Uma leitura psicanalítica da ansiedade: o relato da angústia dos adolescentes no pós-pandemia

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Como um iceberg, o sofrimento psíquico pode ser bem maior do que transparece.

Ser adolescente em 2022 é ter enfrentado o real da pandemia da COVID 19.   E, muitas das vezes, é estar encarando grande sofrimento em decorrência da falta de elaboração dessa experiência. Tal sofrimento, foi identificado e anunciado pelo UNICEF, braço da Organização das Nações Unidas para infância e adolescência, desde o final do ano de 2021, no relatório “Situação Mundial da Infância 2021: Na minha mente: promovendo, protegendo e cuidando da saúde mental das crianças”. Segundo o alerta da agência internacional: o impacto da covid-19 na saúde mental de crianças, adolescentes e jovens é significativo, mas somente a ‘ponta do iceberg’. 

Em março de 2022, logo após o início das aulas presencias no Brasil, jornais de grande circulação e relevantes sites de notícias anunciam o imperativo da terrível realidade e nomeando como ansiedade a angustia dos adolescentes. Nesse sentido, tem-se os seguintes destaques: Revista Veja São Paulo – explosão de casos de ansiedade entre adolescentes no pós-pandemia; Revista Saúde Abril- Sinais de depressão e ansiedade dobraram em jovens na pandemia, diz estudo; Jornal Estadão – Crises de ansiedade em adolescentes e crianças desafiam famílias e escolas. 

Em junho de 2022, fui convidada pela psicóloga Ana Paula Viana de Oliveira para, junto com ela, ministrar, aos alunos do terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual São José, em Palmas-TO, uma palestra intitulada Desafios da ansiedade em adolescentes. 

A queixa, motivada pela da escola, era de que, por parte dos estudantes, pululavam inúmeros relatos de crises de ansiedade, automutilação e até mesmo casos de ideação suicida. E o pedido inicial era de que realizássemos uma palestra motivacional, fundada no que Lacan chama de discurso universitário, para dar dicas práticas para que os adolescentes enfrentassem o sofrimento nomeado como “ansiedade”. 

Contudo, ante à proposta, a teoria psicanalítica nos impunha reflexões necessárias. O que pode ser atribuído como significante ao termo ansiedade apontado pelos professores da escola? E como nós poderíamos supor uma ansiedade única que contemplasse todos os adolescentes? Receber conhecimento, em nível consciente, seria suficiente para minimizar o sofrimento dos alunos?   

A reflexão sobre o alcance e a legitimidade do conteúdo atribuído ao termo ansiedade pelos professores da escola, nos remete ao texto “O Inconsciente” de Freud (1915) quando explica que: “psicologicamente mais correto seria talvez afirmar que sem maior reflexão nós atribuímos, a cada outro indivíduo, nossa própria constituição e, também, nossa consciência, e que tal identificação é o pressuposto de nossa compreensão”.

No mesmo sentido, Freud (1915) nos alerta sobre a existência de uma dimensão inconsciente no sujeito, apontando que “há atos de que a consciência não dá testemunho. (…) Então será preciso adotar o ponto de vista de que é uma pretensão insustentável exigir que tudo o que sucede na psiquê teria de se tornar conhecido também para a consciência”

Sobre o sofrimento dos adolescentes, no texto Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud (1905) explica que: as condições típicas de desenvolvimento sexual da fase da puberdade implicam na maturação dos órgãos do aparelho sexual, na concentração do prazer no foco genital e em mudanças na orientação da libido, antes autoerótica para objetal.  Diante disso, é destacado o problema da tensão da excitação sexual na adolescência que “tem de trazer em si o sentimento de desprazer”.   

Por outro lado, acerca da impossibilidade de supor um modo de sofrer único que representasse todos os adolescentes, Lacan já havia nos advertido que “a mulher não existe” como constructo único, mas que deveriam ser tomadas uma a uma. E desta forma, não poderíamos supor que existisse O adolescente, nem que fosse possível imaginar causas, efeitos ou soluções padronizadas para o sofrimento ou angústia nomeados de ansiedade. 

Portanto, realizar uma palestra motivacional, à luz da psicanálise de Freud e Lacan, seria tarefa impossível, considerando a epistemologia da psicanálise, que tem como o objeto o resto do cogito, o conteúdo singular, inconsciente e inarredável do sujeito da ciência positiva. Era preciso escutar os adolescentes, um a um, como sugeriu Lacan para na equivocação de suas palavras, identificar o quer dizer o seu sintoma, a sua ansiedade, a partir do conteúdo reprimido no inconsciente de cada o sujeito. E acerca do conteúdo inconsciente reprimido, Freud (EU e o ID) propõe: “somos vividos por poderes desconhecidos e incontroláveis”

É necessário lembrar que, foi para compreender tais poderes que nos controlam e que estariam para além dos restos mnêmicos, das sensações e percepções de ordem corporal consciente, Freud desenha um projeto de psicologia científica. No qual tenta explicar a existência e o funcionamento do aparelho psíquico como justificativa para existência de causas inconscientes para o sofrimento humano, nos termos do rigor da ciência médica.

Apoiadas na teoria freudiana, transformamos a palestra em uma roda de conversa com alunos e alguns professores, na qual pudemos identificar traços de angústia em suas falas individuais. Angústia que, como nos orienta o seminário 10 de Lacan, apontava para o real e para a direção do tratamento. Ao perguntarmos aos 50 alunos quem deles sofria de ansiedade e descrevermos algumas das repercussões corporais do quadro, tais como falta de ar, arritmia cardíaca, pensamentos acelerados, dificuldade de atenção ou concentração, mais de 50% dos presentes levantou a mão se identificando. Surgiu de um deles uma pergunta inarredável: quem não é ansioso? E a partir desse gancho passamos a oportunizar a fala deles, em livre associação, e destacar, em cada um, os pontos de singularidade na descrição do fenômeno nomeado como ansiedade e com isso elevar a singularidade na direção da própria angústia.

Assim, concluímos que cada sujeito é um e, portanto, cada ansiedade é única. O sofrimento da mocinha de 16 anos que se apresentava com medo de sair de férias e ser surpreendida por uma nova pandemia, perdendo a possibilidade de contato com os amigos ante a hipótese de uma nova quarentena, não é o mesmo vivenciado pela colega de turma, que também apresentava sintomas de ansiedade com a aproximação das férias, posto que nesse período estaria em contato mais intenso com a mãe que recentemente se divorciou e afastara da convivência com o pai idealizado. É necessário o amparo da psicanálise, enquanto “psicologia das profundezas”, para promover a escuta do inconsciente e o tratamento singular a cada sujeito falante.  

REFERÊNCIAS 

FREUD, S. (1989). Projeto para uma psicologia científica. In Edição Standard brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud (Vol. I, pp. 303-409). (J. Salomão, Trad.). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1895).

FREUD, S (1905). Obras Completas, Volume 6, Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, análise fragmentária de uma histeria e outros textos. 1ª ed. São Paulo. Companhia das Letras,2016.

FREUD, S (1915). Obras Completas, Volume 12. Introdução ao Narcisismo. Introdução ao Narcisismo, ensaio sobre metapsicologia e outros textos. São Paulo. Companhia das Letras, 2010.  

FREUD, S (1923). Obras Completas, Volume 16, O EU e o ID. 1ª ed. São Paulo. Companhia das Letras, 2010.  

GAULT, J.. Por uma epistemologia lacaniana. pdf

LACAN, J (1998). “Ciência e verdade”. IN: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge.

LACAN, J. (2005) O seminário. Livro 10. A angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor

LACAN, J(1985). O seminário. Livro 20. Mais, ainda. Jorge Zahar Editor. 

VIEIRA, M. A (2015). Por uma epistemologia clínica. IN: Opção Lacaniana.

UNICEF (2021) https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/impacto-da-covid-19-na-saude-mental-de-criancas-adolescentes-e-jovens

BARBIRATO, F. (2022) A explosão de caos de ansiedade entre crianças e jovens no pós-pandeia. https://vejario.abril.com.br/coluna/fabio-barbirato/a-explosao-de-casos-de-ansiedade-entre-criancas-e-jovens-no-pos-pandemia/

CARVALHO, P. (2022) Sinais de depressão e ansiedade dobraram em jovens na pandemia. https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/sinais-de-depressao-e-ansiedade-dobraram-em-jovens-na-pandemia-diz-estudo/

Junior, G. (2022) Crises de ansiedade em adolescentes e crianças desafiam famílias e escolas.  https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,crises-de-ansiedade-em-adolescentes-e-criancas-desafiam-familias-e-escolas,70004054486

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Primeiro Seminário Psicanálise e Atualidade ocorre dia 20/04

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O grupo de estudos FaLA – Percurso de Freud à Lacan, criado em Palmas-TO, comemora o seu aniversário de 7 (sete) anos de criação organizando o 1º Simpósio Psicanálise e Atualidade. O evento será iniciado no dia 20 de abril de 2022, às 19h30minh com encontro temático virtual com a psicanalista Ruskaya Maia, Membro da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP).

Nessa ocasião, a psicanalista convidada discorrerá sobre o tema “psicanálise e atualidade” para estudantes de psicanálise e participantes do Grupo FaLA. Há vagas destinadas ao público em geral.

Inscreva-se pelo Instagram: @falapercurso.

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Palmas para Rita von Hunty

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Rita Von Hunty, a persona drag queem idealizada e executada pelo professor Guilherme Terreri Lima Pereira, atua como arte educadora, colunista da revista Carta Capital, instagramer, youtuber no canal Tempero Drag e apresentadora nos programas de televisão Saia Justa do GNT e Drag-me as a Queen do canal DIRECTV GO. 

Neste sentido, ao se apresentar como palestrante do evento Psicanálise e Cultura – Esperança e Ato promovido pelo curso de psicologia da Universidade Federal do Tocantins e pelo grupo de estudos FALA – percurso de Freud a Lacan, Von Hunty faz questão de indicar o seu lugar de fala, “o lugarzinho que habita” para se diferenciar dos “sabichões da internet” como sendo professora de língua e literatura inglesa, atriz farsante, marxista hoje tem como campo de atuação os estudos de cultura.

 

Nos aspectos físicos, Rita se apresenta com o estereótipo de uma dona de casa americana dos anos 50, com perucas estruturadas, maquiagem marcada, mas delicada, roupas coloridas, porém respeitáveis surge uma senhora de meia-idade que se autodescreve como professora de humanas e faz lembrar a tia de alguém. Mas é preciso dizer que ela é muito mais do que o impacto visual e uma performance. 

Rita é um fenômeno relevante, especialmente no Brasil que carrega os tristes títulos de: ser a 12 anos campeão mundial de crimes contra minorias sexuais e de país que mais mata pessoas LGBTQI+ no mundo; ser o 5º país do mundo em feminicídio e o 4º colocado em casamento infantil de mulheres. 

Rosto de drag queen Rita Von Hunty estampa o Minhocão em SP.

O Tempero Drag, protagonizado por Von Hunty desde 2015, tem quase um milhão de inscritos no youtube. O que por si só já seria um marco relevante em termos de quantidade de seguidores. E que se destaca ainda mais pela peculiaridade dos temas abordados que tratam das questões contemporâneas e cotidianas com extensa fundamentação teórica nos estudos de cultura e nas ciências humanas, e pela assertiva a escolha da arte como forma de educação e difusão de saberes.

No que se refere aos temas tratados por ela, vale destacar o espanto de dizer que centenas de milhares de pessoas estão interessadas nas aulas teóricas e bem referenciadas sobre sociologia, filosofia e literatura nas quais a “professora Rita” traduz com humor e linguagem simples aos leigos da cultura erudita o pensamento de autores da cultura ocidental tais como: Raymond Williams; Adorno; Foucalt ou Frederic James.  

Ainda na tentativa de indicar os inúmeros significantes agregáveis ao fenômeno Rita, é preciso dizer sobre sua posição declaradamente marxista, sua posição na luta pela defesa por direitos humanos para todos, especialmente para os corpos mais vulneráveis e desprotegidos pela biopolítica brasileira, e, por fim seu compromisso várias vezes declarado com as propostas teóricas e técnicas do fazer educação de Paulo Freire considerando história e consciência de classe.

Fonte: YouTube 

 

No que tange à psicologia e à psicanálise, Von Hunty estuda a teoria lacaniana sobre ética, no seminário 7, no qual analisa o texto clássico da tragédia grega de Antígona e a partir dele nos convida a pensar a necessidade de adotarmos uma postura política ativa e de somarmos esforços concretos a uma construção coletiva de uma realidade distinta em termos de direitos humanos.  

Rita se fundamenta na afirmação de que ele, Lacan, não tinha pretensão de ser entendido, pois tudo que existe entre nós é mal-entendido: é o campo possível para nós, justamente para afastar-se da suspensão neurótica e passarmos a uma esperança transformadora. 

Para ela, esperança não é uma coisa que você sente no sofá, é uma coisa que você sente quando você está ligado aos seus por um projeto pelo qual você se lembra que vale a pena lutar.

Fonte: YouTube 

 

A esperança deve, então, ser compreendida como verbo, uma ação que seja de fato combustível para a construção de outro sentido, outra direção, orientada à luta por direitos humanos. Neste sentido, durante a mencionada palestra aos estudantes de psicologia de Palmas-TO, a fala de Rita convida a seguir com Raymond Williams (seu Raimundinho) e Paulo Freire para adotar a na prática profissional a esperança radical, como verbo.

Pois é preciso ter consciência de que as pessoas e os poderes estabelecidos têm necessidade de nos comunicar afetos tristes, de nos persuadir que a vida é dura e pesada e de nos angustiar para desestimular nossas ações de mudança. Nesse momento ser verdadeiramente radical é tornar a esperança mais possível do que os afetos tristes, do que o desespero convincente impresso nas notícias, nas redes sociais e no discurso oficial das instituições.

Fonte: YouTube 

 

A fala de Rita aos estudantes de psicologia da Universidade Federal do Tocantins nos orienta a divulgar qualquer pequena vitória, também. Para fazer face ao acúmulo de estímulos à manutenção da angústia estagnante e de outro modo fazer o sujeito refletir: quais vitórias nos são possíveis agora? Para além da defensiva, para além do esperar. 

Diante deste quadro, fica o convite imperativo à psicologia e à psicanálise, enquanto áreas de estudo e prática da saúde mental capazes de manejar por meio da linguagem (cura pela fala e escuta ativa) sentimentos e imaginação mobilizando afetos distintos da angústia inibidora a serem ativados pelo desejo de cada sujeito de modo a tornar, um a um, a “esperança verbo” mais possível.

Referências.

¹ Dados do Trans Murder Monitoring (“Observatório de Assassinato Trans”) https://exame.com/brasil/pelo-12o-ano-consecutivo-brasil-e-pais-que-mais-mata-transexuais-no-mundo/

² (https://www.youtube.com/watch?v=Slm2ib2j5c0)

Lacan, J. (1997). Seminário 7 – A Ética da psicanálise (1959-60). Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor.

LACAN, Jacques. O seminário. Livro 20. Mais, ainda. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro, 1985. 

LACAN, Jacques. O seminário. Livro 23. O Sinthoma. Editora Zahar. Brasília, 2017. https://lotuspsicanalise.com.br/biblioteca/Jacques-Lacan-O-seminario-Livro-23-O-sinthoma.pdf 

Miller, J.-A. (1997). Lacan elucidado: Palestras no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Sófocles. (2009). A trilogia tebana: Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígona /
Sófocles (15a ed.). (M. G. Cury, Trad.). Rio de janeiro: Jorge Zahar Editor.

Vieira, M. A. (2000). Entre desejo e gozo: Freud, Lacan e a ética da
psicanálise. Saúde, sexo e educação. 20(VII), 42-50 Recuperado em 30
setembro, 2015 de http://www.litura.com.br/artigo_repositorio/entre_
desejo_e_gozo___a_etica_da_psicana_1.pdf

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O adeus à Anna O.

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Já nos aproximamos do final do semestre letivo. Todas as atividades se tornaram urgentes e inadiáveis e ontem vivi um desafio interessante: precisei me despedir da minha primeira paciente na clínica escola a quem chamarei simbolicamente de Anna O, em homenagem à analisanda de Breuer e Freud que inaugura os estudos de psicanálise.

Sobre verdadeira Anna O. é preciso dizer, ao menos, que também não tinha esse nome. Era Bertha Pappenheim, que aos 21 anos quando foi diagnosticada com histeria, doença exemplar da época Vitoriana, pelo médico Joseph Breuer.

A jovem estava recolhida em seu quarto sofrendo de contraturas, de paralisia no lado esquerdo do corpo, mergulhada em mutismo e delírios diversos quando recebeu os primeiros cuidados por meio de catarse e hipnose de Breuer.

Anos depois, em decorrência do tratamento de Freud, por meio da psicanálise, Bertha Pappenheim se tornou a primeira assiste social da Alemanha dedicando-se a acolher jovens judias pobres e inúmeras órfãs que eram levadas a prostituição.

O caso de Anna O. descrito por Freud no Livro Estudos Sobre Histeria, deixa claro que era preciso ouvir e interpretar as falas que vinham do inconsciente, o que os sonhos poderiam revelar e fazer de toda dor, sofrimentos banais. Com isso, Freud inaugura a psicanálise, tratamento que propõe a cura pela fala; inicia a noção da sexualidade na origem das neuroses, desenvolve a ideia da reversibilidade dos sintomas histéricos e, também, identifica evidências do amor de transferência.

Fonte: Imagem no Freepik

Voltemos à história da minha Anna O.!

Confesso que adiei o dia da despedida ao máximo, afinal, esses momentos propiciam os temíveis feedbacks e as avaliações. E eu estava insegura sobre qual seria a percepção da minha primeira paciente sobre o resultado do nosso ano de terapia.

Quanto a isso é preciso destacar que o trabalho desenvolvido com ela, que é estudante de psicologia, foi muito marcado pela transferência e pela contratransferência. Desde uma interação facilitada por uma transferência positiva iniciada nos primeiros contatos, até os desafios intensos do manejo continuado de transferência negativa, nos dois meses finais. Além, da inegável, contratransferência causada pelo fato de a minha Anna O. ser estudante de psicologia, conhecer das teorias e técnicas que eu aplicava nas sessões e, por fim, utilizar-se deste conhecimento como meio de resistência ao processo terapêutico.

Para o dia da despedida, eu ensaiei ao máximo todas as saídas previsíveis a fim de ter apoio em caso de dificuldades. E se ela não dissesse nada, isso significaria que ela não havia gostado do trabalho? E se ela fizesse uma crítica dura, ainda poderia ser interpretada como transferência negativa?

Enfim, como eu iria lidar com o meu ego narcisista de psicóloga em formação ante ao feedback da paciente que pegou o início da minha prática ainda tão rudimentar?

Foi assustador! Mas como os prazos não esperam, me lancei ao desafio.

E no final deu tudo certo. Ela chorou a sessão toda. Confessou que também tinha medo do dia da despedida. Agradeceu a disponibilidade e o trabalho desenvolvido: mais por ela do que por mim. Que fique claro! Disse ter ficado surpreendida com a clínica de ênfase em psicanálise, pois quando se dispôs a iniciar a terapia imaginava que ia apenas “se conhecer melhor” e não esperava que a experiência e a transferência fossem provocar tantas dores e tantas conquistas.

Fonte: Imagem no Freepik

Confesso que eu só não chorei, porque, afinal psicólogo não chora! Faz semblante de analista!

Mas que eu precisei lembrar disso várias vezes, eu precisei.

O bacana da experiência foi perceber na prática que o esforço do estudo, do empenho e da coragem de se arriscar mesmo sendo ainda tão iniciante trouxe resultado útil à paciente, apoiando-a a alcançar alterações concretas em suas relações e no manejo dos seus sintomas.

Quando eu lembro que perdi noite de sono preocupada com a possível ideação suicida de Anna O., mal consigo reconhecer a moça que falava comigo na última sessão. Sua libido não estava mais regredida, ela conseguiu trabalhar, não deixou a faculdade, não tinha mais crises de insônia ou de ansiedade, nem levantava a cada 10 minutos para ir ao banheiro durante a sessão.

Contudo ela ainda continua a ser minha Anna O. E como se dispôs a manter a terapia na clínica escola da Ulbra, na ênfase da psicanálise, certamente será o maravilhoso desafio de outro colega a partir do próximo ano.

REFERÊNCIAS

FREUD, Sigmund, 1856-1939. Obras completas, volume 2 : estudos sobre a histeria (1893-1895) em coautoria com Josef Breuer / Sigmund Freud ; tradução Laura Barreto ; revisão da tradução Paulo César de Souza — 1a ed. — São
Paulo: Companhia das Letras, 2016.

FREUD, Sigmund, 1856-1939 Cinco lições de psicanálise, Leonardo da Vinci e outros trabalhos (1909) / Sigmund Freud.

SANTOS, Manoel Antônio. A transferência na clínica psicanalística: a abordagem freudiana. Temas psicol. vol.2 no.2 Ribeirão Preto ago. 1994

ISOLAN, Luciano Ransier. Transferencia erótica uma breve revisão. 189 Transferência erótica – Isolan Rev Psiquiatr RS maio/ago 2005;27(2):188-195

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Patologias do vazio

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O Grupo de Estudos em Psicanálise em Palmas-TO, convida os interessados em psicanálise para participar da aula online com a psicóloga e psicanalista, membro da Freudem Psicanálise ensino e pesquisa, Vera Prazeres, que se realizará no dia 27 de novembro de 2021, sábado, às 14horas via meet.

As inscrições devem ser solicitadas com antecedência pelo whatsapp (63) 984185596 e pelo link: https://forms.gle/xHgRSuGTSBKg1eSd9

Fonte: Arquivo Pessoal

Sobre o Grupo de Estudos em Psicanálise em Palmas-TO, o coordenador Professor Luiz Cláudio Ferreira Alves explica que o coletivo existe há dois anos para realizar seminários presenciais, na capital do Tocantins, têm se expandido durante a pandemia aproveitando a possibilidade remota de intervenções e hoje é composto por integrantes e convidados de várias partes do país. 

Segundo o coordenado do grupo, o novo formato ajuda a fortalecer a psicanálise no Tocantins, enquanto ciência, estudo e prática. 

A indicação de leitura prévia é o texto “Narciso a procura de uma nascente” inserido no livro de Joyce McDougall, Em defesa de uma certa anormalidade, Teoria e Clínica Psicanalítica.

 

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O Poder da palavra – psicanálise & MPB

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O grupo de estudos FaLA – Percurso de Freud a Lacan traz, no dia 28 de novembro, às 9:00h encontro temático virtual com o psicanalista Marcos Comaru, Psicanalista, doutor em teoria psicanalítica pela UFRJ, professor convidado do Instituto Cultural Freud, do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro e do curso de pós-graduação em psicanálise e contemporaneidade: trauma e urgências subjetivas da PUC-RJ. Nessa ocasião, o psicanalista irá discorrer sobre seus estudos acerca da interrelação entre psicanálise e música popular brasileira aos estudantes de psicanálise participantes do Grupo FaLA. Contudo, há vagas destinadas ao público em geral. 

Fonte: foto de Marcos Comaru extraída do https://www.youtube.com/watch?v=SSgD0BnEdRI /

Inscreva-se no instagram: @falapercurso.

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Faz escuro, mas eu canto, a 34ª Bienal de Arte de São Paulo na perspectiva de crianças

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Hoje às vésperas do Dia das Crianças escolho homenageá-las contando um curioso relato de experiência de uma mãe moradora do Tocantins, interessada em arte e apaixonada por psicologia, que leva seus filhos de 7 e 10 anos a uma viagem para visitar a 34ª Bienal de Arte de São Paulo.

E com isso gostaria de problematizar alguns tópicos que, à luz do olhar daquelas crianças, tornam relevante a intersecção entre os temas: infância, arte, psicologia e direitos humanos.

Nossa jornada começa numa despretensiosa ida ao Parque do Ibirapuera para ver a obra Entidades que o artista Jaider Esbell, do povo indígena Makuxi de Roraima, apresenta no lago. 

A obra faz referência à imagem da cobra grande, que por sua vez, pode ser símbolo de fartura e fertilidade, além de proteção no referencial simbólico de algumas nações indígenas.

É uma obra impactante e o desejo por conhecê-la mobilizou os pequenos para uma longa caminhada no refúgio verde da cidade grande. E, diante dela, no seu livre pensar, as crianças interpretaram o que viam, cada uma a seu modo segundo seus interesses e conteúdo pregresso, como: grandes cobras ou dragões mágicos. 

Fonte: https://amazoniareal.com.br/bienal-de-sao-paulo/

 

Noutro ponto, é necessário destacar que a 34ª Bienal faz história por trazer destaque a diversas obras de artistas indígenas. E que o mesmo Jaider Esbell, também é curador de uma mostra “Moquém_Surarî: Arte Indígena Contemporânea”, no Museu de Arte Moderna (MAM) a qual tivemos a feliz oportunidade de conhecer. 

Fonte: encurtador.com.br/BDKNP

 

Segundo publicação da Agência Brasil de Comunicação, a mostra apresenta trabalhos de 34 artistas indígenas de Roraima dos povos Baniwa, Guarani Mbya, Huni Kuin, Krenak, Karipuna, Lakota, Makuxi, Marubo, Pataxó, Patamona, Taurepang, Tapirapé, Tikmũ’ũn_Maxakali, Tukano, Wapichana, Xakriabá, Xirixana e Yanomami. 

E as obras são apresentadas em suportes diversos que vão desde desenhos criados por artistas como Ailton Krenak, Joseca Yanomami, Rivaldo Tapirapé e Yaka Huni Kuin; tecelagens de Bernaldina José Pedro; esculturas de Dalzira Xakriabá e Nei Xakriabá; fotografias de Sueli Maxakali e Arissana Pataxó; vídeo de Denilson Baniwa; gravura de Gustavo Caboco; e pinturas de Carmésia Emiliano, Diogo Lima e Jaider Esbell.

Fonte: https://anotabahia.com/mam-sp-apresenta-mostra-inedita-sobre-a-historia-da-arte-indigena/

 

Por ser moradora do Estado do Tocantins, onde estão localizadas muitas aldeias de 9 etnias diferentes, entendo que mereça reflexão o fato de termos conhecido arte indígena tão longe de sua fonte, em São Paulo-SP. E pergunto: caberia à Administração Pública e às instituições de educação em todos os níveis promover o acesso e a divulgação de arte indígena de grande qualidade, nos estados do Norte e Centro Oeste onde ela é produzida? 

Como oportunizar às crianças do “Norte” e “Centro Oeste” a possibilidade de se sentirem representadas pela arte indígena? 

Deixo com vocês as dúvidas que trouxe comigo na mala de volta!

Agora, vamos à Bienal! Preparem as pernas, pois são três andares muito grandes. Com amplas rampas de acesso. Daquelas que provocam nas crianças um desejo quase incontrolável de sair correndo. Motivo pelo qual, eu e outros pais, passamos pela experiência do “puxão de orelha” dos cuidadores do museu.

Fonte: http://34.bienal.org.br/sobrea34

 

Logo na entrada, uma instalação propunha que usássemos fones de ouvido e seguíssemos as orientações propostas pelo artista Roger Bernad.  O áudio convidava os participantes a interagir com os desconhecidos, “andar em bando”, “virar passarinho” e entendo da necessidade de agir juntos, repensar o mundo e realizar mudanças. 

Fonte: http://34.bienal.org.br/artistas/8721

 

As crianças curtiram muito a experiência e “bateram suas asas” por todo o espaço delimitado para a ação. Contudo foi inegável o desconforto quando o áudio convidava estranhos a se agruparem, se entreolharem e interagirem e elas percebiam que isso não acontecia. Pelo contrário, só havia interação restrita aos núcleos familiares ou grupos que já chegavam juntos ao museu. “O outro”, representado pelas crianças como corpos estranhos que podem trazer a doença e o mal em tempos de coronavírus, na prática da nossa experiência foi rejeitado pelos pequenos coletivos que se protegiam e se fechavam.

Neste momento, também fiquei pensando sobre o impacto do medo do outro causado pela pandemia da COVID 19. O quanto esse real gera efeitos na experiencias das crianças. E no como isso pode repercutir efeitos para a vida adulta, para suas relações interpessoais e para sua atuação coletiva como grupo e como cidadãos.

https://lunetas.com.br/wp-content/uploads/2021/03/criancas-internadas-covid-19-portal-lunetas-1.jpg

 

Falando em cidadãos, a 34ª Bienal é um verdadeiro convite a pensar a cidadania e os direitos humanos. Pois apresenta na forma de imagem e som, beleza e arte temas relevantes em direitos humanos, tais como a defesa da vida e da liberdade em todas as múltiplas possibilidades que prevê o artigo 5º da Constituição Federal do Brasil.

Sobre esse assunto, é preciso dizer que o título da 34ª Bienal, “Faz escuro mas eu canto”, foi retirado do poema do amazonense Thiago de Mello, publicado em 1965, funcionando como um enunciado da mostra:

“Por meio desse verso, reconhecemos a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual, enquanto reivindicamos a necessidade da arte como um campo de resistência, ruptura e transformação. Desde que encontramos esse verso, o breu que nos cerca foi se adensando: dos incêndios na Amazônia que escureceram o dia aos lutos e reclusões gerados pela pandemia, além das crises políticas, sociais, ambientais e econômicas que estavam em curso e ora se aprofundam”.

Ainda nessa experiencia rica sobre cidadania, as crianças viram pela primeira vez os rostos e as histórias de Nelson Mandela e Frederick Douglas e, com isso, puderam entender, a seu modo, um pouco do que eles fizeram por nós todos, enquanto humanidade.

 

Obra que homenageia Nelson Mandela que dedicou a vida à luta pelo fim do regime racista e segregacionista do Apartheid na África do Sul.

 

Homenagem a Frederick Douglas, relevante autor Norte Americano que lutou pelos direitos das pessoas negras serem tratadas pela lei e pelo Estado como cidadãos antes da implementação da 14ª Emenda nos Estados Unidos. Fonte: encurtador.com.br/orCKZ

 

E no mesmo passeio, contudo, a arte apresentou a elas em forma de gritos, imagens e músicas as dores que sofrem os presos políticos no mundo. Iniciando por Guantánamo, a terrível prisão estadunidense que, ironicamente está situada em solo cubano, e que ainda mantém dezenas de detidos sem a devida proteção do devido processo legal, sendo sabidamente torturados, sob pretexto da guerra contra o terrorismo. Por exemplo, a obra Evil 16 (Torture.Musik) de Tony Cokes, na 34ª Bienal de São Paulo, em 3 de setembro de 2021. Traz trechos de falas de ex-prisioneiros de Guantánamo nas quais são relatados o uso de música Norte Americana e som como armas de tortura dos Estados Unidos contra os árabes.

 

Fonte: encurtador.com.br/xzBOZ / Tradução do texto acima: “Ele também falou sobre música se tornando uma arma”.

Até a prisão chamada Saydnaya, a 25 quilômetros ao norte de Damasco, considerada a mais cruel da Síria em guerra, na qual, segundo relatório da Anistia Internacional, os prisioneiros viviam na escuridão e no silêncio absoluto, sendo submetidos a uma rotina de torturas e maus tratos.

“Eles eram transferidos para lá vendados, onde eram recebidos com uma “festa”, sendo brutalmente espancados. Eles passavam a maior parte do tempo dentro de uma pequena cela e eram obrigados a cobrir os olhos sempre que algum guarda entrava, ou eram levados para outro lugar. Uma testemunha declarou que um dos piores crimes que você poderia cometer em Saydnaya era tirar as mãos dos olhos”. (…) O canto era proibido; os guardas aplicam uma regra de silêncio absoluto, em que qualquer sussurro – ou grito durante um espancamento – era punido com tortura. Eles contam que quando escutam um grito, sabem que é um prisioneiro novo, que ainda não havia aprendido, da pior forma, as regras de lá.

Para ilustrar os horrores da tortura, tem-se a obra FRYDM!, de Luisa Cunha, na 34ª Bienal de São Paulo, em 3 de setembro de 2021 [Lina Bakr/Monitor do Oriente Médio. Na instalação, da caixa sai uma voz feminina que chorosa pede liberdade num tom alto e constante que ocupa todos os espaços da imensa sala e se faz onipresente.

 

Fonte: encurtador.com.br/koFI6

Saímos da Bienal com um incômodo inevitável! Não nos era possível desviar o olhar e os ouvidos dos gritos e do sofrimento traduzidos pela arte. O mundo atual descrito nos noticiários dos jornais e evitado pelos “assistidores de Netflix” se fazia presente em toda sua crueza e, definitivamente, não foi possível poupar as crianças disso. 

E eu pensei, o que fazer agora? Viemos de uma pequena cidade, Palmas-TO com menos de 300 mil habitantes e desenhada de modo planejado para que suas misérias não sejam tão notórias aos moradores do centro. E minhas crianças só conhecem tais conteúdos dos livros e da televisão. Como agir quando dão de cara com os horrores do mundo real?

Não tenho respostas certas, claro! Todo sujeito lida com os fatos a partir de sua subjetividade. Então, resolvi ouvi-los e ajudá-los a dar nomes à angústia, ao medo e à decepção que sentiam. E cada um, na sua singularidade, compreendeu e processou os conteúdos indigestos a seu modo. Um demonstrou um desejo incontrolável de agir (socar, bater e xingar com todos os golpes aprendidos nas aulinhas de Karatê) para evitar que pessoas sejam machucadas por “malvadões” do mundo a fora. A outra fechou-se em copas e quis sair do ambiente que lhe impedia de fingir que o sofrimento não existia para além das obras de ficção e passou dias remoendo o mal-estar inominado. Mas ambos, pela experiencia intensa que a arte de muita qualidade provoca, foram tocados e afetados pelos conteúdos propostos.

 

Fonte: encurtador.com.br/enGY0

Por fim, termino esse relato, com um sentimento pessoal de ordem contra transferencial que tive ao aplicar em uma criança de 10 anos uma bateria de teses na disciplina Estágio em avaliação psicológica. Enquanto realizávamos os testes, por um segundo, minha atenção tornou-se flutuante e eu pensei no quanto aquele menino era curioso, inteligente à sua maneira e capaz. E no quanto ele apreciaria verdadeiramente a oportunidade de ter contato com arte e ciência de qualidade. 

Refleti, também, sobre o esforço pessoal de superação de limitações que ele vinha fazendo ao longo dos anos em nome do desejo inequívoco de saber. Ele tem sede de saber! Mas devido às dificuldades financeiras enfrentadas pela imensa maioria dos brasileiros, ele também não teve tantas chances de aprender formalmente conteúdos relevantes de cultura, ciência e arte. 

Não consigo nem imaginar do que seria capaz, aquele menino corajoso e incrivelmente ativo, se tivesse a sua disposição, desde a primeira infância, a orientação técnica capacitada e recursos pedagógicos que superassem o acesso livre e desassistido ao youtube. Acredito que ele “voaria”.

 

Fonte: https://eucontista.wordpress.com/2014/08/19/o-menino-que-podia-voar/

E falando em “voar”, penso que para terminar este relato dedicado ao Dia das Crianças, é necessário retornar ao primeiro andar da 34ª Bienal e aceitar verdadeiramente o convite dos artistas para “virar passarinho”, “andar em bando” e juntos lutarmos para oportunizar direitos humanos e saúde mental a todos. Afinal é disso que falam a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Ética do profissional de psicologia.

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Falando sobre autismo

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 O grupo de estudos FaLA – Percurso de Freud a Lacan traz, no dia 07 de outubro, às 19:40h encontro temático virtual com a psicanalista Alice Munguba, Psicanalista Associada ao Instituto de Psicanálise da Bahia. Nessa ocasião, a psicanalista irá discorrer sobre o tema do autismo para os estudantes de psicanálise participantes do Grupo FaLA. Contudo, há vagas destinadas ao público em geral. 

 

Fonte: https://holiste.com.br/psicologos/sra-alice-munguba/

 

Inscreva-se no instagram: @falapercurso. 

 

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Grupo de Estudos: observações sobre o luto e o tempo 

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O Grupo de Estudos em Psicanálise em Palmas-TO, com o apoio do Instituto Suassuna, convida os interessados em psicanálise para participar da aula online com a psicanalista praticante e associada ao Instituto de Psicanálise da Bahia, membro fundadora do Grupo de Estudos FaLA – Percurso de Freud a Lacam, Luisa Carvalho, que se realizará no dia 25 de setembro de 2021, sábado, às 14horas via meet.

As inscrições devem ser solicitadas com antecedência pelo whatsapp (63) 984185596. 

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