Estresse Universitário: a hesitação entre a reta final e o início de um novo ciclo no cenário atual

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A incerteza sobre o futuro é uma das causas associadas ao estresse universitário que foi intensificada com a crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid-19, que modificou o ano letivo de muitos estudantes. Apesar da elaboração e distribuição em massa da vacina contra o vírus, muitos universitários ainda assistem aulas online, em suas residências, situação que levou muitos jovens a terem crise de ansiedade e estresse. A constatação foi obtida pelo estudo denominado “Global Survey Student”.

Conforme a pesquisa realizada e divulgada pela organização internacional Chegg 2021, quase 80% dos brasileiros entrevistados disseram que sofreram algum tipo de impacto relacionado à saúde mental.  De acordo com os dados, do total de brasileiros, 87% falaram que houve um aumento de estresse e ansiedade e 17% declararam ter pensamentos suicidas. Mesmo com esses dados alarmantes, somente 21% buscaram ajuda por um profissional da área de saúde mental.

Maia e Dias (2020) explicam que “as alterações rápidas a que os estudantes universitários foram sujeitos, da suspensão das aulas ao decreto do estado de emergência, podem ter desencadeado dificuldades de adaptação e estados emocionais menos positivos, importa explorar as implicações psicológicas dessas circunstâncias.”. É importante ressaltar que diversos estudantes não dispõem de computadores e notebooks, em suas residências, sendo que muitos tiveram que assistir as aulas, pelo celular. Situação que estendeu aos discentes do ensino médio e fundamental da rede pública de ensino, como noticiado pelos veículos de comunicação.

Apesar do aumento dos números de estresse e ansiedade entre estudantes universitários, em especial, no último período da graduação, com a Covid- 19, o assunto já estava em discussão pelos meios acadêmicos, com a elaboração de obras, palestras e seminários. Sobre o assunto, Carvalho, Bertoline, Milane e Martins (2015) destacam que “os sintomas psicológicos da ansiedade entre os estudantes incluem sentimentos de nervosismo antes de uma aula, pânico, esquecimento durante uma avaliação de aprendizagem, impotência ao fazer trabalhos acadêmicos, ou a falta de interesse em uma matéria difícil”.

Fonte: encr.pw/aoLZh

Monteiro, Ribeiras e Freitas (2007) acrescentam ainda que o ambiente acadêmico deveria colaborar na aquisição e construção de conhecimentos, no sentido de ser a base para as experiências de formação profissional, como um projeto piloto. No entanto advertem que este ambiente se torna um “desencadeador de distúrbios patológicos, ocorrendo assim uma exacerbação da problemática do estresse acadêmico nos estudantes”. Fator que prejudica o rendimento, o processo criativo em determinados cursos, bem como o desinteresse.

Rossetti (2008) observa que o “estresse se torna excessivo e produz consequências psicológicas e emocionais que resultam em cansaço mental, dificuldade de concentração e perda de memória imediata, bem como crises de ansiedade e de humor”.  Nesse sentindo é preciso que o estudante procure ajuda profissional, podendo ser na própria universidade que disponibiliza atendimento psicológico com os estudantes em final de curso desta graduação.

Schleich (2006) aponta que o “ingresso na vida acadêmica é caracterizado pela expectativa e mudanças que exigem adaptações a uma nova realidade, interferindo no desenvolvimento pessoal, cognitivo, profissional, afetivo e social dos estudantes. Para ele, essa nova realidade pode gerar ansiedade e estresse a ponto de interferir no seu desempenho acadêmico.

Por fim, a universidade é uma etapa da vida de muitas pessoas, e passar por esse estresse será inevitável, em especial, nos finais de semestre, bem como nos cursos. O ideal para vencer esse momento, é procurar descansar e fazer uma atividade física no sentindo de aliviar o estresse ocasionado pelo dia a dia.  Caso os sintomas de ansiedade persistam, procure um profissional de saúde para ajudar a trilhar o caminho.

Referências

CARVALHO, E. A.; BERTOLINI, S. M. M. G.; MILANI, R. G.; MARTINS, M. C. Índice de ansiedade em universitários ingressantes e concluintes de uma instituição de ensino superior. Ciência, Cuidado e Saúde, 2015

Global Survey Student(2021)- Disponível em < https://www.chegg.org/global-student-survey-2021> Acesso: 07, de dezembro de 2021.

Maia, Berta Rodrigues e Dias, Paulo César. Ansiedade, depressão e estresse em estudantes universitários: o impacto da COVID-19(2020). Disponível em < https://www.scielo.br/j/estpsi/a/k9KTBz398jqfvDLby3QjTHJ/?lang=pt&format=pdf> Acesso: 07, de dezembro de 2021.

MONTEIRO, C. F.; FREITAS, J. F.; RIBEIRO, A. A. P. Estresse no cotidiano acadêmico: o olhar dos alunos de enfermagem da Universidade Federal do Piauí. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, 2007.

ROSSETTI, M. O. O inventário de sintomas de stress para adultos de lipp (ISSL) em servidores da polícia federal de São Paulo. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 2008.

SCHLEICH, A. L. R.. Integração na educação superior e satisfação acadêmica de estudantes ingressantes e concluintes. Dissertação de Mestrado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. 2006

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Velhice, uma das principais fases da vida

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Os desafios da terceira idade estão longe de acabar. Em especial, em países em desenvolvimento, onde o idoso precisa de políticas públicas mais eficientes para ter uma qualidade de vida. Sobre o assunto, a Organização Das Nações Unidas – ONU, em Assembleia Geral, decidiu que o período de 2021 a 2030 será conhecido, como a década do Envelhecimento Saudável. O objetivo da iniciativa é fazer com que a sociedade mude sua forma de pensar e agir em relação ao idoso.

Conforme a ONU (2020), a humanidade está envelhecendo, em todos os quatro cantos do mundo, e por isso é preciso na elaboração de políticas públicas que auxiliem nessa fase, que segundo a entidade, afeta o sistema de saúde. De acordo com a resolução elaborada em Assembleia, junto aos países membros, o mundo não está preparado por contribuir e responder com eficiência aos direitos e necessidades da pessoa idosa. (ONU, 2020). Para é necessário o engajamento da sociedade civil junto, setor privado e público para a promoção de um envelhecimento saudável reiterou a organização internacional.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, confirmou que a proposta em promover uma década saudável para os idosos, a partir deste ano, 2021, é melhorar a qualidade de vida deles, bem como acrescentar anos à vida de cada um.   Dados coletados pela ONU, afirmam que existem 962 milhões de pessoas espalhados pelo mundo com mais de 60 anos de idade, sendo que em 2030 serão mais de 1,4 bilhões de idosos. Nesse sentido, a ação vai ao encontro dos números que confirmam o envelhecimento da população mundial.

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que houve um aumento considerável da população idosa brasileira, nas últimas décadas.  A coleta foi feita, em 2020, e informa que o número da população brasileira com 60 anos de idade aumentou para 29,9 milhões e se continuar nesse ritmo deve subir para 72,4 milhões em 2100. Comparada a população idosa, da década de 50, que era 2,6 milhões, ocorreu um aumento de 8,2% nos últimos setenta anos.

Fonte: Freepik

Ainda de acordo com o IBGE (2020), o número de idosos com mais de 65 anos de idade passou para 9,2 milhões em 2020 e que a previsão para daqui a 100 anos é alcançar 61, 5 milhões de brasileiros. Já a quantidade de brasileiros idosos com mais de 80 anos passou 4,2 milhões, em 2020, sendo que em 2100 será de 28,2 milhões.  Ou seja, a população brasileira envelheceu e vai continuar no processo de envelhecimento, por isso é importante o engajamento dos setores públicos e privados, bem como a população em busca de melhoria de vida para o idoso, como pontou a Assembleia Geral da ONU realizada o ano passado.

Veras (2007) comemora que, o envelhecimento populacional constitui um substancial conquista da humanidade, mas adverte que o novo cenário demográfico e epidemiológico precisa exigir novos olhares, concepções, políticas, tecnologias e modelos de atenção que possibilitem um envelhecimento saudável. Para isso, propõe a análise das desigualdades sociais entre as pessoas da terceira idade para a elaboração de políticas para o brasileiro com mais de 60 anos.

Para assegurar os direitos do idoso, no Brasil, foi elaborada a Lei 10.741, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, em 2003. Entre suas atribuições estão atendimento individualizado e especial junto aos órgãos públicos e entidades privadas, preferência na elaboração de políticas públicas, além de sua execução.  No entanto, apesar dessas diretrizes, a qualidade de vida do idoso brasileiro, precisa ser revista e melhorada, em especial no mercado de trabalho, é o que em Lopes e Burgadt (2013).

Para Lopes e Burgadt (2013) o idoso que deseja voltar ao trabalho precisa competir com concorrentes mais jovens, geralmente preferidos pelo devido ao seu maior grau de qualificação. “O preconceito que existe com relação à terceira idade faz com que a sociedade naturalmente ignore o idoso, visto que uma das grandes dificuldades quanto à inclusão dessa parte da população no mercado de trabalho” Lopes e Burgadt (2013). Nesse sentido, é preciso mudar o olhar sobre a população idoso, que vem aumentando consideravelmente, por isso é importante sua reinserção no mercado de trabalho de forma digna. Isto é, se a população tende ao envelhecimento, o mercado precisa se adaptar à nova realidade. Além disso, o jovem cheio de oportunidades hoje, é o idoso de amanhã.

REFERÊNCIAS

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2020). Disponível em <https://www.ibge.gov.br/> Acesso 02, de nov, de 2021

ONU- Organizações das Nações Unidas (2020) -Assembleia Geral da ONU(2020). Disponível em < https://brasil.un.org/pt-br/about/about-the-un > Acesso. 02, de nov de 2021

 Lopes APN, Burgardt VM. Idoso: um perfil de alunos na EJA e no mercado de trabalho. Estudo Interdisciplinar Envelhecer (2013).

Planato, Estatuto do Idoso. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>

Veras R. Fórum. Envelhecimento populacional e as informações de saúde do PNAD: demandas e desafios contemporâneos. (2007).

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Dinheiro: problema ou solução?

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A vida financeira é sempre uma preocupação no universo dos adultos, em especial, quando os compromissos não são efetuados com as instituições financeiras, e precisa socorrer a empréstimos para efetuar a dívida. O tão conhecido efeito bola de neve, onde, o indivíduo não consegui honrar com suas obrigações financeiras, e vive no vermelho.  Esse desequilíbrio em pagar contas está relacionado com à falta de saúde emocional, a qual prejudica o seu relacionamento com o dinheiro, bem como muitas noites sem sono.

Nesse contexto, Botelho (2002) explica que nos grandes centros o comportamento de certos indivíduos diante da carência efetiva, tristeza, solidão, estresse e simples tédio, vão as compras. Segundo ele, a sociedade é influenciada pelas propagandas veiculadas pelos meios de comunicação, de forma massiva.  E, diante disso, “são influenciadas por estímulos culturais e ambientais”, com o objetivo de manter um status social determinado pelos veículos, atualmente pelas redes sociais, por meio dos digitais influencers em seus perfis.

Por outro lado, Almeida, Cavalcante, Santos e Castro (2010) explicam que a compulsão por compras, relacionada aos problemas financeiros de muitas pessoas, é uma forma de aliviar o estresse emocional provocado pelas obrigações do dia a dia. Ou seja, a compra traz uma fuga, mesmo que momentânea para as preocupações do cotidiano. De acordo com os autores supracitados “O consumismo é uma patologia que trará problemas futuros” fazendo com que a pessoa consuma sem necessidade de ter o objeto como uso diário, sendo que, “dentre os vários tipos de compulsões, podemos considerar o ato de comprar compulsivamente, o acumular, guardar ou colecionar coisas inúteis”.

Nesse aspecto, Skinner (1987) reforça que o consumismo sem consciência traz problemas drásticos a longo prazo, como o acúmulo de dívidas. Segundo ele, isso ocorre porque o indivíduo sente-se recompensado quando compra algo, mesmo sabendo que irá ter uma obrigação financeira a pagar pela frente.  Mesmo com dívidas, o “efeito agradável da compra” fala mais alto e reforça esse tipo de comportamento compulsivo, que tende a se reforçar a cada ida ao shopping para comprar algo que não precisa.

Fonte: Imagem por jcomp no Freepik

Outros aspectos relacionados aos problemas financeiros foram os ocasionados pela pandemia da Covid-19, que deixou muitas famílias desempregadas, e afetou ainda mais o emocional dos gastadores compulsivos. De acordo com, Silva et al. (2020), o isolamento social prejudicou 35% da renda das famílias brasileiras, em especial, àquelas com baixa renda e escolaridade. “Os impactos do isolamento se refletem nos diversos segmentos da sociedade, seja em função da renda, sexo, escolaridade, condições de habitação. também revelaram. As populações mais pobres já estão sofrendo um impacto maior do isolamento, especialmente em relação à renda”. Silva et al. (2020).

Conforme a Associação de Psicologia dos Estados Unidos (APA) (2020), o dinheiro está entre os principais motivos do aumento do estresse da sociedade, de uma forma em geral. A pesquisa aponta que 30% dos provedores de lares se preocupam em ter dinheiro suficiente para sustentar a família, em especial, com os filhos, no período escolar, além disso, os problemas de cunho financeiro podem afetar a saúde física e emocional do ser humano. Ademais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a pandemia da Covid 19, deixou muitas pessoas desempregadas, em todos os quatros cantos do mundo.

Nesse sentido, a educação financeira precisa ser mais discutida e colocada em prática em momentos de crises, como foi o caso da pandemia que afetou o bolso de muitas pessoas, e em casos mais críticos deixou muitas famílias passando fome. Savaio, Sato e Santana (2007) destacam que “a educação financeira é fundamental na sociedade brasileira contemporânea, visto que influencia diretamente as decisões econômicas dos indivíduos e das famílias” sendo preciso aumentar a visão sobre o assunto e “discutir os paradigmas que surgem da inserção da educação financeira no contexto político”.

A educação financeira precisa ser ensinada desde criança no sentindo de controlar os gastos, e pagar as dívidas. No entanto, quando os problemas financeiros estão relacionados ao emocional, é preciso procurar ajuda profissional para tentar entender os motivos do comportamento compulsivo em gastar com coisas desnecessárias. Ademais, a educação financeira tem como consequência uma qualidade de vida melhor, por isso é necessária sua expansão na mentalidade de cada um.  Se os seus gastos têm sido uma dor de cabeça diariamente, entre em contato com um psicólogo, assim, sua saúde emocional e financeira estará em uma melhor sintonia.

 

Fonte: Freepik

Referências

Almeida, I; Cavalcante, P Santos, G e Castro, L (2010). TOC e o consumismo na contemporaneidade Disponível em <https://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0223.pdf> Acesso 16, de nov, de 2021.

Associação de Psicologia dos Estados Unidos (APA) (2020). Disponível em <https://www.apa.org/topics/money>  Acesso 16, de nov, de 2021.

Silva, Bezerra, Soares e Silva(2020). Fatores associados ao comportamento da população durante o isolamento social na pandemia de COVID-19. Disponível em <https://www.scielosp.org/pdf/csc/2020.v25suppl1/2411-2421/pt> Acesso 16, de nov, de 2021.

Botelho, Maurício Lima. Contribuições da crítica da economia política para a problematização do consumismo moderno. (2002).

Savio, Sato e Santana (2007) Paradigmas da educação financeira no Brasil. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rap/a/XhqxBt4Cr9FLctVvzh8gLPb/?format=pdf&lang=pt> Acesso 16, de nov, de 2021.

Skinner, Frederic. Ciência e Comportamento Humano (1987).

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A liberdade no contexto ao qual estamos inseridos: existe ou não delimitação?

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A palavra liberdade tem uma definição muito ampla e pode ser utilizada em diferentes contextos, como a liberdade de expressão, de locomoção, ou de dizer não. Conforme, o artigo 5º da Constituição Federal (1988), a liberdade de opinião é uma garantia para todos, bem como seu uso em manifestações e reuniões, nos espaços públicos. No entanto, o anonimato é vedado.

Filho (2007) amplia o conceito de liberdade, ao dizer que liberdade é um elemento fundamental do Estado Democrático de Direito, incluindo a liberdade de expressão, de pensamento, de manifestação, assim como a liberdade de convicção política, ideológica e religiosa. “Não há como cogitar uma sociedade democrática sem a possibilidade de os indivíduos manifestarem suas opiniões e pensamentos livremente.” Haja vista que os espaços de expressão se estendem ao universo virtual, por meio das redes sociais, como Twitter e Facebook.

No entanto é importante ressaltar que, a mesma liberdade pode ser restringida pelo Código Penal, ao determinar o que é considerado crime de honra: calúnia, difamação e injúria racial, quando o uso da liberdade de expressão for no sentido de proferir ofensas, humilhação e segregação.  Diante disso, é preciso destacar que houve um aumento dos discursos de ódios proferidos nas redes sociais, em que pessoas escondidas por trás de contas falsas, destilam ódio sobre determinada pessoa.

Stroppa e Rothenburg (2015) explicam que a ação abusiva da liberdade de expressão é potencializada com a facilitação do acesso à internet, o qual permite às pessoas assumirem uma posição ativa na elaboração de conteúdo, e não somente ser um consumidor. Ou seja, o indivíduo passa a ser criador de conteúdo, o qual é divulgado instantaneamente com as novas tecnologias, por meio do anonimato, surgindo assim, a incitação ao ódio, com o uso deste.

Fonte: Freepik

A crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid19 trouxe uma discussão muito ampla e peculiar, no Brasil sobre o que é liberdade de expressão e propagação de notícias falsas, conhecidas como fake news.  Por isso, foi de extrema necessidade o serviço de agência de checagem de informação, como a lupa para levar à população os fatos verdadeiros da notícia.  Entre as informações inverídicas foi o uso irrestrito da cloroquina como forma da prevenção da corona vírus. Conforme, a CPI da Covid em 2021, esse fato levou a morte de muitos brasileiros que acreditaram.

Infelizmente a polarização política sobre a pandemia alavancou a quantidade de informações falsas, tendo o WhatsApp como o maior propagador. Diante disso, ficou o questionamento, sobre os limites da liberdade de expressão. E para evitar a propagação de informações falsas sobre a Covid 19, o próprio Youtube retirou do seu conteúdo informações falsas sobre o assunto, bem como o Instagram e Facebook derrubaram lives que incentivavam o uso da cloroquina.

Diante disso é importante ressaltar que os direitos não são absolutos, mas sim relativos, por isso é considerado crime a propagação e o discurso de Fake News.  Ou seja, a liberdade também tem seus limites.  Ademais, falar sobre liberdade é muito extenso, porque existe também a liberdade emocional, em que o indivíduo dotado de um emocional saudável, não fica preso emocionalmente a pessoas, como acontece com o dependente emocional.

Por fim, a liberdade existe em diferentes realidades, por isso o assunto tem certa subjetividade ao ser discutido. No entanto, todos os aspectos desta tem algo em comum, isto é, a liberdade de cada um termina, quando interfere no direito do outro.   É preciso ser livre, mas é preciso usar o bom senso ao disseminar palavras, discursos e ideologias, porque o seu mau uso pode ser visto como um delito criminal.

 

REFERÊNCIAS

Planalto, Constituição Federal (1988). Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso: 22, de nov, de 2021.

Código Penal(1940). Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm> Acesso: 22, de nov, de 2021.

Filho, Gelson(2007). Liberdade de expressão na internet: globalização e o Direito internacional Disponível em <http://intertemas.toledoprudente.edu.br/index.php/ETIC/article/viewFile/1394/1332> Acesso: 22, de nov, de 2021.

Stroppa ,T e Rothenburg,W.  Liberdade de expressão e discurso do ódio: O conflito discursivo nas redes sociais(2015) Disponível em <file:///C:/Users/Daniel/Downloads/19463-97462-1-PB.pdf>,. Acesso: 22, de nov, de 2021.

Viscont, David. (1998) Liberdade Emocional. Disponível em <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=BfuH4djfCf0C&oi=fnd&pg=PA9&dq=liberdade+nas+emo%C3%A7%C3%B5es&ots=NQQ8yEAIEZ&sig=_rYIVXD8ETaakD61SlOEw79GlXc#v=onepage&q=liberdade%20nas%20emo%C3%A7%C3%B5es&f=false> Acesso: 22, de nov, de 2021.

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Autonomia: a busca pelo êxito

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Muitas pessoas desejam ter autonomia financeira, emocional, em tomar as próprias decisões. No entanto, qual é o conceito de autonomia, que está em diversos contextos na vida de cada um? Conforme Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001), autonomia significa independência administrativa em relação a um poder central, liberdade moral ou intelectual, faculdade de um país administrar suas próprias leis; ou seja, a autonomia pode ser entendida como independência sobre algo, em determinado contexto, como a autonomia financeira, em não precisar a recorrer a empréstimos para pagamento de dívidas.

De acordo com Paiva (2006) definir autonomia não é uma tarefa fácil, principalmente, porque existem variados contextos para sua aplicabilidade. Segundo Paiva, na perspectiva de Dickinson (1987), a autonomia nunca está sozinha, mas sempre associada a algo, como exemplo, estudar sozinho, já está inserido nos próprios livros de estudos, que servem como guias.  Sendo assim, estudar sozinho “não é necessariamente sinônimo de autonomia, pois muitas das decisões sobre a aprendizagem e seu gerenciamento já se encontram inseridos nos materiais.

Em um sentindo mais simplificado, Holec (1981) define autonomia como a habilidade de responsabilizar-se pelo próprio aprendizado.  Enquanto Little (1991) aponta que autonomia é a “capacidade de planejar, monitorar e avaliar as atividades de aprendizagem, e, necessariamente, abrange tanto o conteúdo quanto o processo de aprendizagem”. Em uma analogia com as tarefas do cotidiano, a autonomia se traduz como o desejo de ter uma independência sobre determinado assunto, e por meio de um aprendizado direcionado o indivíduo passa a ser livre para tomar suas próprias decisões.

Bronfenbrenner (1996) aponta que os ambientes mais próximos da pessoa, “como a escola, os amigos, os vizinhos e os avós, exercem um papel importante no desenvolvimento do indivíduo, bem como a aquisição da autonomia”. O pesquisador infere o conceito desta, no que tange a fase da adolescência, momento oportuno para desenvolver a autonomia como um processo de vida, como, ser autônomo em suas escolhas profissionais, amizades e independente em suas emoções, por exemplo.

Fonte: Imagem no Freepik

Para Reichert e Wagner (2007) a autonomia pode ser entendida “como a capacidade do sujeito decidir e agir por si mesmo”. Segundo os autores, o desenvolvimento da autonomia, bem como sua aquisição de habilidade exercem influência “do contexto em que o jovem se desenvolve”. Assim como eles, Bronfenbrenner (1996) também trabalha o assunto na fase da adolescência, em que o indivíduo é bombardeado por diversas informações pelas redes sociais, e por isso a necessidade de desenvolver essa prática.

Morin (1996) entende que a autonomia é “construída pelo próprio indivíduo, na medida em que existe uma relação de seu mundo interno, de sua própria auto-organização, com as condições externas em que ele se desenvolve”. Isto é, para ter essa capacidade, a pessoa precisa construir em si mesma suas próprias conclusões acerca de determinados assuntos a qual está inserida socialmente, o que seria o sentido externo proposto por ele.

Em uma perspectiva familiar Ríos González (2005) explica que os pais exercem um papel fundamental na construção da autonomia dos filhos, no sentindo de criar indivíduos livres para enfrentar os desafios cotidiano oriundos da vida, bem como ter sua própria opinião.  E para isso, o autor afirma que é imprescindível que os pais saibam ouvir os próprios filhos, bem como respeitar a individualidade de cada um cultivar sua liberdade e o poder de expressar a afetividade.

A autonomia realmente tem uma definição muito ampla, por isso torna-se um assunto tão complexo para ser analisado de forma superficial, por isso faz importante trazer várias observações diferentes para ter um olhar mais apurado sobre o assunto. Diante disso, é preciso atentar que esse conceito precisa ser levado em consideração desde a infância no sentindo de os pais criarem filhos autônomos em suas opiniões, forma de pensar, para que estes não sejam influenciados pelas redes sociais, e em determinados grupos os quais estão inseridos; pois essa autonomia leva a independência e a liberdade de tomar suas próprias decisões.

Fonte: Imagem no Freepik

Referências

BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001).

DICKINSON, L. Self-instruction in language learning. Cambridge: Cambridge University Press (1987).

HOLEC, H. Autonomy and foreign language learning. Oxford: Pergamon (1981).

LITTLE, D. Learner autonomy: definitions, issues and problems 1. Dublin: Authentic(1991)

MORIN, E.; PRIGOGINE, I. et al. A sociedade em busca de valores. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.

PAIVA, Vera. Autonomia e complexidade. Disponível em <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/rle/article/viewFile/15628/9815>. Acesso: 19, de nov de 2021.

Reichert, C e Wagner,A. Considerações sobre a autonomia na contemporaneidade(2007). Disponível em: <https://www.redalyc.org/pdf/4518/451844615004.pdf> Acesso: 19, de nov de 2021.

RIOS GONZÁLES, J. A. Los ciclos vitales de la família y la pareja: ?crisis u oportunidades?. Madrid: Editorial CCS, 2005.

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Cirurgias plásticas passam a ser vistas como um procedimento de extrema importância

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O desejo de alcançar um corpo esteticamente aceitável pela sociedade faz que muitas pessoas procurem por meio de cirurgias plásticas o tão sonhado corpo perfeito. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), houve um aumento de 25,21%, em 2018, na realização de cirurgias estéticas, aproximadamente quase 1, 5 milhão de pessoas. A comparação foi feita em relação aos dados de 2016, em que quase 850 mil pessoas se submeteram a procedimentos estéticos.

De acordo com a SBPC, a cirurgia para aumento de mama foi a mais procurada em um total de 18,5%, em segundo lugar a lipoaspiração com 16,1% e abdominoplastia com 15,9%. Ainda segundo a pesquisa feita em 2018, 62,2% das pessoas que buscam intervenções cirúrgicas são para fins profissionais no Instagram, e também no Facebook com um total de 58,4%. Os números são alarmantes, porque a maioria utiliza as redes sociais para alavancar os seguidores para fins financeiros. Situação preocupante, já que muitos jovens e adolescentes são influenciados com os conteúdos postados.

Volpi (2009) explica que são vários motivos que levam as pessoas a modificarem sua aparência. “Pode ser apenas modismo, outros modificam a imagem corporal para despertar a atenção, seduzir, como também valorizar o corpo enquanto objeto sexual”.  Uma percepção alarmante, já que o modismo aumenta a insatisfação corporal com o corpo, e o aumento de intervenções, que nem sempre são necessárias, somente para estar no padrão imposto por digitais influencers, na internet.

Fonte: Freepik

Com a mesma percepção, Rodriguez (1983) destaca que a cultura determina regras em relação ao corpo, “regras estas que os indivíduos tendem à custa de castigos e recompensas se adaptar até chegar o momento que estes padrões de comportamento são vistos como naturais.” Segundo Rodriguez, muitas pessoas se submetem a dietas rigorosas, praticam exercícios físicos, realizam operações cirúrgicas, por acreditar na existência de um corpo ideal.  Para ele, o corpo é alvo de obsessão da juventude, da moda (RODRIGUES, 1983).

Paiva (2010) afirma que a estética corporal nunca foi tão valorizada como é atualmente, e isto vem sendo reforçado pela mídia, em especial pela internet. Para ele, o “corpo ideal está se tornando um objeto de consumo, passível de modificações a todo custo através de adereços e cirurgias.” Ou seja, o mundo vivencia o fenômeno “do culto ao corpo”, em que as pessoas não medem esforços para alcançar o padrão desejável.  Posicionamento confirmada pela SBCP, com o aumento das cirurgias estéticas com o intuito de buscar a perfeição.

Nesse contexto é preciso alertar sobre os riscos relacionados as cirurgias e procedimentos estéticas.  Um caso amplamente divulgado pela mídia foi da digital influencer Liziane Gutierrez que teve o rosto deformado após fazer uma harmonização facial. Segundo a modelo em entrevista ao Correio Brasiliense, ela teve uma forte reação ao produto químico utilizado pelo médico, e precisou se submeter a uma cirurgia para retirada da substância usada em seu organismo. Os transtornos não terminaram, ela ainda passou por cyberbullying, que consiste no bullying virtual pela sua aparência física.

Fonte: Freepik

Sobre o assunto, Padilha (2002) aponta que na cultura da boa aparência, a beleza adquire conotação de aceitação de não rejeição em que não ser belo equivale a ser rejeitado. “É um conjunto de valores atribuídos a uma pessoa pelos outros, através da análise das características, qualidades e defeitos que uma pessoa apresenta”. (Padilha, 2002). Por conta dessa ideia difundida que muitas pessoas correm para as mesas cirúrgicas, colocando a vida em risco.

O ser humano é muito mais que um corpo definido, é preciso parar para refletir sobre os riscos físicos e emocionais que uma cirurgia estética pode trazer. Caso, a pessoa tenha dificuldade de autoaceitação e baixa autoestima, ela precisa de uma ajuda profissional que irá ajudar resolver os conflitos internos, bem como ajudar a trilhar um caminho do amor-próprio. A questão não é ser contra cirurgia, mas sim optar por um equilíbrio, para evitar os excessos cirúrgicos, que escondem problemas de ordem emocional.

REFERÊNCIAS

Jornal, Correio Brasiliense. Liziane Gutierrez: antes e depois da modelo impressionam (2021). Disponível em <https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e >. Acesso: 11, de nov, de 2021.

PAIVA, T. F. F.. A Ditadura da Beleza e SuasImplicações na Subjetividade. 2010. 97 f. Monografia (Graduação em Psicologia) – Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre, 2010.

PADILHA, Ênio. Marketing pessoal e Imagem pública. 2.ed. Balneário Camboriú: Palloti, 2002

 Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Censo 2018. Disponível em <http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp-content/uploads/2019/08/Apresentac%CC%A7a%CC%83o-Censo-2018_V3.pdf> Acesso: 11, de nov, de 2021.

RODRIGUES, José Carlos. Tabu do corpo. 3. ed. Rio de Janeiro: Achiamé, 1983

VOLPI, José Henrique. Body modification: uma leitura caracterológica da identidade inscrita no corpo. Curitiba: Centro Reichiano, 2009.

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Impactos do cenário pandêmico para nossas mentes

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A crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid 19 trouxe um forte impacto emocional em toda a humanidade. De Norte ao Sul do planeta, a sociedade sentiu os efeitos da doença, que mudou o comportamento das pessoas em escala global. Foi preciso o uso de máscara, distanciamento social, para evitar o contágio, e em muitos casos, houve a perda de entes queridos, vítimas da corona vírus. Nesse contexto, que inúmeros questionamentos apareceram, como: “Por que a humanidade está vivendo isso? E, como ficar em casa sem ver pessoas?”.

A pandemia pegou todo mundo de surpresa, como consequência uma crise existencial afetou muita gente, em busca de respostas para os acontecimentos decorrentes do fenômeno viral. Isto é, uma onda de dilemas afetou a cabeça das pessoas, por não saberem como ficaria o mundo, após a pandemia.  Nesse contexto, Knobloch (1998), observa que a crise pode ser designada como uma experiência em que existe algo insuportável, no sentido de não haver suporte, experiência que nos habita. “Como um abismo de perda de sentido, em que se perdem as principais ligações”.

Em uma analogia, o ser humano não tinha preparo nenhum para enfrentar uma crise pandêmica, foi uma corrida contra o tempo até a elaboração da vacina, fora o cenário de filme, em que cidades ficaram vazias. Situação que mexeu com todo o mundo.  Nessa linha, Morin (2005), esclarece que uma mega crise tem a capacidade de atingir o existencial. “Somos levados questionar nosso modo de vida, nossas reais necessidades, nossas verdadeiras aspirações mascaradas nas alienações da vida cotidiana”.

Fonte: Freepik

Sobre crise existencial, Frank (2016) observa que a influência da falta de sentido da vida pode levar a um desequilíbrio psíquico, por um vazio existencial. Fatores que geram depressão, ansiedade, cansaço mental, falta de apetite, e depressão explica Guimarães (2019) e afirma que “a crise existencial interfere na saúde mental do sujeito, através da falta de sentido da vida”. Como consequência, o autor supramencionado acrescenta que a crise existencial gera um “adoecimento relacionado ao sofrimento psíquico” como, ideações suicidas, ansiedade e diversos transtornos mentais de origem existencial.

Hertel (2006) revela que a angústia existencial é um aspecto inerente da humanidade, da qual todos fazem parte. Para ele, é importante que as pessoas tenham autoconhecimento sobre o assunto, no sentindo de ter conhecimento sobre o fim da vida. Tendo a necessidade de que, o indivíduo entenda suas emoções, e, quais são os efeitos que elas provocam em seu comportamento. Nesse ínterim, cada um poderá saber lidar com os questionamentos oriundo de uma crise existencial.

Andrade (2011) define que a ansiedade existencial está na essência do ser humano e pode evidenciar várias nuances, como ansiedade de morte, falta de sentido ou vazio, ansiedade de culpa. “A ansiedade é resultante de algo irreconhecível, o que pode gerar mais angústia, pois se torna difícil lidar com a situação sem ter um ponto de partida para tal.” Segundo Andrade (2011), é impossível acabar totalmente com o aspecto da ansiedade, e aconselha a procurar meios positivos para lidar com ela, pois a ansiedade na medida em que vai crescendo é um sintoma inerente a crise existencial, a qual precisa de tratamento com especialista.

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Com outra perspectiva, Angerami (2018), aponta que o sentido da vida é uma condição que determina uma existência pautada no equilíbrio emocional, ou melhor, uma vida sem a presença de vazio existencial, como consequência sem enfermidades somáticas. Conforme o autor supracitado, o equilíbrio emocional, é uma força vital que possibilita o enfrentamento das dificuldades e surpresas durante a trajetória do indivíduo emocionalmente estável.

Isto significa que em meio as diversidades da vida, a pessoa é capaz de enfrentar diferentes situações justamente por ter uma saúde emocional fortalecida, a qual é capaz de propor soluções em meio ao caos.  Quando isso, não acontece é aconselhável a procura de ajuda por meio de um profissional da saúde mental, o qual irá ajudar a trilhar um caminho saudável para as emoções, e por fim a crise existencial, ou seja, ao sofrimento.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Fabiana. Ansiedade existencial. Oficina de Psicologia. [S.l.], 8 jun. 2011.

ANGERAMI, V. A. Psicoterapia existencial: noções básicas. 15 ed. São Paulo: Artesã. 2018.

FRANKL, V. E. Teoria e terapia das neuroses: introdução à logoterapia e à análise existencial. Tradução Claudia Abeling. 1. ed. São Paulo : É Realizações, 2016.

GUIMARÃES, Vinícius. O comportamento humano em busca de um sentido (2019). Disponível em <https://sistema.atenaeditora.com.br/index.php/admin/api/artigoPDF/27506>. Acesso: 13, de nov, de 2021.

HERTEL, Hildegart. Espiritualidade e crise existencial na vivência do câncer(2006). Disponível em < http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/bitstream/BR > Acesso: 13, de nov, de 2021.

Knobloch, F. (1998). O tempo do traumático. São Paulo: Educ.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2005.

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Coloque em exercício a prática do elogio

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Uma ação pequena e simples, assim é o poder do elogio, capaz de transformar o dia da pessoa que o recebe. Ou seja, uma atitude nobre em reconhecer as qualidades positivas do outro, em palavras. O elogia tem a capacidade de promover diversos benefícios, como a autoconfiança, alegria, alívio do estresse do cotidiano, além de um belo sorriso, em qualquer ambiente.

Nesse sentindo, Zanttoni (2011) explica que o elogio é essencial para a formação da autoestima da criança, bem como para a formação de sua identidade enquanto ser social. Para ele, o elogio configura-se como um evento que privilegia a formação da autoestima, já que “caracteriza uma relação de apreciação de outros indivíduos acerca do comportamento da criança”.  Ou seja, esta passa a ver valor em si mesma, adquire autoconfiança e segurança.

Ainda segundo Zanttoni (2011), “o elogio possui um papel especial no desenvolvimento da autoestima, principalmente se vindo de sujeitos os quais a criança respeita e possui admiração com o ressalte dos pais, irmãos mais velhos e professores.” Isto é, a criança precisa ouvir palavras de autoafirmação das pessoas mais próximas do seu convívio, por isso é importante que os pais e professores entendam e coloquem em prática o elogio, como instrumento fundamental na formação de um futuro adulto confiante, decido e com uma autoestima saudável.

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Nessa mesma perspectiva, Silva e Aranha (2005), que durante uma pesquisa feita, em sala de aula, com alunos com deficiência, mostrou que eles se tornaram mais proativos, após receberem mais elogios, durante o período das aulas. A intenção da pesquisa foi construir dentro de sala de aula uma relação mais inclusiva com os alunos portadores de deficiência, a partir do elogio. “Ações desse tipo ajudam no próprio processo de construção de uma identidade positiva por parte de todos os alunos, aumentando sua autoestima, melhorando as suas condições cognitivas”. (Silva e Aranha, 2005).

Sobre o elogio Delin e Baumeister (1994) apontam que o mesmo, busca realizar uma avaliação positiva de determinado alvo, bem como é capaz de desencadear emoções positivas, como alegria e orgulho. Enquanto Henderlong & Lepper (2002), já são mais cuidadosos, para eles elogio, por mais que seja uma ação positiva em relação a pessoa ou ao seu desempenho em alguma atividade, é preciso ter cuidado com a intepretação, de quem recebeu a mensagem. “O elogio pode afetar a opinião do outro sobre si próprio, tornando-se uma ferramenta preciosa se utilizada corretamente”.

Sobre o assunto Souza (2016) aborda sobre a importância do elogio, no ambiente de trabalho, para gerar um sentimento de pertencimento ao grupo inserido, bem como valorização profissional, além da produtividade em equipe.  O autor supracitado observa que é necessário valorizar cada sucesso obtido do funcionário, e enfatiza que cada mérito e conquista precisa ser elogiados. “Para que o mesmo produza com mais satisfação, prazer, e se sinta valorizado por fazer parte dessa equipe de trabalho”, relata (Souza, 2016).

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Outro público que precisa ser muito elogiado é a terceira idade, que muitas das vezes é deixada em asilos pelos seus familiares, no final da vida. Etapa que merece estar rodeada de pessoas. Nesse aspecto, Carneiro e Facolne (2013) esclarecem sobre os efeitos benéficos do elogio dirigido a idosos, em especial, quando é em público. Para elas, o bom uso das palavras gera um bem-estar significativo para esse público, que é mais vulnerável devido o avanço da idade.

As palavras têm o poder de transformar o ambiente, ou até mesmo mudar a perspectiva de uma situação complicada, após um indivíduo receber um elogio. Por isso, é importante saber proferir as palavras. O elogio pode ser uma ferramenta auxiliar no processo criativo de uma criança, seja na produção de um desenho ou no desempenho da escola, bem como um fator motivacional de um vendedor que precisa bater meta de vendas. Ou seja, elogie, sempre que possível.

REFERÊNCIAS

Carneiro,  R  e Falcone Eliane. O desenvolvimento das habilidades sociais em idosos e sua relação na satisfação com a vida. (2013). Disponível em < https://www.scielo.br/j/epsic/a/js4wxRt4tLKnTmhF5TQnn8q/?format=pdf&lang=pt>  Acesso: 09 de nov, de 2021.

Delin, C. R., & Baumeister, R. F. (1994). Praise: More than just social reinforcement. Journal for the Theory of Social Behaviour.

SILVA,S, C e ARANHA, M, S. Interação entre professora e alunos em salas de aula com proposta pedagógica de educação inclusiva(2005). Disponível em <https://www.scielo.br/j/rbee/a/QxyYHKJt9Yp4nSsjXj8fjth/?lang=pt&format=pdf>  Acesso: 09 de nov, de 2021.

Souza, Hellen. A importância de valorizar os colaboradores no ambiente organizacional(2016). Disponível em < https://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_M_041.pdf> Acesso: 09 de nov, de 2021.

Henderlong, J. & Lepper, M. (2002). The effects of praise on children’s intrinsic motivation:A review and synthesis. Psychological Bulletin,

ZATTONI, Romano Scroccaro. A autoestima em crianças da terceira infância e sua relação com o elogio no contexto educacional. (2011) Disponível em <https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5262_3496.pdf>.  Acesso: 09 de nov, de 2021.

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Relações que literalmente dependem de “conexões”

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A revolução tecnológica digital mudou a forma de relacionar-se entre diversos ambientes, como as reuniões de trabalhos que passaram a ser feitas virtualmente, sem a necessidade de todos os envolvidos se encontrarem pessoalmente. No campo dos relacionamentos interpessoais, não foi diferente, os encontros passarem a ser intermediados por aplicativos de relacionamentos (apps), mais conhecidos como os apps de paquera.

Para Guimarães (2002) as inovações tecnológicas no campo da informática facilitaram mudanças comportamentais. “Refeições são entregues em casa, compras são feitas através do telefone, as idas ao cinema foram em grande parte substituídas pela diversão através do vídeo”.  Ou seja, “a terceirização dos serviços fez com que mais pessoas pudessem trabalhar em casa, comunicando-se com o mundo exterior através de seu próprio computador”. (Guimarães, 2002).

 Com a pandemia da Covid 19, o cenário exposto por Guimarães (2002) aumentou, já que pessoas do mundo todo tiveram que substituir o escritório, pelo sofá de casa, para a realização de atividades profissionais. Não foi só isso, as escolas passaram a ofertar aulas on-line, medidas adotadas para evitar a disseminação do coronavírus.  O mundo virtual tornou-se mais presente no campo interpessoal, e até mesmo as relações amorosas tiveram que se adaptar. Guimarães, Dela Coleta e Dela Coleta (2008), observam que “os bate-papos fazem com que o contato afetivo seja bem facilitado, principalmente para pessoas inseguras ou com problemas de socialização”.

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Nessa perspectiva, Viera (2006) observa que, a internet tornou-se uma oportunidade de o utilizador avaliar potenciais parceiros românticos que de outra forma seria improvável de encontrar. Para o autor supracitado, o universo virtual possibilita que os adeptos usem diversos meios de comunicação, como forma de interagir com a pessoa do outro lado da telinha, antes de existir um encontro presencial.  Ou seja, é possível usar os meios virtuais, para ter uma noção se a pessoa pode ser compatível para um relacionamento futuro, ou ser apenas bons amigos.

Foi o caso da analista judiciária Paula Souza Sabatine e do engenheiro Guilherme Augusto Brandão Silva, que se conheceram no auge da pandemia, em 2020, e esse ano se casaram pelas redes sociais. A história de amor chamou à atenção dos veículos de comunicação social e virou notícia nacional. Em entrevista ao portal G1 notícias, Paula conta que conheceu o marido em um aplicativo de paquera, mas tinha resistência em conhecê-lo por desconfiança e precaução com a pandemia. Nesse tempo, segundo ela, ele foi embora para Holanda, quando a pediu em casamento. Paula e Guilherme Brandão se casaram, em Belo Horizonte, por procuração e coube ao sogro representar o noivo, que estava em outro país.

Apesar do romance que culminou em casamento dos mineiros Paula e Guilherme, é preciso ter alguns cuidados para não cair no golpe amoroso. Gennarini (2020) explica que a denominação estelionato sentimental apareceu pela primeira vez no processo do juízo da 7ª Vara Cível de Brasília – Tribunal de Justiça do Distrito Federal 87. Segundo ele, um homem foi condenado a restituir à ex-namorada valores referentes a empréstimos e gastos diversos efetuados na vigência do relacionamento no montante de R$ 101.537,71.

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O estelionato é crime previsto no Código Penal, no artigo 171, o qual diz que obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo alguém ao erro. Infelizmente, esse tipo de crime, tem acontecido frequentemente, na esfera virtual, onde as pessoas costumam tornar-se mais vulneráveis por expor demais sua vida íntima.  Por isso, é necessário que os usuários tomem cuidado ao fornecer informações pessoais, por isso a cautela é imprescindível.

Gennarini (2020) enfatiza que um relacionamento amoroso deve ser pautado pela confiança, lealdade, honestidade e respeito de um para com o outro.  Diante disso, é importante tomar alguns cuidados ao relacionar-se com as pessoas virtualmente, e não ser tomado por um medo de conhecer alguém. Até porque a internet é uma ferramenta de uso diário, seja no ambiente de trabalho, familiar e social.

REFERÊNCIAS

Código Penal, Decreto Lei de Nº 2.848. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm> . Acesso: 06, de nov de 2021.

G1 Notícias. Pandemia faz noiva em BH se casar com o sogro. Disponível em <https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2021/10/05/pandemia-faz-noiva-de-bh-se-casar-com-o-sogro-entenda.ghtml>. Acesso: 06, de nov de 2021.

Gennarini, Juliana Camarigo. O estelionato sentimental, amoroso ou afetivo: ilícito penal ou apenas um ilícito civil? (2020) Disponível em <file:///C:/Users/Daniel/Downloads/1737-Texto%20do%20artigo-3220-1-10-20210505.pdf>  Acesso: 06, de nov de 2021.

Guimarães, J, L;  Dela Coleta, A, S; e Dela Coleta, M F. O amor pode ser virtual? o relacionamento amoroso pela internet. 2008. Disponível em <https://www.scielo.br/j/pe/a/R5cvWJVsKZLL4rsXMtz8bhS/?lang=pt&format=pdf> Acesso: 06, de nov de 2021.

Guimarães, G. M. (2002). Relações virtuais, Aurora de um novo pensar.

Vieira, Gaspar Vanessa. “Marcamos um encontro no mundo virtual?” – Vinculação, autocompaixão e saúde mental na utilização da internet para estabelecimento de relacionamentos íntimos. 2016. Disponível em <https://repositorio.ismt.pt/xmlui/bitstream/handle/123456789/687/Disserta%C3%A7%C3%A3o-Vanessa-Vieira.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso: 06, de nov de 2021.

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