No ano de 1987, aconteceu o maior acidente radiológico do mundo, o Césio-137, em Goiânia, capital do estado de Goiás. A partir do manuseio indevido de um equipamento abandonado do Instituto Goiano de Radioterapia, foi gerado o acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas, deixando sequelas imensuráveis.
Foram espalhados vários fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, após a violação do equipamento, assim, provocando a contaminação de diversos locais e pessoas De acordo com a Associação das Vítimas do Césio-137, até o ano de 2012, mais de 100 pessoas morreram por conta de câncer e outros problemas e cerca de 1.600 foram afetadas diretamente pelo o elemento radioativo.
Apesar de mais de três décadas depois, o acidente ainda deixa resquícios de medo. E é sobre isso que o documentário “O brilho da morte: 30 anos do césio-137” aborda. Produzido em 2017, o documentário expõe diversos relatos de pessoas que vivenciaram a tragédia e cenas da época, resgatando memórias e ressaltando os reflexos do ocorrido até os tempos atuais. Durante o documentário há o depoimento de Odesson Ferreira, um radioacidentado, que relata que o seu irmão Devair Ferreira, vítima do elemento radioativo, disse “Eu me apaixonei pelo brilho da morte”, pois estava encantado pelo intenso brilho do elemento, porém só posteriormente descobriu o grande risco que estava sendo exposto.
Na quarta-feira, dia 3 de novembro de 2021, aconteceu o Psicologia em Debate acerca do documentário “O brilho da morte: 30 anos do césio-137” com a participação da Psicóloga e Doutora em Ciências e Tecnologias em Saúde (UnB), Karine Wlasenko Nicolau. A programação foi transmitida às 14h via Youtube pelo canal do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra mediada pelo Prof. Me. Sonielson Luciano de Sousa.
A convidada Karine Wlasenko destacou a importância da promoção da saúde mental nas emergências e que esta não se restringe aos serviços ofertados pela rede de atenção, abrangendo também o fortalecimento das redes de apoio social, espaços de diálogo e o olhar ampliado sobre o que é saúde.
Ao ser questionada sobre o papel contra hegemônico da Psicologia, a convidada relata que existe uma cultura forte da individualização, sendo o seu principal problema a fragilidade. Além disso destaca que a saúde mental jamais fica restrita ao atendimento clínico ambulatorial e que é preciso pensar nas coletividades e fazer promoção de saúde numa perspectiva ampliada, superando a lógica individualizante e medicamentosa
O CAOS ainda terá mais três dias de evento, até o dia 6 de novembro de 2021, e conta com uma programação bem diversificada. Para se inscrever basta entrar no site e acompanhar a programação.
Link da transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=x-zHNyRAKFM