APAE de Palmas e seus desafios – (En)Cena entrevista Suelma Sousa

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Segundo a FEAPAES – TO (Federação das APAES do Estado do Tocantins), a missão do Movimento Apaeano é principalmente atuar na defesa e garantia de direitos para melhorar a condição de vida da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. Para tanto, conhecer as políticas públicas voltadas para as áreas da saúde, educação, trabalho, assistência social, esporte e lazer, entre outras é de fundamental importância, assim como conhecer das diretrizes aprovadas pela Federação Nacional das APAE’s e de utilização obrigatória pela Rede Apaeana.

Acadêmicas de Psicologia do CEULP/ULBRA, em colaboração com o (En)Cena, entrevistaram Suelma Sousa, que atua como enfermeira na APAE (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) de Palmas – TO.

Símbolo da APAE – Palmas/TO

(En)Cena – O que é a APAE?

Suelma Sousa – É uma Associação de Pais e Amigos Excepcionais. Temos vários profissionais que atendem na área de saúde como enfermeiro, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, entre outros, e temos a parte da educação. Os pais buscam na APAE uma oportunidade de ensino especializado que atenda a demanda deles.

(En)Cena – Qual o público de vocês?

Suelma Sousa – Nós atendemos pessoas a partir de zero anos de idade, podendo passar dos 60. Trabalhamos com pessoas com síndrome de down, retardo mental (leve, moderado), autismo, paralisia cerebral. De 0 a 5 anos trabalhamos com a estimulação precoce.

(En)Cena – Você saberia dizer há quanto tempo a APAE atua em Palmas?

Suelma Sousa – Olha, acredito que mais ou menos 20 anos.

(En)Cena – Como funciona o procedimento de entrada do usuário aqui?

Suelma Sousa – O usuário passa por uma triagem onde tem o psicólogo, que depois encaminha para o/a assistente social e para o enfermeiro, aí se for comprovada a necessidade de ele ser um aluno APAE, então o psicólogo encaminha para a Secretaria Pedagógica para realizar a matrícula na Escola Especial de Integração de Palmas.

(En)Cena – Você acha esse procedimento de entrada fácil e eficaz tanto para o usuário como para você profissional?

Suelma Sousa – Sim, com certeza, e vai melhorando cada vez mais. O paciente normalmente chega com o laudo médico, mas quando não tem, encaminhamos para um neurologista.

(En)Cena – Então nem sempre vocês têm todos os profissionais de que precisam, tendo que fazer encaminhamentos.

Suelma Sousa – Sim, quando o paciente não tem um laudo médico, precisamos fazer o encaminhamento para comprovar a necessidade de ele se tornar um aluno da APAE.

(En)Cena – Você sente a necessidade de ter os profissionais trabalhando aqui ou está tranquilo como estão fazendo os encaminhamentos? Sente falta de mais profissionais trabalhando com vocês?

Suelma Sousa – Ia facilitar se tivéssemos um psiquiatra, neurologista. Porque o neurologista que temos hoje atende de forma voluntária, então ele atende um aluno por semana, e as vezes a demanda é muito grande, então ia ajudar demais se tivéssemos um profissional com a gente.

(En)Cena – E o que você acha da atuação do psicólogo nesse processo? Acha que poderia melhorar?

Suelma Sousa – Acho que quanto mais profissionais melhor, porque o processo de matrícula depende do psicólogo primeiramente.

(En)Cena – Você sabe da existência da Rede de Atenção e Cuidado à Pessoa com Deficiência? Sabe que a APAE é apenas um dos pontos dessa Rede?

Suelma Sousa – Não sabia.

(En)Cena – Você acha que o ambiente na APAE é ideal para a demanda?

Suelma Sousa – Sempre há o que melhorar, em termos de pessoal e de estrutura. Falta alguns equipamentos, na minha área, por exemplo, falta uma sala de lavagem. É, tem muita coisa para melhorar.

(En)Cena – Como acontece o cuidado dentro da APAE com as pessoas que vocês atendem?

Suelma Sousa – Da minha área, verificamos os sinais vitais, atendemos conforme a demanda, por exemplo, se há algumas intercorrências como crises compulsivas, febre alta, dentre outras, e também realizamos visitas nas salas de aula para ver como estão os alunos, realizamos visitas domiciliares conforme a necessidade, para vermos a realidade da família, prestamos o serviço de enfermagem na pré e pós consulta médica, fazemos agendamento de consultas com o doutor que presta serviço voluntário, fazemos acompanhamento dos hipertensos diabéticos, orientações sobre higiene, orientação tal que as vezes necessita da presença de um responsável.

(En)Cena – Você acha que a sociedade hoje tem informações suficientes sobre a APAE?

Suelma Sousa – Talvez uns 50%, depende da divulgação. Mas os que vêm aqui normalmente são indicados ou encaminhados por profissionais da saúde.

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O que poderia ser, mas não foi

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Essa é a história que por mim será contada: A história de uma menina na estrada.

Era uma vez, uma menina linda que vivia com seus país e dois irmãos. Até que um dia veio o bicho papão da traição e destruiu uma relação de quinze anos de uma linda família.

A filha mais velha começou a usar drogas e logo engravidou. O bebê morreu e ela, bem… Ela enlouqueceu. Entrou em uma depressão profunda que durou seis meses.

Quando ela melhorou, brigou com Deus e entrou para o mundo do crime, dando desgosto para seus irmãos e sua mãe. Ela foi morar na rua e lá, comeu o pão que o diabo amassou. Fugiu para o estado do Maranhão, mas acabou aqui em Palmas/TO, onde se envolveu no mundo do crack, perdendo pouco de respeito e dignidade que ainda lhe restavam.

       Prostituição,

                  Cárcere privado,

                                          Internação,

                                                           Roubo,

                                                                    Descaso,

                                                                                    Rejeição,

                                                                                                Crimes,

                                                                                                         Morar na rua

                                                                                                                             Desprezo e

                                                                                                                                               Discriminação.

Ela chegou a passar um tempo na fazenda da esperança, onde teve uma bebezinha linda com grandes olhos azuis que, no início, ela rejeitou.

Durante um ano e meio, ela permaneceu limpa, até conhecer uma pessoa, foi quando mergulhou mais uma vez no sub mundo das drogas.

Esse homem lindo, pelo qual ela se apaixonou… Rodrigo (nome Fictício)… Eles se uniram na drogadição e, após mais um ano inteiro nessa vida, eles resolveram que deveriam se recuperar.

Procuraram ajuda e se internaram. Ela se converteu, se tornou uma mulher direita e dedicada às suas filhas, e ao seu noivo. Depois de um tempo limpa, ela foi fui abandonada pelo homem que ainda amava muito.

Ela ficou sem chão, e voltou para o lugar de onde seu grande amor havia lhe tirado, recaiu. Logo vieram as consequências. Ela perdeu sua filha de três anos. Seu pai entregou a criança para uma amiga da família… E ela? Ela ficou só.

Drogada, na prostituição, ela passou pela fase mais difícil de sua vida. Nunca havia consumido tanta droga.

Sem dormir e sem comer, ela emagreceu 15 quilos. Seu pulmão doía, ela tossia muito. Ela então resolveu pedir ajuda e lutar mais uma vez pela sua vida, pelas suas filhas, e pela sua família. Foi assim que ela chegou ao CAPS AD.

Vida nova!

Nota: O texto faz parte de uma oficina literária realizada no CAPS AD de Palmas/TO, onde os usuários do serviço são convidados a contar estórias – reais ou imaginárias – do seu cotidiano.

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