Caos 2022 – Psicologia em Debate aborda “Aspectos da violência no trabalho e suas manifestações”

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Aconteceu na manhã desta quinta-feira, 24/11/2022, com horário de início às 9h via meet, psicologia em debate, essa é uma das programações que complementa a 7a edição do CAOS – Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia. O evento foi mediado pelo professor e mestre Sonielson Luciano de Souza, Mestre em Comunicação e Sociedade (UFT-2018 bacharel em Psicologia (Ceulp), bacharel em Comunicação Social (Publicidade – Ceulp/Ulbra); sócio-fundador do jornal e site O GIRASSOL (desde 1999) – http://ogirassol.com.br. Professor universitário (Ceulp/Ulbra), Pós-graduado (lato sensu) em Educação, Comunicação e Novas Tecnologias, com ênfase em Docência Universitária (Unitins/UFBA – 2006); Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília (UCB); Pós-graduado em Psicologia Analítica (Unyleya-DF); Atualmente é coordenador e colaborador do Portal (En)Cena (http://www.encenasaudemental.net).

Com um tema muito pontual e de extrema relevância socialmente, a estudante do curso de Psicologia Andréa Nobre falou sobre os aspectos da Violência no Trabalho e suas manifestações. Andréa Nobre é jornalista, pós-graduação em Logoterapia, casada, mãe, atualmente grávida do seu quarto filho, e com muitos desafios para manter sua rotina em ordem conciliando as obrigações com a família e também com o mercado de trabalho, ela enfrentou e precisou lidar com alguns impactos relacionados ao tema apresentado. A estudante trouxe um conteúdo bem embasado teoricamente e junto a isso compartilhou também um pouco da sua experiência pessoal.  Para iniciar o tempo de exposição sobre o tema, a estudante trouxe a definição sobre Violência segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que define violência como o uso de força física ou poder, em ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. E destacou que essa forma de violência no trabalho implica em risco para a segurança, bem-estar ou saúde do trabalhador.

 A estudante também destacou de forma bem assertiva três maneiras distintas como a violência pode aparecer nas relações de trabalho, sendo essas: Econômica, Política e Psicossocial. A primeira refere-se às formas de retribuição pelo emprego da força de trabalho, tendo em vista o trabalho executado e isso é percebido na rotina das tarefas, no acúmulo de horas de trabalho, nos riscos insalubres que esses trabalhadores são submetidos e a intensificação do ritmo de trabalho, e tudo isso aponta para a violência sobre o corpo onde mais tarde se percebe as dores crônicas por esforços repetitivos (LER/DORT), na dependência química (álcool, drogas, fármacos e outros adoecimentos). A segunda maneira que essa violência pode se apresentar, segundo Andrea Nobre, é a Política e ela se refere ao processo de dominação da organização e de como seus representantes evidencia, por exemplo, favorecimentos individuais, premiações e promessas de benefícios, e na crença da grandiosidade da organização como a grandiosidade do sujeito, e por fim a estudante trouxe a definição da violência psicossocial, que está atrelada aos mecanismos sutis expressados pelo medo da demissão e na correspondente angústia imposta ao empregado para que esse seja o melhor trabalhador daquele mês, e isso acarreta nos processos de ansiedade pelo reconhecimento e na frustração da ausência da valorização pelo trabalho desenvolvido.

Ao pontuar a violência psicológica Andrea Nobre trouxe para apresentação a ideia que é colocada no mercado de que os trabalhadores fazem parte de uma grande família organizacional e essa família é preenchida por colaboradores, e essa fala tem o propósito de levar o trabalhador ao envolvimento total com a organização onde as mesmas disfarçam a política de acoplamento do trabalhador a uma rede efetiva de violência sutil, de docilização do corpo e da alma. A estudante expõe essa ideia sobre o modelo conhecido de violência que é notado nesse contexto e temática e que esse modelo não tem em si um padrão definido, uma forma, uma cara para o que é ou não um ato de violência no trabalho e por isso acabamos nomeando como violência somente aquilo que é intenso, e deixamos de relacionar tantas outras manifestações onde a violência é praticada.

Por fim, Andréa relatou sobre como a Psicologia do Trabalho a ajudou a elaborar e compreender o seu sofrimento psíquico e como a partir dessa compreensão ela conseguiu superar uma experiência passada para que agora pudesse contribuir com outras pessoas que estão em sofrimento e em contextos semelhantes ao que ela experimentou. A estudante conta que falar sobre esse tema inicialmente foi um desafio, mas que elaborou com muito carinho essa apresentação no intuito de trazer algo para aproximar as pessoas presentes da compreensão desse assunto e com isso resolveu então compartilhar a sua própria história. E quando questionada sobre o formato online que acabou sendo o mais viável para a apresentação, Andréa respondeu que o formato trouxe muito pouco prejuízo para a apresentação, pois a mesma sentiu que os colegas se mantiveram participativos e interessados, e finalizou considerando que esta foi uma experiência muito rica para ela também, desde encarar o desafio do tema até compartilhar e trocar impressões e experiências com os colegas.

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#CAOS2019: A realidade mascarada de ser jornalista

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Jordana trouxe um pouco sobre as faces da violência em que as mulheres que trabalham dentro do jornalismo acabam sofrendo.

Nesta quinta, 23, na sala 221 do CEULP, ocorreu uma das seções técnicas com o tema Violência Contra a Mulher no Ambiente Profissional do Jornalismo ministrada por Jordanna de Sousa Parreira, psicóloga e atualmente mestranda em comunicação e sociedade pela UFT. Essa sessão técnica dentre outras quatro, fez parte da programação da quarta edição do Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS).

Jordana trouxe um pouco sobre as faces da violência em que as mulheres que trabalham dentro do jornalismo acabam sofrendo.

Dados estatísticos de uma pesquisa que durou 5 meses que tem como fonte principal a Abrajj foram explanados para quem estava presente e isso chocou muito os espectadores pois dos 5 tipos de violência que a pesquisa continha, a violência física foi a que mais se destacou

A conclusão da pesquisa foi a de que infelizmente as mulheres jornalistas são vítimas de violências psicológicas na mesma quantidade que as violências no aspecto contra o corpo, não deixando de lado os outros tipos.

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Prostituição: o não reconhecimento social e alguns de seus impactos

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Que a prostituição é a profissão mais antiga do mundo muita gente já sabe, mas que as prostitutas eram sagradas, consideradas deusas, pouca gente sabe. A divisão entre prostitutas e esposas aconteceu há 2000 anos a.C. Ainda na Grécia Antiga as profissionais começaram a ter independência financeira e o patriarcado não viu com bons olhos, declarando que rituais sexuais eram pecados graves, o que foi muito bem aceito pela igreja cristã; no entanto, bordéis e casas de banhos continuavam lotados.

Alguns países tem a prostituição legalizada, outros não. Atualmente no Brasil a profissão é legalizada, mas não é regulamentada. De acordo com a BBC News, no mundo, mais de 40 milhões se prostituem atualmente. Sendo a grande maioria mulheres, chegando a 75%, com idades entre 13 e 25 anos.

Fonte: encurtador.com.br/gFGT5

Para Dejour (2009), “o reconhecimento da qualidade do trabalho proporciona ao trabalhador a ideia de pertencimento, portanto, o reconhecimento confere ao trabalhador, em troca do sofrimento, um pertencimento que faz desaparecer a solidão.” Na prostituição não existe o reconhecimento por parte da sociedade, as prostitutas vivem a margem da sociedade e da justiça, pois não existe leis que as protegem, enquanto são alvos da violência.

Neste sentido, “a relação de prazer e sofrimento do trabalhador está diretamente ligada ao reconhecimento em seu trabalho” (Rodrigues Filho, 2010). O não reconhecimento social, falta do bem estar relacionado à prevenção para a saúde e direitos trabalhistas, podem gerar sofrimento psíquico e danos à saúde mental das profissionais do sexo, como depressão, stress e o aumento do uso de substâncias ilícitas.

Quando se refere à escolha da profissão, a necessidade é a resposta mais significativa. A remuneração é um dos fatores decisivos para tomada de decisão de entrar para esse ramo, porém, não é fácil como no imaginário popular, o trabalho é cheio de riscos tanto para saúde quanto para a segurança das profissionais.

Fonte: encurtador.com.br/qvzA8

Além dos perigos enfrentados pelas profissionais que ficam expostas a violência nas ruas, dentro das boates não é diferente, lá elas correm tanto risco quanto nas ruas, pois não sabem a que podem ser submetidas, vai depender de como funciona a organização e se lá elas terão a segurança necessária, pois não se sabe o comportamento dos clientes que geralmente são pessoas totalmente desconhecidas.

De acordo com uma reportagem de Glauco Araújo (2007), publicada no site da Globo.com,

“No Rio de janeiro, alguns rapazes espancaram uma empregada doméstica em um ponto de ônibus, na madrugada de 23 de junho, tentaram justificar a violência afirmando que acharam que se tratava de uma prostituta. Na mesma madrugada, uma prostituta foi agredida em outro ponto de ônibus. Um dos rapazes que espancou a doméstica também foi reconhecida pela prostituta como um de seus agressores.”

As questões morais e religiosas fazem com que as profissionais do sexo sejam vistas como uma escória da sociedade, sem valor ou importância, fazendo com que o trabalho delas tenha relação direta com medo e a precariedade, tornando fonte de sofrimento.

Referências

DEJOURS, Christophe. Entre o desespero e a esperança: como reencantar o trabalho? CULT, São Paulo, n. 139, p. 49-53, set. 2009

ARAÚJO, G. (2007).  Jovens acham que prostituta é saco de pancada. Disponível em < http://g1.globo.com >Acessado em: 02/03/19

FERNANDES, D. Paris para a BBC Brasil. Mais de 40 milhões se prostituem no mundo, diz estudo. Disponível em < www.bbc.com/portuguese/noticias/2012/01/1120118_prostituicao_df_is > Acessado em: 02/03/19

RODRIGUES FILHO, L. F. Prostituição : um estudo sobre as dimensões de sofrimento psíquico. LUGAR COMUM – Estudo de Mídia, Cultura e Democracia, n. 43, p. 265–277, 2010.

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CAOS: Assédio Moral e Riscos Psicossociais no Trabalho

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Na tarde do dia 21 de agosto, a psicóloga Raquel Castilho, ministrou o minicurso Assédio Moral e Riscos Psicossociais no Trabalho, durante o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS. A mestre em Educação pela Universidade de Brasília (UNB) e professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), compartilhou sua experiência profissional na área da Psicologia Organizacional e do Trabalho.

Utilizando dinâmicas, Castilho demonstrou como funciona um ambiente de trabalho abordando o clima organizacional, as relações interpessoais ali estabelecidas, as desavenças existentes das mais leves até às mais absurdas. Falou sobre o mundo do trabalho povoado pelos indivíduos trabalhadores e as consequências boas e ruins da atividade laboral existencial.

Sobre a Ministrante:

Raquel possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade  Católica de Goiás (2002) e mestrado em Educação pela Universidade de Brasília (2009). Atualmente é Professora Auxiliar, da Universidade Federal do Tocantins-UFT, com disciplinas que discutem sobre Psicologia e Educação, e Formação de Professores. Doutoranda em Artes (UNESP­UFT) com pesquisa na área de Artes e Educação. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Organizacional, desenvolvendo: recrutamento e seleção de pessoas, Treinamento, Desenvolvimento e Capacitação de Recursos Humanos, consultoria em Psicologia Organizacional.

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CAOS: Tocantins é o 4º estado que mais fiscaliza e bane trabalho escravo

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No dia 21 de agosto de 2017, ocorreu na sala 219 do Ceulp/Ulbra, o mini curso Violência e Sofrimento Psíquico no Trabalho, ministrado pela Psicóloga Profa. Dra. Liliam Deisy Ghizoni, doutora em Psicologia Social do Trabalho e das Organizações na UnB com Estágio Sanduíche na Université Catholique de Louvain la Neuve–Bélgica, professora da Universidade Federal do Tocantins.

Ghizoni enfatizou o trabalho escravo contemporâneo, que ocorre tanto no meio rural quanto no meio urbano. Segundo ela, a escravidão ainda é vista pelo viés histórico pela maioria das pessoas, que imaginam negros em senzalas, acorrentados e chicoteados. Mas a escravidão contemporânea existe, e ocorre onde menos se imagina, quando há excesso de trabalho e condições insalubres para tal, sendo o próprio trabalhador quem se deixa escravizar, principalmente por questões financeiras.

Imagem: Nirsan Grillo em “Escravidão Contemporânea no Brasil”.

Liliam diz que o Tocantins é o 4º estado que mais fiscaliza e bane trabalhos análogos à escravidão. Cita ainda uma pesquisa feita por uma de suas alunas, que entrevistou alguns trabalhadores, dentre eles um bancário, que durante a jornada de trabalho não levantava para ir ao banheiro e nem para beber água, mas quando questionado sobre a sua posição, ele afirma não se ver enquadrado na categoria de trabalho escravo contemporâneo.

Sobre violência no trabalho, a professora diz que é toda ação voluntária de um sujeito ou grupo contra outro sujeito ou grupo que venha a causar danos físicos ou psicológicos, ocorrida no ambiente de trabalho e comenta que a meta é uma violência infligida ao trabalhador, pois é inatingível.

Há duas dimensões básicas da violência, sendo a explícita, que é direta e objetiva e a oculta, que é implícita, indireta e subjetiva. A finalidade da violência é conservar as estruturas de injustiça, de opressão e de privilégios de uma minoria em detrimento das esperanças de vida digna de uma maioria.

Segundo Liliam, “o silenciamento faz com que a violência se reproduza”, diante disto é necessário que o trabalhador conheça seus direitos, reivindicando-os sempre que necessário, pois a violência no trabalho leva ao sofrimento psíquico no trabalho, que por consequência leva aos diversos tipos de adoecimento.

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