Startup contribui para educação mais acessível à estudantes neurodivergentes

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14 de abril – Dia Nacional da Luta pela Educação Inclusiva | Vencedora do Prêmio Nacional de Gestão Educacional – PNGE 2025, a plataforma Prova Adaptada permite aos educadores remodelar as avaliações e atividades didáticas dos professores para diferentes perfis de atípicos

Com o objetivo de promover a equidade no ambiente educacional, a plataforma Prova Adaptada, uma solução disruptiva 100% nacional, tem se destacado como uma importante aliada de escolas e educadores no processo de adaptação pedagógica para estudantes com diferentes perfis neurodivergentes.

Desenvolvida por uma equipe multidisciplinar sob a liderança da Professora Regiane Fagotto (Pedagoga e Fonoaudióloga), e composta por especialistas em educação inclusiva e profissionais experientes de tecnologia da informação, a plataforma permite, em poucos segundos, a personalização de avaliações e atividades didáticas autorais de acordo com as necessidades específicas de estudantes com Dislexia, Baixa visão, Discalculia, Altas Habilidades/Superdotação, Transtorno do Espectro Autista (TEA), e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Comandada  pelos empreendedores Cadu Arruda e Fabio Tavares, a startup Prova Adaptada tem como missão apoiar a construção de um modelo educacional mais inclusivo, por meio da aplicação de tecnologia acessível e eficaz. Desde o seu lançamento, em agosto de 2024, a plataforma já está presente em centenas de instituições de ensino privadas em todo o país, impactando diretamente mais de 10 mil alunos da educação infantil ao ensino médio. Recentemente, iniciou também sua expansão para a rede pública de ensino.

A meta da empresa é alcançar mais de mil escolas parceiras até o final de 2025. Esse avanço foi reconhecido nacionalmente com a conquista do Prêmio Nacional de Gestão Educacional – PNGE 2025, concedido pelo GEduc, considerado o “Oscar” da Educação pelo setor educacional no Brasil.

Segundo dados do Ministério da Saúde (2022), cerca de 7,6% dos jovens brasileiros entre 6 e 17 anos apresentam TDAH, enquanto o Censo Escolar 2023 aponta mais de 600 mil estudantes diagnosticados com TEA. Ao todo, estima-se que existam aproximadamente 7 milhões de estudantes neurodivergentes no país, que necessitam de abordagens educacionais específicas e atividades adaptadas.

Apesar das exigências legais que estabelecem a obrigatoriedade de profissionais especializados e de um Plano Educacional Individualizado (PEI) para cada aluno com necessidades específicas, o Censo Escolar 2023, do Ministério da Educação, revela que apenas 12% dos professores possuem a formação adequada, e cerca de 85% das escolas públicas ainda não implementaram o PEI.

A Prova Adaptada surge, portanto, como uma solução estratégica e escalável, alinhada às diretrizes de inclusão e aos compromissos institucionais com a educação de qualidade para todos. O principal objetivo da plataforma é não deixar nenhum aluno para trás.

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Semana da Zero Discriminação lembra da importância das práticas inclusivas no meio empresarial

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De acordo com a psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, Cíntia Santos, os empresários precisam inovar, fazer diferente e pensar fora da caixa para terem resultados além da expectativa

Conquistar uma vaga de emprego é um desafio, pois, além da escassez de vagas em algumas áreas, a concorrência é grande. Quando falamos de pessoas com algum tipo de deficiência, a história fica ainda mais complicada, já que além das dificuldades do mercado, o preconceito a ignorância são outros obstáculos a serem enfrentados. Nesse sentido, a semana que celebra o “Dia da Zero Discriminação”, comemorado em 1º de março, instituído pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, Unaids, promove a diversidade e rejeita qualquer tipo de preconceito, como o de que pessoas com deficiência não estão aptas para certas atividades. O Instituto Ester Assumpção, que atua como elo entre empresas e indivíduos com deficiência, luta, não só nesta data, mas diariamente pela quebra de tabus e a inclusão, sempre levantando a bandeira do respeito.

De acordo com Cíntia Santos, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, o Dia da Zero Discriminação é importante para lembrar a sociedade sobre os aspectos que precisam de atenção. “Infelizmente ainda existem alguns preconceitos. Não podemos desconsiderar os avanços obtidos nos últimos anos, mas percebemos um longo caminho a ser trilhado pelas organizações para que tenhamos um mercado de trabalho que conte com a igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência. Segundo os dados Rais-ME em 31 de dezembro de 2018, a participação dos trabalhadores com deficiência era de 1,1% sobre o total de ocupados formais. Por outro lado, dados do Portal de Inspeção do Trabalho revelam que as cotas para trabalhadores com deficiência não são totalmente preenchidas. Mesmo com o avanço observado no período de 2003 a 2018, em 2018 pouco mais de 50% das vagas destinadas a trabalhadores com deficiência foram preenchidas. Em um total de 768,7 mil vagas potenciais, apenas 389,2 mil preenchidas. Podemos elencar algumas hipóteses para esse cenário. O primeiro deles faz referência à falta de investimento em acessibilidade”, explica.

Fonte: Instituto Ester Assumpção

Segundo a profissional, a dificuldade da entrada de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é a soma de vários fatores e não apenas uma questão de preconceito. “A data é muito importante para promovermos ações educativas sobre a importância da valorização da diversidade. A diversidade é algo que é parte da condição humana, portanto nunca é demais reforçar o respeito às diferenças individuais. Embora haja um arcabouço legal que preconize espaços acessíveis, na prática, as empresas ainda estão distantes de um cenário ideal do ponto de vista arquitetônico e instrumental. E quando falamos de questões mais subjetivas, como a acessibilidade atitudinal, o cenário ainda é mais complexo. O que observamos em nossa prática é que boa parte das empresas tendem a ver a contratação de pessoas com deficiência como algo oneroso e sem retorno financeiro, uma vez que têm dificuldades em perceber o valor produtivo de trabalhadores com deficiência. Assim, resistem em investir em melhorias que promovam acessibilidade e inclusão”, explica.

A psicóloga adiciona que as empresas que apostam na prática inclusiva de pessoas com deficiência em seu quadro de trabalhadores podem se beneficiar. Para ela, existem formas de combater a discriminação de certas empresas através do potencial transformador da educação. “Pesquisas recentes têm mostrado é que empresas que investem em práticas inclusivas podem ter aumento no seu faturamento atual, além de outros ganhos como melhoria do clima organizacional e melhora nos índices relacionados à saúde ocupacional. Ou seja, lucros bem além do esperado através de uma mão de obra muito bem qualificada e dedicada. Em relação a discriminação, nós do Instituto, assim como nossa fundadora, acreditamos no potencial transformador da educação. Dessa forma, acreditamos que uma maior conscientização das pessoas, principalmente dos empresários, sobre a importância do investimento em diversidade e inclusão é de fundamental importância para a mudança desse cenário”, explica.

Para Cíntia Santos, o investimento em práticas inclusivas é sempre um bom negócio. “É preciso investir também em pesquisas que demonstrem as melhorias obtidas a partir da contratação de trabalhadores com deficiência, além de construção de métodos e ferramentas efetivas que promovam a inclusão. Hoje o Instituto trabalha junto às empresas com uma visão mais estratégica, voltada para resultados, que tem alcançado retornos significativos, tanto para as pessoas com deficiência quanto para os contratantes.  Por fim, é necessário aos empresários a coragem de inovar, de fazer diferente, de pensar fora da caixa. Temos experiências com empresas que contrataram pessoas com deficiências consideradas ‘mais severas’ que obtiveram resultados muito além da expectativa. Ou seja, vale a pena investir em inclusão”, conclui.

Instituto Ester Assumpção

Fundado no ano de 1987, o Instituto Ester Assumpção é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos criada por Ester Assumpção, educadora nacionalmente conhecida pelo caráter pioneiro e inovador no campo do trabalho com minorias. A instituição atua no campo da inclusão da pessoa com deficiência e tem como foco contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva, onde a diversidade seja aceita e respeitada na sua integralidade. As principais frentes de atuação são a qualificação e inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e a consultoria para que as organizações se adequem e cumpram o papel social de promover a inclusão.

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Dia Internacional das Pessoas com Deficiência celebra o crescimento de 89% de novas contratações na indústria de acessibilidade

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As vendas dispararam no mercado de acessibilidade, e com isso as vagas temporárias também. Elas representam cerca de 400 mil vagas e faz girar a economia do setor. SP, RS, RJ, MG, Brasília, PR e SC, são os estados que mais contratam.

São Paulo, novembro de 2020: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 24% da população brasileira é composta por pessoas que possuem algum tipo de deficiência. E por conta da quarentena, as pessoas com mobilidade reduzida passaram a adaptar as residências e, com isso, aquecer a indústria que não foi contaminada pela Covid-19.

O setor movimenta R$ 5,5 bilhões ao ano. Apenas um fabricante, do interior paulista, registrou aumento nas vendas e já estima um faturamento de R$ 22 milhões para 2021. RJ, RS, SP E MG são os estados que mais consomem produtos de acessibilidade.

Segundo a Projeção da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) é que cerca de 400 mil vagas temporárias devem ser criadas no último trimestre. O crescimento foi de 89,5%, em relação ao ano anterior. Além das vagas, cresceram também, as vendas de barras e piso antiderrapante, devido as pessoas quererem evitar as quedas durante o isolamento social.

Para o CEO da Planeta Acessível, Marcelo Costa, tornar espaços de lazer acessíveis a todos os públicos é mais que uma simples obra.”… crianças, idosos e portadores de necessidade especial ou mobilidade reduzida, exigem atenção redobrada. A demanda na pandemia aumentou. “Vendemos cerca de 300 mil itens e estimamos um faturamento de R$ 22 milhões para 2021”, contou Costa, que projeta um faturamento de R$ 22 milhões em 2021 e já incluiu no planejamento do próximo anos a arrecadação de 2% das vendas do elevador de piscina para projetos inclusivos.

E visando o tempo de isolamento social, e com o intuito de dar mais independência, autonomia e qualidade de vida, em especial às pessoas com restrições motoras, a Planeta Acessível, a maior indústria fabricante de produtos para acessibilidade do Brasil e especialista em objetos de adaptações de ambiente para manter a segurança, aumentando ainda expectativa de vida, inovou e criou o MOBlife, uma linha de elevadores de transferência para a piscina, totalmente à base de energia solar, dispensando o uso de cabos e fiações externas.

Pesquisa realizada pela USP (Universidade Federal de São Paulo), 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente – neste período de pandemia e isolamento social, o número chegou a 30%. Segundo balanço do CEO, entre os itens mais adquiridos estão além do elevador da piscina, outros itens estão liderando as vendas. Entre eles, Barra de Apoio, Alarme Audiovisual, Banco Articulado para banho, Fechadura Acessível e Fita Antiderrapante para Banho. “Há uma procura significativa desses produtos nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais”. Finaliza o empresário.

Sobre a Planeta Acessível: Maior indústria fabricante de produtos para acessibilidade do Brasil. Entre os produtos mais fabricados para construção civil, órgão públicos e residências estão a barra de apoio, piso tátil, placas de sinalização em braile e agora começam a produzir o elevador de piscina. Apoiam eventos e grandes feiras como Equipotel e Feicon, além de abraçar causas de inclusivas de responsabilidade social. A fábrica possui 70 funcionários prevê uma receita anual de R$ 22 milhões a partir de 2021.

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The Society: A reconstrução e vivência das atrocidades humanas

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A trama ocorre a partir das relações interpessoais entre os personagens, que tiveram de se desenrolar para a sobrevivência uns dos outros.

The Society é uma série que traz à tona nossa organização enquanto indivíduos, levantando reflexões sobre as relações de poder que rodeiam nosso cotidiano, a necessidade de regras para manter um bom convívio, revelando nossas dificuldades morais, limitações e dependência da cooperação mútua para sobrevivência humana. Seríamos capazes de nos manter, caso tivéssemos que organizar uma sociedade do zero? A cada episódio dessa trama, a pergunta fica cada vez mais fixa, pois demonstra que os seres têm sérios problemas de manter-se unidos, pois, a luta pelo poder, a desconfiança que a ambição gera, tudo isso se reflete e põe em xeque cada membro que é célula indispensável para o organismo social.

Tudo inicia com uma excursão entre os jovens de um colégio, que durante a trajetória, acabam parando no mesmo local que haviam partido, com a explicação do motorista de que eles tiveram de voltar. Sem entender o motivo, ao descerem do ônibus percebem que não tinha sinal de celular, e aparentemente toda a cidade estava vazia. Decidem então aproveitar tal liberdade para fazerem uma festa na igreja. Logo no outro dia, a preocupação já era mais evidente, nenhuma mensagem, e nenhuma pessoa além dos alunos estava ali. Todos se perguntam o que havia acontecido, sem nenhuma resposta decidem ir até a entrada da cidade, e averiguam que tudo foi tomado por uma floresta densa. 

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Após alguns dias, a ansiedade já era evidente, muitas perguntas emergiram. Todos procuravam o entendimento do ocorrido, e foi possível ver que os personagens passaram no decorrer dos episódios pelas fases do luto, de acordo com as teses de  Elisabeth Kubler; em primeira instância,  negavam o fato de que estavam sozinhos, e de que ninguém poderia voltar para buscá-los. A raiva, a barganha, depressão e aceitação também foram verificadas. Em momentos de desespero, deixavam recados na caixa de mensagens que não poderiam ser ouvidas pelos pais, barganhando, desejando sua volta. Em outros momentos, alguns ficavam extremamente apáticos e depressivos, imersos em uma tristeza profunda. 

No decorrer da história foi visto a aceitação na fala de personagem Kelly, que dizia com mais tranquilidade que talvez realmente ninguém nunca voltasse. Cria teorias reconfortantes, como a possibilidade de seus pais estarem vivos em outra dimensão, e que aquela poderia ser uma oportunidade de uma construção de uma sociedade melhor, pagando pelos pecados anteriormente cometidos pelos seus pais. 

A placa da entrada da cidade chamava-se “West Ham”, entretanto, logo depois da saída do ônibus, pôde-se perceber que na verdade a placa foi pichada, e o resultado foi “West SHam”, (tradução Sham= Farsa/falso), dando a entender que aquele lugar era sujo e mentiroso, assim como as pessoas que ali moravam.

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Várias teorias durante a história foram levantadas, a partir da observação do céu, principalmente por Gordie, o menino que entre eles mostrava-se com muitas habilidades intelectuais, notaram que um eclipse que deveria ser registrado apenas daqui 4 anos, foi avistado. A partir disso, também foi averiguado que não havia nenhum satélite em órbita, o que os fizeram pensar que talvez estivessem em um mundo paralelo.

Um cheiro forte mencionado no início da série também desapareceu, depois que foram levados de volta à cidade que agora estava rodeada pelo mistério. O motorista que os levaram no ônibus, foi um homem chamado Pfeiffer, a quem segundo Kelly foi contratado pelo seu pai para acabar com o cheiro que perturbava todos os moradores, entretanto, o custo era muito alto, então foi recusado tal serviço. 

Pfeiffer (nome de origem germânica, tendo o significado de flauta medieval), segundo as teorias de Gabriel Herdy, nos remete a um conto da Alemanha, chamado o “Flautista de Hamelin”. Aborda que a cidade de Hamelin estava sofrendo por conta da infestação de ratos, então ele se apresentou como a solução dos problemas, pois com sua flauta conseguia hipnotizar os bichos, e assim poderia matá-los, foi então prometido uma moeda por cada cabeça de rato. 

O flautista levou todos os ratos embora, afogando-os sobre o rio da cidade, entretanto por não ter apresentado as cabeças, o povo decidiu não o pagar. Voltou depois de alguns dias na cidade, hipnotizou as crianças da vila, e os afogou sobre o mesmo rio como lição. A história se repete de forma muito similar ao conto, sendo uma boa teoria de explicação para o enredo da série. O cheiro pode ser interpretado como uma peste metafórica, e todos os filhos tiveram de pagar pelos pais a “sujeira” de suas ações. 

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A trama ocorre a partir das relações interpessoais entre os personagens, que tiveram de se desenrolar para a sobrevivência uns dos outros. Alguns problemas já enraizados na sociedade vieram à tona, entretanto, modificar questões sociais não era para um bem comum distante, mas sim para que houvesse de fato uma relação de sobrevivência emergente, no qual a decisão de um, atingia todos. A reaproximação era necessária; como se estivesse regredindo na história humana, as relações afastadas do mundo contemporâneo não era mais uma realidade, deveriam aprender por si só questões já desvendadas, por meio do aprendizado e cooperação. 

As garotas  do filme, apesar de terem muitas diferenças entre si, tiveram de se unir por questões em comum. Compartilhavam o “medo da testosterona”, o que quer dizer, que estando em um lugar fechado com outros homens, elas deveriam cuidar-se para que não houvessem estupros, violência, pois já que elas eram as únicas ali, temiam que o desejo desenfreado, e a ideia dominadora que herdara da sociedade patriarcal e machista, pudesse ser desastroso a elas. 

Alguns personagens como Sam, devem ser mencionados pois se trata de uma caracterização de indivíduos marginalizadas socialmente, se trata de alguém observador, carinhoso, e a representação de uma pessoa surda, que apesar de portar essa deficiência, em nenhum momento foi um empecilho para comunicar-se. Quase todos os personagens sabiam a língua de sinais, mostrando inclusão e representatividade, pois além disso, ele se afirma como homossexual, e sua melhor amiga Becca, estava grávida dele, sendo essa uma gravidez indesejada, difícil e temida por ela. Entretanto, apesar das inúmeras dificuldades conjugais de Sam, já que na melhor das hipóteses poderia existir um heteronormativo que escondesse sua homossexualidade por repressão, Sam começou a se envolver com Gareth que suprimia seus desejos, mas que dessa vez, tentou aprender língua de sinais, e começou a se aproximar e ser sincero quanto ao que sentia.

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Além de tudo, a vida de Sam foi permeada por medo, pois seu irmão mais velho chamado Campbell, é psicopata, e agora sua nova companheira Elle estava em apuros, pois aquela relação era vivenciada pelo controle, ideal de posse, além da inconstância sobre atitudes de Campbell pudesse vir a ter. Relações abusivas também foram retratadas como nos personagens de Kelly e Harry, onde ele tinha status, popularidade e poder sobre a anterior vida no colegial. As relações aos poucos mudavam, deveriam agora racionar comida, pensar em formas de plantio, maneiras de manter todos ali seguros, e além de tudo, manter as regras a partir da democracia e unanimidade de escolha de todos. 

Entretanto, tudo isso era bem mais difícil na prática. A luta pelo poder, o machismo, e a dificuldade de seguir e manter regras tornaram-se não só complexas como letais, levando a morte de alguns personagens. Cujo o dualismo político, a luta para ascensão e controle das totalidades, por vezes, eram vistas como prioridade por alguns ao invés do bem comum. Cada vez mais era possível averiguar a frase de Maquiavel “Dê poder ao homem, e descobrirá quem ele realmente é”. A Lei de talião tornou-se vigente, a morte de alguém representava a morte do culpado, e nessa disputa muitos se corromperam, tornando as relações cada vez mais difíceis e injustas.  

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Dessa forma, a série nos traz a possibilidade de reflexão sobre nós mesmos, sobre o empecilho de nossas desvirtudes morais, a partir de uma pequena parcela de pessoas que constituíam essa nova sociedade. A série termina sem uma explicação sobre o motivo ao qual eles estavam presos, mas algo é certo, eles deveriam lutar para construir um lugar que possibilitasse a sobrevivência. A trama mostra, que muito pelo contrário, quando o poder está em jogo, muito cabeças viram degraus. Relações abusivas, machismo, homofobia, depressão, abuso de drogas, religiosidades, deficiência física e mental são temas que permeiam a série “The Society”. 

Novos episódios já estão previstos, pois os fãs da série ficaram inquietos pois desejam desfechos, e um entendimento melhor do que houve com os jovens daquele colégio. Estariam mortos, em um mundo paralelo, ou em outra dimensão? Muitas teorias foram formuladas a partir dessas dúvidas, o que coloca todos os indivíduos como os próprios personagens, imersos em suas próprias realidades, e buscando possibilidades de modificar a sociedade em um lugar melhor para si viver. Alguns interpretam como bênção outros como castigo, mas algo que não se pode negar é que eles receberam de alguma maneira a chance de reconstruir uma nova forma de organização. 

No último episódio da primeira temporada Gareth recebe um livro de Sam, chamado “A vida nos bosques” de Thoreau, leu um trecho em voz alta enquanto alguns colegas explorava o matagal que rodeava a cidade, sendo a seguinte frase: “Fui viver no bosque, porque quis viver deliberadamente, para enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se eu aprenderia o que ele tinha a me ensinar, em vez de, na hora da minha morte, descobrir que não vivi”.

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Estariam eles então vivendo uma sorte, uma nova oportunidade de gozar sobre fatores essenciais, de renovação psíquica sobre o que geralmente interpretamos como importante ou essencial, ou vivendo um castigo? Na redoma das ignorâncias, também se vive preso a ideias, inconclusões e medos, e sobre prioridades que por vezes adoecem, tendendo a encontrar fugas de suas próprias mazelas ao invés de modificá-las. The society é uma parcela de cada indivíduo, é uma reflexão sobre as organizações sociais, potencialidades de mudança e desfecho na história individual e coletiva que rodeia cada ser.

Referências: 

ALMEIDA, Bruno. As 5 fases do luto de Elisabeth Kubler-Ross (2014). Disponível em: https://www.psicologiamsn.com/2014/09/as-5-fases-do-luto-ou-sobre-a-morte-de-elisabeth-kubler-ross.html . Acessado em: 26 de junho de 2019.

HERDY, Gabriel, O que aconteceu com os jovens de The Society (2019). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SLn7DfDaJTU&t=265s Acessado em: 20 de junho de 2019.

Ficha Técnica

encurtador.com.br/rsvHW

Título original: The Society

Direção: Marc Webb

Elenco: Kathryn Newton, Gideon Adlon, Sean Berdy, Natasha Liu Bordizzo, Jacques Colimon, Olivia DeJonge, Alex Fitzalan, Kristine Froseth, Jose Julian, Alexander, MacNicoll, Toby Wallace, Rachel Keller

Local:  USA

Ano: 2019

Gênero:  Drama adolescente, Mistério

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Temáticas da psicologia da educação presentes nas vivências pessoais e profissionais

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Sou Licionina Maria Rodrigues da Silva há dezoito anos a frente da Presidência/direção da Escola Especial Um Passo Diferente – APAE do município de Tocantinópolis, estado do Tocantins. A escola atende a alunos da Educação Especial do Ensino a partir de 2008 tomamos à frente da direção da referida escola na qual se observou vários problemas que se agravavam, sobretudo pelas dificuldades de relação entre Família/Escola, no que se refere à aceitação da deficiência  como também  procura de atendimento de profissionais de saúde que atesta a deficiência por meio de laudo médico e/ou psicológico, ocasionando assim dificuldade de ser assistido de acordo as suas necessidades. Nesta escola percebeu-se que a família se mantinha distante ou mesmo ausente da vida escolar dos filhos, trazendo com isto, uma série de problemas relacionados ao desenvolvimento de habilidades cognitivas e de interação social.

Com base dos dados expostos procurou-se promover na escola, ação para trazer um psicólogo educacional  e demais profissionais da equipe multidisciplinar da saúde, pois muito dos alunos atendidos não apresenta laudo psicológico. Necessitando assim de uma avaliação psicológica, a qual segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2000) reflete um processo de coleta de informações resultante de um conjunto de procedimentos confiáveis. Tal processo permitiria ao psicólogo avaliar comportamentos, contribuindo para a orientação de ações profissionais de forma segura e pertinente (Paula, Pereira, & Nascimento, 2007).

Para a realização do trabalho, foram convocados pais/ou responsáveis pelas crianças matriculadas na escola de modo que se realizou  quatro grandes reuniões no decorrer de três meses, as quais se obteve uma significativa participação dos mesmos, onde os profissionais da saúde foram disponibilizados pela a secretaria municipal de saúde em forma de parcerias.

Fonte: encurtador.com.br/guvKS

A partir dessas atividades observou-se que houve uma significativa melhora no que se refere à participação dos pais na vida escolar dos filhos e no cotidiano da escola. Diante desta ação ficou constatado que a escola especial atende diferentes tipos de deficiências de acordo laudo de médicos e psicólogos, sendo eles: Autismo, Deficiência Intelectual Severa, Deficiências Múltiplas Deficiência Intelectual Deficiência Visual Deficiência Auditiva e Física.

Como incentivo a esta participação criou-se o momento de encontro semestral para que a psicóloga pudesse acompanha o desempenho dos alunos e avaliá-los. O trabalho da Escola Especial “Um Passo Diferente” – APAE de Tocantinópolis, feito com o compromisso de valorizar as potencialidades e as necessidades individuais dos alunos adotando ações positivas, surge das conquistas que muitas vezes impressiona, mas que viabiliza o desenvolvimento das capacidades da pessoa com deficiência, resgata a auto- estima e melhora a qualidade de vida.

Portanto, é valido considerar que a atuação do Psicólogo no ambiente escolar pode ser compreendida como por um serviço preventivo e terapêutico. Quando se trata de inclusão educacional de pessoas com deficiência, ele tem um papel crucial na preparação dos profissionais envolvidos, apoio familiar e suporte a comunidade discente. Sendo assim, o objetivo do nosso artigo é discutir as contribuições do psicólogo escolar no processo de inclusão educacional de pessoas com deficiências. O psicólogo deve ter um olhar abrangente, ver o aluno com deficiência como um ser biopsicossocial, e não olhando apenas o biológico, mas um ser que apesar das limitações é também dotado de potencialidade. Dessa forma Vianna (2016, p- 54), relata que: A atuação do profissional de psicologia no ambiente escolar, nos dias atuais permanece marcada por dificuldades, em relação ao fazer a prática. Muitos psicólogos ainda sentem certo bloqueio ao sair do modelo tradicional clínico, centrado no psicodiagnóstico.

Fonte: encurtador.com.br/guvKS

REFERENCIAS 

Paula, A. V., Pereira, A. S., & Nascimento, E. Opinião de alunos de Psicologia sobre o ensino em avaliação psicológica. (Psico-USF,2007).

VIANA, M.N. Psicologia escolar: que fazer é esse? In: Conselho Federal de Psicologia- Brasilia – CFP, 2016.

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Alteridade disponibiliza serviços para discentes do Ceulp/Ulbra

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O Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Discentes – Alteridade surgiu em 2011, como um projeto de extensão do curso de Psicologia e com o foco principal de auxiliar os alunos da instituição, com serviços que vão desde acessibilidade aos acadêmicos cegos, surdos e cadeirantes até o auxílio aos que tem dificuldades de aprendizagem. O acadêmico é livre para procurar o ambiente ou ser encaminhado pela própria coordenação e professores, todos os serviços são gratuitos.

São diversos grupos de promoção à saúde com o intuito de contribuir de várias formas, ‘‘temos a acessibilidade, mobilidade, leitura, ampliação de material para alunos de baixa visão, entre outros. O que a pessoa precisar, nós vamos ajudar de alguma forma’’, relata a coordenadora do Núcleo Alteridade, Ana Beatriz Dupré Silva.

Veja os projetos voltados ao atendimento e processos de ensino e aprendizagem, saúde mental e desenvolvimento de habilidades profissionais no contexto universitário. 

Livreando – Núcleo de leitura do alteridade

É um espaço criativo para o desenvolvimento de competências de interpretação textual e de exposição de ideias em público. Os encontros acontecem toda a quinta-feira, das 12h30 às 13h30, na sala 212.

Inclusão Digital

É um grupo que trabalha assuntos referentes à inclusão ou re-inclusão de pessoas que, por motivos diversos, após longo tempo retornam às salas de aula, principalmente ao que tange a inclusão digital. Os encontros acontecem toda a terça-feira, das 08h às 09h, na sala 212.

Grita- Grupo de intervenção terapêutica e artística

Este grupo visa promover habilidades sociais por meio da integração entre os acadêmicos dos mais variados cursos e instituições, bem como profissionais da área e o público externo. Os encontros são toda terça-feira, das 17h às 19h, na sala 220.

Cine Alteridade

O objetivo é promover a socialização e acesso a cultura entre acadêmicos de todos os cursos. Este grupo exibe filmes, documentários e séries.  Os horários das sessões são: segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, das 12h20 às 13h50, na sala 220.

(Re) Orientação profissional

O grupo tem por objetivo dar suporte ao acadêmico que, mesmo cursando nível superior, apresenta dúvida ou incerteza na escolha de sua profissão. Espera-se que, ao fim, o acadêmico tenha uma noção maior de quem ele é e reveja suas escolhas. A inscrição prévia é feita no Núcleo Alteridade e os encontros são segunda-feira, das 8h às 9h, sala 212.

Momento lúdico

É um momento de relaxamento, descontração, inter-relações e bem estar aos acadêmicos, a partir de jogos de tabuleiro. Os encontros são toda terça-feira, das 12h30 às 13h30, no hall do Ceulp/Ulbra.

TCCendo

Esse grupo foi feito para auxiliar os alunos que estão em crise por conta do Trabalho de Conclusão de Curso. Por meio de técnicas de relaxamento, ajudando a enfrentar esta etapa. Os encontros são às quintas-feiras, das 17h às 18h, na sala 212.

Como estudar textos acadêmicos

É um grupo de auxílio a quem tem dificuldade com os textos acadêmicos. Leve seu texto toda a quarta-feira, das 8h às 9h, na sala 212.

Help Monitores

É um grupo de ajuda aos alunos monitores de alguma disciplina da instituição. Por meio de orientação no planejamento das monitorias. Os encontros são quarta-feira, das 17h30 às 18h30, na sala 212.

Como enfrentar os desafios de uma universidade

A vida acadêmica traz novas exigências (morar distante dos familiares, morar sozinho ou dividindo moradia com colegas, a nova rotina de estudos, trabalhos em grupos, falar em público, além das próprias dificuldades acadêmicas inerentes da própria formação). Neste grupo você poderá conversar sobre suas preocupações e expectativas e isso poderá te ajudar nestes novos desafios. Os encontros são segunda-feira, das 17h30 às 18h30, sala 212.

Mais informações acesse o site www.ulbra-to.br/alteridade ou entre em contato pelo telefone 3219-8037.

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Núcleo Alteridade: um suporte aos discentes do Ceulp

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O núcleo existe desde 2011 como projeto de extensão do curso de Psicologia

O Alteridade – Núcleo de Atendimento Educacional Especializado aos Discentes é um projeto de extensão do curso de psicologia, que foi criado em 2011, no Ceulp/Ulbra. Tem como foco principal ser um suporte aos discentes da instituição. E seu horário de funcionamento é de segunda à sexta, das 08h às 22 e no sábado de 9h às 12h.

Fonte: https://goo.gl/zXG2Ch

O projeto objetiva oferecer serviços aos acadêmicos no que se refere à acessibilidade, aos processos de ensino e aprendizagem, à saúde mental e ao desenvolvimento de habilidades profissionais no contexto universitário. Para isso, dispõe de acolhimentos, acompanhamentos individuais e 10 grupos com temas e tarefas distintas. Nisso, o acadêmico pode acessá-los por iniciativa própria ou por encaminhamentos de professores ou da coordenação do seu curso.

Segundo o Núcleo “Alteridade é uma palavra originada do latim, um substantivo feminino que remete ao respeito, à valorização, à identificação e ao diálogo entre as pessoas a partir de suas diferenças. Assim, em nosso processo de individuação, nos conhecemos pelo contato com o outro”.

A equipe que o compõe conta com a coordenadora do projeto, professora doutora do curso de psicologia, Ana Beatriz Dupré Silva; duas professoras supervisoras acadêmicas de psicologia; um professor supervisor acadêmico de pedagogia; duas estagiárias acadêmicas de psicologia; um estagiário acadêmico de engenharia civil; uma secretária e um interprete de LIBRAS, além dos estagiários em ênfase do curso de psicologia.

 

 

Saiba mais:

http://ulbra-to.br/alteridade/

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CRP-23 aborda tema relacionado à Psicologia Escolar

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No dia 19 de outubro de 2017, o Conselho Regional de Psicologia realizou uma roda de conversa voltada à temática da Psicologia Escolar. O evento foi proposto e organizado, pela psicóloga egressa do Ceulp/Ulbra Haréli, e contou com a participação do professor de Psicologia da UFT – Campus Miracema, Ladislau Ribeiro ( Doutor em Psicologia Social), do professor de Psicologia José Fernando Patino ( Mestre em Psicologia Cultural e Doutor em Educação) também doscente do Campus de Miracema, e da professora do Ceulp/Ulbra Ana Beatriz Dupré ( Mestre em Psicologia e Doutora em Ciências do Comportamento).

Contando com um público bastante variado, a roda de conversa possiblitou a presença de diversas classes da sociedade, desde alunos de graduação de cursos diferenciados, professores da educação básica, alunos de ensino médio, assim como profissionais psicólogos. Tal variabilidade, foi enriquecedora, uma vez que os diálogos estabelecidos possiblitaram grande reflexão sobre a conexão Psicologia e Educação.

Diante dos expostos trazidos pelos professores palestrantes, foi possível percebermos que o âmbito educacional tem sido alvo de preocupação de alguns profissionais, o que nos traz a esperança de melhorias nesse contexto. Melhorias estas que já vem sendo alcançadas.

O trabalho dos Psicólogos em Miracema, representado na pessoa do professor Ladislau e do professor José Fernando, vem com uma proposta de intervenção incrível em escolas públicas do município de Miracema. Angariando uma parceria entre os representantes educacionais do Município e a UFT, o projeto de pesquisa e intervenção, baseado em queixas escolares/necessidades educacionais, já esta sendo executado nestas escolas. Tal projeto tem sido campo para aprendizagem  dos acadêmicos de Psicologia do Campus de Miracema.

Aqui em Palmas, no Ceulp/Ulbra, a Psicologia Escolar tem se destacado no campo da Acessibilidade, com o Núcleo Alteridade, coordenado pela professora Ana Beatriz, que apresentando nosso serviço de apoio aos discentes, ganhou elogios e admiração por parte dos estudantes que estavam ali presentes. O Núcleo que conta com diversos serviços que vão desde grupos variados destinados ao desenvolvimento acadêmico dos discentes, até planejamentos de formas de ensino-aprendizagem adaptadas às mais diversas dificuldades apresentadas pelos nossos alunos.

Ainda na fala do Psicólogo Colombiano José Fernando, que por sinal, foi uma fala muito perto da nossa realidade acadêmica. Quando nos falou sobre as dificuldades da trajetória universitária, a identificação dos acadêmicas ali presente foi genuína. José lembrou-nos sobre a importância de olhar para o universitário como um ser humano, passível de interferências de vida emocional, econômica, social. Ou seja, ele nos trouxe sobre a importância da saúde mental do universitário.

O evento foi lindo e enriquecedor, trouxe reflexão e também gratidão, por essa nova era de conexão entre a Psicologia e a Educação, que por muitos anos foi baseada na aplicação de testes e na problematização do aluno como o problema. É aliviante pensar que esse cenário está sendo mudado, e que uma nova configuração da Psicologia Escolar vêm se estabelecendo a cada dia.

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A cegueira em mim: modos de (re)ver o mundo

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Dentre os obstáculos mais complexos de se enfrentar acerca das deficiências, curiosamente, pode-se destacar a falta de informação da sociedade em geral, que, mesmo nas suas melhores intenções, geralmente estão carregadas de preconceitos.

A partir dessa percepção e, estimulada pela Semana da Acessibilidade, evento ocorrido entre os dias 21 e 27 de agosto no CEULP/ULBRA, decidi compartilhar minhas experiências sobre um tema que, para mim, nunca foi muito fácil abordar.

Foto: Arquivo Pessoal

Tenho 25 anos, sou acadêmica do 10º período do curso de Psicologia. Aos 18 anos, mais especificamente no segundo dia de aula na universidade, perdi a visão. Resultado de um descolamento de retina.

Até então, a percepção visual que eu tinha, apesar de pequena (devido a um glaucoma congênito), era suficiente para que eu reconhecesse as cores e o que mais estivesse próximo, embora sem muitos detalhes.

Sempre que relato este fato, todos me questionam sobre como consegui superar tamanha mudança principalmente em uma fase tão complexa e repleta de expectativas, como é o início da vida acadêmica e da juventude.

Mas, abandonar tudo para trancar-me em casa para lamentar-me, nunca foi uma opção.

Antes de falar sobre a tecnologia que atravessa todo esse universo da acessibilidade, é fundamental, ao menos para mim, abordar outro ponto, que, quando se trata de uma pessoa com algum tipo de deficiência, muitas vezes é deixado de lado.

Estou falando do ser humano que, quase sempre, fica escondido por de trás do rótulo do “deficiente”, “coitadinho” e “incapaz”.

Somos TODOS seres humanos que: ficam tristes, choram, alegram-se, sentem, desejam, tocam, sonham, sentem fome, sono, frio, calor, raiva, tomam seus porres, mas que, principalmente, não são criaturas assexuadas como muitos imaginam. Todos nós somos capazes de amar ou não; de frequentar festas; de praticar esportes, e nas mais variadas modalidades.

Ao mesmo tempo em que a sociedade nos subestima, também nos encarrega de expectativas. O que parece um eterno julgo desigual. O portador de deficiência, comumente é comparado ao anjo puro e inocente, quando na verdade não somos e nem queremos ser nada disso. Queremos sim, errar para  posteriormente acertar, e ainda, queremos o direito de poder aprender com nossos erros, como qualquer outra pessoa faz.

Esse discurso do “pobre coitado” é carregado de uma pena e dolo subjetivo que nada mais é que o mais puro e arraigado preconceito que encontra vazão de uma forma menos grotesca. Então, somos elogiados pelas “façanhas” mais triviais, e nos dizem que somos extremamente inteligentes por conseguirmos somar 2 + 2, por sabermos de cor o telefone e o endereço de nossas residências. Por subirmos e descermos escadas com agilidade, como se uma pessoa cega não pensasse e nem tivesse braços e pernas.

Foto: Arquivo Pessoal

Claro, há muitas limitações, principalmente quando você não pode contar com a visão para as tarefas mais básicas do dia a dia. Mas, falando agora um pouco sobre como a tecnologia transformou a minha vida, há muito pouco tempo atrás era quase impensável que eu pudesse usar todos os recursos que um celular oferecia.

Parece inacreditável, mas para realizar uma simples chamada, eu tinha de saber todos os números da agenda decorados, ou então, pedir que alguém os olhasse para mim. Sem contar o desafio que era enviar um SMS, que sempre tinham de ser lidos por terceiros.

Apesar de digitar mais rápido do que a maioria das pessoas – lembrando que isso não me faz uma super heroína, pois esta não é uma habilidade sobre-humana especifica da cegueira – eu ainda tinha que consultar alguém para conferir se tudo estava escrito da forma correta. O que era um problema por dois motivos: ninguém é obrigado a ficar lendo o que eu escrevo, e minha privacidade deixava de existir.

São nas coisas mais simples que a deficiência vai complicando a vida, e realizar uma tarefa ou outra, não faz de você um ser humano extraordinário, por executá-la mesmo em meio à limitação. Realizar a tal tarefa é condição básica de quem quer seguir em frente. De quem quer voltar a ter autonomia para gerir sua própria vida.

A tecnologia surge para diminuir a complexidade de todas essas limitações. Com o aplicativotalks, por exemplo, tarefas como fazer uma ligação ou enviar um SMS tornaram-se possíveis sem auxílio de outra pessoa.

Para quem não sabe, o talkes é um dos vários leitores de telas existentes para aparelhos tecnológicos como celulares, computadores etc. A dificuldade é que, além de ter que comprar um celular com sistema operacional android compatível – o que não era tão barato – você ainda precisava adquirir o aplicativo, que custava tanto ou quase quanto o celular.

Esse é o outro lado menos positivo da tecnologia: os lançamentos assim que chegam ao mercado são inacessíveis para a maioria das pessoas que realmente precisam daquele instrumento.

No meu caso, apesar de todo esse avanço que o talkes trouxe no manuseio dos aparelhos de telefone celular, eu jamais poderia imaginar que eu pudesse utilizar um celular touch scream e usufruir todas as suas facilidades pelo preço de mercado.

Com o passar do tempo, empresas como a Apple e a Samsung inovaram agregando o conceito da acessibilidade a seus produtos. Agora, aparelhos acessíveis a todos os públicos deixaram de ser uma mera vantagem de um público seleto para se tornar uma característica da fabricante, tanto quanto qualquer outra de suas funções.

O uso de aplicativos como estes foi o diferencial para a minha vida acadêmica e para que eu pudesse continuar com minha graduação. Pouco a pouco, como subir um degrau de cada vez, vou driblando cada nova adversidade que surge.

Estou prestes a me formar, nesse período tive grande apoio e ajuda da família, amigos, mestres… Pessoas a quem sou muito grata. Mas não considero minha formação uma vitória por eu ser cega, e sim porque a cada nova limitação que surgia, eu dava um jeito de continuar, nunca pensando em desistir.

Aos poucos fui criando um novo modo de aprender, de conseguir meu espaço no mundo.

Minha fórmula? Apenas não desistir!

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