Amor e fantasia: o que gostamos no outro?

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O escritor francês Stendhal (1783-1842) disse que, quando se está apaixonado, o que você ama não é a outra pessoa, mas o estado eufórico de estar apaixonado (STENDHAL, 1822). Quando se observa por esse ângulo, no início do relacionamento o que amamos não é a pessoa em si, mas as sensações que são geradas por esse sentimento, o aumento da frequência cardíaca, da energia, calor, bochechas vermelhas, pupilas dilatadas, a excitação, e o prazer que são desencadeadas por meio da liberação de neurotransmissores como a adrenalina e dopamina. 

O ser humano tem a necessidade de afeto, de ficar próximo, de amar e ser amado. A afetividade influencia nossos pensamentos, e nosso comportamento e formas de nos relacionarmos com o outro. A dimensão afetiva é feita de  sentimentos, emoções, relacionado a si mesmo, e ao mundo externo. Ela é essencial para a nossa humanidade, pois sem ela não passaríamos de autômatos (CARDELLA, 2009).

O ser humano é fundamentalmente social, se comunicar, interagir e estabelecer conexões parece de nossa natureza, por outro lado, a solidão pode ser uma fonte significativa de sofrimento, então o afeto demonstra ser  essencial na constituição humana, proporcionando acolhimento e sentimentos positivos, o afeto é fundamental na promoção do bem-estar. E frequentemente é durante essas interações humanas que se percebe que, diversas vezes, se manifesta a dificuldade de gerenciar os sentimentos e principalmente quais as expectativas sobre a outra pessoa.  

No drama Sul Coreano “Clean With Passion for Now” de 2018, a protagonista depois de uma série de eventos, percebe que passou anos de sua vida apaixonada por seu veterano da faculdade, não por ele ser uma pessoa legal, que se encaixava nas suas expectativas amorosas, mas sim pelas sensações que o sentimento desencadeou nela, e quando ela finalmente conhece melhor seu “crush”, ele não é exatamente um cara agradável, assim ela reflete que estava encantada pela ideia que tinha construído dele.  

Imagem by jcomp on Freepik

Na busca por afeto, é comum que se busque o encaixe perfeito, o par ideal, que se apresenta como a solução de um conflito interno, a necessidade de se sentir completo. No entanto, entre expectativa e realidade quase sempre a decepção se apresenta, ao ver o outro como você deseja e não suas reais características, defeitos e qualidades, e esperar que essas fantasias sejam respondidas, baseados em convicções pré-estabelecidas e a idealização sobre o outro, gera no mínimo descontentamento e relações que não vão muito longe. 

Relacionamentos são cercados por princípios e transições, uma dinâmica transformadora, no contato da subjetividade com o outro o do indivíduo consigo, é uma construção que movimenta o desenvolvimento da vida, que aparenta ser uma necessidade humana, que não é simples e demanda atenção e cuidado. Como Bauman (2004, p. 10) declara “[…] os relacionamentos são como a vitamina C: em altas doses, provocam náuseas e podem prejudicar a saúde.”. 

Inícios de relacionamentos são carregados de expectativas, porém em concordância com Bauman (2014), o ato de se relacionar é movimentar-se pela neblina sem nenhuma certeza, então com começos tão ambiciosos, essas relações se tornam fragilizadas, e tendem a não durar, assim um círculo vicioso toma forma, a necessidade por afeto inerente ao ser humano, que leva a essa busca incessante pelo relacionamento perfeito, que geralmente não se concretiza, que gera relações quebradiças, decepções e corações partidos.       

Vivencia a decepção em um relacionamento amoroso é mais comum do que a descoberta da felicidade, a criação da ideia de achar o par perfeito é uma narrativa fantasiosa, que quase sempre acaba se divergindo da realidade, manter uma relação saudável requer tempo, disposição, equilíbrio, e se responsabilizar pela própria felicidade, assim um relacionamento se constitui como um constante processo de aprendizagem, sobre si mesmo e o outro.

Referências:

BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos vínculos humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 

CARDELLA, Beatriz H. Laços e nós: amor e intimidade nas relações humanas. São Paulo: Ágora, 2009.

STENDHAL, H. Do Amor. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

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Uma palavrinha sobre a raiva

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Foi-me sugerida a leitura de um capítulo específico do livro A mente vencendo o humor, que trata sobre a raiva, a culpa e a vergonha, e percebo o quão importante são as informações trazidas ali e o quão essencial é entender estas emoções que permeiam os relacionamentos e as situações das pessoas que nos procuram para a terapia, além de servir para cada um de nós, pois são estados de humor que nos afetam em vários momentos da vida, quando estamos diante de situações desafiadoras que nos fazem sentir ameaçados e/ou injustiçados.

Por agora vou me ater somente à raiva, para conseguir explorar bem os aspectos que percorrem esta emoção. Primeiramente deve-se avaliar com qual frequência, a duração de tempo, e a intensidade que este estado de humor aparece. O objetivo é sentir a raiva com menos frequência, que ela dure um tempo menor, e que não seja tão intensa a ponto de emitirmos comportamentos que depois iremos nos arrepender.

O livro traz uma folha de exercícios que permite você avaliar e depois monitorar  os estados de humor, e perceber o progresso ao passar do tempo. Após feito este levantamento, é importante entender como estas emoções funcionam e o que você pode fazer para se sentir melhor em relação à elas.

A raiva, assim como outros estados de humor, vêm acompanhada por mudanças no pensamento, no comportamento e nas reações físicas. Quando experimentamos a raiva, todo nosso corpo é estimulado para a defesa ou o ataque. A grande sacada é entender que a intensidade que experimentamos a raiva (deste irritação até fúria) é totalmente influenciada pela nossa interpretação da situação vivida, e isso pode variar de pessoa pra pessoa, pois esta maneira de vivenciar a situação perpassa a experiência de vida do sujeito, suas regras ou pressupostos e as crenças que ele tem.

A raiva normalmente está associada à percepção de injustiça, e também está relacionada à ameaça, dano ou prejuízo e à crença de que foram violadas regras importantes. Este sentimento está muito relacionado também às expectativas que temos de outras pessoas. Quanto mais próxima a nossa relação com alguém, mais expectativas temos, e quando percebemos que as pessoas não atenderam a nossa expectativa em relação a alguma coisa, ficamos frustrados, então aparece o sentimento de decepção, dor e de raiva.

Existem algumas estratégias que podem nos ajudar no manejo da raiva, e com treino podemos adquirir habilidades para lidar melhor com esta emoção. De acordo com a Terapia Cognitivo – Comportamental, que é a minha abordagem de escolha, e da qual o livro se refere, o conteúdo dos nossos pensamentos no momento da emoção contém informações muito importantes, e examinar este conteúdo irá nos ajudar a responder às situações de forma mais construtiva.

A TCC como é chamada, nos convida a questionar nossos pensamentos e nos propõem ampliar nosso olhar para que possamos encontrar formas alternativas de pensar em dadas situações. Quando estamos com raiva, costumamos interpretar os acontecimentos equivocadamente e as intenções das pessoas de forma negativa. Aprender a interpretar as ações das outras pessoas, considerar suas intenções de forma mais respeitosa e encarar as situações a partir de diferentes perspectivas são formas úteis de responder à raiva.

Fonte: encurtador.com.br/pwUW5

O livro traz um instrumento que pode ser utilizado para praticar essa reflexão, que consistem em um Registro de Pensamento, onde você descreve a situação, o humor experimentado durante a situação e quais pensamentos ocorreram durante este processo, conforme figura abaixo:

Folha de Excercícios 15.3 Compreendendo a raiva, a culpa e a vergonha

1.     Situação

Quem?

O quê?

Quando?

Onde?

2.     Estados de humor

a.      O que você sentiu?

b.     Avalie cada estado de humor (0-100%)

3.     Pensamentos automáticos (imagens)

a.      O que estava passando por sua mente instantes antes de começar a se sentir assim? Algum outro pensamento? Imagem? Lembrança?

b.     Circule ou marque o pensamento “quente”.

 

 

 

 

 

 

A mente vencendo o humor, segunda edição. 2016 Dennis Greenber e Christine A. Padesky.

Quando as pessoas ficam com raiva, elas tendem a tirar conclusões precipitadas, que podem ser imprecisas. Quando você estiver tendo uma discussão com raiva, pare e pense em suas respostas antes de atacar. Lembre-se de ouvir a outra pessoa na conversa. Uma boa comunicação pode ajudá-lo a resolver problemas antes que sua raiva aumente.

Outra forma de auxílio no controle da raiva é antecipar e se preparar para acontecimentos que possivelmente tragam essa emoção, se planejando, ensaiando mentalmente para aquele momento que possivelmente será estressante, dessa forma você poderá se sentir mais confiante e menos ameaçado se as coisas não derem certo. Sua resposta pode ser mais eficaz e adaptativa se utilizar deste “roteiro” pensando no que você quer atingir ao entrar naquela situação.

Além disso é importante reconhecer os primeiros sinais de raiva, para que ela não chegue a sair do controle, como por exemplo ficar instável, sentir tensão muscular, aumento da frequência cardíaca, mandíbula cerrada, aumento da pressão arterial e atitude defensiva ou de ataque. Você nesse momento pode parar e perceber o que está acontecendo e escolher ter a raiva (o que significa que os sinais se intensificarão ainda mais) ou dar um tempo e usar a assertividade para se acalmar.

Dar um tempo significa se afastar da situação quando você percebe os primeiros sinais que está ficando com raiva. Essa estratégia simples pode ajudá-lo a encarar a situação de forma diferente. Faça um intervalo (o tempo você determina de acordo com a complexidade da situação), e após esse tempo você retornará à situação provavelmente de uma forma bem mais eficaz.

A assertividade diz respeito à um ponto intermediário entre ser agressivo ou permitir passivamente que alguém se aproveite de você. O livro traz um exemplo que fica bem nítido. Suponha que vocês está voltando pra casa do trabalho e seus filhos começam a pedir sua atenção, todos ao mesmo tempo. Se estiver cansado e tentar satisfazer as necessidades deles (passivo), você começará a se sentir sobrecarregado e acabará explodindo de raiva (agressivo). Geralmente é melhor ser assertivo e dizer algo como: “Estou muito cansado e preciso de alguns minutos antes de brincar com vocês. “Isso dá tempo para você se recuperar, lembrar-se do quanto ama seus filhos e preparar-se para um tempo com eles e/ou definir limites quando necessário. Para ajudar você pode usar algumas estratégias como:

  1. Usar afirmações do tipo “Eu” – quando estamos com raiva queremos acusar então começamos com “Você”. Substituindo o “Você” por “Eu” aumentam as chances de fazer a outra pessoa escutar o que vocês está tentando comunicar;
  2. Reconheça o que há de verdade nas queixas que alguém tem de você, e ao mesmo tempo, defenda seus direitos. (como por exemplo aprender a dizer não sem se sentir egoísta, mas na perspectiva que você está cuidando um pouco de você);
  3. Faça declarações claras e simples sobre seus desejos e necessidades, em vez de esperar que outras pessoas leiam sua mente e prevejam o que você quer. (Isso vai te ajudar a alinhar as expectativas com o outro);
  4. Foque no processo de assertividade, e não nos resultados. (Foco no objetivo da comunicação clara, informar as pessoas que nos relacionamentos sobre nossas expectativas ou limites frequentemente reduz a mágoa e a irritação que podem conduzir à raiva).

E por último, praticar o perdão. Muitas vezes a raiva é consequência de mágoas profundas e repetidas que guardamos dos outros, por algo que eles tenham cometido contra nós. Este estado de raiva constante pode corroer o nosso espírito e nos impedir de experimentar felicidade e alegria. Não que este seja um exercício fácil, mas aceitar os fatos ocorridos e se despender da raiva vai aliviar a nossa carga na caminhada da vida. Perdoar não significa desconsiderar as ações da outra pessoa, significa olhar para essas ações de forma diferente.

Você pode tentar por si só controlar melhor a raiva quando ela aparece com as estratégias trazidas aqui, como testar os pensamentos de raiva, preparar-se para acontecimentos que provavelmente incitarão este humor, reconhecer os primeiros sinais de alerta, dar um tempo, ser assertivo e perdoar. Use esses métodos regularmente. Com prática você conseguirá ser mais eficaz quando precisar delas. Mas se mesmo depois disso você perceber que não têm uma boa regulação emocional para lidar com esse sentimento, que você têm prejuízos nos relacionamentos interpessoais por falta de saber lidar com a raiva, a terapia é uma excelente alternativa que pode ensiná-lo a se comunicar melhor, aumentando as interações positivas em seus relacionamentos e a desenvolver habilidades para ajudá-lo a exercitar as estratégias de identificação e a alteração de expectativas e regras. Essas habilidades podem reduzir a raiva e melhorar a qualidade de suas relações, e consequentemente sua qualidade de vida.

Referências:

GREENBERGER, Dennis; PADESKY, Christine A. A mente vencendo o humor: Mude como você se sente, mudando o modo como você pensa. Porto Alegre: Editora Artmed, 2ªEd., 2016.

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O quanto você se conhece? – Não é satisfatório conviver com uma dúvida em que a resposta está em você mesmo

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“Quem é você?”, uma pergunta aparentemente simples que deixa muitas pessoas sem respostas. Geralmente esse questionamento é feito em entrevista de emprego ou em uma consulta com o psicólogo.  Mas afinal, por que essa pergunta curta merece tanta atenção? A verdade, é que essa indagação permite a identificação sobre o autoconhecimento. Ou seja, se realmente a pessoa conhece a si mesma, bem como tem a capacidade de explicar sobre o que acontece em seu interior quando algo a desabona. 

Em tempos de redes sociais, discutir sobre esse assunto é bem pertinente, ainda mais quando padrões de comportamento e estética são impostos diariamente no universo da internet. O mundo virtual virou a nova esfera pública tão discutida por Habermas (1981).  Ademais, implica-se que definição de autoconhecimento reflete o conhecimento que o indivíduo tem sobre si mesmo. Conforme, Brandenburg e Weber o autoconhecimento trata-se da eficiência da pessoa em representar e identificar seu próprio comportamento, ou, com mais dificuldade, suas várias nuances. Para as pesquisadoras, ter consciência de si é desenvolver uma ação proferida tanto de sua autodescrição como de suas variáveis. 

Fonte: Free pick

“Nem sempre as pessoas estão atentas às condições que antecedem seu comportamento ou as consequências que ocorrem no ambiente”, reforçam. Elas ainda destacam em seus estudos que, quando o indivíduo se torna consciente de seus comportamentos, além dos fatores determinantes, surgem muitas vantagens, como ser verdadeiramente livre e obter o autocontrole.

Segundo Skinner (1957) o comportamento é uma interação entre indivíduo e ambiente.  Isto é, para desenvolver o autoconhecimento é preciso levar em consideração o meio social em que o indivíduo está inserido, bem como entender os sentimentos que muitas das vezes são aprendidos. Por isso, faz-se necessário a descrição dos sentimentos para realmente entender o que verdadeiramente se senti.

Carvalho (1999), em uma mesma abordagem, defende que é preciso detectar por si mesmo os pensamentos e os sentimentos como um primeiro passo para também “aprender a manejá-los e compreender como se relacionam mutuamente para produzir um determinado comportamento.” Para ele, entender as emoções, de uma forma profunda, é uma forma de aliviar o sofrimento.  Em seu ponto de vista, a busca pelo autoconhecimento das emoções ajuda a pessoa a lidar com as frustrações do cotidiano, por isso a necessidade de compreender os sentimentos.

Fonte: free pick

A busca pelo autoconhecimento é um trabalho diário que requer esforço e persistência. Por isso, segue algumas dicas para quem deseja entender a si próprio, além de suas emoções. É necessário que, tire um tempo para si, e questione sobre seus sentimentos daquele dia. É sempre bom escrever sobre o que está sentido, por isso sempre tenha em mãos papel e caneta. Procurar ajuda com um profissional de saúde mental é indispensável para que seus pensamentos disfuncionais se tornem alinhados com a realidade. Conversar com alguém próximo sobre suas emoções é muito importante, mas o acompanhamento profissional irá dar clareza sobre o seu comportamento.

Referências

Brandenburg, O. J. & Weber, L. N. D. Autoconhecimento e Liberdade no Behaviorismo Radical. Psicologia-USF, 2005.

Carvalho, G. S. O Lugar dos Sentimentos na Ciência do Comportamento e na psicoterapia Comportamental. Psicologia: Teoria E Prática. 1, 2, 33-36, 1999.

Habermas, Jürgen. Theorie des kommunikativen Handelns Frankfurt: Suhrkamp, 1981.

Skinner, B. F. (1957). Verbal behavior. New Jersey: Prentice-Hall.

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Como lidar com a tristeza das crianças na pandemia

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Uma coisa que a pandemia nos mostrou é o quanto estamos não só preocupados com o risco de contaminação, mas também estressados, cansados e tantos outros deprimidos. Mas esse problema não atinge só adultos. As crianças estão sendo muito afetadas. Algumas se tornaram mais agressivas, outras ficaram mais tristes ou com variações de humor. 

Sabemos o quanto os pais estão transtornados com a demanda de trabalho em casa. O home office pode ter deixada as famílias no mesmo recinto, com a sensação de que estão mais próximos. No entanto, nem sempre isso significa que os pais estão dando a atenção na qual as crianças acham necessárias. Com isso, os filhos confundem a presença do adulto com a atenção em que gostariam de receber, afetando suas emoções na pandemia.

Família, amigos e colegas são fatores fundamentais que formam a sociedade, mas têm sido atravessadas pelo momento atual. Com as crianças, não são diferentes. Elas não sabem como lidar com algo que não se tem entendimento. Ainda é muito confuso para nós, adultos, imagina para eles?

Fonte: Freepik

Por exemplo, uma pesquisa conduzida, recentemente, pelo Children’s Hospital of Chicago, nos Estados Unidos, veiculada na revista médica JAMA Network Open, mostrou dados preocupantes sobre a saúde mental das crianças e adolescentes americanas e como foram afetadas pelo ensino à distância na pandemia. 

Das consultadas, uma parte, cerca de 25%, mostrou-se estressada, ansiosa e irritada. Outras, cerca de 33%, sentiram-se solitárias. Além disso, uma outra parte das crianças, cerca de 30%, que antes mostravam-se felizes, começaram a desenvolver sentimentos como raiva, ficaram deprimidas, sentindo-se solitárias ou estressadas no período em que suas escolas não recebiam os alunos fisicamente.

Isso confirma o quanto as crianças e adolescentes necessitam de uma troca afetiva entre amigos e professores. Vale lembrar que esse contato físico na primeira infância está ligado às funções emocionais cognitivas do cérebro. É nesse “ambiente família” que a escola constrói a identidade social do ser humano.

Fonte: Getty Images

O fato delas estarem isoladas dentro de casa colabora para que a criança passe a não interagir com outras crianças, nem mesmo com os adultos. Isso ainda gera comportamento agressivo, birras intensas, timidez exagerada, redução no desempenho escolar entre outros conflitos emocionais.

Portanto, pais e professores, mesmo que à distância, precisam prestar atenção na forma como os jovens se expressam e algumas atitudes que possam manifestar, pois podem ser sinalizações ou respostas de como estão se sentindo. Sempre que puderem, tirem um tempo de qualidade para conversar com eles, deem atenção e mostrem o quanto eles são importantes para vocês. Isso pode fazer toda a diferença!

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Sofrimento e arte – (En)Cena entrevista a artista Laís Freitas

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“A resposta é que homens amam homens, podem até ser heterossexuais mas pelo prazer sexual. Homens glorificam o mesmo sexo, não consomem conteúdos feitos por mulheres, tem apreço apenas ao que eles próprios fazem”.

O Portal (En)Cena entrevista a artista plástica Laís Freitas, de Palmas-TO, para conhecer o que significa ser mulher no Brasil na pandemia pelo olhar da jovem pintora de 18 anos que utiliza das redes sociais como meio para divulgar e comercializar seu trabalho.

Durante a conversa, Laís explica como é ser jovem, mulher e pretender viver de arte no Brasil, apontando os desafios impostos pelo machismo estrutural. A artista também fala sobre os aspectos de saúde mental na sua obra mais recente, a série de quadros “ilusão”. Para ela, o pintar e a possibilidade de se expor e se expressar têm efeito terapêutico e chama a arte de “salvação” que oportuniza tanto ao artista como ao expectador, acessar e entender sentimentos que nunca haviam sido percebido.

(En)Cena –  Considerando o seu lugar de fala, mulher, jovem, artista  e usuária ativa das redes sociais: o que é ser mulher no Brasil, durante a pandemia da COVID-19?

Laís Freitas (@aloisam_) – Como jovem artista, vejo que ser mulher nos dias atuais de pandemia é uma constante luta, em todos os aspectos. Ao longo da história conseguimos como feministas muitas conquistas, mas ainda existem muitas pautas a serem tratadas. Com um olhar sensível, observo que o sofrimento da mulher, incluindo o meu, parte de um sentimento de solidão, diante de uma cobrança muito grande que fomos ensinadas desde pequenas, o peso do mundo em nossas costas, que claro, parte de um machismo estruturado da nossa convivência.

Fonte: Arquivo Pessoal – @aloisam_

(En)Cena –  Ao falar sobre a sua série de quadros “ilusão” no post do Instagram , @aloisam, do dia 25/04/2021  você afirma ter descoberto que o pintar te salva, quando permite contar a sua história. Como você entende a relação entre arte e saúde mental?

Laís Freitas (@aloisam_) –  Como disse na minha postagem, vejo o momento da pintura como uma “quase meditação”, é o momento que mais me sinto conectada comigo mesma, pelo processo ser demorado e estar transcrevendo meus sentimentos em símbolos.

 Nunca fui de me abrir conversando sobre meus problemas, mas sinto que me encontrei na minha pintura. Acho mais fácil escrever sobre o que estou passando e transformar em desenhos, me expresso dessa forma. Às vezes quando falo sobre esse processo com alguém, brinco que se não pintasse eu explodiria, porque desconheço forma mais eficiente de expressão. A arte é salvação, tanto para o artista quanto para o expectador, com ela conseguimos acessar e entender sentimentos que nunca tínhamos percebido, ela é sensível, conta uma história.

(En)Cena –    Como artista jovem em 2021, qual sua perspectiva diante do mercado de trabalho tão modificado e adaptado pela pandemia, com inúmeras possibilidade de interações comerciais online por meio das redes sociais?

Laís Freitas (@aloisam_) –  Com a pandemia, todos tivemos que nos reinventar. Já havia o pensamento de ter uma renda com o mercado online, mas não como eixo principal. Essa adaptação, para mim, abriu meus olhos para outras oportunidades e uma interação com o público muito rápida. A necessidade de criar conteúdo nas redes sociais confesso que me assusta um pouco, percebo que é mais fácil falar com mais pessoas, mas conseguir manter uma visibilidade e crescer em cima disso é mais difícil. Em relação a vendas, uma queda bem grande, a arte querendo ou não, no sistema econômico que vivemos quem compra é quem tem dinheiro, e com a pandemia trabalho está escasso então ninguém tem renda para contribuir no trabalho de um artista.

Fonte: Arquivo Pessoal – @aloisam_

(En)Cena – Quais os desafios de ser mulher e querer viver de arte no Brasil?

Laís Freitas (@aloisam_) –   Lembro-me da primeira vez que fui ao MASP, logo quando entrei havia um poster enorme do grupo Guerrilla Girls (de Nova York) com um texto adaptado “as mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu de Arte de São Paulo?” e logo embaixo dados afirmando que apenas 6% dos artistas do acervo em exposição eram mulheres (2017).

Como mulheres, não temos visibilidade, ainda mais na arte que temos pouquíssimas referências ao longos dos movimentos. Por exemplo, em 1909 foi lançado o “Manifesto Futurista” de F. T. Marinetti que fundamentou a vanguarda europeia “futurismo”, em que dizia em seu texto ”Queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo da mulher.”. Sabemos que a arte, assim como todas práticas intelectuais, sempre foram afastadas das mulheres mas, porque ainda não temos visibilidade até hoje?

A resposta é que homens amam homens, podem até ser heterossexuais mas pelo prazer sexual. Homens glorificam o mesmo sexo, não consomem conteúdos feitos por mulheres, tem apreço apenas ao que eles próprios fazem. Essa, na minha visão, é a maior dificuldade de ser mulher e querer viver de arte, não temos a representação e a fama que um homem teria fazendo a mesma coisa. Por isso acho tão importante o movimento de mulheres apoiarem umas as outras, pois outros não vão fazer isso por nós.

Fonte: Arquivo Pessoal – @aloisam_

(En)Cena –   Alguns dos seus quadros trazem imagens de rostos, mãos e órgãos humanos. Num tempo de pandemia em que o corpo e a saúde viraram pauta de constantes sofrimentos físicos e mentais, de que tratam os corações da retratados na sua arte?

Laís Freitas (@aloisam_) –    A arte que faço é completamente minha, todas as faces mesmo que não sejam meu rosto, de alguma forma sou eu, assim como os corações e mãos. Minha última série “ilusão”, foi uma tentativa de me colocar em primeiro lugar, sem ter vergonha de mostrar fragilidade, por isso são todos autorretratos. Antes me escondia por medo de demonstrar sentimentos, tanto que publicava os quadros, mas não conseguia escrever sobre eles para explicar para o público o intuito do quadro.

Com muito esforço de passar por um processo de autodescoberta e aceitação, consegui parar de ter medo de demonstrar sentimentos através dos textos sobre os quadros. No primeiro quadro da minha série, que deu início a todos os outros, explico sobre essa “ilusão” de idealizar o sofrimento e até fugir dele, com medo da solidão. Mas a partir do momento que me permito sentir essa dor e percebo que faz parte do processo, essa solitude não incomoda mais, e até passo a gostar dela.

Para mim, o coração é o símbolo dos sentimentos e desse sofrimento. Demonstro as etapas da minha vida como as sensações que sentia no meu coração. Demonstrei ele pertencente a alguém, livre, sereno e também com fome.

Fonte: Arquivo Pessoal – @aloisam_

(En)Cena –   Na sua opinião, qual seria o caminho para as mulheres no pós-pandemia?

Laís Freitas (@aloisam_) –   Acredito que com essa pandemia, conseguimos ver ainda mais o que as mulheres passam em casa. As taxas de feminicídio só aumentam, relações abusivas disfarçadas de amor é o que mais têm. Que essa solidão que falei sirva de aprendizado, o sofrimento da cobrança em cima de nós é muito grande.

Revoluções assim, são de extrema importância. Todas entendemos o conceito de feminismo, ainda que tenha muito tabu em cima, devemos nos apoiar, creio que seja a única saída, o movimento de mulheres para mulheres.

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O aumento da invalidação de sentimentos na pandemia

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“Isso não é nada, não precisa chorar por isso”, talvez você já tenha escutado essas frases ou até mesmo as pronunciado em algum momento de sua vida para qualquer pessoa que tenha um grau de proximidade. Talvez já tenha dito a você mesmo “não tem porque eu me sentir assim, olha o meu amigo que tem um problema muito maior que o meu e não está sofrendo”. Estas típicas frases representam o que denominamos de um processo de “invalidação emocional” que ocorre quando os sentimentos e emoções de uma pessoa são tratados como errados, inadequados ou ridicularizados. Aprendemos isso ao longo do nosso processo de formação sem nem perceber, quando nossos pais desqualificaram nosso sentimento de tristeza e dor por um tombo de bicicleta ou quando nosso bichinho de estimação morreu. Quando a professora reclamava da nossa tristeza e decepção por ter tirado uma nota 8 e não 10, o que reforçava a compreensão de que nossas necessidades e sentimentos não eram válidos, não eram importantes.

Hoje compreendemos que tais práticas não nos ensinou a sermos pessoas mais fortes e resilientes, mas sim em reprimir nossas emoções, esquivar de determinados sentimentos e tornar invisível as necessidades do outro e nossa própria enquanto o mais assertivo seria acolher, orientar e descobrir em conjunto a melhor forma de lidar com aquele sentimento para aquela situação.

Na dinâmica familiar entre pais e filhos, marido e mulher, a invalidação emocional traz muitos prejuízos para a qualidade dos laços afetivos, da comunicação, do sentimento de pertencimento daquele sistema familiar.

E como ficamos com a invalidação emocional somado à pandemia? Não é “atoa” que nos dias atuais nos deparamos com diversos relatos e manifestações de pessoas, que também são trabalhadores, pais, filhos, esposos (as) verbalizando seu desespero, sua sensação de exaustão emocional, sua desesperança e clemência por socorro, reafirmando que não sabem mais como lidar com tantos sentimentos.

Fonte: encurtador.com.br/rFJT7

De repente a pandemia apareceu e nos forçou a estar em casa convivendo e lidando integralmente com nossas emoções, anseios, sem artifícios e recursos externos como ir a academia, dar uma volta no shopping, praticar um hobby, dentre tantas outras opções de lazer, que funcionavam como uma válvula de escape. Hoje vivenciamos inúmeros desafios que vão desde o distanciamento social, as dificuldades de acompanhar os filhos na educação remota sem ter didática pedagógica, em conciliar os cuidados da casa e da família com o trabalho remoto e outras. Somado a esta sobrecarga, muitos estão vivendo o desafio de descobrir quais são estes sentimentos e emoções que estão sendo aflorados e de aprender a lidar com eles. E esta não é uma tarefa fácil, considerando que durante todo nosso processo de construção pessoal fomos influenciados a esquivar ou negar nossas próprias emoções e necessidades psíquicas, o que acarreta hoje na “desqualificação pessoal”, provocando crenças de que não somos capazes, não vamos dar conta, ou como estamos fazendo está longe de ser o melhor e o adequado.

Para enfrentarmos essa sensação de exaustão emocional, é necessário tirar um tempo para a reflexão e se desprender do ideal imaginário de que temos de ser perfeitos. Busque refletir se foi levado a acreditar desde muito pequeno que suas necessidades não são importantes, se suas emoções e sentimentos foram reprimidos ou desvalorizados por quem esperava que o apoiasse ou trouxesse resposta àquela sensação ainda desconhecida por você. É de suma importância reconhecer isso, dar oportunidade de acolher sua criança interior, que teve emoções reprimidas, invalidadas, para então buscar adquirir recursos para começar a validar os seus sentimentos, tornando assim possível acolher e validar os sentimentos das pessoas que estão convivendo com você neste período pandêmico. Entenda que todas as emoções são válidas e importantes, por isso devem ser acolhidas. A busca pelo autoconhecimento pode ser a porta de entrada para uma melhor qualidade de vida neste período.

Comece a reconhecer e dar nome aos seus sentimentos, para que possa ouvir com atenção os de seus filhos, esposo (a), pais, e permitir assim que expressem os deles. Com seus filhos, compartilhe suas experiências de infância, utilize destes momentos para se conectarem e descobrirem juntos maneiras de lidar com as emoções desagradáveis. Com seu companheiro (a) compartilhe suas dificuldades, tentem deixar as atividades do cotidiano divididas igualmente, use a criatividade e separe um momento do dia ou da semana para realizarem um hobby ou aprenderem algo novo juntos. Dominar teorias complexas não irá proporcionar uma qualidade de vida e relações fortalecidas, mas a sua autopercepção, sua autoestima, sentimentos de amor, afeição e empatia poderão impactar na sua qualidade de vida.

“Não é o momento de abraçar, mas nunca foi tão necessário acolher”
autor desconhecido

Referências

CARNEIRO, Terezinha Féres-. Casamento contemporâneo: o difícil convívio da individualidade com a conjugalidade.Psicologia: Reflexão e Crítica, vol. 11, núm. 2, 1998.Universidade Federal do Rio Grande do Sul Brasil. Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79721998000200014&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acessado em Fevereiro de 2021.

GOTTMAN, John, Ph.D.; DeCLAIRE, Joan. Inteligência emocional e a arte de educar os filhos: como aplicar os conceitos revolucionários da inteligência emocional para uma compreensão da relação entre pais e filhos.Rio de Janeiro:Objetiva, 2001.

ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

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A cinco passos de você sob a perspectiva da Psicologia Hospitalar

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Outra temática abordada pelo filme é a relação de cuidado e afeto que se estabelece entre os profissionais (médico e enfermeiro) e os pacientes

A cinco passos de você (em inglês “Five feet apart”) é um filme dirigido por Justin Baldoni, que foi lançado em 2019. O longa conta com a atuação de Haley Lu Richardson, Cole Sprouse e Moises Arias, compondo o trio de atores que parecem ter nascido para interpretarem os papéis da trama.

A trama do filme se passa num hospital, especificamente na ala que cuida de pacientes com doenças crônicas. Dentre esses pacientes, tem-se Stella, Will e Poe, todos possuindo uma doença chamada fibrose cística. Tal condição médica faz com que eles passem a maior parte do tempo em tratamentos medicamentosos e sejam proibidos de tocarem ou se aproximarem uns dos outros.

Apesar do filme ser do gênero romance, a trama que gira em torno da paixão de Will e Stella, não deixa de abordar outras temáticas, dentre elas a reflexão sobre o quanto a impossibilidade do toque faz sofrer aqueles que se amam e desejam demonstrar afeto.

Fonte: encurtador.com.br/ayB25

Diante disso, o telespectador é confrontado e perguntado sobre como tem lidado com a sua possibilidade de tocar as pessoas, o que faz com que o indivíduo diante da tela passe a pensar sobre esse tipo de conexão humana, que as vezes passa despercebida pelo fato de ter se tornado corriqueira e desvalorizada.

Montagu apud Ferreira e Callado (2013, p. 113) diz que

O tato é um dos sentidos mais importantes, pois a comunicação pelo toque é simples e direta. Ela confirma a realidade percebida através de outros sentidos, sendo parte fundamental dos processos de comunicação humana. Possui um efeito direto sobre as capacidades de percepção e cognição e pode influenciar parâmetros fisiológicos como a respiração e o fluxo sanguíneo.

Will e Stella encontram-se perdidamente apaixonados um pelo o outro, mas devido a sua doença eles são privados de se tocarem, mantendo sempre uma distância de cinco passos entre si. Esse fato é explorado pelo filme de maneira muito sensível e intensa, já que em vários momentos em que eles desejam se tocar para expressar seus sentimentos em relação ao outro é nítido o quanto apenas as palavras não são suficientes para demonstrar o afeto presente.

Fonte: encurtador.com.br/bfjX0

O toque não é somente uma ação física, mas também representa um tipo de comunicação entre os seres humanos. Quando tocamos ou somos tocados, sentimentos são passados através desse comportamento e, muitas vezes, o que é transmitido por meio do toque, se apresenta muito mais intenso do que é transmitido pelas palavras (FERREIRA e CALLADO, 2013).

Outra temática abordada pelo filme é a relação de cuidado e afeto que se estabelece entre os profissionais (médico e enfermeiro) e os pacientes. No longa, as enfermeiras Barb e Julie, e a médica Noor Hamid são encarregadas dos cuidados de Stella, Will e Poe. No entanto, esses cuidados não se limitam apenas aos procedimentos médicos necessários, uma vez que existe uma relação de vínculo muito especial entre ambos.

Marques et al (2013, p. 824) salienta que para os profissionais que atuam em contextos permeados por doenças graves, onde a morte está sempre à espreita, saber “lidar com questões como a morte e a perda e com os temores e inseguranças que permeiam sua atuação frente à finitude humana se faz presente e tão essencial quanto o conhecimento técnico e científico para o exercício profissional.”

Fonte: Arquivo Pessoal

Barb se coloca totalmente contra a relação de Will e Stella por temer que ambos morram, assim como aconteceu com outros dois pacientes que também estavam sobre seus cuidados. Rockembach, Casarin, Siqueira (2010, p. 824) trazem que o reconhecimento da perda e da possibilidade de morte provoca nesses profissionais “sentimento de tristeza, frustração e estresse.”

Em suma, “A cinco passos de você” é um filme que trata sobre a importância que o afeto tem nas relações humanas, dando ênfase principalmente aos momentos em que os indivíduos se encontram em situação de extremo sofrimento. Tal situação é o contexto que mais possibilita a expressão dos sentimentos e emoções extremamente verdadeiros, onde a dor impossibilita o uso de qualquer tipo de máscara, e o sujeito é quem ele é. Dessa forma eu te pergunto: ‘Há quantos passos você está de quem você ama?’

 REFERÊNCIAS:

FERREIRA, Francisco Romão; CALLADO, Lucia Martins. O afeto do toque: os benefícios fisiológicos desencadeados nos recém-nascidos. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, Brasília, v. 2, n. 2, p.112-119, ago. 2013. Disponível em: <https://portalrevistas.ucb.br/index.php/rmsbr/article/view/4015/2677>. Acesso em: 12 ago. 2019.

MARQUES, Camilla Delavalentina Cavalini et al. Meanings assigned by a pediatric intensive care unit nursing team on the processes of death and dying. Reme: Revista Mineira de Enfermagem, [s.l.], v. 17, n. 4, p.823-830, 2013. GN1 Genesis Network. http://dx.doi.org/10.5935/1415-2762.20130060. Disponível em: <http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/889>. Acesso em: 12 ago. 2019.

FICHA TÉCNICA DO FILME

Fonte: encurtador.com.br/ijn45

A CINCO PASSOS DE VOCÊ
Diretor: 
Justin Baldoni
Elenco: 
Haley Lu Richardson,Cole Sprouse,Moises Arias
Gênero: 
Romance,Drama
Ano:
2019

 

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