A influência das redes sociais na vida escolar

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A influência das redes sociais na vida escolar: benefício ou dano? As redes sociais mudaram a forma como nos comunicamos, aprendemos e interagimos com o mundo. No que diz respeito ao ambiente escolar, elas afetam a vida do estudante cada vez mais, mas o quão eficaz elas são, benéfico ou prejudicial para o sucesso do estudante?

Aspectos positivos das redes sociais na aprendizagem
Em primeiro lugar, as redes sociais podem ser uma grande ajuda no processo educacional. O uso interno de plataformas de redes sociais, como YouTube, Instagram ou mesmo TikTok, tornou-se cada vez mais popular para publicar conteúdo sobre qualquer tópico de aprendizado, desde tutoriais e explicações em vídeo até debates. Como citado por Dotta, Monteiro e Mouraz (2019), “o potencial de promover a melhoria na sua aprendizagem, estimular e desenvolver a construção e criação de ideias pelos estudantes, facilitar a formulação de hipóteses, permitir que aprendam em comunidade e desenvolvam uma aprendizagem significativa” (Dotta, Monteiro e Mouraz, 2019, p. 48).

Grupos de rede em programas como WhatsApp, Facebook ou Instagram tornam a comunicação e socialização entre os alunos disponíveis e útil em qualquer lugar e a qualquer momento, não só para uso de trocas de mensagens instantâneas, mas também permitindo que os alunos compartilhem arquivos e dicas de estudo, promovendo projetos em conjunto que favorecem o aprendizado. Mesmo que isso não ocorra, por outro lado, o acesso a fontes culturais atualizadas continua a ser uma ferramenta do século para qualquer busca de informação. Isso porque os alunos têm acesso ilimitado pela web a artigos, gravações de podcast, vídeos, ou qualquer outra informação educacional de qualquer lugar do mundo que seja importante.

Dentro deste cenário, com o acesso livre para estes jovens, as inúmeras disponibilidades e variedade de conteúdos, os estudantes que frequentam as redes sociais por mais de três horas diárias, fora de um contexto educativo, geralmente apresentam notas mais baixas, pois o excesso de estímulos digitais interfere na concentração e na complexidade das atividades cognitivas. De acordo com Braga (2016), “a tentativa de apreender muitas informações ao mesmo tempo prejudica a capacidade de fixação mnemônica dessas informações e, consequentemente, a consolidação do aprendizado” (Braga, 2016, p. 3).

O cyberbullying é outro impacto negativo significativo que impacta a saúde mental e emocional dos estudantes. As redes sociais são o ambiente perfeito para a ocorrência de bullying digital, sem acarretar tantos danos a quem provoca o bullying, mas para a vítima pode ocasionar vários tipos de consequências prejudiciais, como: ansiedade, baixa autoestima, diminuição no desempenho escolar e depressão. Em algumas situações, pode resultar no isolamento social dos estudantes. Segundo dados de uma pesquisa da Intel Security, feita com 507 crianças e adolescentes com idades entre 8 e 16 anos, revelou alguns dados preocupantes sobre o cyberbullying no Brasil: 66% presenciaram casos de agressão na internet e 21% afirmam ter sofrido cyberbullying, que pode ser observado como a problemática a ser enfrentada diante do uso indevido de redes sociais.

Um ponto a ser ponderado é o aumento das fake news, facilitando a distorção de informações, destacando outro lado obscuro das redes sociais, que, apesar de facilitarem o acesso à informação, também podem ser utilizadas para divulgar desinformação. Muitos estudantes acreditam no que veem nas redes sociais sem questionar a veracidade das fontes. Este comportamento dificulta a compreensão de questões relevantes ou complexas, o que afeta na qualidade da formação escolar. Consequentemente, a direção escolar e as famílias acabam encontrando o desafio de desenvolver uma educação digital que incentive os jovens a serem mais críticos e responsáveis no uso da internet. A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) enfatiza a relevância de direcionar o uso das redes sociais para fins pedagógicos, incentivando o aprimoramento de competências de pesquisa, pensamento e análise crítica (Abed, 2024).

Desenvolver iniciativas que promovam o uso das plataformas digitais para discussão de temas atuais, compartilhar materiais didáticos e motivar a interação com especialistas de diversas áreas pode demonstrar como as redes podem passar de somente um meio de distração para instrumentos que potencializem o aprendizado.

As plataformas de mídia social possuem uma enorme capacidade para melhorar o ambiente educacional, proporcionando novas maneiras de aprender e se relacionar com o mundo. No entanto, se empregadas de maneira imprópria e sem direcionamento, podem comprometer o rendimento escolar e a saúde mental dos alunos. Desta maneira, é essencial que a direção escolar, juntamente com as famílias, para que dê continuidade fora do ambiente escolar, orientem os jovens para um uso equilibrado e saudável da internet. Encontrar o equilíbrio entre tecnologia e aprendizado representa um grande desafio, mas também uma chance valiosa para revolucionar a educação na era digital.

Referências bibliográficas

BRAGA, Ryon. O excesso de informação – a neurose do século XXI. 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/273276685_Informacao_memoria_e_ciberespaco_consideracoes_preliminares_no_campo_da_Ciencia_da_Informacao_no_Brasil.

DOTTA, L. T.; MONTEIRO, A.; MOURAZ, A. Professores experientes e o uso das tecnologias digitais: mitos, crenças e práticas. Eduser: Revista de Educação, Bragança, v. 11, n. 1, p. 45-60, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.34620/eduser.v11i1.124.

SETÚBAL, José. Cyberbullying, agora que vem o pior. 2022. Disponível em: https://institutopensi.org.br/cyberbullying-agora-que-vem-o-pior/.

ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância. O papel da tecnologia na educação a distância, inclusive nas Licenciaturas; 09/2024. Disponível em: https://www.abed.org.br/site/pt/midiateca/textos_ead/2261/2024/02/o_papel_da_tecnologia_na_educacao_a_distancia,_inclusive_nas_licenciaturas.

 

Autores: Erika Vitoria Alves Borges e Luiz Santana.

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