‘Você’: uma perspectiva Sistêmica das relações

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Série exalta complexidade, instabilidade e intersubjetividade do ser humano

Amar e ser amado! A grande máxima da vida de milhares de pessoas. ‘Você’, série recém-lançada pela Netflix, traz um enredo que flutua em torno da busca incessante de Joe por alguém que o ame assim como ele ama. E como ele ama? De uma forma uma tanto intensa e assassina!

Vários personagens estão envolvidos nessa trama, no entanto, essa análise se atentará a três principais: Joe, Beck e Peach.

A história de amor construída por Joe – Joe trabalha numa livraria que herdou de seu acolhedor, por ter sido ele abandonado pelos seus pais que eram adictos. Em um dia comum de trabalho, Beck adentra a livraria e os dois se conhecem. Esse primeiro encontro não rende muita esperança para ele, já que Beck deixa suas intenções soltas no ar.

E o que Joe faz? Segue a vida normalmente e espera ver se o tempo colabora com esse romance? Não mesmo! Ele determina que esse romance irá acontecer e para isso começa procurando por ela nas redes sociais e descobrindo seu endereço, para então passar a espiá-la todos os dias pelas janelas de sua casa.

De início Joe descobre que ela tem uma relação com um homem chamado Bengi, que na verdade é um completo mulherengo que não sente nada por Beck. Vendo o quão ruim era esse relacionamento para ela, o que Joe faz? Mata Bengi, porque para ele é totalmente compreensivo que ele tire esse homem da vida dela, já que ele só piora as coisas e se coloca como um obstáculo para seu possível namoro.

Fonte: encurtador.com.br/cqLQS

Na cabeça de Goldberg (Joe) facilitar os acontecimentos da vida de Beck para que eles possam ter um relacionamento sem nenhum impedimento ou complicação, é simples e o correto a se fazer. E ele realmente consegue estar na hora certa e no local certo para que o namoro aconteça, e ele acontece.

É incrível pensar a partir dessa ótica, como seria se pudéssemos controlar todas as ações que envolvessem as pessoas que “amamos”, com o intuito de nunca perdermos elas. É como se realmente tivéssemos o poder de controlar a vida, fazendo com que tudo aquilo que quiséssemos acontecesse, e tudo que não gostássemos não acontecesse mais. Essa habilidade traria muita segurança para a pessoa dotada, já que nada sairia do seu comando. Entretanto, o que Joe não sabia era que mesmo que ele tentasse controlar as coisas, as coisas não se tornariam constantes e estáveis, porque afinal o indivíduo é um ser Complexo, Instável e Intersubjetivo (VASCONCELLOS, 2002).  

A seguir uma analogia será feita entre os três personagens citados no início e os três pilares do Pensamento Sistêmico Novo-paradigmático trazido por Maria José Esteves de Vasconcellos.

Fonte: encurtador.com.br/hst14

Joe e a ‘Complexidade’ – Joe sabe muito bem o que quer desde o início, ficar com Beck acima de qualquer coisa e fazer todo o possível por ela. É por isso que a partir do momento em que eles se conhecem, ela passa a ser o único foco da vida dele, e é para esse foco que ele direciona toda a sua atenção e importância.

Dessa forma, ele não estabelece outros tipos de relacionamentos ou de hobies. E a sua visão geral de felicidade na vida, está totalmente atrelada a um relacionamento perfeito com Beck.

Joe age totalmente de forma oposta ao olhar da complexidade sobre a vida. A dimensão da complexidade da vida traz que é necessário entendermos que pensar a existência de maneira complexa, é ampliar o foco de observação, percebendo que um único fenômeno isolado nunca será livre das mais variadas influências (VASCONCELLOS, 2002). Portanto, uma tentativa de manter um relacionamento livre de complicações ou estímulos de outras pessoas, é no mínimo uma tentativa fracassada e ingênua de estabelecer uma ordem, o que Joe descobrirá apenas na prática.

A complexidade implica no conhecimento de que múltiplos sistemas estão em contato uns com os outros, e se afetam mutuamente. Esses sistemas são definidos como “um conjunto de componentes em estado de interação” (VASCONCELLOS, 2002, pág. 198). Na vida de Beck existiam vários sistemas, que eram suas amigas, sua vida de escritora, seus flertes no Tinder, seu psicoterapeuta, seu pai adiccto, seus próprios comportamentos e dilemas existenciais, e esses sistemas influenciavam sua relação com Joe e, portanto, de acordo com a visão reducionista de funcionamento vital dele, todos esses sistemas deveriam sumir e não os atrapalharem nunca mais.

Fonte: encurtador.com.br/ftzGO

Beck: a ‘Instável’ – Beck é a personificação da instabilidade. Formada em Literatura, egressa num programa de mestrado, residente em uma casa fornecida pela universidade, professora de Yoga, amiga de três garotas ricas, interessada em homens instáveis e voláteis, aventureira no Tinder, escritora. É a garota que em um dia sabe tudo o que quer e no outro duvida se realmente quer aquilo, uma hora pensa que consegue lidar com sua vida, outra hora se sente totalmente incapaz. Beck é a realidade do jovem nova-iorquino de classe média, e porque não dizer da maioria dos jovens da geração millenium.

A instabilidade da vida se compara exatamente a forma como Beck vive, já que a dimensão da instabilidade retrata o quão imprevisível e incontrolável os acontecimentos podem ser. Apresentando ainda como devemos enxergar essa desordem que é viver, como normal, já que é inevitável que as coisas mudem e evoluam independente se muitas vezes achamos estar no controle (VASCONCELLOS, 2002).

E como já deu pra perceber, é óbvio que Beck daria “muito trabalho” para Joe. É possível notar na maioria das cenas de desentendimento do casal que Beck era a quem sempre saía transtornada e sem ver solução para os conflitos, e Joe era o que sempre tinha uma solução para normalizar a situação. Essa diferença de paradigmas, ou seja, de maneiras de pensar (VASCONCELLOS, 2002), ia desde escolher a comida para o jantar, escolher entre sair com as amigas ou sair apenas o casal, decidir sobre a hora certa de escrever ou não. Para Joe todas essas decisões eram simples de serem feitas, mas para Beck eram difíceis de serem tomadas, e quando eram, podiam e mudavam facilmente. Beck era a tempestade impetuosa no mar calmo da vida de Joe.

Fonte: encurtador.com.br/ryIV4

Peach: a ‘Intersubjetiva’ – Peach era o centro da complicação do relacionamento do casal antagônico. A amiga de Beck que queria a todo custo separá-la de Joe. Peach vinha de uma família rica, tinha glamour, fama, viagens, roupas bonitas e caras, beleza, casa luxuosa, mas não tinha relações profundas com ninguém, e foi na amizade com Beck que ela estabeleceu a sua intersubjetividade e conseguiu se ver parte de um processo de intimidade na relação com o outro.

A intersubjetividade coloca as interações e as relações entre os indivíduos como construtora da experiência da realidade, é através dela que tudo pode existir. O indivíduo quando sabe que sua intersubjetividade nasce na interação com o outro, se percebe como parte de algo e entende que tudo pode ser coconstruído nessa relação (VASCONCELLOS, 2002).

E o que seria essa coconstrução? A coconstrução é a capacidade de unir aquilo que é de sua existência com a existência do outro, sem o estabelecimento de qual experiência é correta ou não, porque na verdade qualquer uma delas é válida partindo do princípio da intersubjetividade (VASCONCELLOS, 2002).

Mas é importante ressaltar que essa coconstrução não parte do pressuposto de algo positivo ou negativo, mas sim de um reconhecimento da realidade do outro como importante e válida também para a sua realidade. Isso é o que acontece com Peach e Beck, já que apesar de o relacionamento delas ser marcado por uma toxicidade e instabilidade, as duas em diversos momentos aprendem a serem e existirem uma com a outra.  

Fonte: encurtador.com.br/iACEL

‘Você’ e a performance do Pensamento Sistêmico – Joe, Beck e Peach, o que eles têm em comum? A busca pelo amor. E o que acontece nesse meio tempo de 10 episódios, é o que o Pensamento Sistêmico defende. Dez episódios que nos mostram o quanto a visão do que é amor para cada um deles é totalmente diferenciada. Cada um viveu e experimentou as experiências românticas a sua maneira, acreditando ser a maneira como eles experimentaram a única correta e aceitável.

No entanto, isso não é possível a partir do instante em que você percebe e leva em consideração as três dimensões da teoria Sistêmica: Complexidade, Instabilidade e Intersubjetividade. Maria José Esteves de Vasconcellos diz que “(…) se não há leis definitivas sobre a realidade, se só temos afirmações consensuais, não teremos mais as expectativas da previsibilidade e controlabilidade. E encontrar diferentes afirmações nos levará a perguntar pelas condições, pelos contextos em que foram feitas (2002, pág. 152).”

Fonte: encurtador.com.br/pyDLR

É aqui que você deve se perguntar, em quais condições e em quais contextos cada personagem viveu? O que os levou a ver e construir as formas de amar da maneira como elas são apresentadas na série. Talvez aí você entenda e coconstrua junto com os personagens, ou talvez não. Pode ser que de acordo com a sua experiência de vida, nem mesmo esse texto inteiro faça o menor sentido para você. Porque é realmente disso que se trata, da complexidade, da instabilidade e da intersubjetividade do ser humano, do ser ‘VOCÊ’!

REFERÊNCIA:
VASCONCELLOS, Maria José Esteves de. Pensamento Sistêmico: O Novo Paradigma da Ciência. Campinas: Papirus, 2002. 272 p.

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Quem é você nas redes sociais?

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Quem é você nas redes sociais?

Você é igual a mim, do tipo “amorosa” que dá AMEI para quase as postagens que gosta? Ou você é do estilo “espião desiludido” que visualiza a postagem de todo mundo, mas não curte nada de ninguém?

Eu preciso escrever sobre isso…

Eu acho fantástico o mundo das redes sociais, sobretudo, o Facebook, rede que mais uso, por isso acho que está na hora de nos classificarmos de acordo com alguns comportamentos “comuns” nessas relações virtuais. Afinal, QUEM É VOCÊ?

Você é do tipo “BONZINHO E SOLIDÁRIO” que basta visualizar uma postagem, sem nenhuma curtida, que você curte logo só para que a pessoa não fique no “vácuo”?

Você é do tipo “SOCIALISTA”, pois ao ver uma postagem com muuuuitas curtidas, você julga que ” já está de bom tamanho”. Então, você não curte para balizar o ego de quem postou. Afinal, curtidas precisam ser distribuídas de forma igualitária. Então, #distribuiçãoigualitáriadecurtidaseuapoio

Fonte: https://bit.ly/2VeInxl

Você é do tipo “CUIDADOSO MAS ESQUECIDO” que visualiza a postagem, do aniversário de um amigo por exemplo, e pensa ‘Ah! Não vou só curtir… Tenho que escrever algo… Tenho que escrever com calma depois….” E, quando você percebe, já se passaram 5 meses e todos os seus amigos parabenizaram, menos você?

Você é do tipo “INDECISO” que visualiza uma postagem e fica em dúvida se manifesta “curte” “amei” “uau” “risos”? E fica assim por minutos….Ou então, você “curte”, depois troca para “amei”, depois troca para “uau”…depois, para “risos’?

Você é do tipo “CURTO E NÃO TÔ NEM VENDO” porque você, literalmente, não vê e nem lê a postagem de ninguém e , simplesmente , sai curtindo tuuudo adoidado?

Você é do tipo “MONOSSILÁBICO OU LETRINHA” que só comenta expressões do tipo “Fato!” “Verdade” “Lacrou”… ou “KKKKKK” “RSRSRSS”?

Você é do tipo “REDAÇÃO NOTA 10 DO ENEM” pois cada comentário seu é quase um livro? (eu me identifico rs)

Você é do tipo “PRUDENTE” que visualiza a postagem e “mooorre de vontade de manifestar um “AMEI COM LETRAS GARRAFAIS” mas se controla porque “O que as outras pessoas vão pensar desse “AMEI”? E a pessoa da postagem, então? Por isso, melhor só CURTIR, “Não sou Fácil” ha ha ha

Você é do tipo “MAGOADO” pois se você comentar na postagem de alguém e essa pessoa só curtir, você magoa e nunca mais comenta em nenhuma postagem dela? Afinal, você dedicou horas escrevendo um comentário para receber uma simples “curtida”? Pior se comentar e a pessoa te ignorar… Vai para a geladeira… Você para de seguir, na hora…

Fonte: https://bit.ly/2Er7gAw

Você é do tipo “GRAMÁTICA ONLINE” que fica corrigindo os “desvios ortográficos, de pontuação e concordância” dos comentários?

Você é do tipo “DETETIVE” que curte e comenta, depois vai ver quem curtiu também e ler todos os comentários?

E há outros tantos que eu escreveria sobre eles até amanhã de manhã rs

Só não seja estilo “haters”, com letra minúscula mesmo. Não dissemine ódio e mentiras nas redes sociais.

Mais curtidas e mais amor, por favor!

Sempre!

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O amor é fruto de uma construção histórica e social

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Este amor tem como normas o amor romântico, monogâmico, patriarcal e heteronormativo.

Sabe-se que a sociedade muda de acordo com as necessidades vigentes. Houve mudanças na forma de se trabalhar, na forma de se vestir, na forma de se comunicar, assim como na forma de se relacionar. Se antes somente a monogamia era um possiblidade de amar, atualmente o arranjo poliamoroso vem sendo desenvolvido e discutido na atualidade. Tal arranjo ainda não é assegurado em lei, mas há exceções, visto que na Constituição da República de 1988, é dado ao homem o direito de ser pluralista, de modo político e afetivo. No entanto tal prática não é habitual, já que o relacionamento amoroso contemporâneo se baseia no amor romântico e monogâmico.

Como no Brasil 86,8%[1] da população é adepta do cristianismo e o relacionamento cristão ideal é o monogâmico, os adeptos ao poliamor ainda sofrem um descaso, que é refletido em leis, já que o casamento civil e religioso poliamoroso ainda não é assegurada na lei, o que torna estas relações familiares invisíveis. No momento, a monogamia é vista como regra, tem-se como responsável principal, o conservadorismo, por fazer com que essa regra seja tão presente.

Fonte:encurtador.com.br/wzHJ3

O amor é fruto de uma construção histórica e social, tendo como normas o amor romântico, monogâmico, patriarcal e heteronormativo. Na Idade Média, o amor cortês foi a primeira manifestação de amor. No Renascimento, a vigilância moral foi fortalecida, tendo o casamento como negociação, se tornando popular o casamento religioso. Na Idade Moderna, houve uma separação entre amor e paixão.  Com o iluminismo, a razão era foco, sendo o amor visto como ridículo. Hoje o amor romântico ainda é prioridade das massas, de acordo com a maioria dos arranjos atuais, mas novas necessidades estão presentes. (DEL PRIORE, 2006; LINS, 2012). O romantismo defende a liberdade de escolha do cônjuge, tendo como ideia que o casamento deve ser baseado no amor, mas ainda é visto como utópico, isto porque ainda é baseado na relação patriarcal e burguesa.

Em 1960 houve uma revolução sexual contra a repressão, a favor da liberdade sexual e, em 1980, a homossexualidade deixou de ser considerada como “desvio” no DSM-III (DEL PRIORE, 2006; TONIETTE, 2005). Tal revolução permitiu alguns questionamentos sobre as normas de amor. O casamento passou a não ser determinante como uma decisão eterna e o divórcio deixou de ser visto como tragédia, passando a ser, em muitos casos, a salvação de alguns indivíduos. A ampla legalização do divórcio resultou em algumas modificações de papeis de gênero. A mulher passou a ser inserida no mercado de trabalho e o advento da pílula anticoncepcional, proporcionou uma maior liberdade sexual para o gênero feminino, adquirindo autonomia sobre seus corpos, tendo escolha de reproduzir ou de ser ativa sexualmente com o único intuito de dar e receber prazer. Diante de tal cenário, a família monogâmica passou a não ser mais vista como o único símbolo de felicidade amorosa.

Fonte: encurtador.com.br/fNZ27

Cada ser humano é fruto das experiências vividas no meio ambiente em que está inserido. Cada núcleo familiar é carregado de genéticas, crenças e visões de mundo transgeracionais. A partir da auto percepção, o sujeito subjetivo percebe as diferenças de si em relação aos demais. (PIAGET, 1975; YOUNG, 2008). Logo, cada forma de se relacionar é permeada por seres subjetivos, com interesses particulares, convencionais ou não à época em que vive.

Referências:

ARAUJO, Maria de Fátima. Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 22, n. 2, p. 70-77,  Junho  2002 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932002000200009&lng=en&nrm=iso>.Acesso em: 04  Nov 2018.  http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932002000200009.

SOUZA, Thuany Barbosa de. Amor Romântico. 2007. 36 f. TCC (Graduação) – Curso de Comunicação Social, Centro Universitário de Brasilía, Brasília, 2007. Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1833/2/20366245.pdf>. Acesso em: 20 Out. 2018.

LINS, Regina Navarro. Novas Formas de Amar – Nada vai ser como antes, grandes transformações nos relacionamentos amorosos. 2017: Ed. Planeta do Brasil.

[1] Dados retirados da matéria ´O IBGE e a religião – Cristãos são 86,8% do Brasil; católicos caem para 64,6%; evangélicos já são 22,2%“. Acessado em < https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/o-ibge-e-a-religiao-cristaos-sao-86-8-do-brasil-catolicos-caem-para-64-6-evangelicos-ja-sao-22-2/ > no dia 17/11/2018.

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Se não for para ficar, já pode ir…

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Eu quero que você saiba que estou cabendo muito em mim e que não há espaço que te caiba aqui.
A propósito você me disse para não deixar ninguém me dizer que eu sou menos do que eu sou. E sem perceber você foi o(a) primeiro(a) a fazer isso, fez aos poucos, diminuindo dia após dia.
Eu quero que você saiba que foi muito bom ter você aqui, mas se for para me fazer minúscula(o), eu desejo que você se vá!
Eu não preciso do seu menosprezo!
Se quer ficar, então se preencha, não espere que eu faça isso, eu não posso fazer mais por você e menos por mim.
Não me diga que eu sou a parte que te falta, é injusto isso!
Não queira que eu acredite nas suas palavras sem profundidade.
Perdi meu tempo acreditando nisso enquanto suas atitudes egoístas me falavam ao contrário.
Não adianta procurar sua parte aqui e ficar indo e voltando. Primeiro porque ela não está aqui e segundo porque não sou pedaços de ninguém.
Se não for para ficar, já pode ir.
Amores rasos não combinam comigo!

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Agora eu quero ir

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Guarde se puder na lembrança o que fui de bom
Guarde nossos momentos de alegria e emoção
De todos os finais de semana que nos empanturramos de comidas e gargalhadas gostosas
Mas não esqueça que suas promessas não existiam naquelas horas
Lembre-se das milésimas vezes em que me falou mal de seus relacionamentos passados
E de quantas vezes me tornava o teu porto seguro
Das vezes em que me fez sentir-me culpada
Das coisas absurdas que eu discordava
Não esqueça das conversas secretas no celular
Dos seus planos em que eu não estive
Dos meus planos que você estragava
De tudo que me afetava
Daquelas pessoas que você falava que me amava
Essas mesmas que você dispôs a dizer que eu te sufocava
Não esqueça das vergonhas que me fez passar
Das pessoas em que senti ódio por você
Lembre-se de todas as vezes que eu te protegi
Por acreditar que foi sem querer
Só porque você se escondia nessa face de pessoa maravilhosa que é
Lembre-se do quão maravilhoso és para os teus amigos
Das desculpas descabidas que inventas para eles
Sabe aquelas vezes em que fiquei doente e você nem olhava na minha cara
Essas não esqueça de lembrar também
Lembre-se das vezes que encontrava pessoas conhecidas
Aquelas que você cumprimentava enquanto eu do seu lado nunca fui apresentada
Lembre-se das suas premeditações de quando eu não estava por perto
E de todo o respeito que me prometia e não me dava
Lembre-se das vezes em que me olhou com indiferença
Que fingiu que eu não existia
Lembre-se amor de todas as mentiras
Até aquelas que você achava que eu não sabia
Lembre-se das vezes em que você foi conservador
Mas ocultava seu lado insano por trás das telas tecnológicas
Lembre-se das vezes que chorei
Que fiquei acordada
Que eu sufoquei
Que descontei tudo o que eu sentia em mim mesmo
Enquanto você me debochava
Lembre-se das vezes que você me dizia sempre
Dessa vez eu vou mudar
Lembre-se das vezes que eu quis ir embora
Mas resolvi ficar e doeu
Tudo isso para dizer que sinto muito, mas preciso ir embora
Não posso mais ficar…

Lutei para que pudéssemos ir a fundo
Mas no raso você preferiu estar
Não vou viver na sua sombra
Vou embora para minha companhia eu encontrar
Meu amor isso me dói e você nem sabe o quanto
Mas de amor unilateral não se vive
Prefiro então dedicar todo esse amor a quem realmente precise
E por agora
A uma pessoa que só precisa olhar com mais detalhe
Alguém que acreditou que muitas vezes não poderia voar para bem longe
Teve medo e dor
E depois de olhar bem fundo para ela
Eu descobri que esse amor precisava caber em algum lugar
Então resolvi olhar para mim
E renascer desse amor que transbordava para você
Dessa vez transbordando em mim

Beijos, agora eu quero ir.

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O significado do “eu te amo” para Violet Evergarden

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Você sabe o significado da frase eu te amo? Quando alguém diz eu te amo, isso significa que ela realmente ama essa pessoa? E quando uma pessoa diz eu te amo para alguém e esse ser humano não sabe o que significa essas palavras? Essas e outras perguntas, relacionadas ao amor,  já foram questionadas por muitas pessoas e. A busca por essas respostas faz parte da aventura de Violet Evergarden.

Violet Evergarden é um anime que se passa em período de pós-guerra, no Brasil ele é transmitido pela Netflix e utiliza-se de muitos elementos orientais e ocidentais para compor suas narrativas. A história do anime se inicia quando Violet desperta em um hospital depois de uma grande batalha. Contudo, a história da protagonista se inicia alguns episódios adiante, quando o irmão mais velho de seu mentor Capitão Boungainvillea, a encontra e diz que ela pode ser usada como uma “arma de guerra”.

Em contrapartida seu mentor Major Gilbert não aceita sua condição de serva, nem muito menos sua utilização na guerra. Com gentileza e ternura Gilbert cuida de Violet, iniciando o primeiro vínculo com a menina. Não conseguindo evitar que ela vá para a guerra, pois todos insistem que a criança só serve para matar, o Major decide levar a garota com ele para ser supervisionada. Nesse momento há uma consciência moral em Gilbert, sendo esta consciência moral absolutamente presente no ser humano e responsável pela frequente mudança de comportamentos (LIMA et al, 2013). Toda sua família é integrada por normas e regras militares, sendo assim, vencer a guerra é o maior objetivo da época, inclusive para as forças armadas, contudo ele não acha certo utilizar-se de crianças para fins bélicos, decidindo então acolher a menina da melhor forma possível.

Resultado de imagem para Violet Evergarden na guerra
Fonte: goo.gl/jFjsdU

O que ele não esperava era que Violet superasse as expectativas de todos no campo de batalha, ela lutava sem demonstrar sentimentos, fazia o que mandavam e obedecia a cada ordem cegamente. Embora, isso fosse útil no combate, Gilbert conseguia ver algo além do obvio, ele via grandeza, compaixão e até amor na menina, conseguindo posteriormente moldar e ensinar novos comportamentos a Violet. Ela não tinha nome, identidade, família, só a “utilidade”  de ser uma máquina de matar. O Major conseguia ver além dos rótulos impostos pela sociedade, ele lhe deu um nome, ensinou ela a ler, escrever e demonstrava seus sentimentos com ela.

Apesar de fazer progresso, ele queria mais em relação a ela, queria lhe expressar seus sentimentos e queria que ela pudesse perceber os dela própria. Eis que ela começa a sentir algo no mundo, ela vê um broche e fica intrigada com ele, a dona da loja diz que é bonito e ela diz que não sabe o que significa isso. Ele decide comprar o broche para ela e questiona “tem certeza que não quer comprar algo da cor dos seus olhos?”, ela diz “gostei desse, era o mais lindo de todos, eu não conhecia a palavra, por isso não disse antes, mais desde que te conheci sempre achei seus olhos lindos”.

Algumas horas depois a sua última batalha começa, é nela que sua busca pelo amor inicia. O conflito se intensifica, mais eles conseguem avançar e derrotar quase todos os inimigos, quando de repente Major Gilbert leva um tiro e Violet se sente frágil e sem utilidade. O Major diz para ela ir embora e o deixar para trás. Essa cena  choca com muita tristeza e terror. A menina não desiste de seu Mestre e o carrega mesmo ferida, alguém atira nela pelas costas e ela perde um braço, mesmo assim não se importa em avançar. Quando alguém lança uma bomba, ela perde o outro braço e diz que não vai deixa-lo morrer. Ele não tem mais forças e sabe que vai morrer e diz “você tem que viver, seja livre, do fundo coração eu te amo”.

 

Imagem relacionada
Fonte: goo.gl/S3DVew “Eu não entendo, Major!”

O resto da história relata suas aventuras na busca pelo significa dessa frase. Violet depois da guerra, decide ser uma Autômata de Auto memória (espécie de mensageira, que escreve cartas para as pessoas, demonstrando seus sentimentos). Irônico sua escolha, pois uma pessoa que não entende de sentimentos tenta entender seus próprios, e ajudar os outros a transcrever isso (parece o povo de psicologia, quando quer se auto entender). Decidida a usar suas habilidades manuais de outra forma que não seja para matar, deixando o campo de batalha ao término da guerra para começar uma nova vida em um Correio de Serviço Postal, ela persiste em sua jornada para conhecer e entender as várias formas de amar e ser amada. Ela enfrenta muitas dificuldades em seu caminho, o preconceito por antes ser uma “máquina de combate” (principalmente pelo Capitão Boungainvillea) e a dificuldade em entender o que as pessoas querem dizer e o que elas sentem.

Todavia, ela encontra em seu trabalho como Autômata muitos desafios a serem transcritos. Como uma princesa que estava compromissada a um príncipe e necessitava de alguém para escrever suas cartas de amor. Contudo, essas cartas eram expostas na mídia querendo dar “amor e esperança” para as pessoas depois da guerra. Nessa empreitada Violet quer mostrar os verdadeiros sentimentos da princesa, não apenas o que as pessoas esperavam encontrar nessa história de amor; Um dramaturgo criativo que perdeu a filha, sua razão de vida e maior inspiração. Violet lhe dá outra vez inspiração, não apenas porque lhe lembrava de sua filha, mais porque ela lhe ensinou grandes lições de vida; A mãe doente e solitária que tinha apenas uma filha. Ela sabia que iria morrer logo e não queria deixar a filha desamparada de alguma forma.

Mesmo após começar a entender várias manifestações e entender os sentimentos das pessoas, em especial sobre o amor. Violet sentia um vazio, por não entender aquele “eu te amo” de Gilbert. Ela começa a entrar em crise de identidade, se questiona se serve para ser Autômata e sua utilidade no mundo. Suas amigas escrevem uma carta para ela relatando seus sentimentos, sobre sua importância nesse trabalho e o quanto presavam pela amizade dela.

Fonte: goo.gl/wGF7Yx

Em um mundo em que as cartas falam mais que as palavras da boca, pode parecer bobagem, mas esse anime fala não apenas de amor, mais de carinho, novas perspectivas, superação, e de como a vida pode ser relatada pela ótica de mulheres com histórias de superação e vontade de transcrever os sentimentos dos outros. Violet não apenas entende o que é o amor no final, ela consegue ver o amor em muitas coisas da vida. E o que ela faz com isso? Passa ele adiante com um gesto simples de entender os sentimentos dos outros e transcrever para as pessoas queridas. Ela consegue ver propósito nas palavras, na história de vida das pessoas, ressignifica seus saberes atropelados por uma guerra triste e desumana. Quem antes era apenas uma ferramenta de combate, torna-se uma menina resiliente, um novo instrumento para propagar amor e felicidade em um mundo destruído pela ganância do homem.

Violet Evergarden diz : “Foi a primeira carta que recebi na vida, e isso me ajudou a perceber, como é especial receber uma carta”. Assim ela usa essa nova descoberta como um reforço positivo para continuar seu novo propósito.  percebendo que assim como o Major Gilbert, ela também pode multiplicar o amor.

REFERÊNCIA:

LIMA, M. C. V. et al. Amor Romântico: a essência da procura do ser amado. Disponível em: https://psicologado.com.br/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/amor-romantico-a-essencia-da-procura-do-ser-amado. Acesso em: 12 de novembro de 2018.

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Sense8: a reconciliação com a ansiedade de separação

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“A única forma de alcançar o pleno conhecimento é o ato de amar, um ato que transcende o pensamento, que transcende as palavras. Ele é um mergulho ousado na experiência da união.”
Erich Fromm- A arte de amar.

Sense8 é uma série norte-americana original do serviço streaming Netflix, lançada em 2015 e produzida pelas irmãs Lilly e Lana Wachowski e  J. Michael Straczynski com duração de 2 temporadas com 12 episódios cada. O título da série faz uma alusão a palavra do inglês “sensate”, que é o principal aspecto que caracteriza a união de 8 pessoas completamente desconhecidas, que moram em diferentes lugares do mundo, e passam a sentir suas vidas profundamente conectadas.

Fonte: https://bit.ly/2BYNGuL

Will Gorski (EUA), Riley Blue (Irlanda), Capheus Onyongo “Van Damme” (Quênia),  Lito Rodriguez (México), Sun Bak (Coreia do Sul), Nomi Marks (EUA), Wolfgang Bogdanow (Alemanha) e Kala Dandekar (Índia) são os protagonistas da trama. Subitamente, todos têm a visão de uma mulher atirando contra a própria cabeça, e a partir de sua morte descobrem estar psiquicamente conectados, capazes de sentir os outros sensorial e emocionalmente, ver, tocar e se comunicar entre si, ainda que estejam em lugares distintos fisicamente. Angelica é a mulher que “deu a luz” ao grupo antes de se matar para fugir do vilão Wsipers (Sussurros).

Na série, indivíduos com essa capacidade de conexão são chamados de Sensates e estão sempre conectados em grupos de oito pessoas, chamados de Cluster. Agora o grupo precisa se unir para entender suas novas habilidades e também o porquê de estarem sendo ajudados por Jonas, integrante do cluster de Angelica, e caçados por Whispers, chefe de uma organização que mata sensates.

Aparições de Angelica para Capheus (Quênia) e Riley (Irlanda).

Uma (re)descoberta em grupo

Algo que não deixa dúvidas é a inovação implementada (com sucesso) pelos produtores da série. Ainda que atualmente seja menos empolgante falar de Sense8 depois de seu término, que se deu devido ao exorbitante orçamento resultante de gravações em pelo menos oito cidades ao redor do mundo, lembro que ao assistir os primeiros episódios em 2015 pensei que nada no mundo era parecido com o que tinha acabado de assistir, isso é uma qualidade extremamente valiosa que já citei em outro texto.

Os três aspectos que mais chamam a atenção inicialmente são (1) a relação de união entre os personagens, (2) como isso se manifesta sexualmente, e por fim, (3) o resultado da interação das diversidades humanas. À medida em que o grupo descobre o porquê de terem sido unidos, e os motivos de estarem sendo caçados pela BPO (organização a qual Whispers pertence), precisam usar a conjunção de todas as suas habilidades para fugir e se proteger.

Um policial, uma DJ, um motorista de van, uma lutadora de kickboxing, um ator, uma farmacêutica, um gangster e uma hacker; essas são as profissões de cada um dos sensates. Agora, imagine todas essas habilidades combinadas em uma pessoa só, de acordo com a necessidade do momento. Sem dúvida, é uma combinação poderosa. Mas além de apenas habilidades físicas, a união dos sensates transpassa suas histórias de vida, seus traumas, seus medos e suas repressões, culminando em um sentimento mútuo de apoio, afetividade e amor. Essa intensa relação resulta em cenas não incomuns de orgias entre os personagens.

Fonte: https://bit.ly/2zSxIAV

Essas orgias transcendem também os estados físicos, e passam a mesclar-se com estados metafísicos, pois, nem sempre os personagens estão juntos no mesmo local geográfico. As relações sexuais transcendentes que mesclam diferentes expressões de sexualidade e diversas práticas sexuais, como se pode imaginar, não são vistas como belas por todos os olhos. Sense8 definitivamente não é conservadora.  A série não só incomoda a visão de sexualidade ocidental conservadora, como a confronta. Cada episódio é um convite ao expectador a se abrir para as diferentes faces do amor e do sexo, para a natureza humana sem máscaras.

Amor como problema fundamental da existência humana

O psicanalista alemão Erich Fromm, postulou sobre as necessidades humanas de se conectar com outras pessoas para superar a ansiedade da condição humana (você pode ler mais sobre ele aqui).

“Erich Fromm defendeu que a união entre os seres humanos, pelo princípio do amor, é uma resposta potente para a questão elementar da humanidade, a ansiedade de separação e a solidão/angústia existencial. Neste sentido, o amor se torna uma necessidade psíquica básica do indivíduo, e deve ser trabalhado a partir dos mesmos pressupostos da arte, ou seja, tem que ser entendido, observado, treinado e executado, num movimento que engloba não apenas os sentimentos, mas também a razão (evitando assim as polaridades).” (SOUSA, 2018).

Para o psicanalista, a consciência que o ser humano adquire ao se perceber separado gradualmente da mãe e posteriormente da própria natureza, do seu curto período de vida, do seu nascimento e morte contra a própria vontade, da sua solidão e separação, de modo que uma existência apartada e desunida se tornaria uma prisão insuportável. Desse modo, a experiência de separação seria fonte de toda a ansiedade humana (FROMM, 2000).

Personagens no episódio Amor Vincit Omnia (O amor conquista tudo). Fonte: https://bit.ly/2PcsyVx

O ser humano tenta, portanto, encontrar saídas para superar a ansiedade de separação através de: transes auto-provocados, como o sexo e uso de drogas; com a busca de conformidade, ou seja, uma transfiguração do eu para pertencer à homogeneização social; com a atividade criativa, no qual o indivíduo criativo une-se ao seu material, que representa o mundo fora dele; e também a união simbiótica (representada inicialmente pela união gestacional mãe-bebê), na qual o indivíduo busca superar o estado de separação se tornando parte de outra pessoa, ou incorporando outra pessoa em si, através de uma conexão psicológica. Porém, todas essas tentativas de fusão com o mundo seriam imaturas e passageiras (FROMM, 2000).

Ao examinar a história dos sensates, não é difícil perceber a solidão que os cercava. A rejeição familiar e da sociedade ou o medo dela os impelia para buscas diversas de superar suas angústias, como uso de drogas (Wollfgang e Riley), tentativas de se encaixar nos padrões sociais aceitáveis (Sun, Lito e Kala), atividades de sublimação no trabalho (Nomi, Capheus, Lito e Will). Mas, a partir do momento em que o Cluster encontra um novo significado para suas existências e todos os integrantes passam por um processo de aceitação e preservação individual e mútua, em doação de si aos seus parceiros, acontece o que Fromm denomina de “amor amadurecido”.

“Em contraste com a união simbiótica, o amor amadurecido é união sob a condição de preservar a integridade própria, a própria individualidade. O amor é uma força ativa no homem; uma força que irrompe pelas paredes que separam o homem de seus semelhantes, que o une aos outros; o amor leva-o a superar o sentimento de isolamento e de separação, permitindo-lhe, porém, ser ele mesmo, reter sua integridade. No amor, ocorre o paradoxo de que dois seres sejam um e, contudo, permaneçam dois.” (FROMM, 2000, p. 23-24).

Então chegamos ao grande paradoxo de Sense8, que nesse caso, oito sejam um, e, contudo, permaneçam oito. A situação de sustentação mútua entre os integrantes do grupo, os fizeram superar inúmeros desafios pessoais, porém, tal amor, não lhes custou sua integridade, suas habilidades e paixões distintas só se fortaleceram.

Fonte: https://bit.ly/2E9PELx

O amor seria um movimento ativo e não passivo; um crescimento, ao invés de uma queda; seria, portanto um fluxo de dar e não de receber. Dar, não se caracteriza aqui, na perspectiva mercantilizada do sentido de perda, mas sim como expressão de potência, onde se põe a prova o próprio poder, é um marco de superabundância, e acima de tudo, uma expressão de vitalidade (FROMM, 2000).

As esferas do “dar” englobam o sexo, como uma expressão de doação do próprio corpo ao outro, porém a mais importante seria a esfera do que é especificamente humano. Dar da própria vida, de seus sentimentos, do que vive em si, seria a mais alta expressão de amor. Enriquece, desse modo, sua própria vitalidade e a vitalidade do outro, só enriquecimento, sem perdas (FROMM, 2000).

Fonte: https://bit.ly/2IFrzui

O que torna Sense8 diferente de outras séries, não é só a relação de união entre os personagens, tampouco apenas como isso se manifesta sexualmente, mas o resultado da interação das diversidades humanas, daquilo que é especificamente humano: alegrias, tristezas, conhecimento e compaixão. A mescla de humanidades fascina os expectadores com o maior anseio de nossa existência: ser amado.

REFERÊNCIAS:

FROMM, Erich. A arte de amar. Trad. de Eduardo Brandão. Martins Fontes: São Paulo, 2000.

SOUSA, S. L. Erich Fromm: só o amor salva o ser humano de sua angústia existencial. Portal (En)Cena: A Saúde Mental em Movimento: Palmas, 2018. Disponível em: <http://encenasaudemental.com/personagens/erich-fromm-so-o-amor-salva-o-ser-humano-de-sua-angustia-existencial/>. Acesso em: 04 de out. 2018.

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