Estreia em outubro filme brasiliense sobre Personalidade Borderline

Um dos transtornos de personalidade mais recorrentes na atualidade, o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), é tema do filme “Eu Sinto Muito”, que estreia dia 10 de outubro nas principais salas de cinema do Brasil.

No filme “Eu Sinto Muito” acompanhamos a trajetória do cineasta Júlio (Rocco Pitanga) na produção de um documentário sobre o Transtorno de Personalidade Borderline. A partir deste guia, conhecemos a história dos cinco entrevistados, Isabelle (Juliana Schalch), Paula (Camila Alencar), Guilherme (Victor Abrão), Marta (Carol Monte Rosa) e Cláudio (Wellington Abreu).

Dirigido por Cristiano Vieira, os personagens centrais estão ligados de diferentes formas: ou foram diagnosticados ou se relacionam de forma íntima com algum paciente. No longa, é possível acompanhar seus relacionamentos, a forma como lidam com o tratamento e as crises e como o Borderline se manifesta em situações cotidianas, por exemplo, na espera do parceiro fazer um almoço, em uma festa com amigos ou ao ser contrariado.

Também conhecido por Transtorno de Personalidade Limítrofe a doença atinge cerca de 6% da população e é responsável por 20% das internações psiquiátricas e são até 10% dos pacientes atendidos em ambulatórios. Os principais sintomas, segundo Sérgio Ricardo Hototian, psiquiatra no Hospital Sírio-Libanês[1], são a impulsividade, a mudança de humor brusca, autoflagelação e carência. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) estima que no Brasil esse transtorno atinja entre 1 e 3% da população, podendo chegar a 6 milhões de pessoas.

Fonte: Divulgação

“Entendemos que falar sobre o transtorno de forma honesta poderá salvar não só relacionamentos, mas vidas, pois sabemos que muitas vezes o transtorno leva a situações trágicas. Vemos o filme como uma oportunidade singela tornar provocar o debate público sobre o transtorno e conscientizar sobre o tratamento àqueles que precisam”.

Cristiano Vieira, julho/2019

Produzido pela Studio 10 Filmes, “Eu Sinto Muito” tem distribuição da Elo Company. Parte do Projeta às 7, parceria da distribuidora com a Cinemark para abrir uma nova janela no circuito comercial, o longa estará, a partir de 10 de outubro,  em 20 salas de 19 cidades do país, com sessões de segunda a sexta-feira às 19h e preços de R$12 (inteira).

SINOPSE

Isabelle, Guilherme e Marta enfrentam emoções intensas que sabotam suas vidas e seus relacionamentos amorosos, enredo encontrado por Júlio para seu documentário sobre o Transtorno de Personalidade Limítrofe (Borderline).

Fonte: Divulgação

Borderline

A expressão Borderline, em inglês, pode ser traduzida por aquilo que está na fronteira, no limite. O TPB é  tratado no âmbito da Saúde Mental e deve ser acompanhando, prioritariamente, pelos campos da psicologia e da psiquiatria.

As pessoas diagnosticadas com esse tipo de transtorno alternam atitudes de forma impulsiva, podendo ter surtos de ódio e de felicidade e, em casos extremos, o sofrimento pode levar ao suicídio.

A pessoa border  tem um padrão de instabilidade nas relações pessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada que surge na primeira fase da vida adulta. O médico psiquiatra, diretor secretário da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Dr. Claudio Meneghello Martins, explica que pessoas diagnosticadas com essa síndrome têm “Muita dificuldade de estabelecer vínculos afetivos reais e temor contínuo de ser abandonada. Passa testando o seu meio para comprovar se é amada, mas como sua conduta é inadequada, acaba afastando as pessoas de seu convívio”.  

Fonte: Divulgação

Utilidade Pública

O diagnóstico difícil e a carência de uma política pública direcionada, comprometem o conhecimento sobre o tema e alimentam tabus em torno do problema. Ao tratar do tema, o filme “Eu Sinto Muito” entra para a lista de longas-metragens com viés de Utilidade Pública por tratar um tema da saúde mental.

A Síndrome de Borderline compõe o grupo de Transtornos Mentais, que hoje afetam 12% dos brasileiros.  Essa síndrome também leva ao sofrimento quem está ao lado da pessoa com a síndrome, gerando tensões familiares, com amigos e nas relações amorosas. “O tema borderline fez parte de minha vida quando passei por um relacionamento conturbado com uma ex-companheira. No fim do nosso relacionamento ela revelou ser diagnosticada com o transtorno, mas que não aceitava, não se tratava”, relata o diretor da filme.

A Personalidade Limítrofe (Borderline) carece de políticas públicas específicas, e gratuitas, que deem respostas ao avanço do transtorno com tratamentos adequados. Atualmente o Instituto de Psiquiatria (IPq), que compõem o Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, realiza atendimento a pessoas com TPB. “As políticas de saúde Mental do Ministério da Saúde encontram-se num processo de mudanças de modelos assistenciais significativas, que visam uma melhoria”, informa o psiquiatra da ABP.

Fonte: Divulgação

SOBRE O DIRETOR

Cristiano Vieira é diretor estreante de longa-metragem de ficção com o “Eu Sinto Muito”. Realizou o longa-metragem documentário “Um Domingo de 53 Horas” em 2016 que participou de festivais prestigiados como o 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e o 8º Festival Internacional de Cinema Político de Buenos Aires – FICiP. Em 2005 realizou o curta-metragem “BUCHE: Mais uma História” e em 2018 realizou o curta-metragem de animação infantil ” O Extraordinário Cisco do Bispo”. Fundou a Studio 10 Filmes e há 5 anos desenvolve conteúdo como documentários, filmes de ficção, séries dramáticas e animações infantis para TV e VoD.

FICHA TÉCNICA

Direção: Cristiano Vieira

Produção Executiva: Bruno Caldas e Cristiano Vieira

Produção: Studio 10 Filmes

Roteiro: Cristiano Vieira, Antônio Balbino e Tui Segall

Elenco: Juliana Schalch, Rocco Pitanga, Victor Abrão, Carol Monte Rosa, Wellington Abreu, Camila Alencar e Eduardo Cravo

Direção de fotografia: Marconni Andrade

Direção de arte: Didi Colado

Som direto: Apollo Menezes

Montagem: Cristiano Vieira, Esdras Menezes e Fred Fernandes

Trilha sonora: Ed Staudinger

Trilha sonora original: “Método para a Loucura” – Banda Humbold

Desenho de som: Estúdio Muzak