Quentin Tarantino prova que é vendo filmes que se aprende a criar cinema

Quentin Jerome Tarantino é um profissional completo. Ele é ator, diretor e escritor de filmes, considerado como o maior cineasta de sua geração ele dá a sua essência em seus filmes tornando-os únicos e peculiares. Nascido em 27 de março de 1963 em Knoxville, no estado americano do Tennessee com pais de ascendência italiana e mãe irlandesa, foi incentivado desde pequeno a ver filmes mesmo que com conteúdo adulto, e com 14 anos escreveu o seu primeiro script de filme chamado “Captain Peachfuzz and the Anchovy Bandit” onde conta a história de um ladrão que rouba pizzas de uma pizzaria.

Entre 15 e 16 anos, Tarantino saiu da escola para trabalhar em um cinema para adultos chamado Pussycat Theatre, onde o mesmo omitia sua idade a fim de continuar no emprego. No mesmo período entrou para a escola de teatro James Best Theatre Company, onde conheceu várias pessoas que mais tarde estariam em seus filmes. Nos anos 80, trabalhou em vários filmes e séries de TV como ator e até mesmo como recrutador na indústria aeroespacial, além de ter trabalhado numa loja de filmes por cinco anos chamada Video Archives que garantiu a ele um enorme conhecimento sobre filmes, conhecimento tal que aplicaria mais tarde em suas próprias criações.

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Representante fervoroso no gênero moderno de cinema neo-noir, Tarantino conseguiu seu primeiro grande reconhecimento com o filme “Cães de Aluguel” (1992) no Sundance Film Festival, no qual foi um sucesso imediato com inúmeras críticas positivas. Outra grande conquista aconteceu dois anos mais tarde com o filme “Pulp Fiction” (1994) marcado pelo seu humor negro e a maior característica de seus filmes: a estetização da violência, além do enredo contado de forma não-linear, outra grande marca do diretor. Inúmeros prêmios foram conquistados por essa obra, inclusive o Academy Awards de melhor script e o Palme d’Or recebido pelo aclamado festival francês de filmes em Cannes.

Os anos 2000 foram de intensas conquistas e grandes produções como Kill Bill, volumes 1 e 2 caracterizados pelo seu foco nas artes marciais asiáticas (principalmente japonesas e chinesas) e seu enredo de vingança que é estrelado pela expoente Uma Thurman que já havia o ajudado a angariar prêmios estrelando, também, Pulp Fiction. Além dessas duas obras, produziu também o seu filme de maior arrecadação desta década: “Bastardos Inglórios”, que recebeu muitas críticas positivas e conta a história de um grupo de judeus-americanos guerrilheiros lutando contra os nazistas numa França ocupada pelos alemães.

Fonte: https://bit.ly/2FRBAlC

Falando de bilheteria, foi em 2012 com o filme “Django Livre” que Tarantino teve a sua maior arrecadação, chegando a mais de 425 milhões de dólares americanos em todo o mundo. O diretor quis retratar nesse filme a vingança de um escravo no sul dos Estados Unidos em 1858, sua intenção com este filme foi retratar os acontecimentos horrendos relacionados ao passado americano com os escravos de uma forma menos tensa e documentária. Ele utilizou o gênero de filmes do velho Oeste para compor a obra e disse que não tinha vergonha de retratar o lado ruim do passado americano e diz importante trazer esses fatos para a modernidade.

Atualmente, Quentin Tarantino está trabalhando no projeto de um filme que retratará uma família de assassinos em série: Os Mansons, famosos pelo assassinado da atriz Sharon Tate que será interpretada por Margot Robbie – conhecida por dar vida à Arlequina, em Esquadrão Suicida (2016) – e além dela Brad Pitt, Samuel L. Jackson e Jennifer Lawrence que ainda não têm papeis definidos.

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Tendo toda essa história em vista, Quentin Tarantino se caracteriza como um dos maiores diretores modernos e abraça suas peculiaridades e as insere em cada obra que produz, tais como o já citado cinema neo-noir, histórias não-lineares geralmente divididas em capítulos, trata seus assuntos de forma satírica, performa a estetização da violência transformando a mesma em arte, traz aspectos da cultura pop e sempre tem trilhas marcadas pelos anos 60 e 80. Revolucionário, irreverente e polêmico, o diretor traz para a sétima arte sua alma e encanta seu público a cada filme que produz.

 

“Eu amo história porque, para mim, história era como assistir a um filme. ”

Quentin Tarantino

 

REFERÊNCIAS

http://www.rogerebert.com/interviews/quentin-tarantino-a-pulp-hero (acesso em 05/10/2017)

http://www.imdb.com/name/nm0000233/ (acesso em 05/10/2017)

https://www.tarantino.info/ (acesso em 05/10/2017)

http://variety.com/2017/film/news/quentin-tarantino-manson-murders-movie-1202492881/ (acesso em 05/10/2017)