Ninguém sabe a realidade de uma experiência até vivenciá-la, e não foi diferente comigo quando ouvia tantas versões diferentes de como era o ensino médio, e mais relatos ainda de como era a faculdade.
Posso dizer que sempre fui uma aluna tranquila, dedicada na medida do possível, porém quando o negócio era exatas (principalmente física) não precisava me chamar. Estudei a vida inteira na mesma escola, dos 3 aos 17 anos e sem dúvida alguma tenho uma grande dívida com essa instituição.
Aprendi lá que não só de conteúdos, pressão e aulas maçantes vive o ser humano. Que nós precisamos de valores, de convivência e de interação com outras pessoas. Que sem esses tipos de atributos não se forma uma personalidade, e principalmente, uma subjetividade. A escola me ensinou muito sobre tudo que sei e sou hoje, fiz amizades maravilhosas que levo comigo até hoje, mas também perdi muita gente que guardo em meu coração.
A transição do Ensino Fundamental para o Ensino Médio já foi um grande baque, ainda mais que tivemos que juntar as turmas (A e B), que até então eram meio rivais uma da outra. Mas com os meses de convivência e a obrigação de interagir uns com os outros mostrou que toda aquela desavença boba era só uma questão de falta de conhecimento e um pré-conceito criado por nós mesmos.
Com minha facilidade de ser amiga de todos e tentar sempre ajudar todo mundo não foi difícil me adaptar a uma turma com pessoas novas, e logo mais eu já estava entrosada com todos. A partir disso nossa união só aumentou e todos os professores e coordenadoras nos parabenizavam por essa atitude. Sem dúvida essa nossa harmonia só somou para ter um ensino médio de sucesso.
Até chegar o tão esperado “Terceirão”, onde finalmente teríamos que decidir o que fazer de nossas vidas, e assim como para a maioria dos jovens para mim não foi uma decisão fácil e rápida, acho que mudei de curso umas três vezes até finalmente decidir pela Psicologia. Agradeço pelos meus pais que foram maravilhosos e nunca me colocaram nenhum tipo de pressão em relação a minha escolha profissional, sempre me apoiaram em minhas decisões e isso, sem dúvida alguma me ajudou consideravelmente.
Depois que escolhi meu curso, eu tinha que decidir para qual faculdade eu iria. Meus pais não queriam que eu fosse embora de Palmas, então pelo fato de ter o curso na Ulbra, e principalmente uma boa avaliação e reconhecimento escolhi ficar na cidade mesmo.
Os primeiros dias na faculdade foram meio sombrios, pois era tudo muito novo, principalmente as pessoas. Uma menina que estudou a vida inteira na mesma escola, e conviveu praticamente com as mesmas pessoas durante todos esses anos, tinha acabado de deixar tudo para trás e começar literalmente uma nova vida.
Porém com o passar das semanas as coisas foram se ajustando, e aquilo que no início era assustador tornou-se rotina. Hoje sou apaixonada por tudo na faculdade e principalmente pelo meu curso, acho que me encontrei e não poderia estar mais feliz.