Panorama do Impacto das Desigualdades Sociais na Saúde das Pessoas

Este trabalho foi desenvolvido como sendo parte da disciplina de Antropologia do curso de Psicologia do CEULP/ULBRA, dos quais diversos assuntos que envolvam diretamente e indiretamente o ser humano em sua cultura e o contexto que ele está inserido farão então que ele haja de determinada maneira. Sendo assim, o tema escolhido para investigar o ser humano durante essas relações e o resultado delas foi a desigualdade social. O conceito de desigualdade social compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc (CAMARGO, 2011).

As desigualdades sociais abordadas no livro de Barata são claras e remetem o estado de saúde de determinados grupos, características sociais, socioeconômicas, raça, gênero, condições de moradia, entre outros. Para Santos (2008), nessa conjuntura, reatualiza-se a necessidade de compreender dos elementos que interferem nas relações entre desigualdades sócias e saúde. Quando se fala em desigualdade social neste tipo de situação leva-se em consideração a injustiça, ou seja, elas são relacionadas a aspectos sociais que definem os grupos vulneráveis, sem oportunidades de mudar esse vaticínio e ser manterem saudáveis.

De acordo com Heller (1998), deixar de aplicar as regras de forma igual aos membros de um grupo, que exige este procedimento, é entendido como uma forma de injustiça e desigualdade. Da mesma forma que as regras sociais são fabricadas socialmente, elas podem também serem interpeladas, se forem consideradas formas de injustiça, mas, o pensamento irrevogável de justiça não pode ser questionado. A execução de regras, também pode ser injusta lidando com casos iguais de forma diferenciada, o que é feito de modo proposital e ideológica, sendo considerado uma injustiça.

Fonte: encurtador.com.br/cOST1

O direito à saúde e a sua importância é vista pelo relativismo dentro de vários países. Há aqueles que acham a saúde tem menos importância que uma educação adequada, outros acham que só quem trabalha arduamente e tem como pagar os serviços de saúde são quem deveriam utilizar-se deles. O governo tal como é, deveria empregar saúde de qualidade para todos, pois cabe a ele e somente a ele cuidar do bem-estar de todos na sociedade, não apenas por haver leis mais porque a entidade que detêm o poder de atuar de todas as formas possíveis na sociedade é quem deveriam efetuar esse papel e porque os cidadãos pagam muitos impostos para que isso tudo seja feito por eles. Porém, na prática deixam muito a desejar e as classes injustiçadas sofrem com a má gestão desses recursos e ficam a mercê de uma saúde precária e insolúvel.

Quais as teorias disponíveis para entendermos as desigualdades sociais em saúde?

São quatro teorias que sustentam essa tese, contribuindo para compreender o seguimento que a saúde, os problemas e a divisão do estado de saúde na sociedade. A primeira seria os princípios do estruturalismo ou materialista, pregando maior valor a organização econômica da sociedade. Essa ideologia preconiza que o dinheiro, renda, toda as riquezas de um país determinam o tipo de saúde desse país. Se algo acontecer com os recursos dessa sociedade para atrair fatores estressantes a vida da população, causando doenças e patologias nesses indivíduos.

Todavia, essa teoria tem uma falha, da qual não foi resolvida, nem todos os país ricos economicamente, são de fato ricos em saúde, por exemplo a China é umas das sete maiores economias do mundo, embora seu posto de nação rica esteja a cada ano se intensificando mais, seus índices de pobreza, educação, saúde e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), deixam muito a desejar, não chega nem entre os 50 maiores do planeta.

A segunda teoria relevante para se entender essa ocorrência é a psicossocial.  Ela leva a importância de se perceber a desvantagem social como a nascente desse processo de adoecimento nas pessoas. Quando um país sendo ele desenvolvido ou não assisti as pessoas nas suas condições básicas como, saúde, alimentação, lazer, seguranças etc., a probabilidade de essas pessoas desenvolverem problemas de saúde são menores do que as populações que não recebem o básico para viver bem e saudável. Nos países de origem latina a teoria que permeia a explicação dessas desigualdades sociais é a de determinação social. Ela aborda o problema de forma a excluir somente essa questão de pobreza e pensa na perspectiva de isso depende da inclusão social ou exclusão da mesma.

Fonte: encurtador.com.br/prvUZ

Por fim, temos a teoria ecossocial, do qual diz que é permanentemente improvável desjuntar o biológico, o social e o psíquico, pois para ela a epidemiologia social se distingue pela insistência em investigar explicitamente os determinantes sociais do processo saúde-doença (Barata, 2005) e ainda o que distingue a epidemiologia social das outras abordagens epidemiológicas não é a consideração de aspectos sociais, pois, bem ou mal, todas reconhecem a importância desses aspectos, mas a explicação do processo saúde-doença.

Segundo Krieger (2001), o estado de saúde atual dos indivíduos resulta das trajetórias de desenvolvimento pessoal ao longo do tempo, conformadas pela história de uma referida ao contexto social, econômico, político e tecnológico das sociedades onde tais trajetórias se desenvolveram. Assim, as quatro teses tentam entender essa relação de doença e saúde, através de um processo histórico, do qual não somente o homem pode ser protagonista desse contexto mais existem inúmeros fatores que influenciam as desigualdades sociais no que tange a saúde das pessoas.

Ser rico faz bem à saúde?

Normalmente fatores de riqueza favorecem com que as vida dos sujeitos dentro da sociedade seja mais fácil, em relação a saúde há essa conjectura de que quem tem mais condições financeiras, consequentemente terá saúde. Porém, como já foi observado anteriormente no trabalho, o nível econômico de um país não determina o nível de saúde de uma nação. Isso, vale também para as pessoas, pois existem sujeitos que gastam dinheiro com moradia, lazer, alimentação e afins, mas podem não gastar tanto com saúde. Garcia (2003, p.10) cita que:

Foram criadas riqueza e renda suficientes para produzir alterações significativas nas condições de vida da grande massa da população brasileira que é carente de tudo. No entanto, a riqueza existente, a produzida e a renda criada sempre foram apropriadas concentradamente por minorias que sofrem de um estado crônico de “ganância infecciosa”.

Fonte: encurtador.com.br/bswL6

Os resultados obtidos nas desigualdades sociais afetam os mais pobres e desamparados pela sociedade, contudo outras camadas das sociais podem ser afetadas, pois a vida em comunidade fica desgastada, as pessoas passam a ter desconfiança uma das outras, perdem o sentido de cooperação, gera individualidade e encaminha muitas delas para a criminalidade. Logo, a saúde não pode ser estabelecida através da boa vontade de pessoas que trabalham nessa área, é necessário que haja mais ações públicas voltadas para melhorar a saúde dos indivíduos e consequentemente diminuir essas desigualdades sociais, buscando subdividir os recursos destinados a essa área e também em outras que possam influenciar o aperfeiçoamento da vida saudável das pessoas.

As desigualdades étnicas, gênero e políticas para enfretamento das desigualdades

As desigualdades e em especial as étnicas são muitas vezes atribuídas a uns determinados fatores, sócias, econômicas, escolaridade, ideológico e outros que geram resultados desastrosos nas vidas das pessoas que sofrem desse mal. Associando esse contexto à saúde percebe-se que os indivíduos que mais padecem sem saúde básica são os de etnias mais pobres, essas pessoas são em sua maioria desvalorizadas no seio social por se encontrarem em contextos diferentes e o resultado desses aspectos são colocados em cheque na hora de determinar quem irá receber serviços de saúde da melhor espécie.

Quando falamos de gênero levamos em conta questões biológicas, masculino e feminino e não de sexo. Para Barata (2005), os impactos das desigualdades de gênero nas sociedades modernas, bem como os problemas decorrentes do racismo e da discriminação de grupos étnicos minoritários, têm sido estudados a partir dessa abordagem (ecossocial). Assim, falar sobre esse tipo de descriminação mais uma vez aponta para questões sociais dentro dos âmbitos vividos. No panorama hodierno social o gênero é pautado como quem domina melhor a dinâmica social no mundo, quem ganha mais, trabalha melhor, recebe mais respaldo científico e as glorias globais.

Dessa forma, não tem como determinar quem irá vencer essa disputa e o que resultará de todo esse empate que permeia a muitas gerações, e como continuará essa dinâmica de saúde e doença nesses gêneros. De acordo com a Vasconcelos (2017) da revista mundo estranho no mundo nascem mais ou menos 105 homens para cada 100 mulheres e segundo várias pesquisas na área de gênero analisaram que morrem mais homens do que mulheres, para Andrade (2010), a maior diferença entre os sexos foi observada nas mortes pelas causas violentas ou causas externas. Mostrando que os homens se preocupam menos com a saúde do que as mulheres e praticam mais violências do que elas, levando eles a serem ainda mais exposto a fatores de riscos.

Fonte: encurtador.com.br/iqACI

Na obra da Rita elas fornece dados de um estudo que foi desenvolvido para entender e analisar os casos de descriminação social e como isso afeta a saúde das pessoas. Um dos aspectos pertinentes dessa pesquisa é quando ela menciona que genitoras na fase da adolescência, com poucos recursos financeiros e que fumam, dispõem de filhos com problemas respiratórios, peso abaixa da média, do que mães mais velhas e que não apresentam nenhum dos outros fatores de risco para a criança.

Para minimizar os danos ocorrido a essas crianças, o que poderia ser feito é que essas mães parem de fumar, para que o bebê ganhe mais peso e o fator de pobreza tem que ser melhorado com ações públicas, voltadas para alimentação de ambos. Portanto, é preciso identificar os fatores de riscos e de descriminação dessas pessoas, para depois traçar mecanismo que diminuem a incidência desses aspectos que prejudiquem a saúde e vida das mesmas.

 Considerações finais

As desigualdades sociais existem há milhares de anos e elas influenciam cada vez mais a vida e saúde das pessoas nos ambientes vividos. Embora, seja importante ter postura e bom senso em relação a essas questões, nem sempre é o suficiente cada um fazer apenas sua parte. Compreender como desenvolve essas dinâmicas na prática e depois elaborar estratégias de melhoria dessa realidade é apenas uma das alternativas para diminuir essas desigualdades e depois melhorar a saúde para elas.

Utiliza-se da elaboração de medidas públicas voltadas para essa situação também é um norte, muitas pessoas sabem que existem algumas alternativas, mas elas não querem ir atrás ou simplesmente não se importam mais com os fatos ocorrido na vida, dano cada vez mais desculpa para não se preocuparem ainda mais com sua existência. Contudo, os filhos ou membros dessas famílias acabam entrando da mesma forma nessas características, pois sem verem alternativas práticas na realidade de suas vidas tendem a não se importarem também e geram cada vez mais riscos a eles mesmos.

Dentro do curso de Psicologia, aprendermos que como cada um possui sua própria subjetividade eles estão também sempre a mercê de suas próprias escolhas e ações, o profissional de saúde mental irá ajuda-los a sistematizar as questões do por que isso afeta a vida delas e a saúde das mesmas, mas não dano respostas prontas como eles as vezes querem, e sim fazendo com os indivíduos consigam com suas próprias ações mudar suas vidas. Na disciplina de Antropologia, podemos perceber essa relação que o homem estabelece com sua cultura, etnia, gênero, convicções e outras características sociais, influenciam em todos os aspectos da vida delas e como elas irão agir diante desses dilemas sociais.