“Quarto de Guerra” – a oração é uma arma poderosa

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Ativar a espiritualidade na sua vida todos os dias lhe garante uma série de benefícios. Em meio aos enormes compromissos profissionais e pessoais que assumimos, alguns minutos de contato com Deus são fundamentais para construir uma vida plena em todos os aspectos – mental, físico e espiritual. De acordo com uma pesquisa realizada por cientistas da Duke University, praticar a fé pode reduzir o estresse psicológico e permitir que os crentes vivam em média 7 a 14 anos a mais do que outros que não têm esse hábito. Portanto, a oração é fundamental neste processo, pois traz um elemento de paz e tranquilidade para a vida das pessoas e o filmeQuarto de Guerranos mostrará que a oração é uma arma poderosa.

O filmeQuarto de Guerra” foi lançado no Brasil em dezembro de 2015, conquistando grande audiência no Brasil e no mundo, tornando-se um dos filmes cristãos produzidos fora de Hollywood de maior sucesso na história do cinema. Não é para menos, seu enredo dramático e divertido tem cativado a atenção de cristãos de diversas denominações e até mesmo de pessoas que dizem não professar a fé cristã.

Na trama, a jovem Elizabeth e Tony formam um casal em crise no casamento. A filha pequena percebe que os pais estão à beira do divórcio, mas ninguém conseguem chegar a um acordo. A corretora de imóveis Elizabeth se decepciona com o marido Tony Jordan, um vendedor de sucesso na indústria farmacêutica. Para se dedicar ao trabalho e aos próprios interesses, ele foi separado da esposa e da filha. A distância está aumentando dia a dia, mas tudo começa a mudar quando Elizabeth conhece uma mulher idosa que lhe apresenta o poder da oração. E a partir deste momento, a jovem mãe decide depositar a sua fé nas preces divinas.

                                                                                  Fonte: Cenas de Quarto de Guerra (Divulgação)

Seja marcante e significativo na vida de alguém

No filme, após Elizabeth conhecer essa espirituosa Sra. Clara Williams, a sua vida e da sua família começa entrar num processo de mudança para sempre. Clara, como preferia ser chamada, era uma anciã sábia e amorosa. Ela se dedica a ajudar Elizabeth, demonstrando seuquarto de guerra”. Este lugar era um cômodo de sua casa onde ela conduzia batalhas de oração e ensinava sua jovem esposa a usar estratégias e armas espirituais para vencer as batalhas e reconstruir seu lar.

O filme escolhe acertadamente o tema do relacionamento conjugal e a partir daí revela sua relação direta com o amor próprio, o perdão e, principalmente, o amor como testemunho de fé em Deus. Os personagens refletem os tipos de cristãos encontrados nas igrejas ao redor do mundo. Na trama, a personagem Elizabeth representa o cristão médio do nosso tempo. Para tanto, a diretora a expõe, enfatizando suas crenças nominais e conscientizando-a de suas próprias limitações. O tratamento do pecado no filme é muito claro.

O diretor do filme enfatiza durante o enredo, a importância de estamos conscientes em sermos honestos sobre as consequências das escolhas que fazemos. Em vez de encobrir a verdade ou oferecer soluções alternativas, o diretor atribui ao protagonista as consequências das ações passadas, mas também mostra o arrependimento, a renovação da mente no modo de pensar e a importância do exercício diário da fé.

                                                                             Fonte: Cenas de Quarto de Guerra (Divulgação)

Por meio da oração, permitimos que Deus batalhe por nós.

 

Segundo um trecho da Bíblia no livro de 2 Crônicas Cap.7 e Vers.14 cita assim: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” Ou seja, só depende de nós. Tudo o que precisamos fazer é correr para o quarto de Guerra e clamar ao Pai Celestial, e ele estará lá esperando por nós.

Ao assistir o filme é possível obter inúmeros aprendizados importantes para a nossa vida diária e segue abaixo alguns deles:

  • Prepare-se! A vida é uma constante de árduas batalhas – Acreditar que avida é um conto de fadas e que as batalhas são pontuais e passageiras pode ser um engano fatal. Cada fase do desenvolvimento humano, cada ação ou decisão tomada na vida possuem lutas inerentes, onde o preparo, a paciência e a resistência para lutar são fundamentais para obter a vitória.
  • Sem estratégia não há vitória – Se todos lutamos na vida é primordial que tenhamos uma estratégia adequada para cada embate que travamos. Elizabeth usava as estratégias erradas para tentar lutar a favor da sua família. A partir do momento que Elizabeth passou a usar a fé em Jesus por meio da oração e a mudança de conduta como estratégias de batalha, o jogo virou a seu favor e ela pode experimentar vitórias pontuais em áreas que vivia constantemente apanhando em sua vida.
  • Identifique corretamente o seu inimigo – Você pode estar lutando contra a pessoa errada.
  • Casamento não é como um buffet. É um combo completo – Quando dizemos sim no altar, o dizemos para tudo que se refere ao nosso cônjuge. Seus defeitos e qualidades, forças e fraquezas, o “bafo” pela manhã, o “chulé azedo”, o cunhado insuportável, etc. Por isso o tempo do namoro deve servir para que ambos se conheçam o máximo possível, a fim de minimizar as surpresas no matrimônio e substituir com facilidade o “meu” pelo “nosso” durante a vida a dois.
  • O sucesso profissional não deve existir a despeito da harmonia familiar
  • Seja marcante e significativo na vida de alguém – Não há ninguém tão débil que não possa contribuir de algum modo na vida de outra pessoa. Todas as pessoas são diferentes e as experiências vividas por cada uma delas às tornam melhores e mais capazes de enfrentar as angústias da vida.
  • Nossa comunhão com Deus não deve ser morna – A bíblia é o meio pelo qual todo cristão deve orientar o exercício da sua fé. Ela é entendida como o manual do e sobre o fabricante, numa visão de Deus como o criador da humanidade.
  • Não importa onde seja, tenha sempre um “quarto de guerra” – Sabendo que avida é uma constante de árduas batalhas, nada melhor do que praticar com fé a orientação bíblica de orar constantemente em nosso quarto para que, o Deus que nos vê em secreto nos conceda a vitória em tempo oportuno.
  • Todos temos um guerreiro em nós que precisa ser despertado – Dizem que são as dificuldades que forjam os verdadeiros campeões. Até que circunstâncias terríveis nos peguem de surpresa, vivemos “numa boa” sem empreender muitos esforços para avançarmos na escada da vida.
  • Não tente fazer o trabalho de Deus na vida do seu cônjuge – A missão de ambos os cônjuges é amar, respeitar e orar um pelo outro. Não importa o quão difícil é o temperamento ou o comportamento de seu cônjuge, deixe que Deus mostre o caminho da mudança a ele.

Enfim, o filme Quarto de Guerras, trás inúmeras reflexões e ensinamos, como também enfatiza a termos fé, confiar em Deus e fazer a nossa parte que no tempo adequado tudo será resolvido, afinal de contas, tudo muda quando nós mudados individualmente.

Referencias:

Jornal de Minas Gerais – Saúde e Bem Estar. Minas Gerais, 2023 – Os benefícios da oração diária para a saúde mental e física. Disponível em <:  https://www.em.com.br/app/noticia/saude-e-bem-viver/2023/02/23/interna_bem_viver,1460921/7-beneficios-da-oracao-diaria-para-a-saude-mental-e-fisica.shtml >. Acessado em 08 de dezembro de 2023.

Bíblia Sagrada Online – Disponível em <:  https://www.bibliaon.com/versiculo/2_cronicas_7_14/ . >. Acessado em 08 de dezembro de 2023.

Centro Universitário Adventista de São Paulo. Entrevista – Professor de Psicologia fala sobre efeitos da oração. São Paulo, 2023. Disponível em <:    https://unasp.br/noticias/entrevista-professor-de-psicologia-fala-sobre-efeitos-da-oracao/  >. Acessado em 08 de dezembro de 2023.

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Você anda muito estressado? Cuidado! Seu colesterol pode estar alto

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Atualmente, vivemos em um ritmo aceleradíssimo, com muito estresse, ansiedade e sem tempo para nada. E, infelizmente, as coisas que nos fazem bem ficam em segundo plano (saúde, família, amigos, hobbies, diversão e tempo livre!). Muitas pessoas sentem que precisam trabalhar constantemente e produzir mais do que nunca para se manterem competitivas em um mundo cada vez mais acelerado e competitivo. No entanto, esse tipo de pressão pode ter um impacto negativo na saúde física, mental e emocional, como também, ocasionando a produção demasiada do hormônio CORTISOL “o famosinho hormônio do estresse”.

Em uma entrevista realizada pelo Jornal de Minas ao médico e endocrinologista Rodrigo Neves, relatou que um dos fatores que contribui para esse aumento do cortisol é a ansiedade, um transtorno mental cada vez mais comum na sociedade moderna. O estresse crônico relacionado a preocupações financeiras, pressões no ambiente de trabalho e a incessante demanda das redes sociais, agrava ainda mais essa elevação do cortisol.

Dalgalarrondo (2008) cita que o cortisol é o hormônio produzido e liberado pelo corpo ao perceber circunstâncias de estresse e tensão. Ele aumenta a frequência cardíaca e a sudorese, dilata as pupilas e diminui algumas atividades metabólicas, para poupar energia e manter o indivíduo em estado de alerta. Entre suas várias funções, a que mais se destaca é o controle do estresse. O cortisol é considerado um dos hormônios mais importantes para a manutenção da vida, pois tem ações fundamentais em processos homeostáticos, cognitivos, cardiovasculares e imunológicos.

O maior problema é quando as circunstâncias de nervosismo são constantes ou há a ocorrência de patologias como o estresse crônico e o transtorno de ansiedade, que podem causar a hiper estimulação da produção do hormônio.

                                                                                                                                                     Fonte: Pexels

Quando o hormônio é produzido em excesso por um longo período, aparecem as consequências do cortisol alto.

Se o corpo é exposto cotidianamente a situações nas quais se sente ameaçado ou intimidado, ele irá produzir e liberar o cortisol. Quando esse crescimento do nível do hormônio ocorre por um longo período, as implicações negativas começam a aparecer.

O cortisol alto pode aumentar as chances do desenvolvimento de doenças como:  depressão, fadiga crônica, diabetes e hipertensão arterial; intensificar sensações de irritabilidade e ansiedade; causar ganho de peso e problemas gastrointestinais; diminuir a libido; alterar o ciclo menstrual; além de gerar comprometimentos cardiovasculares e perda de massa muscular.

E não é só o aumento que causa problemas. O cortisol baixo também pode trazer implicações desfavoráveis ao organismo. Em baixas concentrações, o hormônio pode gerar pressão baixa, hipoglicemia, fraqueza em músculos e articulações, além de falta de apetite.

A partir desse panorama, é possível entender a importância do cortisol e por que é tão necessário regular as taxas desse hormônio, tanto suas elevações, geralmente mais comuns, como reduções que sejam significativas.

                                                                                                                                                 Fonte: Pexels

“Stress não é algo que a gente deve tratar, mas sim prevenir”

Segundo psiquiatra Pedro Katz, chefe de uma equipe de psiquiatria em São Paulo, relata que exposição a constante estímulos, informações e obrigações típicos da vida moderna desencadeia uma reação química no organismo, levando a uma sobrecarga mental e emocional. Katz explica que, para o corpo funcionar bem, é preciso ter equilíbrio entre a adrenalina hormônio relacionado ao estado de alerta, e a serotonina, neurotransmissor associado à sensação de calma. O excesso de estímulos e a resposta do corpo ao stress causam um aumento da adrenalina e de outro hormônio, o cortisol. Para equilibrar a balança, a serotonina precisa entrar em ação. Quando a adrenalina e o cortisol estão sempre nas alturas, a serotonina não dá conta de fazer o contrapeso da balança. Este é um aspecto crítico que requer atenção.

Alguns dos impactos negativos no cérebro devido o excesso do cortisol são notáveis e incluem:

  • Dificuldades de concentração: O excesso de cortisol pode sobrecarregar o cérebro, resultando em dificuldades de concentração que afetam o desempenho no trabalho e nos estudos.
  • Lapsos de memória: Indivíduos com altos níveis de cortisol frequentemente relatam lapsos de memória, prejudicando a qualidade de vida.
  • Flutuações de humor: O cortisol em excesso pode causar alterações de humor, levando a sentimentos de irritabilidade, ansiedade e, em casos mais graves, depressão.
  • Alterações estruturais no cérebro:Estudos sugerem que a exposição prolongada ao cortisol em níveis elevados pode causar alterações estruturais no cérebro, afetando regiões relacionadas ao controle do estresse e às emoções.

Manter os níveis normais de cortisol é fundamental para preservar o bom funcionamento das atividades cardiovasculares, do sistema imunológico e do metabolismo. Além disso, regulá-lo permite garantir uma recuperação mais tranquila após a realização de atividades físicas.

O psiquiatra Pedro Katz cita algumas práticas saudáveis para diminuir o estresse e consequentemente o nível do hormônio cortisol no organismo:

  1. Alimente-se de forma saudável – A nutrição balanceada ajuda a reduzir os níveis do hormônio do estresse, alguns alimentos probióticos (como: beterraba, iogurte, chucrute, picles, etc.) podem potencializar esse processo. Faça dietas, mas sem radicalismos e busque manter um peso adequado;
  2. Hidrate-se corretamente – A desidratação pode causar o aumento do cortisol. Por isso, tomar água regularmente e manter o organismo sempre hidratado é uma ótima maneira de reduzir os efeitos indesejados da elevação;
  3. Tenha uma rotina de exercícios – Construir uma rotina de exercícios é outra maneira de controlar o hormônio. As atividades aeróbicas, principalmente, ajudam a reduzir o nível de cortisol e também a quantidade de glicose no sangue. Exercícios mais intensos podem ocasionar um aumento do hormônio na sequência, mas contribuem com sua diminuição a longo prazo.
  4. Mantenha o sono regulado – A privação de sono está associada ao aumento dos níveis de cortisol. Para evitar que isso ocorra, é preciso criar um padrão de repouso, garantindo sua qualidade. Dormir por um período adequado, em ambientes com ruído reduzido, e evitar o uso de telas antes de adormecer e logo ao acordar são boas recomendações.
  5. Desenvolva passatempos – Os passatempos são fundamentais para garantir momentos de descontração e trazer mais bem-estar para o dia a dia. Nesse quesito, vale qualquer atividade que proporcione instantes prazerosos, como dançar, tocar um instrumento, ler ou realizar artesanato.
  6. Entenda as causas do estresse – Caso o problema seja a recorrência das situações estressantes, vale a pena tentar identificar quais são seus gatilhos e causas. Assim, é possível procurar por possíveis soluções para essas questões, que ajudem a diminuir sua reincidência, como o apoio psicológico.
  7. Descanse – Outra dica que pode ajudar a controlar o aumento de cortisol é ter momentos de descanso. Conseguir separar as atividades do trabalho das horas de lazer e autocuidado permite tornar o repouso mais tranquilo. O importante é se dar tempo para recuperar as energias, deixando as preocupações e o estresse um pouco de lado.
  8. Faça pausasem momentos atarefados – Entre uma atividade e outra se possível, respire fundo para oxigenar e relaxar o seu cérebro.
  9. Valorize suas férias e fins de semana – Aproveite o tempo livre e encontre os amigos para relaxar e conversar;
  10. Pratique atividades de relaxamento – Faça massagem, yoga, meditação e tenha contato com a natureza;
  11. Preserve momentos de liberdade e privacidade;
  12. Participe de ações e projetos solidários – Incluam na sua vida atividades que geram sensibilização e sentimento de amor ao próximo;
  13. Priorize assuntos e não tente resolver várias tarefas ao mesmo tempo;
  14. Se incluía na agenda – Estabeleça limites na sua agenda e não leve trabalho para casa;
  15. E procure manter ou ter relações saudáveis e de companheirismo ao seu redor.

Caso não consiga colocar essas estratégicas em práticas sozinho é importante buscar o auxílio de um profissional de saúde mental para auxilia-lo nesse processo e talvez o profissional até considere a necessidade de prescrever medicação.

Estas soluções e práticas de prevenção não só podem ajudar a reduzir os níveis de cortisol, mas também a preservar a saúde cerebral a longo prazo. A conscientização sobre o impacto do estresse crônico e da ansiedade no cérebro é vital para evitar problemas de saúde duradouros, garantindo uma mente saudável para o futuro. A busca por um equilíbrio entre trabalho, vida pessoal e autocuidado é fundamental para enfrentar esse desafio crescente.

REFERÊNCIAS:

American Psychiatric Association. DSM IV:  Manual  de  Diagnóstico  e  Estatística  dasPerturbações  Mentais.  Lisboa:  Climepsi  Edi-tores; 1996

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. Porto Alegre: Editora ArtMed, 2008, 438 p.

Jornal de Minas Gerais – Saúde e Bem Estar. Minas Gerais, 2023 – Como o estresse afeta o cérebro? Médico alerta sobre danos do cortisol alto. Disponível em <:  https://www.em.com.br/app/noticia/saude-e-bem-viver/2023/10/30/interna_bem_viver,1584285/como-o-estresse-afeta-o-cerebro-medico-alerta-sobre-danos-do-cortisol-alto.shtml >. Acessado em 08 de dezembro de 2023.

Marcella Centofanti. São Paulo. 2023. A síndrome do pensamento acelerado devido estresse. Disponível em <: https://revistamarieclaire.globo.com/saude/noticia/2023/07/sindrome-do-pensamento-acelerado-o-que-e-a-condicao-que-afeta-o-sono-e-o-humor.ghtml >. Acessado em 08 de dezembro de 2023.

 

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“Como estrelas na terra”: uma história emocionante para professores, pais e alunos

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No DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a dislexia é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de leitura, escrita e soletração de palavras.

Toda criança é especial
Capa do filme: Como estrelas na terra

O filme “Como estrelas na terra” conta a história de um garoto de 8 anos chamado Ishaan Awasthi (Darsheel Safary), ele sofre de dislexia, estuda em uma escola normal e repetiu uma vez o terceiro período e está correndo o risco de isso acontecer de novo. O menino diz que as letras dançam em sua frente e não consegue acompanhar as aulas e nem prestar atenção. Seu pai acredita que ele é indisciplinado e o trata com rudez e falta de sensibilidade. Ele enfrenta muitos problemas na escola e é considerado um aluno problemático.

Quando o pai é chamado na escola para conversar com a diretora, ele decide levar o filho a um internato. O menino fica com menos vontade de aprender e de ser uma criança, ele acaba ficando deprimido, sente a falta da mãe, do irmão mais velho e da vida. A filosofia do internato é “Disciplinar Cavalos Selvagens”. De repente aparece um professor substituto de artes, este não era um professor tradicional, não seguia rigorosamente as normas da escola, tem uma metodologia própria.

Quando o professor conhece Ishaan, percebe que o menino sofre de dislexia e decide ajudá-lo. Este não era um problema desconhecido pelo educador que decide tirar o garoto do abismo no qual se encontrava. Segundo Fernandes (2015) aponta que a Dislexia é um transtorno específico de aprendizagem, de origem neurológica. Acomete pessoas de todas as origens e nível intelectual e caracteriza-se por dificuldade na precisão (e/ou fluência) no reconhecimento das palavras e baixa capacidade de decodificação e de soletração. Essas dificuldades são resultadas do déficit no processamento fonológico, que normalmente está abaixo do esperado em relação a outras habilidades cognitivas.  

No DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a dislexia é um transtorno neurobiológico que afeta a capacidade de leitura, escrita e soletração de palavras. Há outros como cita cechella (2009) menciona que na Dislexia também apresenta alterações na memória imediata, alterações na memória de séries e sequências (por exemplo: dia da semana, meses do ano e analfabeto) orientação espacial direita-esquerda; linguagem, escrita e matemática.

 O professor de artes Nikumbh, ensinou Ishaan a ler e escrever, a partir desse momento o menino vai superando a opressão da família e suas próprias limitações, passa a ver a dentro da escola, um novo significado. O filme mostra a importância do professor e seu poder de transformação nos alunos. É necessário que o educador tenha sua própria metodologia de ensino, de forma a estimular a compreensão dos alunos, tornando a sala de aula, um lugar agradável e estimulante.

Na escola onde Ishaan estudava, os professores só corrigiam os erros gramaticais dele e não percebiam que ele era uma criança especial, que precisava ser compreendida, e junto com seu professor pudesse ampliar seus conhecimentos, desenvolvendo a habilidade de leitura e escrita.  O filme trata de forma delicada e inspiradora a importância da educação inclusiva que respeita as diferenças e oferece oportunidades para que cada aluno possa desenvolver suas habilidades e potencialidades. A educação inclusiva é fundamental para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de suas diferenças e limitações. E a dislexia é um exemplo de uma condição que pode afetar o desempenho acadêmico de uma criança, mas que com as estratégias corretas pode ser superada. As crianças com dislexia podem apresentar dificuldades em compreender textos, memorizar palavras e letras, e escrever corretamente. Essas dificuldades podem levar a uma série de problemas escolares, acadêmicos, sociais e emocionais, como baixa autoestima, isolamento e dificuldades de aprendizagem. 

A dislexia é um transtorno genético e hereditário relacionado à linguagem.
Fonte: lourdesnique / pixabay

Nesse contexto, a educação inclusiva segundo Ferreira (2022) é uma abordagem que valoriza a diversidade, e que busca criar ambientes educacionais que sejam acessíveis e acolhedores para todas as crianças, incluindo aquelas com dislexia. Isso envolve o desenvolvimento de estratégias pedagógicas que atendam às necessidades individuais de cada aluno, e que considerem as diferenças cognitivas e emocionais de cada um. Segundo Fernandes (2015) algumas estratégias que podem ser adotadas para ajudar crianças com dislexia na escola incluem o uso de materiais didáticos adaptados, o uso de recursos tecnológicos, como softwares de leitura e escrita, e a oferta de suporte especializado, como sessões de terapia ocupacional e fonoaudiologia. Também é importante oferecer um ambiente de aprendizagem seguro e acolhedor, que permita que a criança se sinta confiante para experimentar e aprender.

Sobretudo, a educação inclusiva é fundamental para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de suas diferenças e limitações. E no caso da dislexia, é fundamental que sejam adotadas estratégias pedagógicas específicas para ajudar as crianças a superar as dificuldades de aprendizagem e desenvolver suas habilidades e potencialidades. Vale ressaltar que a psicologia escolar desempenha um papel importante na promoção da educação inclusiva, pois ela busca entender as necessidades individuais de cada aluno e desenvolver estratégias pedagógicas que atendam às suas demandas.

E segundo Bock (2013) a psicologia escolar pode contribuir para a educação inclusiva de diversas maneiras. Uma delas é através da avaliação psicológica, que permite identificar possíveis transtornos ou dificuldades de aprendizagem dos alunos, como a dislexia, o déficit de atenção, entre outros. A partir dessa avaliação, o psicólogo pode ajudar a equipe pedagógica a desenvolver estratégias de ensino que sejam adaptadas às necessidades específicas de cada aluno. Outra forma pela qual a psicologia escolar pode contribuir para a educação inclusiva é através do suporte emocional aos alunos, especialmente aqueles que possuem alguma limitação ou transtorno. 

O psicólogo escolar, tem o papel de promover a melhoria no aprendizado e detectar possíveis falhas no processo.
Fonte/pexels

Outro aspecto que merece destaque no filme é a forma como trata a relação entre pais e filhos. A história mostra como a falta de compreensão e a pressão excessiva podem prejudicar a autoestima e o desenvolvimento das crianças, mas também mostra como uma relação baseada em amor, compreensão e diálogo pode ser transformadora. O psicólogo escolar pode ajudar esses alunos a lidar com suas emoções, aumentar sua autoestima e desenvolver habilidades sociais, o que pode ajudá-los a se integrar melhor na comunidade escolar. Como também o psicólogo escolar pode mediar a relação entre pais e filhos nesse contexto e desafios escolares.

Contudo, o filme apresenta de forma muito realista os desafios que crianças com dificuldades de aprendizagem enfrentam, e como muitas vezes a falta de compreensão por parte dos adultos pode agravar ainda mais a situação. A psicologia escolar também pode ajudar a equipe pedagógica a desenvolver programas de prevenção de bullying e discriminação, que são práticas que podem prejudicar a inclusão escolar e a promoção de um ambiente educacional saudável e seguro para todos. O filme, “Como Estrelas na Terra” é emocionante e inspirador que deve ser visto por todos, principalmente por educadores e pais que buscam compreender melhor as dificuldades que as crianças enfrentam na escola e na vida. É uma obra que deve ser assistida por todos que se preocupam com a educação e com o desenvolvimento humano. 

REFERÊNCIAS

American Psychiatric Association. DSMIV: Manual de  Diagnóstico  e  Estatística  das Perturbações  Mentais.  Lisboa:  Climepsi  Edi-tores; 1996

BOCK, A. M. B. Psicologia da educação: cumplicidade ideológica. Em M. E. M. Meira & M. A. M. Antunes (Orgs.), Psicologia escolar: Teorias críticas (pp.79-103). São Paulo: Casa do Psicólogo. 2003 . Disponível em <: https://www.scielo.br/j/pee/a/kFwV6k4ThTqNSNpp6NYmPft/?lang=pt >. Acessado em 21 março. 2023.

CECHELLA, C.; DEUSCHLE, V. P. O déficit da consciência fonológica e sua relação com a dislexia: diagnóstico e intervenção. Revista CEFAC, v. 11, supl. 2, p. 194-200, 2009. Disponível em <: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/205753/PLLG0755-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=y >. Acessado em 21 março. 2023.

FERREIRA, Felipe. Educação inclusiva: quais os pilares e o que a escola precisa fazer?. São Paulo/SP. Disponível em <: https://www.proesc.com/blog/educacao-inclusiva-o-que-a-escola-precisa-fazer/ >. Acessado em 21 março. 2023.

FERNANDES WM, Lima RF, Azoni CAS, Ciasca SM. Neuroimagem e dislexia do desenvolvimento. In: Ciasca SM, Rodrigues SD, Azoni CAS, Lima RF, eds. Transtornos de aprendizagem. Neurociência e Interdisciplinaridade. São Paulo: Book Toy; 2015. p.339-54 

MENEZES, R. P. Intervenção psicopedagógica com uma aluna disléxica. Dissertação. (Mestrado em Educação). Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica, 2007. Disponível em <: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/205753/PLLG0755-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=y >. Acessado em 21 março. 2023.

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Martin Seligman, precursor da Psicologia Positiva

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Martin Seligman é um psicólogo, educador e escritor americano, conhecido por sua teoria do desamparo aprendido, a teoria do otimismo aprendido e por ser um dos pioneiros da psicologia positiva. Ele nasceu em 12 de agosto de 1942 em Albany, EUA, onde estudou durante o ensino primário e secundário. Uma vez concluído, ele se matriculou na Universidade de Princeton para cursar Filosofia em 1960. 

Seligman começou sua carreira como psicólogo na Universidade de Princeton. Summa Cum Laude graduou-se em 1964, e durante seu último ano recebeu vários convites para continuar seus estudos na área. Duas das opções são estudar Psicologia Analítica em Oxford ou Psicologia Animal Experimental na Universidade da Pensilvânia. Seligman escolheu o último, obtendo um doutorado em psicologia em 1967. Durante seus anos de estudo, Martin Seligman inspirou-se no trabalho de um de seus professores, Aron T. Beck, figura proeminente no campo da terapia cognitiva e especialista em sua aplicação no tratamento da depressão. 

O trabalho de Becker baseia-se na ideia de que os pensamentos negativos das pessoas são a causa de seus estados depressivos. Seligman também decidiu investigar essa hipótese, razão pela qual desenvolveu sua famosa teoria do “desamparo aprendido”. Seligman também criou um modelo experimental de tratamento da depressão, que envolve a neutralização de pensamentos negativos por meio de técnicas de argumentação. A ideia de Seligman para este trabalho é fazer com que as pessoas superem a depressão aprendendo a explicar ou racionalizar o que acontece com elas de uma forma positiva e não negativa. 

Munido dessa teoria, Seligman também conseguiu criar e testar novas técnicas e exercícios cognitivos, provando que, ao combater os pensamentos negativos, os estados depressivos podem ser melhorados ou mesmo prevenidos. Mas enquanto seu modelo de intervenção tornou-se uma referência no campo da psicologia, em 1990 Seligman colocou seu método de volta ao trabalho. Este psicólogo passou de especialista em depressão a especialista em otimismo e felicidade. 

Martin Seligman foi o pioneiro da psicologia positiva e no ano 2000, fundou o campo da psicologia positiva. Desde então, sua carreira tem sido baseada no estudo de emoções positivas, como felicidade, esperança, força e otimismo. Seligman decidiu mudar a abordagem da psicoterapia e garantiu a seus colegas que a solução não era apenas consertar o que estava quebrado, mas cultivar as coisas positivas que cada pessoa possui.  De acordo com a definição de Seligman de 1999, a psicologia positiva é o estudo científico das experiências positivas e em 2002, Martín Seligman desenvolveu uma teoria da verdadeira felicidade, na qual afirmou que não apenas era possível alcançá-la, mas que também poderia ser cultivada, usando as características que possuía. 

Seligman afirmou que a solução para as pessoas alcançarem a felicidade era aumentar sua satisfação com a vida. Nessa teoria, Seligman acreditava que o termo poderia ser dividido em três elementos: Emoção Positiva, que são as emoções positivas que contribuem para uma vida agradável; Engajamento, que é o compromisso com alguma atividade agradável; e significado, que é o significado ou propósito que damos ao que fazemos. Em seu livro Florescer, publicado em 2011, o autor afirma que odeia a palavra felicidade, pois seu uso excessivo no mundo moderno a tornou, em sua opinião, sem sentido. O autor diz que a felicidade não pode ser definida pela satisfação com a vida. Por isso, reformulou sua abordagem criando a Teoria do Bem-Estar.

“A vida impõe os mesmos reveses e tragédias tanto para o otimista quanto para o pessimista, mas o otimista consegue enfrentá-los com mais tranquilidade”.
Fonte: Jackson David/pixaby

O que é felicidade, de acordo com Martin Seligman?

Após nove anos da publicação do Felicidade Autêntica, com novas e importantes pesquisas sobre a felicidade, Seligman publica o Florescer (2011), onde faz uma mudança teórica significativa, ao deixar de abordar o conceito de felicidade, para abordar o de bem-estar. Com essa mudança, as formas de felicidade anteriormente descritas passam a ser elementos da nova teoria. Segundo Seligman, o bem-estar é uma construção mais completa que pode definir melhor o objetivo do ser humano. 

Nesta teoria, sendo o bem-estar o sujeito e não a felicidade, a maneira de mensurá-lo é: 1 – emoções positivas, 2- comprometimento, 3- relacionamentos positivos, 4 significado ou propósito e 5- realizações. Nesse seu livro Florescer (2011) Seligman explicou que é necessário mudar a ideia de que felicidade é sorrir muito e sempre ser feliz. O autor diz que as pessoas aspiram ter muito mais do que isso e que felicidade não significa se sentir bem o tempo todo. 

Contudo, Martin Seligman ao criar a psicologia positiva, vem com o intuito de potencializar o que o indivíduo já tem de melhor, deixando de usar lente de aumento para as fraquezas do mesmo e fazendo com que suas capacidades e hábitos saudáveis se tornem foco de estudo. Nos últimos anos, ele fez inúmeras publicações e realizou diferentes conferências. Atualmente, ele está com 80 anos de idade, continua atuando como diretor do Centro de Psicologia Positiva da Penn e é professor do departamento de psicologia da Universidade da Pensilvânia (especificamente com o título de Professor de Psicologia da Família Zellerbach). Ele também é o diretor do Master of Applied Positive Psychology e continua a trabalhar como consultor em diferentes organizações.

 

Referências

FARIAS, Isbelia. Biografia de Martin Seligman. Venezuela. Disponível em <:  https://www.psicoactiva.com/biografias/martin-seligman/ >. Acessado em 12 março de 2023.

SCORSOLINI, Fabio C. Por uma nova compreensão do conceito de bem-estar: Martin Seligman e a psicologia positiva. Ribeirão Preto. Disponível em <: https://www.scielo.br/j/paideia/a/DDmmFXthptYVLTKrY9M3Wmz/?lang=pt >. Acessado em 14 março de 2023.

SELIGMAN, M. E. P. Felicidade autêntica: usando a nova psicologia para a realização permanente. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.

SELIGMAN, M. E. P. Florescer: uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2012.

(Sem autor definido) A Felicidade Autêntica e Florescimento (Psicologia Positiva). Disponível em <: https://spsicologos.com/2019/04/24/explicando-seligman-felicidade-autentica-e-florescimento-psicologia-positiva/ >. Acessado em 12 março de 2023.

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Produtividade Inteligente: Produza de maneira assertiva e previna o adoecimento mental

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A produtividade muitas vezes é percebida de uma forma equivocada pela maioria das pessoas.
Fonte: pixabay

Atualmente, vivemos em um ritmo aceleradíssimo, com muito estresse, ansiedade e sem tempo para nada. E, infelizmente, as coisas que nos fazem bem ficam em segundo plano (saúde, família, amigos, hobbies, diversão, tempo livre!). Há uma relação complexa entre produtividade e adoecimento mental que pode levar a consequências negativas significativas. Muitas pessoas sentem que precisam trabalhar constantemente e produzir mais do que nunca para se manterem competitivas em um mundo cada vez mais acelerado e competitivo. No entanto, esse tipo de pressão pode ter um impacto negativo na saúde mental.

Camargo, Izabella (2020) menciona que, as pessoas quando são excessivamente produtivas muitas vezes se sentem sobrecarregadas, ansiosas e estressadas. Elas podem trabalhar longas horas, negligenciar sua vida pessoal e se sentir incapazes de desacelerar e relaxar. Além disso, as expectativas de produtividade podem levar a sentimento de culpa, vergonha e inadequação quando as metas não são atingidas. Esse tipo de pressão constante pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e síndrome de burnout.  No DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a síndrome de burnout é um estado de exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional que pode levar a problemas graves de saúde mental.

Os problemas que mais acometem os docentes são transtornos psicoemocionais, tais como depressão e ansiedade, e afecções osteomusculares (Luz, 2008; Emiliano, 2008; Borsoi & Pereira, 2011). O burnout é apontado como uma síndrome singular que afeta professores em razão da natureza específica de seu trabalho. Para Carlotto (2002), trata-se de um “tipo de estresse profissional que acomete profissionais que trabalham com qualquer tipo de cuidado, havendo uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional com outras pessoas” (p. 190). Lacaz (2010) sintetiza essa síndrome da seguinte forma:

Está associada a sintomas relacionados à exaustão mental, emocional, fadiga e depressão. São sintomas comportamentais e mentais, e não apenas físicos, e relacionam-se ao trabalho. Tais sintomas acometem pessoas “normais” e associam-se à queda do desempenho no trabalho, causada por posturas e comportamentos negativos. As dimensões da Síndrome envolvem exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal no trabalho. (Lacaz, 2010, p. 56)

Além disso, a cultura de produtividade pode levar a um ambiente de trabalho tóxico, onde as pessoas são constantemente comparadas umas às outras e incentivadas a competir. É importante lembrar que a produtividade não é o único indicador de sucesso e que a saúde mental deve ser uma prioridade. Equilibrar o trabalho e a vida pessoal, estabelecer limites saudáveis e praticar a autocuidado são fundamentais para garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo. 

Ser produtivo é uma qualidade muito desejável, pois está intimamente relacionada ao lucro e crescimento seja de pessoas ou empresas.
Fonte: pixabay

Camargo, Izabella (2020) enfatiza que muitas pessoas são muito extremistas e vivem de maneira insustentável. Muito se ouve: “estuda enquanto eles dormem”, e isso acaba levando muitas pessoas a se sentirem improdutivas e frustradas por não conseguirem acompanhar ou fazer o que os outros fazem.  Muito se fala de produtividade, mas poucos se explica que a produtividade precisa ser boa para os dois lados: para quem produz e para e para quem recebe o que é produtivo. Não adianta só aprender a fazer, fazer, fazer e não se cuidar.  Pois tanto o excesso, como a falta de produtividade pode gerar sentimentos de tristeza, incapacidade, improdutividade, incompetência e isso se resultar em psicopatologias.

Camargo, Izabella (2020) cita em seu livro que geralmente temos muita pressa para tudo, mas esse ritmo já provou que não é saudável. A autora nos conduz a refletir que não funcionamos como uma máquina. Somos um ser humano e justamente por não respeitar esses parâmetros saudáveis que podemos desenvolver doenças emocionais.  Inclusive a mesma autora relata em seu livro as consequência de ter vivido uma vida sem limite e fornece ainda em seu livro, algumas dicas de produtividade inteligente que poderá ajudá-lo a maximizar o seu desempenho sem comprometer a sua saúde mental:

  • Estabeleça metas realistas: defina metas realistas para si mesmo e divida-as em tarefas menores e gerenciáveis para evitar a sobrecarga e a sensação de ser dominado pelas tarefas.
  • Priorize tarefas: planeje suas tarefas com antecedência e priorize as mais importantes ou urgentes. Isso pode ajudá-lo a se concentrar no que é mais importante, e evitar se sentir sobrecarregado.
  • Faça pausas regulares: tire pequenas pausas regularmente, mesmo que seja por alguns minutos, para desacelerar, relaxar e recarregar suas energias. Isso pode ajudá-lo a manter o foco e evitar a fadiga mental.
  • Pratique a gestão do tempo: pratique a gestão do tempo, definindo horários específicos para concluir tarefas e evitando multitarefas. Isso pode ajudá-lo a manter o foco e aumentar a eficiência.
  • Tenha uma rotina saudável: certifique-se de ter uma rotina de sono adequada, alimentação saudável, exercícios e tempo para relaxar. Isso pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o seu desempenho geral.
  • Use ferramentas de produtividade: use ferramentas de produtividade, como aplicativos de gerenciamento de tempo, listas de tarefas e ferramentas de colaboração para ajudar a gerenciar tarefas e projetos de forma mais eficiente.
  • Comunique-se com colegas: comunicação aberta e efetiva com colegas de trabalho e líderes de equipe é fundamental para garantir que todos estejam alinhados em relação às prioridades e prazos.
A forma como você dá pausas e descansa, também faz diferença na sua produtividade.
Fonte: pixabay

Lembre-se de que a produtividade não deve ser um estressor, mas algo que ajude a gerenciar tarefas e atingir metas de saúde e bem-estar. Ser produtivo é um processo em constante mudança. Você precisa entender a si mesmo, porque assim entenderá como as dificuldades o afetam. Assim, superará as barreiras impostas à capacidade produtiva.

Referências:

American Psychiatric Association. DSMIV:  Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais.  Lisboa: Climepsi Editores; 1996.

CAMARGO, Izabella. Dá um tempo! Como encontrar limite em mundo sem limites. 1° ed. – Rio de Janeiro: Principium, 2020.

Carlotto, M. S. (2002). Síndrome de burnout e a satisfação no trabalho: um estudo com professores universitários. In A. M. T. Benevides-Pereira (Ed.), Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador (pp. 187-212). São Paulo: Casa do Psicólogo. Disponível em <: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S165792672013000400018 >.  Acessado em 28 fev. 2023.

Lacaz, F. A. C. (2010). Capitalismo organizacional e trabalho: a saúde do docente. Universidade e Sociedade, 19(45), 51-59. Disponível em <: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S165792672013000400018 >. Acessado em 28 fev. 2023.

Luz, M. T. (2008). Notas sobre a política de produtividade em pesquisa no Brasil: consequências para a vida académica, a ética no trabalho e a saúde dos trabalhadores. Política & Sociedade, 7(13), 205-228. Disponível em <:  http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1657-92672013000400018 >. Acessado em 28 fev. 2023.

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A Dislexia nunca me parou!

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O relato de uma pessoa que mesmo com os desafios de um distúrbio crônico, está concluindo a 2° graduação.

Fonte: pixabay; Segundo a Associação Brasileira de Dislexia, a dislexia é um distúrbio comum e afeta 5% e 17% da população mundial.

Desde criança, sempre tive dificuldades com a leitura e escrita. Lembro-me de ter que me esforçar muito, mais do que meus colegas de classe para entender o que estava escrito em um livro ou para escrever uma redação. Eu sempre fui uma boa aluna, mas muitas vezes me sentia desanimada e desmotivada por causa das minhas dificuldades com a linguagem.  No DSM IV (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a dislexia é um distúrbio neurobiológico que afeta a capacidade de leitura e escrita do indivíduo. É um problema de processamento de linguagem que pode afetar a fluência de leitura, a compreensão de leitura e a ortografia. Estima-se que é um distúrbio comum e afeta entre 5% e 10% da população mundial. A causa exata da dislexia ainda não é totalmente compreendida, mas estudos sugerem que fatores genéticos e ambientais podem desempenhar um papel relevante.

Simplificando, a dislexia é uma maneira diferente de o cérebro funcionar. Não é um indicador de inteligência. O cérebro disléxico tem dificuldade em reconhecer como sons, palavras e letras são foneticamente colocados juntos. Essa é outra maneira de pensar. Como aluna, não foi fácil ajustar-se a um sistema educacional que não era preparado para alunos com necessidades especiais. Hoje vejo como os testes de ortografia, técnicas de memória baseadas na repetição, leitura em voz alta na sala de aula e testes de avaliação tradicionais poderia ter me auxiliado e lidar a dislexia como vemos hoje, o quanto essas ferramentas são eficazes e contribuem de maneira significativa no ambiente escolar e acadêmico. No entanto, mesmos com todas as falhas e suporte do sistema de ensino, muitos disléxicos ainda prosperam fora da sala de aula tradicional.

Embora as pessoas com dislexia processem informações de maneira diferente, isso também significa que cantamos músicas diferentes quando se trata de alfabetização, memória e concentração. Eu tive que me virar para aprender e passar de ano na escola. Eu sempre tive muita dificuldade em ler palavras em voz alta, entender o que foi lido, soletrar palavras corretamente, escrever com clareza e precisão, dificuldade em aprender rimas e canções, dificuldade em manusear mapas, dicionários e devido todos esses desafios, fui aprender escrever meu nome com uns oito anos de idade, bem mais tarde do que minhas coleguinhas de sala de aula, razões pelo qual me levou a ter sentimentos de inferioridade e baixa autoestima na infância.

Meus primeiros anos na escola foram de constantes desafios, como para qualquer disléxico. Eu era tão má a escrever que na 3ª série, minha professora de língua portuguesa perdia a paciência várias vezes comigo por não conseguir repedir corretamente as letras do caderno de caligrafia.  Outra professora ficou tão frustrada com minha falta de progresso em um problema de matemática que em uma aula jogou o livro em mim e disse: “engole esse livro pra ver se assim aprende”. A dislexia pode afetar a autoestima e a confiança de um indivíduo, bem como o desempenho acadêmico e a capacidade de se comunicar efetivamente, pois essas situações por um tempo me deixaram muito cabisbaixa.

Quando fui diagnosticada com dislexia aos 10 anos de idade pela minha professora no ensino fundamental, finalmente comecei a entender que minhas dificuldades não eram culpa minha. Eu não tive a oportunidade de ser acompanhada por terapeutas, fonoaudiólogos e professores especializados que me ajudaram a desenvolver habilidades de leitura e escrita. Na época meus pais não deram muita importância a esse diagnóstico e acredito que no fundo eles até compreenderam os motivos das minhas dificuldades, mas devido não terem condições financeiras para pagar o tratamento e acompanhamento necessário, eu cresci tendo que me virar e como não tinha noção na época do que de fato era dislexia, toquei minha infância, adolescência, juventude sem levar a sério e aceitar meu transtorno crônico.

O fato dos meus pais não terem se sensibilizado com minhas dificuldades e a escola (minha professora) por mais que tenha mencionado que eu preenchia características de uma criança com dislexia, ambos não tinham informações suficientes, estrutura e estratégias necessários para poder me ajudar a tratar esse um distúrbio comum. Acredito que, meus pais pensaram apenas que “eu não era muito inteligente” e por isso não tentaram encontrar um ambiente de aprendizagem no qual eu me encaixasse. Com isso, as minhas dificuldades foram identificadas, porém negligenciadas e eu acabei concluindo o ensino médio junto com meus amigos do ensino fundamental.

Fonte: pixabay; A dislexia é um distúrbio neurobiológico que afeta a capacidade de leitura e escrita do indivíduo.

Hoje, adulta com dislexia, ainda tenho dificuldades, mas aprendi a lidar com elas. Uso tecnologia assistiva, como um software de leitura de texto, para ajudar com a leitura e tento me comunicar de outras formas quando a escrita é difícil. Considero-me uma boa aluna, trabalhadora e estou orgulhosa das minhas realizações apesar da dislexia. Mas ser disléxico é uma luta constante, e um dos maiores desafios é a dificuldade em ler e escrever. Para mim, ler um livro técnico de psicologia é como decodificar uma mensagem criptografada, e leva muito tempo e esforço para chegar ao fim. A escrita também é um desafio, com problemas de ortografia e de colocação de palavras em ordem e por isso uso muito o dicionário e pesquisa de sinônimos das palavras para me auxiliar nas escritas.

Além disso, vale ressaltar que a dislexia afetou outras áreas da minha vida, não somente a escolar e acadêmica. Às vezes, tenho dificuldade em entender instruções verbais ou em lembrar nomes e datas importantes. Pode ser frustrante sentir como se estivesse sempre um passo atrás das outras pessoas. Outro desafio é o estigma e a falta de compreensão em torno da dislexia. Muitas pessoas assumem que ser disléxico é uma questão de preguiça ou falta de habilidade, o que pode levar a sentimentos de vergonha e inadequação. É importante lembrar que a dislexia é um distúrbio de processamento de linguagem real e que muitas pessoas com dislexia têm habilidades excepcionais em outras áreas.

Apesar desses desafios, a dislexia também pode ter aspectos positivos. Muitas pessoas com dislexia têm uma forma única de pensar e uma habilidade para pensar fora da caixa e encontrar soluções criativas para problemas. É importante lembrar que a dislexia não define quem somos e que podemos superar esses desafios e alcançar nossos objetivos. Todos nós podemos escolher uma carreira diferente, e inclusive se você pesquisar na internet, há muitos exemplos de pessoas com dislexia que teve e tem sucesso profissional. Além disso, o conhecimento sobre o distúrbio ajuda a entender as vantagens de pensar de maneira diferente e passar a se aceitar.

Apesar dos inúmeros desafios de ter dislexia, vale enfatizar que geralmente temos uma imaginação fértil, altos níveis de criatividade, excelentes habilidades de resolução de problemas e habilidades de comunicação inatas, qualidades inclusivas importantes para os empregadores em todos os campos. No entanto, acho que ainda há um estigma em torno da dislexia e outras diferenças de aprendizado. Muitas vezes, as pessoas assumem que é preguiça ou falta de habilidade quando, na verdade, é um problema real de processamento de linguagem. Espero que um dia haja mais compreensão e apoio para as pessoas com dislexia e outras diferenças de aprendizado, para que elas possam alcançar todo o seu potencial.

Morais J.A (1997), menciona que embora a dislexia não tenha cura, é possível levar uma vida normal se você receber apoio especializado desde cedo. O tratamento com fonoaudiólogo e psicólogo pode ajudá-lo a desenvolver estratégias para superar as dificuldades de fala e outros possíveis obstáculos em sua vida diária. A terapia também é importante para tratar possíveis problemas de autoestima, inclusive foi o que me ajudou nessa jornada.

Felizmente no ano de 2020, me tornei estudante de psicologia e em uma das matérias da faculdade, estudamos sobre os transtornos do neurodesenvolvimento, e um deles foi sobre a dislexia, foi aí que a minha ficha caiu. Eu realmente preenchia os critérios de uma pessoa com dislexia, passei a estudar sobre, aprendi estratégias que me auxilia e atualmente apesar dos desafios diários, eu não desisto de lutar.

E finalizo deixando um conselho para os pais: “Se o seu filho está constantemente sendo orientado a esforçar-se mais, a escrever melhor ou a deixar de ser preguiçoso, então talvez seja necessário levá-lo a fazer os testes para o distúrbio de aprendizagem mais comum do mundo.”

Referências

American Psychiatric Association. DSMIV: Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais.  Lisboa: Climepsi Editores; 1996

PAULA, Teles. Os efeitos psicológicos da covid-19. Palmas-TO. Disponível em <: https://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10097/9834 >. Acessado em 22 fev. 2023.

MORAIS J. A arte de ler, psicologia cognitiva da leitura. O ensino da leitura. Lisboa: Edições Cosmos; 1997. p. 241-72.

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O casamento não vem pronto, casamento se constrói!

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Soraia Fernandes – soraiafernandes.fm@gmail.com

(En) Cena entrevista a Psicóloga Ana Caroline, especialista em autoestima e relacionamento, 30 anos, esposa e egressa do Curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra. No contexto profissional, atualmente Ana Caroline atua como psicóloga clínica,  com ênfase em terapia individual e  Terapia de Casal.

(En) Cena- Ana Caroline, conta pra gente como foi a sua escolha em trabalhar na aréa de relacionamentos.

– Então, há cinco anos tomei essa missão para mim, de ajudar mulheres a viverem um casamento inabalável. Antes disso passei mais de 10 anos tentando viver feliz com relacionamento amoroso e fracassei. Fracassei por querer algo que eu não sabia como conquistar e ainda assim insisti. Afinal, sempre foi o meu sonho ser BEM CASADA e construir uma FAMÍLIA, mas não tinha conhecimento para isso. Já vivi um relacionamento amoroso abusivo, já passei por um namoro em que fui traída, já fui ciumenta ao ponto de pegar o celular dele e sair do carro em movimento para ver mensagens, já aceitei migalhas e fui desrespeitada dentro de uma relação.

É, eu já passei por tudo isso e foi horrível, mas como toda situação ruim se tira lições de aprendizado, EU TIREI AS MINHAS. Hoje vivo o melhor que uma relação conjugal pode me proporcionar. Mas, não caiu do céu, pois casamento não vem pronto. Casamento se constrói.

(En) Cena- Como você define o casamento e qual é a sua visão de um casamento Inabalável?

Para mim o casamento é considerado uma relação entre duas pessoas que se caracteriza como uma convivência pública, contínua e duradoura e que tem o objetivo constituir família.

Na minha atuação profissional trago a possibilidade da pessoa e do casal poder construir um casamento inabalável que é considerado um casamento fortalecido/apoiado/firme que não é abalado facilmente com os desafios encontrados na convivência a dois, e também diante de crenças negativas causadas pela sociedade atual, onde muitas levam o casamento há uma relação enfraquecida ocorrendo a separação.

(En) Cena- Como o casal pode lidar com conflitos em um relacionamento?

Dominando a comunicação que é um dos quatro pilares do casamento inabalável. Quando o casal aprende a se comunicar de forma não acusadora, sem ironia, ofensas e chantagens, é possível lidar melhor com os conflitos conjugais.

(En) Cena- Qual é a sua visão sobre a divisão de responsabilidades e tarefas no casamento?

A mulher é mais propicia a acolher, nutrir e embelezar. O homem está mais enveredado a trazer segurança, proteção e provisão. É muito importante que cada um exerça o seu papel na relação e que haja o equilíbrio dessa estrutura, até para que nenhum dos lados se sinta sobrecarregado com toda a rotina do casamento, pois o prazer está em construir uma família e de forma mais leve.

(En) Cena- Como melhorar a comunicação no casamento e quais estratégias para uma comunicação não violenta?

Desenvolvendo uma comunicação não acusadora, sem ironia, ofensas e chantagens. Falando mais através dos seus sentimentos.

Ex: Hoje fiquei muito triste quando cheguei e a casa estava bagunçada. Me sinto como se você não valorizasse o meu esforço no nosso casamento.

Sempre digo que comunicação é treinamento. Quanto mais você treina, mais você a domina. O que pode ajudar é leitura de livros sobre comunicação, vídeos, conteúdos na internet e a terapia também é uma ótima ferramenta diante dessa dificuldade de comunicação no casamento, pois fala muito sobre como o seu EU é acostumado a tratar o outro.

O que eu como psicóloga desenvolvo com os meus pacientes é a dominação dessa comunicação, tendo controle no momento do conflito, saber o que falar, como falar e a hora certa de falar. São estratégias que funcionam muito bem na resolução de um conflito e na convivência explorando cada vez mais esse formato de se comunicar. Além de ser necessário também ter conversas consideradas difíceis na relação para se construir um casamento inabalável. Pois, casamento não vem pronto. Casamento se constrói e a comunicação é a chave para uma relação saudável.

(En) Cena- Como não cair na rotina no casamento?

Na verdade, o mais saudável para uma família é viver bem uma rotina. Desde que essa rotina seja considerada saudável para os membros da casa, assim como para o casal. O ser humano precisa de rotina. O sair sempre da rotina deixa a vida confusa, bagunçada e sem ordens. O mesmo é para o casamento. O interessante é estruturar uma rotina que o casal tenha um bom vinculo, intimidade e comunicação. Assim a relação permanece fortalecida mesmo que em rotina. Mas, é claro que pode ser inserido algo novo como um jantar em casal, uma viagem ou até mesmo um café da manhã mais elaborado. O importante é o casal se preocupar com o outro e querer agrada-lo. Isso deixará o homem e a mulher conscientes dos momentos em que se deve inserir algo novo na relação que por sinal fortalece ainda mais o vínculo afetivo.

(En) Cena- Os filhos podem ameaçar a relação conjugal?

Sim, se o casal não estiver se preparando para a chegada dos filhos pode sim ser uma ameaça para a relação. Para que isso não aconteça é interessante o casal ter um bom vinculo e uma boa comunicação, firmados na responsabilidade e no compromisso do casamento. Assim, vão conseguir cumprir bem o papel de estarem formando uma família e desenvolvendo maturidade para seguir com a criação e educação dos filhos, além de continuar buscando o fortalecimento da relação, cumprindo suas responsabilidades de casal.

(En) Cena- Como o casal pode lidar com as diferenças culturais ou religiosas em um relacionamento?

Quando se decide casar a decisão é de fazer o outro feliz dentro dessa relação. E isso inclui aceitar as diferenças e saber lidar com questões que são muito importantes para o cônjuge. Agora caso essas questões estejam atrapalhando o vínculo e convivência entre casal o ideal é conversarem sobre isso e ver o que o casal consegue alinhar para que a relação permaneça saudável. Pois é importante que objetivos, planos e sonhos sejam na mesma linha para que o casal não se perca como pessoa ou se distancie um do outro.

(En) Cena- Quais estratégias podem ser utilizadas para equilibrar as necessidades do casal com as necessidades de uma carreira ou outros compromissos?

Dentro do casamento deve-se sonhar juntos, inclusive quando se trata de carreira profissional. Um dos questionamentos que devem surgir na hora de executar algo é: Diante desse compromisso cabe o meu parceiro? Isso fará bem para o meu marido/Esposa? É algo que está me afastando da minha missão de construir uma família? E buscar ter cuidado nessas questões, pois aqui pode colocar a perder toda a relação. Por isso a importância de ter maturidade em um relacionamento. E se não tiver, buscar essa estrutura já que viver um casamento inabalável é o seu sonho.

(En) Cena- Ana Caroline, conta pra gente como foi a sua escolha em trabalhar na aréa de relacionamentos.

– Então, há cinco anos tomei essa missão para mim, de ajudar mulheres a viverem um casamento inabalável. Antes disso passei mais de 10 anos tentando viver feliz com relacionamento amoroso e fracassei. Fracassei por querer algo que eu não sabia como conquistar e ainda assim insisti. Afinal, sempre foi o meu sonho ser BEM CASADA e construir uma FAMÍLIA, mas não tinha conhecimento para isso. Já vivi um relacionamento amoroso abusivo, já passei por um namoro em que fui traída, já fui ciumenta ao ponto de pegar o celular dele e sair do carro em movimento para ver mensagens, já aceitei migalhas e fui desrespeitada dentro de uma relação.

É, eu já passei por tudo isso e foi horrível, mas como toda situação ruim se tira lições de aprendizado, EU TIREI AS MINHAS. Hoje vivo o melhor que uma relação conjugal pode me proporcionar. Mas, não caiu do céu, pois casamento não vem pronto. Casamento se constrói.

(En) Cena- Como você define o casamento e qual é a sua visão de um casamento Inabalável?

Para mim o casamento é considerado uma relação entre duas pessoas que se caracteriza como uma convivência pública, contínua e duradoura e que tem o objetivo constituir família.

Na minha atuação profissional trago a possibilidade da pessoa e do casal poder construir um casamento inabalável que é considerado um casamento fortalecido/apoiado/firme que não é abalado facilmente com os desafios encontrados na convivência a dois, e também diante de crenças negativas causadas pela sociedade atual, onde muitas levam o casamento há uma relação enfraquecida ocorrendo a separação.

(En) Cena- Como o casal pode lidar com conflitos em um relacionamento?

Dominando a comunicação que é um dos quatro pilares do casamento inabalável. Quando o casal aprende a se comunicar de forma não acusadora, sem ironia, ofensas e chantagens, é possível lidar melhor com os conflitos conjugais.

(En) Cena- Qual é a sua visão sobre a divisão de responsabilidades e tarefas no casamento?

A mulher é mais propicia a acolher, nutrir e embelezar. O homem está mais enveredado a trazer segurança, proteção e provisão. É muito importante que cada um exerça o seu papel na relação e que haja o equilíbrio dessa estrutura, até para que nenhum dos lados se sinta sobrecarregado com toda a rotina do casamento, pois o prazer está em construir uma família e de forma mais leve.

(En) Cena- Como melhorar a comunicação no casamento e quais estratégias para uma comunicação não violenta?

Desenvolvendo uma comunicação não acusadora, sem ironia, ofensas e chantagens. Falando mais através dos seus sentimentos.

Ex: Hoje fiquei muito triste quando cheguei e a casa estava bagunçada. Me sinto como se você não valorizasse o meu esforço no nosso casamento.

Sempre digo que comunicação é treinamento. Quanto mais você treina, mais você a domina. O que pode ajudar é leitura de livros sobre comunicação, vídeos, conteúdos na internet e a terapia também é uma ótima ferramenta diante dessa dificuldade de comunicação no casamento, pois fala muito sobre como o seu EU é acostumado a tratar o outro.

O que eu como psicóloga desenvolvo com os meus pacientes é a dominação dessa comunicação, tendo controle no momento do conflito, saber o que falar, como falar e a hora certa de falar. São estratégias que funcionam muito bem na resolução de um conflito e na convivência explorando cada vez mais esse formato de se comunicar. Além de ser necessário também ter conversas consideradas difíceis na relação para se construir um casamento inabalável. Pois, casamento não vem pronto. Casamento se constrói e a comunicação é a chave para uma relação saudável.

(En) Cena- Como não cair na rotina no casamento?

Na verdade, o mais saudável para uma família é viver bem uma rotina. Desde que essa rotina seja considerada saudável para os membros da casa, assim como para o casal. O ser humano precisa de rotina. O sair sempre da rotina deixa a vida confusa, bagunçada e sem ordens. O mesmo é para o casamento. O interessante é estruturar uma rotina que o casal tenha um bom vinculo, intimidade e comunicação. Assim a relação permanece fortalecida mesmo que em rotina. Mas, é claro que pode ser inserido algo novo como um jantar em casal, uma viagem ou até mesmo um café da manhã mais elaborado. O importante é o casal se preocupar com o outro e querer agrada-lo. Isso deixará o homem e a mulher conscientes dos momentos em que se deve inserir algo novo na relação que por sinal fortalece ainda mais o vínculo afetivo.

(En) Cena- Os filhos podem ameaçar a relação conjugal?

Sim, se o casal não estiver se preparando para a chegada dos filhos pode sim ser uma ameaça para a relação. Para que isso não aconteça é interessante o casal ter um bom vinculo e uma boa comunicação, firmados na responsabilidade e no compromisso do casamento. Assim, vão conseguir cumprir bem o papel de estarem formando uma família e desenvolvendo maturidade para seguir com a criação e educação dos filhos, além de continuar buscando o fortalecimento da relação, cumprindo suas responsabilidades de casal.

(En) Cena- Como o casal pode lidar com as diferenças culturais ou religiosas em um relacionamento?

Quando se decide casar a decisão é de fazer o outro feliz dentro dessa relação. E isso inclui aceitar as diferenças e saber lidar com questões que são muito importantes para o cônjuge. Agora caso essas questões estejam atrapalhando o vínculo e convivência entre casal o ideal é conversarem sobre isso e ver o que o casal consegue alinhar para que a relação permaneça saudável. Pois é importante que objetivos, planos e sonhos sejam na mesma linha para que o casal não se perca como pessoa ou se distancie um do outro.

(En) Cena- Quais estratégias podem ser utilizadas para equilibrar as necessidades do casal com as necessidades de uma carreira ou outros compromissos?

Dentro do casamento deve-se sonhar juntos, inclusive quando se trata de carreira profissional. Um dos questionamentos que devem surgir na hora de executar algo é: Diante desse compromisso cabe o meu parceiro? Isso fará bem para o meu marido/Esposa? É algo que está me afastando da minha missão de construir uma família? E buscar ter cuidado nessas questões, pois aqui pode colocar a perder toda a relação. Por isso a importância de ter maturidade em um relacionamento. E se não tiver, buscar essa estrutura já que viver um casamento inabalável é o seu sonho.

(En) Cena- Como lidar com traição ou infidelidade em um relacionamento?

Buscando fortalecer e proteger a relação, pois isso trará ainda mais confiança no casamento. Geralmente a traição/infidelidade acontece por egoísmo e imaturidade. Pontos que dificultam o indivíduo de seguir os princípios do casamento.

Cada pessoa sabe o seu limite depois de uma traição. Limite de ficar, perdoar e ressignificar a relação buscando mudar a estrutura do casamento em prol da família. E o limite de não suportar passar por isso e decidir pela separação, por decidir não conviver mais com a pessoa. Muitos casais buscam a terapia diante desse grande desafio, pois sozinhos é difícil passar por esse episódio de sofrimento, pois afeta muito a estrutura da família e o emocional do casal.

(En) Cena- É possível manter a paixão e o romance em um casamento de longo prazo?

A paixão não é possível manter por muito tempo, pois existem estudos que relatam que a paixão tem até dois anos de duração dentro de uma relação. Agora o romance possível, tendo o amor como base da relação, o cuidado, respeito e confiança.

(En) Cena- Qual segredo para viver uma relação conjugal feliz e duradoura?

Buscar conhecimento sobre isso. Pois, ninguém nos ensina esse trajeto na vida. E não dá para ter algo duradouro se não for conquistado com esforço e dedicação.

(En) Cena- Qual a importância da terapia de casal e aconselhamento matrimonial?

Orientar o casal em um caminho que eles nunca seguiram e é bem natural se perder. Em momento algum de nossas vidas somos ensinados a viver uma relação saudável, onde a pouca referencia de casal que temos é a dos nossos pais e que na maioria das vezes não é muito boa para poder construir uma família feliz.

Além da área afetiva ser uma das áreas mais importantes na vida do indivíduo, pois se ele não está bem nela pode afetar todas as outras áreas e trazer prejuízos emocionais e até transtornos psicológicos.

Instagram – anacarolinepsicologa

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