O quão sufocantes podem ser os avanços tecnológicos para a privacidade?

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O quanto os anunciantes sabem sobre você? A pergunta é simples, e a resposta também deveria ser, ou não seria? A forma de distribuição de anúncios por parte dos anunciantes sempre foi realizada de maneira generalizada,  às vezes focada em nichos, nem sempre se sabia até onde ela conseguiria atingir. Mas isso mudou, e mudou de maneira completamente radical, porque entramos na era digital, tudo se tornou rápido e instantâneo. A forma que os anúncios passaram a chegar até você sofreu uma total reviravolta. Isso se dá pelos dados e informações, traços que você passou a deixar para trás quando começou a utilizar a internet. Tudo que você gosta e não gosta acaba se tornando dados públicos, que são utilizados para direcionar a você anúncios de seu interesse, são os chamados “anúncios direcionados”.

E isso vai muito além de apenas coisas que você deixou de gostar no verão passado, isso envolve todos os seus dados pessoais. Já parou para pensar que alguém pode saber o que você está fazendo ou aonde você está? Melhor ainda, todos os lugares em que esteve no último mês? Parece assustador, como um tema para um bom conto de ficção científica, só que não seria tão terrível se fosse apenas uma ficção.

Fonte: Imagem no Freepik

O governo americano rastreia seus cidadãos em  uma base diária [1], e esses dados de localização não vêm diretamente de companhias telefônicas, e sim de parceiros de localização. Mas de onde sai esses dados de localização se não das companhias telefônicas? De aplicativos que utilizam esse recurso no seu celular. Sabe esse seu aplicativo para ver a previsão do tempo? Então é por aí que começa, aplicativos como o exemplificado que de primeiro relance oferecem serviços de forma gratuita na verdade lucram, e lucram bastante, porque você é na verdade o produto deles.

Fonte: Imagem no Freepik

Em sua matéria [3] no jornal Intelligencer, Max Read relata a assustadora experiência de ter uma campainha inteligente da Ring, que pertence à gigante Amazon. Ele aborda sobre as práticas de segurança adotadas pela empresa e questiona a real eficácia do produto e também o destino das gravações realizadas pelo mesmo, considerando que os dados obtidos pelo equipamento podem ser mantidos somente para si ou compartilhados com um feed do aplicativo da fabricante.

Fonte: Imagem no Freepik

Adentrar neste método de compartilhamento abre espaço para diversos questionamentos a respeito do custo benefício de ter a privacidade reduzida em troca de segurança, pois nem sempre estas soluções se mostram benéficas, como mostra o resultado da investigação da NBC News [4] sobre as câmeras destas campainhas. A investigação feita constata que não há uma uma avaliação da eficácia do envio das filmagens para o feed, não havendo índice de melhora na redução da criminalidade dos pontos em que as câmeras foram instaladas, levando assim a uma exposição aparentemente “desnecessária” da vizinhança.

Fontes:

[1] The New York Times. The Government Uses ‘Near Perfect Surveillance’ Data on Americans. Disponível em: https://www.nytimes.com/2020/02/07/opinion/dhs-cell-phone-tracking.html Acesso em: 18 de Novembro de 2021.

[2] The New York Times. All This Dystopia, and for What?. Disponível em: https://www.nytimes.com/2020/02/18/opinion/facial-recognition-surveillance-privacy.html Acesso em: 18 de Novembro de 2021.

Wind Map. wind map. Disponível em: http://hint.fm/wind/ Acesso em: 18 de Novembro de 2021.

[3] READ, Max. I Got a Ring Doorbell Camera. It Scared the Hell Out of Me. The Intelligencer. Doylestown. 13 fev. 2020. Disponível em: https://nymag.com/intelligencer/2020/02/what-its-like-to-own-an-amazon-ring-doorbell-camera.html. Acesso em: 22 nov. 2021.

[4] FARIVAR, Cyrus. Cute videos, but little evidence: Police say Amazon Ring isn’t much of a crime fighter. Nbc News: Hundreds of police departments have signed agreements with Ring to gain access to footage filmed on home surveillance cameras. New York City. 15 fev. 2020. Disponível em: https://www.nbcnews.com/news/all/cute-videos-little-evidence-police-say-amazon-ring-isn-t-n1136026. Acesso em: 22 nov. 2021.

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Estresse Universitário: a hesitação entre a reta final e o início de um novo ciclo no cenário atual

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A incerteza sobre o futuro é uma das causas associadas ao estresse universitário que foi intensificada com a crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid-19, que modificou o ano letivo de muitos estudantes. Apesar da elaboração e distribuição em massa da vacina contra o vírus, muitos universitários ainda assistem aulas online, em suas residências, situação que levou muitos jovens a terem crise de ansiedade e estresse. A constatação foi obtida pelo estudo denominado “Global Survey Student”.

Conforme a pesquisa realizada e divulgada pela organização internacional Chegg 2021, quase 80% dos brasileiros entrevistados disseram que sofreram algum tipo de impacto relacionado à saúde mental.  De acordo com os dados, do total de brasileiros, 87% falaram que houve um aumento de estresse e ansiedade e 17% declararam ter pensamentos suicidas. Mesmo com esses dados alarmantes, somente 21% buscaram ajuda por um profissional da área de saúde mental.

Maia e Dias (2020) explicam que “as alterações rápidas a que os estudantes universitários foram sujeitos, da suspensão das aulas ao decreto do estado de emergência, podem ter desencadeado dificuldades de adaptação e estados emocionais menos positivos, importa explorar as implicações psicológicas dessas circunstâncias.”. É importante ressaltar que diversos estudantes não dispõem de computadores e notebooks, em suas residências, sendo que muitos tiveram que assistir as aulas, pelo celular. Situação que estendeu aos discentes do ensino médio e fundamental da rede pública de ensino, como noticiado pelos veículos de comunicação.

Apesar do aumento dos números de estresse e ansiedade entre estudantes universitários, em especial, no último período da graduação, com a Covid- 19, o assunto já estava em discussão pelos meios acadêmicos, com a elaboração de obras, palestras e seminários. Sobre o assunto, Carvalho, Bertoline, Milane e Martins (2015) destacam que “os sintomas psicológicos da ansiedade entre os estudantes incluem sentimentos de nervosismo antes de uma aula, pânico, esquecimento durante uma avaliação de aprendizagem, impotência ao fazer trabalhos acadêmicos, ou a falta de interesse em uma matéria difícil”.

Fonte: encr.pw/aoLZh

Monteiro, Ribeiras e Freitas (2007) acrescentam ainda que o ambiente acadêmico deveria colaborar na aquisição e construção de conhecimentos, no sentido de ser a base para as experiências de formação profissional, como um projeto piloto. No entanto advertem que este ambiente se torna um “desencadeador de distúrbios patológicos, ocorrendo assim uma exacerbação da problemática do estresse acadêmico nos estudantes”. Fator que prejudica o rendimento, o processo criativo em determinados cursos, bem como o desinteresse.

Rossetti (2008) observa que o “estresse se torna excessivo e produz consequências psicológicas e emocionais que resultam em cansaço mental, dificuldade de concentração e perda de memória imediata, bem como crises de ansiedade e de humor”.  Nesse sentindo é preciso que o estudante procure ajuda profissional, podendo ser na própria universidade que disponibiliza atendimento psicológico com os estudantes em final de curso desta graduação.

Schleich (2006) aponta que o “ingresso na vida acadêmica é caracterizado pela expectativa e mudanças que exigem adaptações a uma nova realidade, interferindo no desenvolvimento pessoal, cognitivo, profissional, afetivo e social dos estudantes. Para ele, essa nova realidade pode gerar ansiedade e estresse a ponto de interferir no seu desempenho acadêmico.

Por fim, a universidade é uma etapa da vida de muitas pessoas, e passar por esse estresse será inevitável, em especial, nos finais de semestre, bem como nos cursos. O ideal para vencer esse momento, é procurar descansar e fazer uma atividade física no sentindo de aliviar o estresse ocasionado pelo dia a dia.  Caso os sintomas de ansiedade persistam, procure um profissional de saúde para ajudar a trilhar o caminho.

Referências

CARVALHO, E. A.; BERTOLINI, S. M. M. G.; MILANI, R. G.; MARTINS, M. C. Índice de ansiedade em universitários ingressantes e concluintes de uma instituição de ensino superior. Ciência, Cuidado e Saúde, 2015

Global Survey Student(2021)- Disponível em < https://www.chegg.org/global-student-survey-2021> Acesso: 07, de dezembro de 2021.

Maia, Berta Rodrigues e Dias, Paulo César. Ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários: o impacto da COVID-19(2020). Disponível em < https://www.scielo.br/j/estpsi/a/k9KTBz398jqfvDLby3QjTHJ/?lang=pt&format=pdf> Acesso: 07, de dezembro de 2021.

MONTEIRO, C. F.; FREITAS, J. F.; RIBEIRO, A. A. P. Estresse no cotidiano acadêmico: o olhar dos alunos de enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, 2007.

ROSSETTI, M. O. O inventário de sintomas de stress para adultos de lipp (ISSL) em servidores da polícia federal de São Paulo. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2008.

SCHLEICH, A. L. R.. Integração na educação superior e satisfação acadêmica de estudantes ingressantes e concluintes. Dissertação de Mestrado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. 2006

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Excesso de reuniões virtuais compromete bem-estar e produtividade no trabalho

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A diretora da Prime Talent, Bárbara Nogueira, ressalta que é importante reduzir o volume e a duração dos encontros online para evitar os sintomas da já conhecida “Fadiga do Zoom”.

Na nova realidade forçada pela pandemia da Covid-19, grande parte das pessoas foi obrigada a adaptar a vida à rotina virtual. Os happy hours e conversas com amigos e familiares tiveram migrar para o formato online, assim como as reuniões de trabalho e as aulas para alunos de todas as idades. Tudo isso na tentativa de manter, dentro do possível, uma conexão social ativa, um ritmo de trabalho eficiente e o aprendizado regular durante todos esses meses em que adotar o isolamento e evitar aglomerações se fizeram – e ainda se fazem – necessários. No entanto, a diretora, career advisor e headhunter da Prime Talent, Bárbara Nogueira, argumenta que essas circunstâncias, podem prejudicar diretamente o corpo e a mente, provocando a já conhecida “Fadiga do Zoom”. Consequentemente, a produtividade também é afetada.

Desde o ano passado, essa expressão – em alusão a um dos programas de chamadas de vídeo que mais se popularizou na pandemia – tem sido bastante usada no ambiente corporativo, em todo o mundo. Mas os problemas provocados pelo excesso de conferences estão relacionados a qualquer ferramenta para essa finalidade, como Hangouts, Teams, Skype, entre outras. Trata-se, resumidamente, de uma exaustão extrema e desmotivante, em função da permanência, por um período de tempo prolongado, em encontros pela internet. Inclui, também, irritabilidade, olhos secos e vermelhos, sem falar do cansaço, mal-estar e dores de cabeça ao final da jornada de trabalho ou até mesmo após um bate-papo virtual.

Bárbara Nogueira, diretora da Prime Talent
Carmine Furletti / Divulgação

A “Fadiga do Zoom” é gerada por diversos fatores. Entre eles, estão a hiperestimulação visual, que leva a esse cansaço e a essa irritação; a falta de linguagem corporal; e a mobilidade prejudicada, ou seja, a sensação de estar preso ao ângulo de visão da câmera. Outro “gatilho” costuma ser a autoavaliação constante, aliada ao sentimento de pressão social, porque a pessoa percebe que está sendo observada por todos, em todos os momentos, e não fica à vontade.

A exaustão também pode ser causada pela necessidade de aumentar a atenção no decorrer das vídeo-chamadas, que exigem um esforço maior para processar pistas não verbais dos participantes. Sem falar que muitas pessoas se sentem obrigadas a olhar para a tela o tempo inteiro, como forma de demonstrar que seguem atentas à reunião, e isso consome muita energia. Por fim, a tendência às distrações é mais um aspecto que pode ocasionar o desgaste mental, uma vez que os profissionais acabam propensos a realizar tarefas paralelas durante a call.

Diante desse contexto, Bárbara, que é graduada em psicologia, orienta os profissionais a ficarem muito atentos ao bem-estar no dia a dia, pois o estado permanente de cansaço pode evoluir para um esgotamento total, com prejuízos significativos para ao corpo e a mente. E ainda afeta diretamente a produtividade e a concentração em casa e no trabalho. “As empresas mais preparadas e estratégicas já têm desenvolvido programas e até novas políticas internas para o apoio aos funcionários que atuam no modelo home office, aproximando cada vez mais o setor de Recursos Humanos do negócio e dos colaboradores”, destaca.

Em busca de mitigar as chances de “Fadiga do Zoom” e de outros transtornos relativos ao excesso de conectividade, como o tecnoestresse, ações voltadas à saúde e ao descanso mental dos profissionais estão sendo implementadas, além de soluções inovadoras e mais prazerosas de usar videoconferência. Em linhas gerais, é possível ressaltar algumas estratégias para amenizar o impacto negativo do excesso de encontros remotos e do uso de tecnologia, como não emendar reuniões sequenciais, ampliando intervalos entre elas; evitar conferências com duração muito prolongada; substituição de chamadas de vídeo por áudio, quando possível; e o incentivo ao período de trabalho produtivo e sem conversas virtuais. No caso das lideranças, usar algum tempo para realmente verificar como as pessoas estão é muito importante. Independentemente das iniciativas que sejam adotadas, buscar equilibrar o real e o virtual, garantindo o uso saudável da tecnologia, é a melhor maneira de prevenir esses sintomas.


Sobre a Prime Talent
A Prime Talent é uma empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, que atua nos 24 setores da economia, em todo o Brasil e na América Latina, com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte. Referência nas áreas de Recursos Humanos e Gestão, tem à frente os sócios David Braga (CEO) e Bárbara Nogueira (diretora). Braga já avaliou, ao longo de sua carreira, mais de 10 mil executivos, selecionando para clientes Latam. É autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você” e professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC). Além disso, exerce a função de conselheiro da ACMinas e da ChildFund, instituição eleita, pelo quarto ano consecutivo, uma das 100 melhores ONGs do Brasil, que apoia crianças e adolescentes em extrema vulnerabilidade. Já Bárbara Nogueira, que conta com a experiência de mais de 5 mil executivos selecionados, é graduada em Psicologia e certificada em Executive Coach, pela International Association of Coaching, e em Micro Expressões e programação Neurolinguística. É também embaixadora da ChildFund.

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