Acadêmica de Psicologia do CEULP/ULBRA e Estagiária do Portal (En)Cena
Solitude: o prazer da solidão
11 de junho de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Insight
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Em uma sociedade moderna, globalizada e inteiramente conectada ainda é comum encontrarmos pessoas solitárias, depressivas e em completo sentimento de solidão. Apesar de toda a proximidade tecnológica, a humanidade tem caminhado cada vez mais para um distanciamento afetivo, não só em relação aos pares, mas do próprio indivíduo com seu íntimo. A superficialidade social, a intensa necessidade de agradar e objetificar ou mesmo padronizar comportamentos vem tirando das pessoas as suas características particulares, em alguns casos, fazendo-as odiar aspectos próprios de suas personalidades.
Diversos movimentos que antes tinham causas definidas hoje se globalizaram e tiveram suas essências diluídas em superficialidades, impondo, assim como outrora, condições e requisitos para uma satisfação pessoal. Infelizmente, independentemente de qualquer grupo, associação, clube, organização, lado político, muitas pessoas criaram a ficção de que somente será realmente feliz quando seguir tais padrões impostos.
Ante esta terrível realidade, uma pessoa que tem o prazer de desfrutar de sua própria companhia, plenamente ciente de seus defeitos e amando-se intensamente, sem depender de motivações externas para isto, é, muitas vezes, mal vista pela sociedade, descriminada por não se adequar ou submeter-se às vontades das massas.
Solitude, que apesar de similar, difere-se do sentimento de solidão, é você estar feliz consigo sem a necessidade de agradar terceiros, enquanto na solidão, mesmo que o indivíduo esteja repleto de amigos, conhecidos e companheiros, se sentirá solitário pois sente que há algo faltando em sua vida e que não consegue encontrar as forças para a plenitude.
A frase de Telma Nogueira, que diz que “solitude é a capacidade de se amar ao ponto de estar sozinho e mesmo assim, se sentir inteiro e feliz. Sem a obrigatoriedade de procurar complementos e naturalmente ser preenchido de uma paz absoluta” é completa em dizer o que significa solitude, o oposto da solidão.
As pessoas esqueceram a importância de cuidar do seu eu, entregando-se tão somente ao vazio midiático que as redes sociais proporcionam, alguns entregam suas privacidades, doam seus corpos e opiniões para se sentirem realizadas, ignorando um dos primeiros amores e essenciais para o prosseguir de uma vida mental saudável, “o amor próprio”.
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18 de maio: Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual
30 de maio de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
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O dia 18 de maio nos traz inúmeros aspectos positivos acerca da sua efetivação em âmbito nacional mediante a temática do abuso e exploração sexual na infância e adolescência, efetivamente possibilitando ocasionar uma maior discussão sobre a questão, promovendo maior enfoque quanto à participação profissional e social, peças que se fazem fundamentais na área social ao se falar na garantia dos direitos e promoção de melhorias à vida humana.
O dia alusivo desencadeia expressamente contextuar os perigos e dificuldades enfrentadas no cotidiano de crianças e adolescentes abusadas sexualmente, intencionando alertar tanto a sociedade, quanto os demais atores sociais, para a gravidade da questão e as diversas formas de violência que se faz presente na vida de crianças e adolescentes, atentando-se para o importante trabalho de prevenção que o psicólogo desenvolve neste contexto.
Fonte: encurtador.com.br/fEGK9
Torna-se plausível destacar ainda a possibilidade de evidenciar o fato de que, o abuso sexual de crianças e adolescentes se caracterizam uma importante expressão da questão social da qual necessita ser tratada primeiramente em sua base familiar, local onde ocorre a maior parte desses abusos, tendo este como um motivo fundamental para elevar a importância da atuação profissional e social dentro desta esfera, mostrando este fator como uma grande barreira que necessita com urgência e cautela ser rompida.
Abuso sexual infantil é o envolvimento de uma criança em atividade sexual que ele ou ela não compreende completamente, é incapaz de consentir, ou para a qual, em função de seu desenvolvimento, a criança não está preparada e não pode consentir, ou que viole as leis ou tabus da sociedade. O abuso sexual infantil é evidenciado por estas atividades entre uma criança e um adulto ou outra criança, que, em razão da idade ou do desenvolvimento, está em uma relação de responsabilidade, confiança ou poder (World Health Organization – WHO -, 1999, p. 7).
A discussão gerada mostra-se como uma ferramenta a mais no intuito de promover e divulgar a temática, sendo o contexto enriquecido com a participação de outros autores, os quais também abordam discursões envolvendo a problemática, imprescindivelmente fazer notar o quanto se faz fundamental e necessário à divulgação e o debate de questões como da atuação social no combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes, na intenção de se ocasionar melhorarias no contexto familiar e consequentemente social, e possivelmente reduzir esse tipo de problema social que acomete crianças e adolescentes.
Referência:
World Health Organization (WHO). (1999). WHO Consultation on Child Abuse Prevention. Geneva: WHO.
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Avalição Neuropsicológica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
27 de maio de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
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O 3º Simpósio de Avalição Psicológica Tocantinense ocorreu no dia 25/05/2022 e expôs temas extremamente atuais e relevantes para a sociedade moderna no quesito psicossocial.
Dentre os temas abordados, destaca-se a Avalição Neuropsicológica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que foi ministrado pela Psicóloga Karlla Garcia Ferreira, egressa do Curso de Psicologia do CEULP/ULBRA.
Por ser um transtorno que tem ganhado grande visibilidade, graças às redes sociais e a internet, discutir sobre o TDAH neste simpósio se mostrou muito assertivo, pois acrescentou grande conhecimento para os futuros profissionais da saúde mental.
Karlla mostrou dominância sobre o tema, expondo com maestria os fatos que rodeiam o TDAH, aqueles que são falsamente disseminados e os que realmente possuem embasamento científico.
Expor o que é o TDAH é um desafio para aqueles que desconhecem o tema, fazer entender para o paciente que sua falta de concentração não está ligada com preguiça ou desanimo é um papel fundamental do psicólogo.
O TDAH afeta uma gama imensurável de pessoas, vez que grande parte da população sequer sabe que porta tal condição, levando a vida, muitas vezes, como pessoas fracassadas ou sem propósitos.
Fonte: encurtador.com.br/jtQSY
Durante sua apresentação, expôs inclusive sobre os subtipos do TDAH, que são: a) predominantemente desatento; b) predominantemente hiperativo/impulsivo, ou combinado; e, c) uma combinação de ambos, tendo sintomas de desatenção e hiperatividade.
Explicou ainda que tanto os fatores genéticos quanto ambientais estão implicados e conferem vulnerabilidade ao transtorno. Um indivíduo não necessariamente carregará consigo as duas condições do TDAH, desatenção e hiperatividade.
Interessante ainda mencionar que Karlla trouxe um vídeo de uma rede social que publica recorte de entrevistas, ou, como são conhecidos, podcasts. Neste vídeo é explicado que, apesar de muitas vezes ser associado como alguém desatento, uma pessoa que possua o transtorno, na verdade, possui um grande nível de atenção, porém, não consegue sustentar sua atenção em uma única coisa. No vídeo ainda é indicado uma região do cérebro, o tálamo, que possui o papel de filtrar as informações sensoriais.
A palestrante ainda explicou a importância do diagnóstico, posto que mediante este será possível adequar o tratamento para minimizar os sintomas do TDAH no cotidiano do indivíduo portador deste transtorno, vez que é uma condição biológica que o acompanhará por toda vida.
Em suma, a convidada apresentou um tema extremamente importante, relevante e que pode atingir os profissionais da psicologia em geral para alcançar diversos pacientes que se sentem deprimidos por não possuírem a atenção que lhes são cobradas no ambiente de trabalho, familiar ou socialmente. Aquilo que muitas vezes é chamado de preguiça pela sociedade pode ser, na verdade, um transtorno que a pessoa que sofre sequer tem conhecimento e necessita de tratamento psicológico.
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Sincronicidade: quando o universo te responde
21 de maio de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Insight
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Os seres humanos sempre foram apegados à ideia de uma entidade superior que tem o poder sobre todas as coisas. Para os cristãos, esta figura é representada por Deus, para os budistas, Buda ocupa este posto, assim como tantas outras religiões possuem os seus deuses, no caso do politeísmo.
Mas uma coisa que é comum entre todas as religiões é a crença de que for feito um pedido para a entidade suprema, ela irá responder, caso tenha fé para tal. No cristianismo, por exemplo, é possível encontrar diversas passagens que afirmam que uma pessoa que tenha fé verdadeira poderá alcançar tudo o que desejar (inclusive mover montanhas).
A partir do avanço científico, alguns eventos naturais antes atribuídos a divindades, foram sendo estudados e compreendidos, como o exemplo de Zeus e seus poderosos raios. A ciência comprovou através de diversos estudos que o universo é regrado por leis universais que regem, harmonicamente (ou catastroficamente, a depender do ponto de vista), tudo que existe.
Outro campo científico que ganhou destaque foi o psíquico, com estudiosos de todo o mundo que dedicaram suas vidas para criar um extremo arsenal de informações que possam vir a contribuir para o bom desenvolvimento da mente humana.
Um dos nomes mais conhecidos é Carl Gustav Jung, autor de diversos livros e fundador da psicologia analítica. Jung debruçou sobre quase todos os temas relevantes da vida social, e, dentre eles, dedicou-se ao que veio a chamar de Sincronicidade. Mas o que é a sincronicidade e por quê ela possui alguma relevância no cotidiano das pessoas? Porquê Jung dedicou uma obra literária inteira para discutir sobre esse tema.
A bem da verdade é que esse tema é bastante delicado para algumas pessoas que são mais céticas com os acontecimentos de ordem natural que não creem que existam “forças invisíveis” operando para a construção de determinados eventos.
A sincronicidade pode ser conceituada como a conexão não aparente entre eventos ligados pelo significado, ou seja, o acaso. Outras expressões que podem ser utilizadas para definir a sincronicidade são a coincidência significativa e simultaneidade.
Para se ter uma noção mais completa, faz-se necessário observar a dinâmica da Lei da Causalidade da natureza, todo evento teve um ato precursor que resultou no seu acontecimento. A causalidade é regida em diversos setores, inclusive na ciência jurídica para justificar uma acusação ou condenação é necessária o nexo de causalidade (os eventos precisam estar conectados) para que possam ser compreendidos e, dessa forma, analisados.
A sincronicidade lida com uma conexão não aparente de eventos, com a coincidência das questões, e, por isso, muitas vezes não é levada em consideração. Um exemplo corriqueiro que pode ser dito são os números, ao se deparar com o número 9 em determinada ocasião ele poderá ser revisto diversas vezes no decorrer do dia seja em revistas, mercados, livros, relógios, conversas, e, lá no seu inconsciente ficará gravado a conexão entre o primeiro número 9 e os demais.
Muitos estendem essas “não coincidências” em para um aspecto de significação de um desejo ou concretização de um pedido, por exemplo, uma pessoa fiel à Lei da Atração vive em buscas de sinais no seu cotidiano para afirmar se aquilo que está desejando será concretizado.
O exemplo mais recente que pode ser citado sobre isso é a da subcelebridade Paulinha, ex-participante do Reality Show Big Brother Brasil – BBB, que já obteve mais de 50 (cinquenta) vitórias em jogos de loteria, seja acertando todos os números ou recebendo prêmios menores.
Mas como funciona tal “comunicação” universal? Como citado, existem certas situações que ocorrem durante o cotidiano que apresentam uma série de repetições que, normalmente, são tidas como coincidências pela maior parte das pessoas. Para alguém, entretanto, que possui o conhecimento sobre sincronicidade, tal situação possui mais significado e pode trazer diversos benefícios para o indivíduo que saiba como lhe utilizar.
É claro que para muitos, mesmo tendo pessoas de grande intelecto abordando esse tema, tudo isso não passará de charlatanismo e oportunismo, mas uma coisa é impossível de ser negada, as coincidências estão e estarão presentes na vida de todos, mesmo que não se creia em tais acontecimentos.
REFERÊNCIAS
JUNG, Carl Gustav. Sincronicidade. 13ª Ed. Tradução PE. Dom Mateus Ramalho Rocha. Editora Vozes. Petrópolis. 2005.
HOPCKE, Robert H. Sincronicidade ou por que nada é por caso. Tradução de Lygia Itiberê da Cunha. Rio de Janeiro. Record. Nova Era. 1999.
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Psicóloga Karlla Garcia Ferreira participa do 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica
16 de maio de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Entrevista
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No dia 25/05 o 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica irá contar com a psicóloga Karlla Garcia Ferreira
O 3º Simpósio de Avalição Psicológica Tocantinense, que ocorrerá do dia 25/05/22, abordará diversos temas relevantes para o mundo acadêmico e profissional, dentre eles está a Avalição Neuropsicológica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que será ministrado pela Psicóloga Karlla Garcia Ferreira, egressa do Curso de Psicologia do CEULP/ULBRA.
Fonte: Arquivo Pessoal
Em entrevista concedida ao portal (En)Cena, a palestrante respondeu algumas perguntas sobre o universo da psicologia.
En (Cena) – Há quanto tempo atua no mercado como psicóloga? Quais são suas especialidades e áreas de atuação?
Karlla Garcia – Atuo como psicóloga há 1 (um) ano e 6 (seis) meses, atualmente estou pós-graduando em Neuropsicologia, possuo formações em diversos instrumentos psicológicos e Neuropsicológicos, em avaliação comportamental VB-Mapp e em manejo de comportamentos inadequados. Minha atuação é voltada para avaliação Neuropsicológica e Psicoterapia.
En (Cena) – Como a avaliação neuropsicológica do TDAH está presente na sua atividade profissional?
Karlla Garcia – A avaliação de modo geral está presente na minha vida profissional desde os estágios da faculdade, assim como o processo de estimulação cognitiva. No momento a demanda de avaliação para auxiliar no diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade está presente de forma contínua, uma vez que atuo em uma clínica multidisciplinar voltada para avaliação e estimulação de pessoas com atrasos ou transtornos do neurodesenvolvimento.
En (Cena) – Qual foi o ponto crucial que te levou a escolher este tema para apresentar no 3º Simpósio de Avaliação Psicológica Tocantinense?
Karlla Garcia – A escolha do tema da oficina foi pautada tanto na minha habilidade e conhecimento sobre a área quanto na necessidade de abordar o assunto, uma vez que as redes sociais têm discutido bastante sobre diagnóstico, tratamento e a vida de pessoas com TDAH.
En (Cena) – Como é feita a avaliação neuropsicológica para a detecção do TDAH? A simples aplicação de testes é capaz de detectar o transtorno ou a expertise do profissional é crucial para identificar os indícios?
Karlla Garcia – A avaliação de transtornos do neurodesenvolvimento é multidisciplinar, logo é necessária avaliação de outros profissionais para chegar a um diagnóstico. No TDAH acontece dessa forma, conforme demanda de cada caso. Especificamente na Avaliação Neuropsicológica é investigado às funções cognitivas, especialmente a atenção, função executiva e memória operacional no TDAH, e ainda, aspectos comportamentais, a hiperatividade e impulsividade, tendo em vista que esses são critérios que caracteriza o transtorno. Logo, podemos considerar importante tanto os instrumentos psicológicos, quanto a observação clínica e expertise profissional, sendo essas ferramentas cruciais para o processo de avaliação, não negligenciando um ou outro.
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Avaliação Neuropsicológica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
15 de maio de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Mural
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O 3º Simpósio de Avalição Psicológica Tocantinense que ocorrerá do dia 25/05/22 abordará diversos temas relevantes para o mundo acadêmico e profissional, dentre eles está a avalição neuropsicológica do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. O TDAH é uma condição psicológica que atinge uma gama gigantesca de adultos e crianças, sendo facilmente identificada na primeira infância dado os comportamentos característicos desta condição mental.
Uma pessoa que sofre deste Transtorno, caso não tenha um diagnóstico comprovado, poderá sofrer demasiadamente em sua vida pessoal e profissional. O déficit de atenção pode muitas vezes ser confundido com preguiça ou desleixo de uma pessoa, vez que não terá facilidade na hora de se concentrar ou na execução de atividades longas ou monótonas.
Tudo isso, pode ser trabalhado, evitado ou melhorado com o devido diagnóstico do transtorno, proporcionando uma vida mais completa para seu portador. O teste para diagnosticar o TDAH deve realizado por profissional especializado que irá avaliar as capacidades cognitivas do indivíduo através de exercícios específicos, além de uma entrevista pessoal com o paciente, que servirão de material para o diagnóstico e possibilitará a melhor alternativa de tratamento do indivíduo.
REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, Anaísa Leal Barbosa; ELIAS, Luciana Carla dos Santos. Estudantes com TDAH: Habilidades Sociais, Problemas Comportamentais, Desempenho Acadêmico e Recursos Familiares. Psico-USF [online]. 2021, v. 26, n. 3 [Acesso em 07 de maio de 2022] , pp. 545-557. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-82712021260312>. ISSN 2175-3563. https://doi.org/10.1590/1413-82712021260312.
SALAZAR, Hernán et al. Funções executivas em escolares com e sem TDAH de acordo com pais e professores. Logos, La Serena, v. 31, n. 1, p. 138-155, Jul. 2021. Disponível em <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0719-32622021000100138&lng=es&nrm=iso>. acessado em 07 de maio de 2022. http://dx.doi.org/10.15443/rl3108.
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Juno: gravidez na adolescência e os riscos psicológicos
10 de maio de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Filme
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Juno, um filme de Jason Reitman com Elliot Page, Michael Cera que nos leva a discutir de maneira ampla a gravidez na adolescência e os riscos psicológicos existentes nesse contexto. A sexualidade por muito tempo foi um tabu na sociedade, tornando de certa forma assunto omisso nas famílias, essa dificuldade de orientação sobre a sexualidade ainda é vista com timidez ou ausência de conhecimento dos pais. Na escola, os adolescentes até recebem orientações sobre sexualidade, porém, de forma reduzida não atingindo o que seria essencial para a preparação para a vida sexual.
O filme apresenta uma discussão extremamente relevante nesse contexto, visto que na visão conservadora da sociedade ao fim da adolescência, o adolescente deveria estar ajustado aos valores e normas atribuídos pelo meio social como constituir uma família, ter qualificação profissional entre outros. No entanto, na sociedade capitalista que vivemos, nem todos os adolescentes tem acesso às possibilidades propostas pela sociedade, o que afeta seu desenvolvimento, pois além das transformações peculiares desta fase da vida ainda enfrenta dificuldades no mundo do trabalho, impedindo de usufruir deste período.
Fonte: encurtador.com.br/aoOUW
Desta maneira, a gravidez precoce, além das dificuldades econômicas e sociais, também se constitui como um fator que reflete no desenvolvimento do adolescente que exige medida de responsabilidade ainda não adquirida. A gestação é um momento fisiológico na vida reprodutiva da mulher.
A gravidez ocorre conforme determinismos impostos pela natureza humana, segundo diretrizes genéticas milenares preestabelecidas, por isso, não pode ser tratada como doença, malgrado, a própria saúde pública considere a gravidez, para fins assistenciais e programáticos, de baixo e alto risco. A gestação evolui com características próprias, sem percalços e óbices em mais de 80% dos eventos gravídicos. (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2008).
Assim, quando as inesperadas gestações ditas normais não ocorrem, depreende-se que se trata de algo patológico, tais gravidezes acontecem secundárias a numerosos fatores de risco biopsicossociais e outros. Não é aceitável supervalorizar o patológico e tornar mínimo o fisiológico, pois o parto cesariano de origem cultural vem substituindo com vantagens o parto vaginal, sendo um jeito negado pela maioria dos pesquisadores.
Referências:
MONTENEGRO, C. A.; REZENDE FILHO, J. A gravidez na adolescência e a Psicologia. São Paulo: Ed. Guanabara Koogan, 2008
FICHA TÉCNICA
Título: Juno (Original)
Ano produção: 2007
Dirigido por: Jason Reitman
Duração: 96 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos
Gênero: Comédia Drama Romance
País de Origem: Estados Unidos da América
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Amor Líquido – sobre a fragilidade dos laços humanos
16 de abril de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Livro
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Zygmunt Bauman; sociólogo, filósofo, escritor e professor foi um grande pensador da sociedade moderna, bem reconhecido por suas diversas obras literárias, que por sua vez apresentam um caráter crítico reflexivo representando de forma significativa contextos vivenciados nos variados âmbitos da sociedade contemporânea. O autor teve como uma de suas conquistas os prêmios Amalfi por sua obra Modernidade e Holocausto e adorno pelo conjunto de sua obra e possui muitas de suas obras famosas e respeitadas pelo público leitor tais como modernidade líquida, tempos líquidos, modernidade e holocausto entre outros.
Na sua obra literária Amor Líquido – sobre as fragilidades dos laços humanos tem como ponto principal demonstrar como as relações humanas estão cada vez mais instáveis e curtas, ocasionando altos índices de incertezas que tende a gerar na mulher e no homem moderno sentimentos de angústia e insegurança.
Além disso nesse livro o autor apresenta as diversas perspectivas porque isso vem ocorrendo, evidenciando através de um olhar crítico reflexivo todos os contextos para essa fluidez das relações entre os indivíduos da sociedade moderna, pois é cada vez mais visto em nossos cotidianos vínculos menos duradouros.
Fonte: encurtador.com.br/wAIT6
Durante o enredo de seu livro Amor líquido sobre a fragilidade dos laços humanos Zygmunt Baumam faz diversas relações em torno da maneira como as pessoas se portam em suas relações humanas com o excesso de consumo capitalista. Ele faz uma ligação de como em grande parte os objetos de consumo são produzidos para que tenha pouca durabilidade, fazendo com que exista um anseio para ter um novo objeto, com tudo de última geração, com um design diferente e com uma nova utilidade, bem mais aperfeiçoado do que o anterior. E ao adquirir esse produto o sujeito sente que possui um novo status perante a sociedade capitalista.
E de acordo com Bauman, essa dinâmica com o consumismo acaba se transferindo para a esfera dos relacionamentos afetivos, pois os indivíduos contemporâneo tende a descartar tudo aquilo considerado por ele como insignificante, ultrapassado e trocar por algo novo e moderno, e essa forma acaba interferindo na vida amorosa das pessoas, pois com isso há uma tendência de querer trocar de parceiro (a) em todo momento que achar que aquela pessoa não lhe serve mais por não mais estar atingindo suas expectativas, demonstrando os seu aspectos negativos, considerando então como uma pessoa que não tem mais atributos, entrando na esfera de ser ultrapassado, e então é realizado uma troca por uma parceiro(a) novo que cause novos sentimentos, porém essa sensações costumam ser passageiras, pois quando se passa o período de excitação e novidades no relacionamento o indivíduo tendem a efetuar novamente essa troca, gerando então um ciclo vicioso interminável sendo então quase impossível manter relacionamentos duradouros, onde usufruímos aquilo que o próximo tem a nos oferecer, e logo depois descartamos o como lixo sem peso na consciência, essa lógica da descarta bíblica de tem grande destaque nas relações superficiais humanas, pois tudo tende a terminar tão rapidamente quanto começou.
Fonte: encurtador.com.br/crAN3
Outro aspecto abordado pelo autor sobre a relação social onde tem como ponto principal a responsabilidade entre ambas as partes que se relacionam, que é substituída por relacionamentos através das redes por meio da tecnologia tais como a internet que propicia o vínculo entre as pessoas através de sites de encontro onde se tem certa facilidade em desconectar ou deletar ou esquecer o outro da sua vida.
Sem uma imposição para se sustentar uma união entre as pessoas, o relacionamento se torna frágil, e a conexão por meio da internet é a nova maneira de se interagir com o outro na modernidade. Então todas as pessoas, sem nenhuma culpa fazem troca de parceiros, por outros que considerem ser a melhor opção. O autor enfatiza bem que quando as relações perdem a qualidade tem se a tendência de fazer uma reposição com uma quantidade cada vez maior de parceiros, um exemplo que demonstra essa tendência, são o número de amigos que as pessoas costumam ter nas redes sociais, número exagerado perpetuam essas redes de interação algo que seria quase impossível de acontecer no dia a dia das pessoas.
Com o intuito de explicar as relações amorosa em amor líquido, faz o uso de termos como afinidade e parentesco. O termo parentesco seria um vínculo que não teria como ser quebrado, é um laço de sangue, que não nos permite escolha, aquilo que é imposto desde quando nascemos, até mesmo se não gostamos dessas pessoas que estão vinculadas a nós pois como parente, vem as questões culturais.
Fonte: encurtador.com.br/jpvAU
Já a afinidade é algo oposto do parentesco, pois ela é selecionada, em todo um processo que se pode ter como resultado a afirmação nessa afinidade ou então a rejeição, na afinidade vem se tornando algo incomum na sociedade moderna, onde a descartabilidade impera. As pessoas não sentem a necessidade de fixar laços com outras pessoas que sejam semelhantes ao parentesco, não tem objetivos duradouros, as relações são desenvolvidas com base naquilo que o casal já tem, e não com aquilo que está à procura de conseguir, tendo certa tendência a não se arriscar em seus relacionamentos amorosos. O autor em sua obra ainda relata que quando uma pessoa é compreendida, ela acaba tendo por si o amor-próprio, pois quando o outro tem a capacidade de dizer que somos dignos do amor, nossas atitudes refletem nesse sentido.
Quando há uma identificação com o próximo que nos ama, entende-se que nela também há uma necessidade de amor. Há um amor quando nosso íntimo se identifica com o outro, e com isso amamos nós mesmo. E esse vínculo como Zygmunt Bauman diz, amar o próximo a ti mesmo, é um ponto crucial na moralidade, pois as relações humanas não podem ser apenas permeadas de instintos, tem que haver a instância moral. No entanto em uma sociedade que a incerteza impera nas relações o amor nos é negado, deixando perceptível que essa perspectiva foge em nosso cotidiano em que o amor ao próximo se torna quase impossível, visto como algo que vai contra o nosso instinto não sendo natural.
Em síntese, Zygmunt Bauman tem como principal objetivo neste livro nos alertar sobre necessidade inadiável de se buscar uma humanidade igualitária para que seja possível unir planos individuais e ações coletivas, e para que se possa ter a consciência da angústia que gera recomeçar inúmeras vezes relacionamentos do âmbito afetivo e social.
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zorge Zahar Editor, 2004.
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Um alerta sobre a Síndrome de Exaustão (Burnout)
15 de abril de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Insight
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A leitura do livro Síndrome de exaustão Burnout nos leva a perceber o quanto o assunto é de extrema relevância no contexto social e profissional. A síndrome de burnout, em uma análise minuciosa evidencia-se através de uma série de aspectos a serem avaliados, visto a importância em analisarmos as próprias relações humanas, desde a maneira como nos relacionamos com o mundo, até a forma como lidamos com nós mesmos, as nossas fragilidades, nossas angústias e cobranças, inclusive o amontoado de sentimentos que carregamos ao longo da vida.
Os avanços da modernidade, as atualidades organizacionais, técnicas e tecnologias, ligadas ao aumento moderno e significativo do estresse ocupacional têm obrigado constantes adaptações das pessoas. Atualmente o estresse é reconhecido como um dos riscos ao bem-estar psicossocial do indivíduo, associado a alterações no estado de saúde (GUIDO et al., 2011).
Torna-se válido potencializar a percepção sobre como a humanidade tem vivido e criado hábitos próprios de lidar com as inúmeras demandas que a vida acaba exigindo diariamente de cada um de nós, e isto se mostra válido ao nosso trabalho, nossas demandas sociais e familiares. Observe abaixo alguns aspectos relevantes:
A despersonalização se torna uma tentativa de se defender da exaustão emocional, na qual esse indivíduo desenvolve uma insensibilidade emocional, de maneira que predomina a dissimulação afetiva, afastamento, impessoalidade, desinteresse, alienação e egoísmo. O fracasso profissional identificado pela auto avaliação negativa associada às próprias atividades laborais, implica sentimento de inadequação pessoal e profissional (FIGUEIREDO; SENTO SÉ; SILVA, 2017).
Fonte: encurtador.com.br/zLOZ4
Sabe-se que a síndrome de burnout é um distúrbio psíquico que ocorre a partir do momento em que a pessoa vivencia uma exaustão extrema no seu ambiente de trabalho, sendo que é possível analisarmos desde já os inúmeros aspectos que exigiram desde o princípio da humanidade que o homem fosse em busca de conquistar e desbravar o mundo na garantia por sobrevivência, todavia este mesmo trabalho não deve ser encarado sem que saibamos respeitar as nossas limitações físicas e mentais.
A realização da atividade profissional permeia dimensões físicas, sociais e emocionais que são propícios ao equilíbrio mental, satisfação e desenvolvimento de capacidades, no entanto também podem ser a causa de sofrimentos e esgotamento e que levam a alterações do estado de saúde do indivíduo (ALVES et al., 2014).
A fala do autor acima se mostra de grande relevância na discussão apresentada, visto que enquanto seres humanos acabamos nos esquecendo do quanto é importante vivenciarmos momentos de lazer, momentos em que apesar de termos de lidar com a necessidade de trabalhar por razões de sobrevivência, é preciso que saibamos o quanto as nossas relações com a família, amigos ou até mesmo com si próprio são fundamentais para o nosso bem-estar mental. Interessante nos atentarmos ao que o autor abaixo menciona:
Definida por um quadro de exaustão emocional. Sendo assim a primeira resposta causada pela sobrecarga de trabalho, conflito social e estresse decorrente das constantes exigências, o que pode acarretar, como estratégia de enfrentamento, o distanciamento emocional e cognitivo do profissional em relação ao seu trabalho (GASPARINO; GUIRARDELLO, 2015).
Atualmente deparamo-nos de maneira significativa com pessoas que trabalham horas exaustivas, em algumas situações, sem o mínimo de apoio para exercerem seus papeis e funções dentro do ambiente de trabalho. Para a maioria das pessoas, o ambiente de trabalho, pouco a pouco vai se tornando um lugar mais frequentado e vivenciado de maneira plena que o próprio lar, mas o artigo nos traz a discussão acerca de termos uma atenção especial para situações como esta.
Dentro desse contexto é preciso que saibamos o quanto é importante para o ser humano, uma compreensão satisfatória acerca das situações que podem ser uma ameaça significativa à sua própria saúde mental, e que saibamos priorizarmo-nos em situações como esta para que os sintomas não se tornem mais intensos e repetitivos.
FICHA TÉCNICA DO LIVRO
Autores: Michael Delbrouck
Editora: Climepsi
Idioma: Português
ISBN: 9727962289 9789727962280
Formato: Capa comum
Páginas: 270
REFERÊNCIAS
ALVES, A.P. et al. Prevalência de transtorno mentais comuns entre profissionais de saúde. Revista enfermagem UERJ, v. 23, n. 1, p. 64-9, jan/fev. 2015.
FIGUEIREDO, R.P. et al. Burnout e estratégias de enfrentamento em profissionais de enfermagem. Revista arquivos brasileiros de psicologia, Rio de Janeiro, v. 67, n. 1, p. 130-145, 2017.
GASPARINO, R.C.; GUIRARDELLO, E.B. Ambiente da prática profissional e Burnout em enfermeiros. Revista Rene, v.16, n. 1, p.90-6, jan-fev. 2015.
GUIDO, L.A. et al. Estresse, doping e estado de saúde entre enfermeiros hospitalares. Revista da escola de enfermagem da USP, v. 45, n. 6, p. 1434-9, 2011.