Ao analisar a situação atual, nota-se que a qualidade de vida dos idosos é um assunto de grande importância, pois afeta diretamente o bem-estar, a felicidade e a satisfação dessa faixa etária. De acordo com Scorsolini-Comin e Santos (2010), a felicidade pode ser compreendida como a predominância da frequência de ocorrência de experiências emocionais positivas sobre as negativas. A qualidade de vida é subdividida em duas dimensões: bem-estar objetivo (welfare), que abarca as circunstâncias objetivas da vida (renda, educação, saúde, lazer, transporte, entre outros domínios), e bem-estar subjetivo (well-being), explicitado pelas experiências subjetivas da vida, pela busca de realização pessoal, social e profissional.
O estudo do bem-estar subjetivo tem como escopo central compreender a avaliação que as pessoas fazem de suas vidas, podendo receber outras denominações, tais como felicidade, satisfação, estado de espírito, afeto positivo, sendo também considerado por alguns autores como avaliação subjetiva da qualidade de vida. Por isso, há uma tendência contemporânea para relacionar a felicidade ou bem-estar à promoção da saúde.
A importância da atividade física na terceira idade tem sido cada vez mais reconhecida, devido ao impacto positivo que a prática regular de exercícios pode ter na saúde e no bem-estar dos idosos. A proposta deste artigo de opinião é avaliar os benefícios da atividade física para a população idosa, bem como os desafios e as melhores práticas para a promoção de um estilo de vida ativo nessa faixa etária. A atividade física é um dos pilares fundamentais para a promoção da saúde e bem-estar em qualquer fase da vida, mas sua importância se torna ainda mais evidente na terceira idade. À medida que envelhecemos, o corpo passa por diversas transformações, e a prática regular de exercícios pode ser um verdadeiro aliado na manutenção da saúde física e mental dos idosos.
A prática regular de exercícios físicos traz consigo uma série de benefícios inigualáveis para os idosos, tanto em termos de saúde física quanto mental. A importância da atividade física na terceira idade é extremamente significativa, uma vez que ela desempenha um papel essencial na prevenção de diversas doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial e osteoporose, além de contribuir de maneira eficaz para a manutenção da independência e da qualidade de vida dos idosos, como o fortalecimento dos músculos, a melhora da capacidade cardiorrespiratória, o aumento da flexibilidade e da coordenação motora, a diminuição do risco de quedas e lesões, o controle do peso corporal e o combate ao estresse e à ansiedade.
Além dos benefícios físicos, não podemos esquecer do impacto positivo da atividade física na saúde mental. O exercício libera endorfinas, substâncias que proporcionam sensação de bem-estar e felicidade. Para muitos idosos, a prática regular de atividades físicas pode ser uma forma eficaz de combater a depressão e a ansiedade, promovendo um estado emocional mais equilibrado. Entretanto, é fundamental que os idosos busquem orientação profissional antes de iniciar qualquer programa de exercícios. Um educador físico ou fisioterapeuta pode criar um plano personalizado que respeite as limitações individuais e evite lesões. (https://delboniauriemo.com.br/saude/saude-do-idoso)
Os autores Ferreira et al. (2015) afirmam que a convivência com outras pessoas pode melhorar significativamente a qualidade de vida do idoso. A interação social proporcionada por atividades em grupo também é importante, pois promove o senso de pertencimento e combate à solidão, tão comum nessa fase da vida. Participar de grupos de caminhada, aulas de dança ou ginástica para idosos não apenas promove a atividade física, mas também cria oportunidades para novas amizades e interações sociais. Esse aspecto é vital, pois muitos idosos enfrentam solidão e isolamento social.
Segundo Eduarda Barbosa e Juliana Albuquerque, da Folha de Pernambuco (2018), enquanto a projeção no número de jovens deve cair deste ano para 2060, a quantidade da população idosa deve crescer. Segundo a projeção divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no novo levantamento veiculado, os pesquisadores do IBGE detalharam ainda que a população de pessoas idosas residentes no Brasil, acima de 60 anos ou mais, era de 32.113.490 no Censo 2022. Isso representa um salto de 56% em relação à de 2010. O percentual da população com 65 anos ou mais vai alcançar 25,5% (equivalente a 58,2 milhões de idosos). Os dados foram apurados pelo Departamento de Jornalismo da Rádio Club por meio dos Censos realizados em 2010 e 2022 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que afirma que Palmas segue a mesma tendência da média nacional. A população idosa, com mais de 60 anos, da microrregião de Palmas cresceu quase 60% em 12 anos. Enquanto no ano de 2010 essa faixa populacional era de 8,2 mil pessoas, em 2022 ela subiu para quase 13 mil.
Diante dessa projeção, o país precisa reajustar gastos com saúde e aposentadoria para que seja possível equilibrar a pirâmide etária do futuro. Os dados citados vêm apresentar a importância de, nesta fase da vida, manter o corpo e a mente sã, para com isso ter uma boa qualidade de vida e um melhor aproveitamento da fase idosa de cada indivíduo.
Em suma, a atividade física na terceira idade não é apenas uma questão de manter-se em forma; é uma necessidade para garantir uma vida saudável e plena. Como se nota, promover hábitos saudáveis entre os idosos deve ser uma prioridade não apenas para os profissionais de saúde, mas também para familiares e toda a sociedade. O investimento no bem-estar dos nossos idosos é um investimento no futuro — um futuro em que todos nós desejamos, que é envelhecermos com dignidade e qualidade de vida.
Referências
FERREIRA, Joel Saraiva; DIETTRICH, Sandra Helena Correia; PEDRO, Danielly Amado. Influência da prática de atividade física sobre a qualidade de vida de usuários do SUS. Saúde em Debate, v. 39, p. 792-801, 2015.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Publicado em 08 abr. 2021. Acesso em: 10 fev. 2023. Disponível em: https://www.folhape.com.br/economia/pernambuco-terapopulacao-com-25-de-idosos-ate-2060/76026/.
SCORSOLINI-COMIN, F.; SANTOS, M. A. dos. O estudo científico da felicidade e a promoção da saúde: revisão integrativa da literatura. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 18, n. 3, p. 189-196, 2010. Recuperado em: 01 out. 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_25.pdf.
AGÊNCIA IBGE. Censo 2022: número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% em 12 anos. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/38186-censo-2022-numero-de-pessoas-com-65-anos-ou-mais-de-idade-cresceu-57-4-em-12-ano. Acesso em: 10 fev. 2023.
IBGE. Cidades – Palmas (TO). Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/palmas/panorama. Acesso em: 15 ago. 2024.
DEL BONI AURIEMO, G. Saúde do idoso. Disponível em: https://delboniauriemo.com.br/saude/saude-do-idoso. Acesso em: 16 nov. 2024.