Transtorno do Espectro Autista: abordagem histórica e social
1 de setembro de 2022 Glaub Silva dos Santos
Insight
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A neurodiversidade que hoje compreendemos de forma mais ampla, ainda que não tão conhecida pela sociedade por completo, por tempos fora taxada como doença mental, homens, mulheres e crianças que não se encaixavam nos padrões de comportamento da sociedade eram enviados a manicômios para viver alheios à sociedade, perdendo seus direitos, cerceando sua liberdade e as forçando a viver sem o mínimo de dignidade, tudo isso alicerçado no discurso médico da época que “subtrai a totalidade subjetiva e histórico-social a uma leitura classificatória do limite dado pelo saber médico […] uma leitura produtora da redução, exclusão e morte social” (CARVALHO, 1995).
Após a luta do movimento antimanicomial, esses homens e mulheres que eram encarcerados com o rótulo de doentes mentais começaram a ter sua dignidade restituída, e passou-se a encontrar novas formas de tratamentos e diagnóstico de transtornos mentais de forma correta, para o melhor tratamento destes indivíduos. Dentre estes encontramos o transtorno do espectro autista que apresenta os seus sintomas já na primeira infância, sendo caracterizado como uma neurodiversidade que pode apresentar diferentes formas de manifestação de sintomas.
Em 1943 foi diagnosticado pela primeira vez em 11 crianças o transtorno do espectro autista, que na época fora denominado pelo Dr. Leo Kanner como um “distúrbio inato do contato afetivo”, ainda que condições idênticas tais como a destes casos.
Para Kanner essas crianças nasciam com um desinteresse pelo contato social, apresentando também resistência a mudança, caracterizou as como portadoras de uma “insistência nas mesmas coisas” pois apresentavam comportamentos de pânico e séria perturbação gerada pela desordem ou mudança de rotina, podendo também apresentar rigidez quanto ao tipo de roupa e comida, comportamentos motores aparentemente sem função específica, conhecido como estereotipias, bem como comportamentos de repetição de fala tardia ou imediata, ou até mesmo a emissão de apenas uma parte da ecolalia com a alteração no restante do conteúdo da fala, a ecolalia mitigada.
Fonte: Autoria de José Nicolas, Crianças em hospital psiquiátrico no Líbano em 1982
Para Kanner, o diagnóstico de autismo se dava por meio de duas grandes características, sendo eles em primeiro lugar o isolamento social, e em segundo os “comportamentos anormais” e a insistência nas mesmas coisas (DO AUTISMO, Federação Portuguesa. Autismo. 2017.).
A medida que os anos foram passando, o nosso conhecimento enquanto sociedade foi se aprofundado acerca dos mais diversos temas, entre eles o conhecimento sobre o TEA, já em 1970 chegou-se ao consenso de que o autismo era caracterizado por déficit no desenvolvimento social de um tipo muito diferente em comparação ao das crianças típicas; déficit na linguagem e em habilidades de comunicação; resistência à mudança, rigidez comportamental atrelada a rotinas, estereotipias; início nos primeiros anos de vida. (DO AUTISMO, Federação Portuguesa. Autismo. 2017)
Durante muito tempo foi acreditou que todos os autistas apresentavam também deficiência intelectual o que na realidade mostrou-se falso, e que o que realmente se apresentava como fator determinante para o desenvolvimento cognitivo desses indivíduos é a adesão precoce a intervenções que estimulem as áreas que apresentem atraso, proporcionando o desenvolvimento esperado para cada marco do desenvolvimento.Por outro lado, a mídia por vezes buscou fortalecer a mentalidade de que todos os indivíduos autistas têm capacidades cognitivas acima do esperado para atividades específicas, como música, desenho, memória, ou até mesmo calcular calendário para eventos do passado ou futuro, como podemos perceber no filme Rain Man. No entanto, este tipo de habilidade é rara entre os indivíduos com TEA.
Atualmente com a evolução das nossas descobertas científicas, e estudos mais aprofundados e conscientização social, é possível perceber que os indivíduos com autismo passam a ter lugar de fala na sociedade, já não há mais a sensação de que é algum tipo de fenômeno que acontece longe de nós, e que estas crianças, homens e mulheres, apenas apresentam uma forma diferente da nosso de estar no mundo, o sentem e respondem a ele de uma forma diferente, a sua neurodiversidade por vezes os fará capaz de ter compreensões mais profundas sobre algumas realidades que mundo enfrenta, como a crise ecológica que vivemos e tão bem interpretada por Greta Thunberg e passa a lutar pelo nosso meio ambiente, buscando a preservação da vida no nosso planeta.
Faz-se necessário compreender mais e acolher estes indivíduos neurodiversos, promover políticas públicas que auxiliem as famílias que não conseguem arcar com o tratamento para gerar dignidade para estes indivíduos, fortalecendo as redes de apoio, preparando as escolas para que possam ter oportunidades como os indivíduos considerados como típicos.
Referências
CARVALHO, Andréa da Luz; AMARANTE, Paulo. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. In: Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 1995. p. 143-143.
DO AUTISMO, Federação Portuguesa. Autismo. 2017.
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Apraxia da fala na infância e TEA: (En)Cena entrevista a Fonoaudióloga Maria Glória
“A intervenção fonoaudiológica ocorre nos distúrbios de comunicação e linguagem, que são os elementos centrais nos Transtornos do Espetro do Autismo (TEA) e fazem parte dos critérios para o diagnóstico” Maria Glória, Fonoaudióloga
A Fonoaudióloga Maria Glória em seu ambiente de trabalho. Fonte: Arquivo Pessoal
Maria Glória é fonoaudióloga há 16 anos e desenvolve um trabalho voltado para o público infantil que apresenta dificuldades na linguagem e comunicação. Ao longo da sua carreira tem se dedicado a construção de uma clínica inclusiva, trabalhando com diversos recursos para o acesso e intervenções das demandas que frequentemente chegam no seu consultório.
Nessa entrevista Maria Glória nos oferece informações importantes e nos alerta para sinais relevantes no cuidado desde os primeiros anos de vida, voltados para interação e comunicação, com foco nos transtornos do neurodesenvolvimento.
(En)Cena – Fale sobre sua formação e como é o seu cotidiano de trabalho?
Maria Glória – Eu sou fonoaudióloga há 16 anos pela PUC-Goiás e trabalho na clínica de Linguagem Infantil, especificamente com dificuldades de comunicação na primeira infância. Recebo muitas famílias de crianças que falam pouco e que não falam.
(En)Cena – Qual a importância do atendimento fonoaudiológico para as pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)?
Maria Glória – O diagnóstico do Transtorno do Espectro do Autismo é essencialmente clínico, realizado por um médico Psiquiatra da Infância e Adolescência ou um médico Neuropediatra, onde a partir de uma atenção especial à criança são observados indicadores comportamentais com prejuízos na comunicação e interação social, e padrões restritos e estereotipados de interesses; estando esses sintomas presentes na primeira infância e limitantes, prejudicando o cotidiano, conforme os critérios diagnósticos do DSM-V.
A intervenção fonoaudiológica ocorre nos distúrbios de comunicação e linguagem, que são os elementos centrais nos Transtornos do Espetro do Autismo e fazem parte dos critérios para o diagnóstico. Tendo como objetivo o uso funcional de algum sistema de comunicação.
(En)Cena – O que é apraxia da fala? Por que algumas crianças com TEA apresentam essa dificuldade?
Maria Glória – Apraxia de Fala na Infância (AFI) é um importante distúrbio motor na fala (neurológico) caracterizado pela dificuldade no planejamento e programação motora para a fala. Onde existe uma falha no envio das informações do cérebro sobre como e quando os músculos devem movimentar os articuladores (lábios, língua, dentre outras estruturas usadas na fala) para produzir sons, palavras e frases. A AFI pode ocorrer de forma isolada, ou associada a síndrome ou aos transtornos do neurodesenvolvimento, como é o caso do Transtorno do Espectro do Autismo, por exemplo.
(En)Cena – Quais são os níveis de apraxia da fala e quais as características que os diferenciam?
Maria Glória – Sim, a AFI pode ter níveis diferentes de classificação, como leve, moderada e severa. De acordo com a ASHA (que seria a Associação Norte-americana de fala e Linguagem), esta classificação está relacionada ao grau de dificuldade apresentado nas três características mais consistentes nos quadros de AFI: erros inconsistentes em consoantes e vogais em produções repetidas de sílabas e palavras; transições coarticulatórias entre sons e sílabas mais longas e interrompidas; e prosódia inadequada (por exemplo: ressonância e entonação). E além dessas características existem outras relacionadas às habilidades motoras não verbais, habilidades linguísticas e desempenho educacional.
(En)Cena – Quais seriam os principais procedimentos adotados na clínica para o benefício da fala?
Maria Glória – Os procedimentos de qualquer acompanhamento terapêutico infantil, como o acolhimento da família junto à anamnese e avaliação detalhada, observações nos momentos de interações entre a criança, a família e o profissional, discussão inicial com a família sobre os achados e observações do período de avaliação para definir os objetivos e o constante contato entre a família e profissional.
(En)Cena – Quais os sinais de alerta para uma criança com TEA precisar fazer o tratamento fonoaudiológico?
Maria Glória – Na verdade, precisamos estar atentos ao comportamento das crianças, eu me refiro principalmente aos bebês durante o primeiro ano de vida. É necessário observar a forma como os bebês interagem com o mundo. Um ponto muito importante a ser observado são as interações sócio-comunicativas (troca comunicativa intencional) entre o bebê e seu cuidador, presentes antes da palavra dita, por volta dos seis meses de vida. Tenho como exemplo: as trocas de olhares entre os cuidadores e o bebê, o direcionamento da atenção para pessoas e com menos intensidade para objetos, a troca de sorrisos e sons, os comportamentos de imitação, o uso de gestos comunicativos, a diferenciação do balbucio, a atenção às convocações de fala (como se estivesse “conversando”) e as trocas que ocorrem durante as brincadeiras sociais.
(En)Cena – Quais seriam as principais recomendações realizadas à família diante da condição de apraxia da fala de um criança com TEA?
Maria Glória – Que este diagnóstico de Apraxia de Fala na Infância seja realizado por um profissional Fonoaudiólogo capacitado e com experiência em transtornos motores de fala e de linguagem.
As doenças neurológicas atingem, além do cérebro, a medula espinhal e o sistema nervoso. A identificação pode ser mais complicada, pois elas geralmente apresentam variações. Por isso, é difícil identificar sinais precisos. Mas, as crianças que possuem alguma dessas doenças, provavelmente já nasceram com ela, pois os motivos para o desenvolvimento têm a ver com origem genética ou problemas na gestação, como o parto prematuro, por exemplo.
Apesar disso, há sinais que, muitas vezes, são deixados de lado por uma minimização da dor e que merecem ter uma atenção maior. É o caso da dor de cabeça ou nas costas, que pode ser sintoma de uma doença neurológica. Além disso, é importante estar atento ao desenvolvimento da criança e às dificuldades para a realização de algumas tarefas como ler e escrever, pois podem ser sinais.
Uma das doenças que é bem mais comum em adultos, mas não exclui a possibilidade de atingir as crianças, é a esclerose múltipla. O diagnóstico é mais complicado, pois os sintomas nos pequenos têm características parecidas com outras doenças, sendo necessário exames para excluir outras primeiras possibilidades. Além disso, o curso da doença varia de pessoa para pessoa.
Já o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido como autismo, é uma das doenças neurológicas que mais atingem as crianças. O TEA compromete habilidades como a linguagem, por exemplo, dificultando a interação social e o desenvolvimento cognitivo da criança.
É preciso estar atento também a alguns sintomas que geralmente são confundidos com desobediência, falta de educação e preguiça. Porém, podem ser sinais do surgimento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este pode trazer, principalmente, dificuldades no desempenho escolar, gerando falta de atenção e agitação. No entanto, algumas escolas estão preparadas para lidar com as crianças que possuem o transtorno e sabem tornar o aprendizado mais didático e direcionado, de modo que não prejudique ninguém.
E a doença que definitivamente merece uma atenção maior é a inflamação das meninges, a famosa meningite. O tratamento precisa ser iniciado assim que o diagnóstico é feito. Dependendo da causa, a doença pode ser fatal ou pode melhorar com o tratamento, mas é de suma importância que haja acompanhamento.
As doenças neurológicas atingem, além do cérebro, a medula espinhal e o sistema nervoso. A identificação pode ser mais complicada, pois elas geralmente apresentam variações. Por isso, é difícil identificar sinais precisos. Mas, as crianças que possuem alguma dessas doenças, provavelmente já nasceram com ela, pois os motivos para o desenvolvimento têm a ver com origem genética ou problemas na gestação, como o parto prematuro, por exemplo.
Apesar disso, há sinais que, muitas vezes, são deixados de lado por uma minimização da dor e que merecem ter uma atenção maior. É o caso da dor de cabeça ou nas costas, que pode ser sintoma de uma doença neurológica. Além disso, é importante estar atento ao desenvolvimento da criança e às dificuldades para a realização de algumas tarefas como ler e escrever, pois podem ser sinais.
Uma das doenças que é bem mais comum em adultos, mas não exclui a possibilidade de atingir as crianças, é a esclerose múltipla. O diagnóstico é mais complicado, pois os sintomas nos pequenos têm características parecidas com outras doenças, sendo necessário exames para excluir outras primeiras possibilidades. Além disso, o curso da doença varia de pessoa para pessoa.
Já o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido como autismo, é uma das doenças neurológicas que mais atingem as crianças. O TEA compromete habilidades como a linguagem, por exemplo, dificultando a interação social e o desenvolvimento cognitivo da criança.
É preciso estar atento também a alguns sintomas que geralmente são confundidos com desobediência, falta de educação e preguiça. Porém, podem ser sinais do surgimento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Este pode trazer, principalmente, dificuldades no desempenho escolar, gerando falta de atenção e agitação. No entanto, algumas escolas estão preparadas para lidar com as crianças que possuem o transtorno e sabem tornar o aprendizado mais didático e direcionado, de modo que não prejudique ninguém.
E a doença que definitivamente merece uma atenção maior é a inflamação das meninges, a famosa meningite. O tratamento precisa ser iniciado assim que o diagnóstico é feito. Dependendo da causa, a doença pode ser fatal ou pode melhorar com o tratamento, mas é de suma importância que haja acompanhamento.
“os diferentes não são um mundo à parte, sim parte do mundo” ( ).
O contexto atual da sociedade reflete suas diferenças e ao mesmo tempo seus padrões como linhas de corte entre saúde e doença, iguais e diferentes dialogam com muita dificuldade, assim trago uma discussão do pensamento sobre neurodiversidade e como os neurodiversos expressam sua participação no mundo.
Judy Singer, em 1999 cunhou este termo, para trazer em questão suas percepções e estudos a acerca do tema, que a incomodava, visto que era portadora da síndrome de Asperger (autismo leve), nome já não utilizado contemporaneamente, por ser incluída como parte do espectro autista. Por que não se pode ser normal uma vez na vida, por ser diferente (SINGER, 1999). Para Singer não se trata de uma doença, sim de uma diferença de conexão neurológica (neurological wiring) atípica ou neurodivergente. Não há o que curar, há um jeito de ser, que trás resultados e uma forma diferente de se relacionar e produzir.
Pessoas com tais diferenças foram autodenominadas por Singer de neurodiversos, considerando-se neurologicamente diferentes, ou neuroatípicos, tratando-se de uma diferença que merece respeito como outras diferenças, a exemplo raças, sexo. Muitos denominados com autismo, principalmente autismo leve defendem que se a neuroatipicidade é uma doença então a neuroticidade também é, a crítica parte do pressuposto da inclusão, da igualdade de direitos entre os diferentes. Existe uma problematização que polariza a respeito do que é aceito e do que é produzido pelos especialistas, o questionamento de como os neurotípicos se comportam não conseguindo ficar sozinho, e os neuroatípicos não gostando de se relacionarem, trazendo a crítica de que nenhum estaria errado, que seriam apenas jeitos diferentes de se organizarem, produzirem e se sentirem bem (ORTEGA, 2008).
Essa problemática questiona algumas premissas e traz à tona questões paradigmáticas, referentes a curar o autismo compara-se a tentativa de curar o negro, o homossexual, canhoto ou autista, o que seria apenas parte da identidade do sujeito e não doença. Ortega (2008) sugere conceitos sobre o indivíduo, pessoa e sujeito, com o olhar de vários pensadores, sobre não ser uma categoria universal mesmo trazendo diferentes processos de individuação e de produção do indivíduo contemporâneo, assim agrega Louis Dumont (1992), Foucault (1976, 1984ª, 1984b), Charles Taylor (1989) Norbert Elias (1995), Alan MaFarlane (1992). Assim seriam muitas as formas de ser sujeito cerebral, em sua subjetividade construída histórica e socialmente.
Desafio trazido pelo movimento da neurodiversidade, registra a fala de autistas de alto funcionamento, com leves dificuldades, a complicação surge quando se fala de indivíduos autistas com baixo funcionamento, pois estes passam por muitas dificuldades, seus familiares também, como olhar com inclusão as diferenças de cada um. Se o autismo é um espectro não deve ser olhado como uma unidade fechada (ORTEGA, 2008).
Pontos a serem discutidos são os efeitos ao desenvolvimento e as formas com que cada um lida, pois se a relação e o vínculo são vistos como fator de saúde como fica de lado este fator como sendo necessário a todos e demais pesquisas que indicam que pessoas vivem mais quando se relacionam bem e morrem mais quando se sentem sozinhas e ou isoladas, independente da motivação, isolamento não é visto como saúde (ORTEGA, 2008).
Faria e Souza (2011, p. 37) indicam que “A essência da identidade constrói-se em referência aos vínculos que conectam as pessoas umas às outras e considerando-se esses vínculos estáveis”. Na sociedade atual, em virtude dos inúmeros modelos identitários disponibilizados (ou impostos) – bem como pela sua volubilidade – e preponderância de vínculos impessoais, questiona-se: como pode-se construir uma identidade sólida? E quais as consequências ao sujeito mediante tais instabilidades e a neurodiversidade?
Os avanços tecnológicos têm possibilitado a comunicação instantânea entre partes distintas do globo, melhorando a inclusão dos mais tímidos, o que favorece os neurodiversos, pelas suas características. No entanto, a despeito da velocidade e quantidade de comunicação à distância, questiona-se o caráter das relações que se constituem nesse contexto. Escritores como Zygmunt Bauman (1998 apud SMEHA; OLIVEIRA, 2013) pontuam a ausência de relacionamentos verdadeiros enquanto resultado do medo de lidar com aspectos difíceis que os tais podem oferecer, bem como na forma de se desenvolver de cada um, visto que as relações genuínas são fontes de energia para o desenvolvimento genuíno da identidade desse sujeito.
O impasse dessas novas configurações reside no impacto das tais sobre a identidade. Se a pós-modernidade favoreceu o distanciamento das relações, somado ao que se oferece no mundo virtual, não há bases para a constituição de uma identidade, diga-se “segura”, no que tange a um suporte para melhor enfrentamento de crises. Primeiro, pela ausência de vínculos pessoais reais; e, segundo, pela instabilidade dos modelos oferecidos pelas mídias. Na conceituação de Bauman (2004a apud LEITE, et. al., 2016, p. 6), trata-se de um contexto de liquidez, “[…] onde tudo é temporário, e […] como os líquidos, ela caracteriza-se pela incapacidade de manter a forma. […] Quadros de referência, estilos de vida […] e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes”. Fatores estes que sugerem um cuidado em incluir os neurodiversos, mas não deixar de entender que necessitam de amparo e apoio para que não se isolem mais que o necessário e deixem seu desenvolvimento saudável comprometido.
O isolamento e a busca de conforto nas redes sociais, através das máquinas são temas de pesquisas que comprovam que o gasto excessivo de tempo nas redes sociais favorece o sentimento de solidão e baixa autoestima (PAMOUKAGHLIAN, 2011 apud PIROCCA, 2012). A insatisfação a priori em áreas da vida também pode intensificar o uso das mídias, por implicar na ausência de habilidades para enfrentar contrariedades (BREZING, et. al., 2010; YOUNG, et. al., 2010 apud PIROCCA, 2012). Percebe-se, então, uma influência mútua entre ausência de suporte social e utilização exacerbada de redes sociais. Sem relacionamentos pessoais sólidos, aliado à fluidez dos modelos com os quais se mantém maior contato – através das mídias sociais –, tem-se um ambiente propício ao surgimento de distúrbios no funcionamento social e psíquico.
Fatos extremos que podem ser desencadeados a partir do isolamento social e sentimento de inferioridade e comparação é o problema de relacionamento, mais dificuldade de inclusão e até o suicídio. No entanto, ressalta-se que tal ato não pode ser reduzido apenas aos aspectos supracitados – visto que é um fenômeno complexo –, tampouco ser entendido como consequência inevitável do isolamento e uso excessivo das redes sociais.
Ao contrário do que acontece nas redes sociais virtuais, as relações sociais presenciais inevitavelmente requerem um sólido compromisso entre as pessoas envolvidas. Sendo assim mesmo que os comportamentos neurodiversos sejam acolhidos como tipológicos pelos que lutam pela neurodiversidade, deve-se respeitar os dados de pesquisas que enfatizam a necessidade das relações para o desenvolvimento saudável. Ornish (1998) afirma a relevância dos vínculos sociais, considerando que influenciam sobremodo a saúde física e psicológica do sujeito.
Leandro Karnal expressa em vídeo (PROVOCAÇÕES FILOSÓFICAS, 2016) o caráter desatento das relações, onde “ninguém ouve ninguém”. Em meio à “correnteza” da sociedade líquida, as relações, quando aparentemente “próximas”, são apenas episódicas e superficiais, não deixando, portanto, nenhuma consequência no que tange à reciprocidade (BAUMAN, 2007). Essa fragilidade dos vínculos e até a sua ausência tem sido associada a inúmeras patologias orgânicas e, como já mencionado anteriormente, pode predispor condições que levem ao ato extremo de autoextermínio, esta reflexão traz a dificuldade que muitas famílias com tais diferenças ou deficiências a lidar com a realidade. Como olhar apenas para um grupo que não sente o alto impacto do transtorno, assim o grupo de neurodiversidade segue sem o respaldo daqueles que necessitam de atenção para reabilitação e cuidados psicossociais.
É evidente o papel protetor e acolhedor de relações interpessoais para lidar com os mais diversos problemas. Diversos estudos evidenciam que pessoas cujos relacionamentos são fortes e diversos podem lidar melhor com várias tensões como luto, estupro e doenças físicas, além de desfrutarem de saúde psicológica melhor. Assim sendo, o apoio social amortece potencialmente os efeitos de eventos negativos que poderiam resultar em suicídio, abandono ou perdas de desenvolvimento (REDUCING SUICED, 2002).
Considerando que o conceito de neurodiversidade apresentado é importante discussão para os dias atuais, vejo que incluir é primordial e cuidar para não se perder as bases comprovadas de desenvolvimento saudável da identidade do sujeito pelas relações, naturalizando as diferenças de forma a acomodar as angustias de um grupo e enfraquecer o desenvolvimento dos menos favorecidos mais agravados em suas dificuldades de comunicação, visto que os próprios familiares e pessoas portadoras das diferenças não concordam com tais ideias, pois percebem que viveriam a margem, por suas necessidades não atendidas. Muitos são os sofrimentos dos que tem diferenças cognitivas graves e a inclusão se torna desafiadora.
Considera-se que o isolamento não é tido como fator positivo para nenhum indivíduo, em nenhum momento da sua vida, a falta de diálogo e inclusão, o excesso em meios virtuais e o pensamento fragmentado do grupo de pessoas com o Transtorno do espectro autista contribui ao enfraquecimento de políticas que possam auxiliar nas necessidades distintas de cada um, sendo que as necessidades do grupo com alto funcionamento sofrem aspectos voltados para aceitação social e neurodiversidade, enquanto outros necessitam de grande auxílio para seus cuidados e desenvolvimento acerca de vencer cada dia o transtorno.
Conclui-se que diferenças sempre chamam atenção, são em muitos momentos mau interpretadas e precisam ter seu lugar, é preciso conversar mais sobre cada necessidade, de cada grupo, falar sobre o tema para diminuir os pré-conceito e o julgamento entre os próprios diferentes, trazer mais desenvolvimento as demandas do indivíduo acerca de sua identidade, mais que isso aumentar inclusive a grau de aceitação dos próprios portadores destas diferenças, para que se importem menos com os nomes e mais com seus resultados.
BAUMAN, Z. A vida fragmentada: ensaios sobre a moral pós-moderna. Lisboa: Relógio d’Água, 2007.
FARIA, E. de; SOUZA, V. L. T. de. Sobre o conceito de identidade: apropriações em estudos sobre formação de professores. Psicologia Escolar e Educacional. (Impr.), Maringá, v. 15, n. 1, p. 35-42, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572011000100004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 mai. 2017.
ORTEGA, Francisco. O Sujeito cerebral e o movimento da neurodiversidade. Rio de Janeiro, 2008.
ORTEGA, Francisco. Deficiênca, autismo e neurodiversidade. Rio de Janeiro, 2008.
OLIVEIRA, Bruno D.C., FELDMAN Clara, COUTO, Maria C.V., LIMA Rossan C. – REVISTA DE SAÚDE COLETIVA, Políticas para autismo no Brasil, entre a atenção psicossocial e a reabilitação, 2017.
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Amor no espectro: reality da Netflix aborda autistas em busca do amor
A Netflix incluiu no seu catálogo o reality show, que aborda pessoas em busca de um amor. Entretanto, Amor no espectro é um reality que aborda essa temática pelo prisma do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Os participantes do programa são autistas adultos, que decidiram sair em busca de um par romântico.
O reality é composto por 5 episódios de 40min em média, que conta com depoimentos e preparações para o primeiro encontro de autistas. O programa promove os encontros entre pessoas que fazem parte do espectro. Para quem ainda não possui familiaridade com o Transtorno do Espectro Autista irei explanar algumas informações a seguir sobre o transtorno para que facilite a compreensão do que se trata o reality australiano.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais- DSM-5 (2014) como um distúrbio do neurodesenvolvimento, que gera prejuízos na interação social, na comunicação e apresenta padrões repetitivos de comportamentos. Além disso, sabe-se que os sintomas podem surgir aos 3 anos de idade, o que possibilita que o diagnóstico seja realizado ainda na infância (APA, 2013).
Vale ressaltar que alguns estudos empíricos apontam que a grande parte das crianças com autismo apresentam problemas no desenvolvimento entre 12 e 24 meses (CHAKRABARTI, 2009), e que alguns desvios de ordem qualitativa no desenvolvimento podem aparecer antes do primeiro ano de vida (MAESTRO et al, 2002).
Fonte: Netflix
Também, acredita-se que o TEA atinge mais indivíduos do sexo masculino, tendo como prevalência por volta de 1% da população, consistindo numa vasta diversidade de sintomas no âmbito cognitivo-comportamental e sem preferência relacionadas a antecedentes étnicos (CID 10, 2000).
O número crescente de indivíduos diagnosticados mundialmente com TEA não aponta necessariamente para o aumento na sua prevalência, pois esse fato pode ser explicado pela sua expansão nos critérios diagnósticos, pela ampliação dos serviços de saúde relacionados ao transtorno, pela alteração na idade do diagnóstico e outros motivos (FAMBONNE, 2009).
Assim, dentro do TEA existem variações em casos entre leve e severo, que variam com sintomas mais intensos que comprometem e acomete em deficiência intelectual, e casos clínicos que apresentam níveis de inteligência normais e capacidade de adaptação, que torna os sintomas de interação social mais leves (CID 10, 2000; APA, 2013). É possível verificar que existem várias comorbidades no TEA, tais como o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividades (TDAH), epilepsia, e variadas síndromes de ordem genética e ambiental (APA, 2013).
Dessa forma, de acordo com Rutter (2011), a aparição dos sintomas do TEA são precoces e apresentam comprometimento no desenvolvimento do indivíduo ao decorrer da sua vida, apresentando uma vasta variação na intensidade e na forma como os sintomas se manifestam nas áreas que definem o seu diagnóstico.
Fonte: Netflix
Entende-se que devido a ordem dimensional do conjunto de condições que compõem o TEA, existem controvérsias sobre o diagnóstico diferencial entre elas. Diante disso, o DSM-5 define a classificação do TEA em substituição a Transtornos Globais do Desenvolvimento, pois a última versão do manual aponta a inclusão de comprometimentos qualitativos no desenvolvimento sociocomunicativo. Além disso, tem a apresentação de estereotipias ou comportamentos estereotipados e repertório baixo e restritivo de interesses e atividades, onde os sintomas desse âmbito unidos podem limitar ou dificultar o funcionamento rotineiro e diário do indivíduo (APA, 2013).
Também, em concordância com Bárbaro (2009), ressalta-se que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) inclui o transtorno autístico, o transtorno ou síndrome de Asperger, o transtorno desintegrativo da infância e o transtorno global do desenvolvimento não especificado, que é conhecido como autismo atípico.
Outro aspecto interessante é que o TEA não possui etiologia ainda completamente estudada e conhecida, porém já se sabe que existem anormalidades cromossômicas (2%), ambientais (3%), síndromes monogênicas (5%), microduplicações e microdeleções (10%), e questões multifatoriais e epigenéticas representam cerca de 80% (ZANOLLA et al, 2015).
Para Reichow (2011), a intervenção precoce pode provocar melhoras no quadro clínico do autismo, apresentando ganhos significativos e com grande durabilidade no desenvolvimento infantil, haja vista que as intervenções, quando realizadas precocemente, podem potencializar benefícios e efeitos positivos. Além disso, é apontado também que quando as intervenções são realizadas mais cedo, é possível que os gastos sejam reduzidos de forma considerável no tratamento das crianças com TEA, o que pode gerar economia para a família e dentro do sistema de saúde pública a longo prazo (NOVAK; ZUBRISTKSY, 2005).
Assim, Leo Kanner, autor da obra “Autistic disturbances of affectiv contact”, de 1942, no intento de descrever casos de crianças com curiosas características em comum, marcadas por um comportamento de auto-estimulação, tendência a um isolamento extremo, repetição mecânica de frases ouvidas anteriormente e obsessividade. Assim, seguiram-se alguns anos na busca de estudar a etiologia daquilo que ele apresentou como uma “psicose” que, por fim, não foi esclarecida através dos exames feitos com os pacientes em clínica e laboratorialmente.
Fonte: Netflix
Diante do exposto, percebe-se que o Autismo é um transtorno que interfere na comunicação e interação social. Logo, presume-se que ele pode influenciar na forma como o indivíduo expressa suas emoções e sentimentos, de modo que se torna importante compreender como são experienciadas as emoções e qual o significado delas para as pessoas com TEA e especialmente no que se refere às crianças, haja vista que é uma fase onde há curiosidade e necessidade de aprender sobre essas questões.
O reality traz uma discussão potente sobre o atraso no diagnóstico de mulheres, pois enquanto os meninos são diagnosticados ainda na infância, as meninas só recebem diagnóstico na adolescência ou na vida adulta. Isso acontece porque os critérios diagnósticos abarcam com maior profundidade os comportamentos dos homens, não possuindo um recorte de gênero eficaz que auxilie no diagnóstico precoce de meninas.
Enquanto um dado comportamento é tido como esperado ou adequado para as mulheres, ele é considerado como um sinal ou sintoma para homens. Então o reality enfatiza essa crítica a forma como o diagnóstico é tardio para as mulheres e como isso pode trazer prejuízos no tratamento.
O programa conta com o apoio de uma psicóloga especialista em encontros para autistas, ela auxilia aqueles que apresentam dificuldades de relacionamento ou falta de habilidades sociais. Esses participantes passam por treinos de habilidades sociais voltados para relacionamentos românticos.
O reality apresenta de forma real como são as dificuldades de relacionamento enfrentadas pelos autistas, exibindo preconceitos e estigmas que causam muito sofrimento. É uma ótima opção para quem quer aprender mais sobre o assunto e se divertir com tanta fofura.
Fonte: Netflix
REFERÊNCIAS
American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders(5a. ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing. 2013
MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS: DSM-5. [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento … et al.]– 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
PARKS, P. J. Self-injury Disorder. San Diego, California: Reference Point Press, 2011.
Mandell, D., Novak, M., & Zubritsky, C. (2005). Factors associated with age of diagnosis among children with autism spectrum disorders. Pediatrics, 116, 1480-1486.
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ANTUNES, R. Trabalho e precarização numa ordem neoliberal. In: GENTILI, P.; FRIGOTTO, G. (Org.). A Cidadania Negada: políticas de exclusão na educação e no trabalho. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001, p. 37-50
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Quando um bebê nasce é um momento de muita alegria para a família. Mas com o passar dos meses, os pais percebem que a criança não apresenta comportamentos que normalmente são esperados por essa fase da vida. Mesmo bem pequeno, é possível, por exemplo, notar alguns sintomas de que se trata do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O autismo pode ser detectado nos primeiros meses até os dois anos após o nascimento. Nesse período, consegue-se avaliar com segurança vários aspectos de sua percepção social. Por exemplo, um dos indícios do autismo em crianças são ausência ou pequeno contato visual e pouca resposta ao chamado do cuidador.
Além disso, nota-se a preferência da criança por querer permanecer no berço com pouco interesse social ou até mesmo nenhum, não balbucia até os seis meses de vida. Pode-se observar ainda a perda ou regressão da fala ou dos gestos sociais que fazia, atraso na aquisição da linguagem verbal e não verbal, movimentos repetitivos, hiperfoco nas mãos das pessoas, e não nos olhos, irritabilidade e choro frequente.
Fonte: encurtador.com.br/mAI46
Vale ressaltar ainda que o TEA acontece em diferentes graus, leve, moderado e severo. A intensidade é definida a partir do grau de autonomia, dos atrasos ou não de linguagem e da capacidade de se integrar e conduzir atividades sociais no dia-a-dia.
Mas será mesmo que é importante observar os sintomas para um diagnóstico precoce? A resposta é: sim. Descobrir o autismo cedo permite com que as ações de intervenção sejam mais eficazes. Isso acontece, porque o cérebro está mais permeável e aberto para ser modificado. Dessa forma, é possível reduzir os sintomas e o atraso de desenvolvimento gerados pelo transtorno.
As evidências científicas mostram que intervenções desenvolvimentais e comportamentais antes dos três anos modificam de forma mais intensa e definitiva sintomas disruptivos e atrasos de linguagem. Ainda ajuda a preservar o nível cognitivo e intelectual.
Com as intervenções sistematizadas e intensas logo nos primeiros meses ou anos de vida, pode-se reparar a redução dos atrasos e dos desvios de linguagem e comportamento com o passar do tempo. O propósito de todo esse trabalho é sempre amenizar atrasos na comunicação social, avançar na atenção social e diminuir comportamentos difíceis. Por esse motivo, é fundamental o diagnóstico correto o quanto antes.
Fonte: encurtador.com.br/gAU34
Outro cuidado que se deve ter são com as “receitas milagrosas” e falsos conselhos de quem não estudou sobre isso. Não fique ouvindo parentes, vizinhos ou opiniões ventiladas por pessoas que nada conhecem acerca do tema. Eles não vão acrescentar em nada. Pelo contrário, vão atrapalhar o desenvolvimento da criança.
Portanto, procure sempre um especialista que tenha ampla e longa experiência no atendimento de pessoas com autismo. Não tenha medo de buscar tratamento correto. Há equipes de intervenção capacitadas nas melhores práticas e que sabem atuar de forma integrada com a família e a escola. Apesar do autismo não ter cura, é possível conviver com o transtorno e ainda ajudar seu filho a superar os desafios do TEA.