As redes sociais e a autoestima

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Homens e mulheres nunca estiveram em tanto “pé de igualdade”. Isso se deu, pois, entendemos melhor que a cultura se utilizava de um discurso social da desigualdade de gênero como algo natural, o que mantinha as diferenças entre homens e mulheres. As mulheres sempre estavam em lugares menos privilegiados e os homens como os detentores de poder, podiam ocupar qualquer lugar na sociedade.

Apesar de hoje as mulheres terem conseguido galgar um lugar respeitoso na sociedade, ainda são muito julgadas e enquadradas em múltiplos estereótipos. Por conta dessa pressão cultural para que sigam padrões impostos, acabam sofrendo muito mais com problemas de autoestima. Elas aprendem desde crianças que “devem estar sempre bonitas, magras e apresentáveis, caso contrário, não ninguém as irá querer” ou “mulher mandona nenhum homem gosta, você tem que ser meiga”. 

Observado o cenário acima, várias garotas, ao acessarem as redes sociais, como o Instagram, por exemplo, buscam se sentirem aceitas, amadas e reconhecidas. Muitas vezes, num resultado contrário, acabam ficando completamente arrasadas e frustradas ao “não receberem o mesmo número de curtidas que aquela amiga popular” ou sentem-se horríveis ao notarem a barriga de tanquinho de uma blogueira fitness que elas não têm. 

Fonte: encurtador.com.br/lsBC2

Com isso, as redes sociais se tornam uma armadilha para as mulheres e um campo minado para a sua autoestima. Essas plataformas digitais se transformam em um campo de disputa entre perfis e uma lembrança eterna de que “eu poderia estar/ser mais bonita, mais rica, mais competente”.

As pessoas que têm dificuldades de desenvolver um amor próprio e uma autoestima, em geral, são aquelas que já passaram por situações como, por exemplo, negligência ou castigos frequentes na infância; abuso constante, pais severos, autoritários ou superprotetores; ausência de confiança nos filhos; intimidações constantes; contextos violentos ou estressantes; falta de elogios; e ambiente preconceituoso. 

Quem passa por isso cresce num ambiente tóxico. Geralmente, são pessoas que passam a se comparar com outros constantemente, coloca-se em relacionamentos abusivos ou permite abusos no campo profissional, sempre se diminuindo. Tudo isto prejudica ainda mais o amor próprio, tornando-o praticamente inexistente. 

A baixa autoestima pode gerar inúmeros problemas psicológicos como, depressão, ansiedade, fobias, transtornos de personalidade, compulsões e transtornos alimentares, TOC (transtorno obsessivo compulsivo), vícios em geral (dependência química, vícios em jogos), entre outros. Basicamente, a autoestima baixa pode ser um dos fatores envolvidos para o surgimento de quase todos os principais problemas e transtornos psicológicos. 

Fonte: encurtador.com.br/cI347

O momento ideal de procurar ajuda psicológica é quando a pessoa começa a perceber diversos problemas em sua vida devido à baixa autoestima, atrapalhando até mesmo na sua rotina diária e de seus relacionamentos. Começa-se a notar situações como, por exemplo, o hábito de não assumir responsabilidade pelos seus erros; a ausência de respeito dos seus próprios limites; a necessidade de sempre agradar os outros e o perfeccionismo; a procrastinação, entre outros sinais. 

Hoje em dia, já existe até uma expressão para quando deixamos de seguir pessoas que não têm nada a ver conosco, perfis que sugerem o seguimento de um padrão ou que não nos trazem um bem estar, é o que se chama de “unfollow saudável”.

Deixar de ter esses perfis no seu “feed” pode ser bastante positivo para sua autoestima, formação de identidade e autoaceitação. Além disso, indica também uma observação crítica daquilo que consumimos “contra” o que queremos e valorizamos. Fazer uma faxina nas redes sociais pode indicar uma saúde mental em dia e uma autoestima “em ordem”.

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Queda Livre: qual a sua nota?

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O primeiro episódio da terceira temporada de Black Mirror, chamado de Queda Livre (Nosedive) foi dirigido por Joe Wright, o roteiro foi produzido por Rashida Jones, Michael Schur, Charlie Brooker, possui duração aproximada de 57min. O episódio aborda a avaliação online por meio de um aplicativo que classifica as pessoas com notas, tais notas são atribuídas de acordo com as avaliações recebidas ao longo do dia e em todas as esferas sociais.

O tema central corresponde com o período que vivemos atualmente, onde a vida online recebe hipervalorização trazendo em contrapartida toda essa engenhosidade de números e olhares, onde quanto mais números, mais visibilidade. De acordo com Maria Rita Kehl (2004), na sociedade que estamos inseridos, o que determina a existência do homem é a sua imagem, e ao decorrer do processo sócio-histórico onde por meio da globalização a imagem se tornou um componente indispensável, o homem se tornou um ser de aparências, e somente através da visibilidade é que a existência do indivíduo é legitimada.

A personagem central se chama Lacie (Bryce Dallas Howard), uma usuária que leva o aplicativo de avaliação muito a sério e empenha-se ao máximo para conseguir aumentar sua pontuação. Lacie está tão submersa no universo do aplicativo, que chega ao ponto de ensaiar sorrisos e falas na frente do espelho com a finalidade de aumentar sua simpatia, e por meio disto, alcançar avaliações mais altas.

Fonte: goo.gl/9BMpbW

Para Sartre,”o homem se reconhece a partir de como o outro o enxerga” (SARTRE, 2003, p. 276), a citação de Sartre pode ser elada diretamente com o esforço de Lacie ao decorrer do episódio inteiro para ser reconhecida, para ter sua existência validada. Ela começa o dia distribuindo sorrisos e derramando gentileza a todos que cruzam seu caminho, avaliando um a um e sendo avaliada por cada um deles, até mesmo o café da manhã de Lacie é registrado e legendado de forma apetitosa e positiva, em contrapeso a mesma detestou o sabor do produto, recusando-se a comer.

Na empresa onde ela trabalha, ocorre um fato interessante onde um funcionário rompeu com seu par romântico e todos os colegas ficaram do lado do seu ex-parceiro, Lacie não sabia do rompimento e esbanjou sua simpatia ensaiada a Chester, mas logo foi repreendida por outro colega de trabalho ao ser alertada que eles estavam do lado do outro e que a pontuação do Chester estava caindo desesperadamente, já se encontrando em 3,1, o que é considerado inferior para os usuários. Ela se recompôs ligeiramente e afastou-se de Chester, evitando inclusive contato visual para que sua imagem não fosse associada a dele, evitando assim o risco de ser avaliada de maneira negativa.

Debord (1998) dividiu a sociedade em duas fases distintas, tal que: na primeira fase, para Ser é necessário Ter, e na segunda fase, é preciso Ter para Parecer. Trata-se então de uma forma de dominação da economia capitalista predominante. Traduzindo para a nossa realidade midiática, onde a mídia é a soma dos poderes políticos e econômicos, que acaba por ordenar e ditar o que deve ser feito e a maneira como deve ser feito, classificando assim o que for destoante como antiquado, primitivo e descartável.

Fonte: goo.gl/PB182w

Lacie faz uso de um objeto de sua infância para manipular a reação das pessoas e a partir disso, obter maiores pontuações. Ela fotografa um urso da sua infância juntamente com palavras saudosas sobre uma amiga de infância que atualmente encontra-se no alto escalão do aplicativo, possuindo a nota 4,8. Naomie (Alice Eve), é a amiga marcada na publicação de Lacie que rapidamente responde e faz um convite inusitado a ela, o convite só acontece após Naomie fazer uma avaliação prévia do perfil de Lacie, verificando sua pontuação 4,2.

Naomie a convida para a festa de seu casamento com Paul (Alan Ritchson) que também possui a pontuação 4,8, e Lacie vê nessa cerimônia de casamento a oportunidade ideal para ser avaliada por pessoas que fazem parte do topo do ranking das melhores notas, visto que de acordo com a nota do seu avaliador, a nota atribuída por ele possui maior valor e maior peso. Lacie estava sendo acompanhada por um profissional que orienta usuários do programa a como obter maiores pontuações, e ele vê uma oportunidade de enorme de crescimento para Lacie nesta festa. Ela então passa a dedicar-se a produzir seu discurso, forjar lágrimas e comportamentos que mobilizarão os convidados durante sua performance. Vale lembrar que ela está ainda mais desesperada por pontos por precisar comprar um apartamento novo, e o apartamento desejado só pode ser obtido por clientes que ocupem posições elevadas no ranking.

Ela se dedica incessantemente a ensaiar e a criar uma performance impecável que possa levá-la ao nível almejado, passando a ignorar pessoas com notas baixas, inclusive seu ex-colega de trabalho que foi demitido por estar com a pontuação 2,8. Lacie exala ternura e apreço por tudo e todos que a cercam, tornando sua vida uma eterna performance onde ela reprime sentimentos e reações de cunho negativo para que não seja punida com notas baixas.

Fonte: goo.gl/UQ2Lb3

Ao deslocar-se para o casamento, acontecem inúmeros imprevistos onde ela recebe sua primeira avaliação negativa do próprio irmão, que condena sua atitude fajuta e mercenária de querer aproveitar-se da situação apenas para obter status, ele a avalia negativamente, e a partir daí as coisas começam a correr de outra forma.
Lacie perde o voo, é punida por passageiros na fila que discordam do comportamento grosseiro dela junto a atendente, é punida pelo guarda recebendo punição dobrada para avaliações negativas, resolvendo então ir de carro. Entretanto o mesmo descarrega no meio do caminho, e ela não consegue encontrar um carregador adaptado por causa do modelo de carro antigo que ela pôde alugar com sua pontuação baixa.

Lacie fica desolada, anda pelas ruas arrastando sua mala e não recebe carona por estar com uma nota extremamente baixa, porém recebe ajuda de uma caminhoneira chamada Driver (Cherry Jones), que após perder seu esposo por falta de tratamento por causa da sua pontuação insuficiente, passou a ignorar o aplicativo e a viver de forma livre, sem seguir nenhum script ou performar algo contrário ao que ela de fato desejava expressar.

No início, Lacie recusa a carona ao ver que Driver possui uma pontuação extremamente baixa, mas logo se convence e entra no caminhão, pois precisa chegar a tempo ao casamento. Após muitos imprevistos e sufocos, ela finalmente chega com os trajes sujos e rasgados, e entra pelos fundos, pois Naomi havia desconvidado-a após verificar que sua nota caiu.

Fonte: goo.gl/fZe19G

Lacie rouba o microfone e faz seu discurso que foi repetidamente ensaiado enquanto foge dos seguranças do local, Naomi sente-se constrangida, mas mantém seu semblante simpático e sua performance feliz, enquanto Paul tenta tirar Lacie a força. Nos minutos finais, ela é presa e ao chegar à prisão tem sua lente digital do aplicativo retirada e seu celular retirado, e como diz Calligaris (2007), “a invisibilidade é mais intolerável do que a prisão”.

REFERÊNCIAS:

Adoro Cinema; Black Mirror. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/series/serie-10855/temporada-27038/elenco/episode-559695/#Screenplay> Acesso em: 01/09/2017 de junho de 2017

BAUDRILLARD, J. A sociedade de consumo. Rio de Janeiro, Elfos, 1995.

CALLIGARIS,C. Fama e narcisismo. Publicado em 15/3/2007.<www.verdestrigos.org/sitenovo/…/cronica_ver.asp?> Acesso em 31/08/2017

DEBORD, G.: A Sociedade do Espetáculo. Comentários sobre a sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998.

KEHL, M. R. : Visibilidade e espetáculo. In: BUCCI, E. –Videologias: ensaios sobre televisão. São Paulo, 2004

SARTRE, Jean-Paul. Sursis. São Paulo: Nova Fronteira, 2003.

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A metamorfose de uma palavra

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Mario Vargas Llosa é um escritor, jornalista e político peruano, nasceu em 1936 na cidade de Arequipara, foi premiado em 2010 com o Nobel de literatura. Em sua obra “A civilização do espetáculo”, Llosa aborda um tema que vem sendo bastante discutido nas últimas décadas que é a cultura.

Fonte: encurtador.com.br/hxFZ5

O escritor fala que é provável que nunca na história tenham sido escritos tantos ensaios, teorias e análises sobre a cultura como em nosso tempo. Ensaios que muitas vezes provocam vários debates de grande importância intelectual e política. Debates estes que acontecem pelo fato de alguns dizerem que a cultura contemporânea não tem nada em comum com a cultura de uns 30 ou 40 anos atrás, alguns acabam dizendo até que não existe mais cultura. Vargas fala do ensaio de um escritor chamado T.S.Eliot que criticava o sistema cultural de sua época, segundo ele, esse sistema vem se afastando cada vez mais do modelo ideal que ele apresentou no passado.

Esse modelo ideal é aquele onde a cultura era dividida em três instâncias, o indivíduo, ou seja um ser humano inserido num ambiente social, a elite que é um grupo privilegiado minoritário composto por aqueles que são vistos por alguns como superiores por possuírem algum poder econômico e/ou domínio social e o último ponto que é o contexto social no geral. Embora haja intercâmbios entre as três, cada uma preserva certa autonomia e sempre está se confrontando com as outras, dentro de uma ordem graças a qual o conjunto social prospera e se mantém coeso.

Fonte: encurtador.com.br/DHJTY

T.S. defende que a alta cultura ou a cultura de elite deve ser preservada porque a qualidade da cultura no geral depende também da qualidade dessa cultura minoritária. Tal como essa realidade a classe social também é algo que deve ser mantido. Segundo ele cada classe social tem a cultura que produz e naturalmente aparecem várias diferenças entre elas, principalmente diferenças relacionadas com a condição econômica de cada uma. A civilização do espetáculo é caracterizada pelo entretenimento, onde o ato de se divertir-se é mais importante que qualquer outro valor cultural. É visto como puritanas fanáticas pessoas que reprovam essa prática da nossa sociedade que vê como um valor supremo o ato de se divertir.

A sociedade não percebe que essa prática acaba resultando em uma banalização da cultura.  Após a Segunda Guerra Mundial houve uma escassez na economia após essa etapa a economia teve um enorme crescimento. Os valores morais começando pela vida sexual da sociedade que até então eram pregados pela igreja e pela política foram tendo aberturas. Nessa época ocorreu um grande desenvolvimento nas indústrias de diversão sendo promovido pela publicidade.

Fonte: encurtador.com.br/doCJQ

Outro fato que aconteceu para que a nossa civilização tenha se tornado desse tipo foi à democratização da cultura. Por nós sermos uma sociedade democrática e liberal não podemos aceitar uma cultura que seja um patrimônio apenas da elite, a cultura deve alcançar a todos por meio da educação, manifestações culturais, mas o que poderia ter sido uma ideia altruísta acabou se tornando uma forma de trivializar e mediocrizar a vida cultural. Pois para facilitar com que chegue à grande maioria se torna algo superficial, vai se perdendo a alta cultura e passa a ser vista apenas como uma forma de passar o tempo.

Segundo o autor a publicidade tem um papel decisivo na escolha dos nossos gostos desde a sensibilidade aos costumes. Este papel antes era desempenhado pelas religiões, sistemas filosóficos, doutrinas e ideologias Moebus (2008) afirma em seu artigo que: A publicidade desempenha aí um papel fundamental à medida que, através de seu discurso, reafirma a noção de indivíduo enquanto efetivo agente do processo social, transfigurado na imagem do indivíduo-consumidor”. Os indivíduos vão à busca de livros que sejam de fácil compreensão que os distraiam, as obras literárias e artísticas viraram um produto comercial onde o preço vale mais que o valor de uma obra de arte.

Fonte: encurtador.com.br/bvJ17

Ainda sobre a superficialidade estabelecida nesta sociedade o autor também pontua o fato de buscarmos coisas práticas, o que ele também chama de “literatura light, cinema light e arte light”, dando ao presenciador a impressão de ser civilizado, desenvolvido, na comodidade com um mínimo de “esforço intelectual” como o mesmo diz. Cada dia mais o uso de drogas é disseminado, pairando sobre a sociedade com a destinação artística ou científica. Se tornou algo cultural que impulsiona pessoas a buscarem prazeres fáceis e rápidos que os livrem de responsabilidades, preocupações, uma rotina anteriormente considerada comum e aceita por todos.

A religião tida anteriormente como essencial, na sociedade do espetáculo foi abruptamente substituída pelo laicismo por aparência. Pessoas se denominam católicos, evangélicos, algo dito de maneira superficial, pois as mesmas provêm de comportamentos contrários que abstraem a religião de algum modo. Na nova sociedade são hipnotizados por coisas hilárias. Músicos, atores, artistas em geral são colocados como seres de importância máxima não só em seus âmbitos de trabalho, mas na política que é algo que vem da opinião pública. Com tal observação o autor não exclui o mérito, capacidade que cada um pode ter, mas destaca que o motivo principal de tal admiração e conquistas no meio social vem pelo fato de sua presença midiática.

Fonte: encurtador.com.br/aenq2

Nada mais natural num mundo e numa cultura onde se prima pela busca da facilidade, do descompromisso, da liberação de obrigações, de reflexão e de aprofundamento. Não é possível ainda esperar muito de uma sociedade em que a Religião é superficializada quando não simplesmente substituída pela superstição, Naturalmente que, nesse quadro, a decadência e superficialidade religiosa somente podem conduzir à decadência moral. E isso não é um prognóstico, mas um evidente diagnóstico comprovado empiricamente no dia a dia.

Se tratando de sexo, após a quebra de tabus religiosos que pregavam o sexo como algo sujo e impuro quando realizado antes do casamento ou com dois ou mais parceiros, e com pessoas do mesmo sexo. Vimos então que tal ideia passou por transformações, houve a liberação dos antigos preconceitos, um avanço com a diminuição da discriminação, com o progresso da aceitação integrando as pessoas na sociedade.

Lembrando que nessa época presente, onde a liberdade sexual merece uma grande importância devido a existência dos preconceitos que ainda existem na sociedade, causando então a violência física, verbal, violência em relação à conjunção carnal por forçar sem que a outra parte permita. Mas temos as prevenções para evitar esses delitos no Direito, que permitem a punição contra aqueles que infringirem a dignidade da pessoa humana.

Fonte: encurtador.com.br/aqzH7

O autor reúne pautas críticas sobre o tema da cultura, sem quaisquer pretensões conceituais como a que vemos em Bauman, ao demonstrar que a solidez de uma era dá lugar a novas condições de existência e relações recíprocas em consequência de um movimento dialeticamente revolucionário. A burguesia, como classe revolucionária, não apenas revoluciona o modo de produção, mas também as relações sociais. Os compromissos perdem força. A mobilidade no mundo do trabalho leva à perda de laços de amizade. As histórias se constroem a cada novo posto de trabalho. Os colegas de trabalho são igualmente colaboradores com pequenos laços de comprometimento com a empresa.

Considerações Finais

Em A civilização do Espetáculo, livro escrito por Mário Vargas Luiza, faz-se refletir sobre o atual estado em que a sociedade se encontra, a cultura está em profunda crise. Há na atualidade uma banalização da cultura, onde os valores, e a essência das coisas não tem mais seu reconhecimento, cedendo lugar para a admiração de algo superficial. A postura que a sociedade adotou na pós-modernidade sobre como a “palavra” perdeu consideravelmente a importância em detrimento da “imagem”. O espetáculo ou alienação como é descrito no texto, assume um papel tão grande na vida das pessoas na atualidade que se torna mais importante os avanços industriais, bens materiais, e tecnologias, do que se ocupar de assuntos culturais, intelectuais, e políticos. Não é mais importante se ocupar desses assuntos.

Fonte: encurtador.com.br/juJY3

A ênfase dada na civilização do espetáculo, é que a moda atual compete na diversão, no entretenimento, na vulgarização da imagem, essas ações funcionam como um escape de uma vida tediosa. Houve um empobrecimento do pensamento, da ideia, dos valores culturais. Assim dando espaço para a evolução do cinema, televisão, internet, substituindo dessa forma livros, artigos, jornais, entre outras fontes de informação.

Esse tema tem sido bastante discutido por diversas áreas dos saberes na atualidade, como na antropologia, filosofia, psicologia etc. A forma como as pessoas encaram essa nova cultura, seja de uma forma saudável, ou patológica, é parte do objeto de estudos dessas áreas. De fato esse estilo de vida que tem dominado a pós-modernidade tem causado sofrimento seja físico ou psíquico. É necessário buscar compreender a visão das pessoas sobre a nova forma de enxergar o mundo, e que tal mudança interfere na vida das pessoas de forma geral, sejam elas pessoas que nasceram a três, quatro ou cinco décadas, ou crianças.

REFERÊNCIAS:

MOEBUS A. R.; 2008; A (re) construção do indivíduo: a sociedade de consumo como “contexto social” de produção de subjetividades. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922008000100006> Acesso em 06 de setembro de 2017.

*Texto resultante da disciplina de Antropologia, ministrada pelo prof. Sonielson Sousa.

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