriedade entre os colegas” (GUILHERI; ANDRONIKOF; YAZIGI, 2017, p. 874). O objetivo principal é que, ao final do jogo, o participante seja capaz de tirar a própria vida. Sair do jogo simboliza falha ou fraqueza. De acordo com os jornais, há também relatos de ameaças à família do jogador, caso ele queira desistir.

Fonte: http://zip.net/bxtJKW

Os participantes são principalmente crianças e adolescentes vulneráveis, que se sentem sozinhos ou isolados. São pessoas que têm ideação suicida ou já fizeram alguma tentativa de suicídio sem sucesso. O jogo Baleia Azul vai gradualmente ensinando ao participante que ele é capaz de sair do sofrimento, proporcionando pequenos prazeres, como a automutilação e a sensação de liberdade ao subir em locais altos. A automutilação ocorre com mais frequência na fase da adolescência, sendo que há “correlação com as frustrações relativas ao universo das descobertas dos adolescentes, envolvendo uso de drogas, intrigas escolares, isolamento social, crises familiares e as primeiras decepções amorosas” (CEDARO; NASCIMENTO, 2013, p. 205).

Fonte: http://zip.net/bstJbt

Ainda de acordo com os autores, a automutilação, apesar de retratar um comportamento auto agressivo, é uma tentativa de sentir-se “vivo”, de lidar com emoções e buscar alívio imediato. O jogador de Baleia Azul se sente apoiado pelos administradores e pelo grupo, e acredita que vai conseguir se libertar de qualquer sofrimento ao final dos 50 (cinquenta) dias de desafio.

Apesar das inúmeras tentativas de denunciar os grupos e impedir a disseminação do “desafio da morte”, o jogo Baleia Azul é mais um artifício utilizado nas redes sociais, entre tantos outros massivamente divulgados pela internet, para identificar crianças e adolescentes vulneráveis, e incentivá-los a colocar-se em risco. Precisamos estar alerta porque ações como essa, que promovem o incentivo ao suicídio e risco a segurança, não podem ser negligenciadas.

Fonte: http://zip.net/brtHTt

Família, escola, comunidade e governo precisam desenvolver uma rede de proteção para crianças e adolescentes, a fim de evitar o aumento de casos de suicídio. As pessoas mais próximas precisam estar atentas “aos sinais físicos, psicológicos e comportamentais a fim de orientá-los adequadamente: realizar sensibilização sobre a periculosidade do ato, levar à consulta médica ou psicológica, agendar reunião com os responsáveis escolares, entre outros” (GUILHERI; ANDRONIKOF; YAZIGI, 2017, p. 875).

Além disso, informação e sensibilização são essenciais nesse processo de fortalecimento e encorajamento de crianças e adolescentes. Guilheri, Andronikof e Yazigi, (2017, p. 875) afirmam que

trabalho de informação e prevenção deve ser realizado em ação conjunta das áreas da saúde e da educação, formando profissionais capacitados para a sensibilização de adultos, pais, professores e corpo médico. Estes, por sua vez, devem agir para sensibilizarem jovens e crianças alertando-os dos reais perigos dos quais nem sempre têm consciência.

Fonte: http://zip.net/bwtHpM

Nesse sentido, Sapienza e Pedromônico (2005, p. 215) acreditam que “agora seja o momento de colocar em prática o que já se sabe sobre a resiliência, a fim de promover condições para que cada vez mais crianças e adolescentes possam se tornar resilientes”. Precisamos aprender a ouvir e entender as crianças e adolescentes, e principalmente, perceber os sinais que indicam isolamento, tristeza, angústia, frustração, ansiedade ou problemas emocionais.

Família, escola, comunidade e governo têm um papel primordial nesse processo. Por serem as crianças e adolescentes os mais atingidos com jogos e brincadeiras virtuais que atentam contra a vida, são eles que devem ser o principal meio de sensibilização, apoiados, é claro, pelos grupos sociais que compõem a rede de apoio. É de extrema importância que as situações e mortes ocorridas não sejam negligenciadas, que estejamos alerta a toda e qualquer situação de risco.

REFERÊNCIAS:

BARNES, Luke. Are your children playing the Blue Whale challenge? Police warn British parents over ‘suicide game behind hundreds of Russian teen deaths’. Dailymail Online. 2017. Disponível em: <http://www.dailymail.co.uk/news/article-4302338/Police-warn-parents-Blue-Whale-suicide-game.html>. Acesso em: 07/04/2017.

BLASTINGNEWS. Conheça o desafio suicida baleia azul que atrai jovens na internet. 2017. Blastingnews Brasil. Disponível em: <http://br.blastingnews.com/mundo/2017/04/conheca-o-desafio-suicida-baleia-azul-que-atrai-muitos-jovens-na-internet-001599997.html>; <http://br.blastingnews.com/mundo/2017/03/adolescentes-cometem-suicidio-ao-participarem-de-jogo-doentio-na-web-001517511.html>. Acesso em: 07/04/2017.

CEDARO, Jóse Juliano. NASCIMENTO, Josiana Paula Gomes do. Dor e Gozo: relatos de mulheres jovens sobre automutilação. P. 203-223 24(2). São Paulo: Psicologia USP, 2013.

EURONEWS. Jogo na internet leva centenas ao suicídio. Euronews Brasil. 2017. Disponível em: <http://pt.euronews.com/2017/03/30/russia-jogo-na-internet-leva-centenas-de-jovens-ao-suicidio>. Acesso em: 07/04/2017.

FORTIM, Ivelise. ARAUJO, Ceres Alvez de. Aspectos psicológicos do uso patológico de internet. Bol. – Acad. Paul. Psicol. vol.33 no.85. São Paulo, 2013.

GALIL, Fernanda Correa Silveira. Linguagem da internet: um meio de comunicação global. UNESP, 2002.

GUILHERI, JulianaANDRONIKOF, AnneYAZIGI, Latife. “Brincadeira do desmaio”: uma nova moda mortal entre crianças e adolescentes. Características psicofisiológicas, comportamentais e epidemiologia dos ‘jogos de asfixia’. Ciênc. saúde coletiva [online]., vol.22, n.3, pp.867-878. ISSN 1413-8123.  http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232017223.14532016. Rio de Janeiro, 2017.

MULLIN, Gemma. What is the Blue Whale online suicide game and how many teenage deaths has it been linked to in Russia? “The Sun” Gazeta Online. London, 2017. Disponível em: <https://www.thesun.co.uk/tech/3003805/blue-whale-suicide-game-online-russia-victims/>. Acesso em: 07/04/2017. Acesso em: 07/04/2017.

NASCIMENTO, AD., and HETKOWSKI, TM., orgs. Educação e contemporaneidade: pesquisas científicas e tecnológicas [online]. Salvador: EDUFBA, 2009, 400 p. ISBN 978-85-232-0565-2.

R7. Jogo em rede social russa leva centenas de jovens ao suicídio. R7 Online. 2017. Disponível em: <http://noticias.r7.com/internacional/jogo-em-rede-social-russa-leva-centenas-de-jovens-ao-suicidio-segundo-suspeita-da-policia-31032017>. Acesso em: 07/04/2017.

RIBEIRO, José Carlos; LEITE, Luciana; SOUSA, Samille. Notas sobre aspectos sociais presentes no uso das tecnologias comunicacionais móveis contemporâneas.

SAPIENZA, Graziela. PEDRÔMONICO, Márcia Regina Marcondes. Risco, Proteção E Resiliência no Desenvolvimento da Criança e do Adolescente. Rev. Psicologia em Estudo, v. 10, n. 2, p. 209-216, mai./ago. Maringá, 2005.

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