Palhaçoterapia: reinventando a experiência hospitalar

O ambiente hospitalar pode ser lembrado como um local triste e com muito sofrimento, porém essa experiência pode ser minimizada, e até mesmo transformada através dos atendimentos da equipe multiprofissional, e como parte integrante deste grupo podemos citar  serviço voluntário da palhaçoterapia hospitalar. Os palhaços podem ter formação na área da saúde ou serem formados em outra área, assim todos contribuem para essa vivência renovadora do hospital.

Muitas pessoas passam por experiências dolorosas e desagradáveis podendo ser marcantes em suas vidas. Mas através do serviço de palhaçoterapia esse cenário pode ser transformado em um lugar mais alegre, leve e acolhedor. Existem vários grupos que se dispõem no serviço voluntário no hospital, sendo seu principal objetivo a humanização dos atendimentos aos pacientes, além da minimização de sofrimento diante do processo de hospitalização.

Os primeiros relatos de palhaços nos hospitais surgiram em 1980, através do oncologista pediátrico Patch Adams, com intuito de levar um atendimento médico com mais empatia, bom humor e carinho aos pacientes, acompanhantes, e a todos os profissionais do hospital. E foi assim que seu trabalho virou inspiração a milhares de pessoas do mundo inteiro, e foi assim que produziram o filme “Patch Adams, o amor é contagioso” que conta sua trajetória.

Fonte: encurtador.com.br/mnsJ8

Já no Brasil, esse movimento foi trazido por Wellington Nogueira, em meados de 1991, depois de passar uma temporada trabalhando em Nova Iorque no  Clown Care Unit. Retornando às suas atividades em solos brasileiros, fundou os Doutores da Alegria, que influenciou o surgimento de vários outros grupos. Entre seus valores, estão a Arte e cultura como direito; Liberdade de expressão, cooperação e respeito à diversidade; Ética, transparência e coerência na ação; Arte, educação e pesquisa como caminho para estimular um novo olhar e impactar realidades; Busca pela simplicidade e excelência; Alegria é um estado que se constrói a partir do outro – afetar e ser afetado; Busca pela multidisciplinaridade entre cultura, saúde, educação e assistência social.

Além de existir um legado de humanização e amor no serviço dos palhaços nos hospitais, por trás disso, também existe muita dedicação, estudos e preparação para a formação dos voluntários. Por se tratar de um ambiente hospitalar é preciso maiores cuidados e estratégias em como funcionará a dinâmica dos atendimentos, a maneira de abordar os pacientes e seus acompanhantes, brincadeiras com as crianças, as orientações e restrições médicas, são alguns dos fatores a serem planejados antes de dar início às visitas.

Vivenciar esta experiência da palhaçoterapia no ambiente hospitalar pode ser carregada de boas lembranças, a oportunidade de ressignificação de um momento mais delicado que possa estar passando. Preservar e manter a saúde mental tanto dos pacientes quanto dos profissionais envolvidos são essenciais para a qualidade e na harmonia do ambiente hospitalar.