Cirurgias plásticas passam a ser vistas como um procedimento de extrema importância

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O desejo de alcançar um corpo esteticamente aceitável pela sociedade faz que muitas pessoas procurem por meio de cirurgias plásticas o tão sonhado corpo perfeito. Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), houve um aumento de 25,21%, em 2018, na realização de cirurgias estéticas, aproximadamente quase 1, 5 milhão de pessoas. A comparação foi feita em relação aos dados de 2016, em que quase 850 mil pessoas se submeteram a procedimentos estéticos.

De acordo com a SBPC, a cirurgia para aumento de mama foi a mais procurada em um total de 18,5%, em segundo lugar a lipoaspiração com 16,1% e abdominoplastia com 15,9%. Ainda segundo a pesquisa feita em 2018, 62,2% das pessoas que buscam intervenções cirúrgicas são para fins profissionais no Instagram, e também no Facebook com um total de 58,4%. Os números são alarmantes, porque a maioria utiliza as redes sociais para alavancar os seguidores para fins financeiros. Situação preocupante, já que muitos jovens e adolescentes são influenciados com os conteúdos postados.

Volpi (2009) explica que são vários motivos que levam as pessoas a modificarem sua aparência. “Pode ser apenas modismo, outros modificam a imagem corporal para despertar a atenção, seduzir, como também valorizar o corpo enquanto objeto sexual”.  Uma percepção alarmante, já que o modismo aumenta a insatisfação corporal com o corpo, e o aumento de intervenções, que nem sempre são necessárias, somente para estar no padrão imposto por digitais influencers, na internet.

Fonte: Freepik

Com a mesma percepção, Rodriguez (1983) destaca que a cultura determina regras em relação ao corpo, “regras estas que os indivíduos tendem à custa de castigos e recompensas se adaptar até chegar o momento que estes padrões de comportamento são vistos como naturais.” Segundo Rodriguez, muitas pessoas se submetem a dietas rigorosas, praticam exercícios físicos, realizam operações cirúrgicas, por acreditar na existência de um corpo ideal.  Para ele, o corpo é alvo de obsessão da juventude, da moda (RODRIGUES, 1983).

Paiva (2010) afirma que a estética corporal nunca foi tão valorizada como é atualmente, e isto vem sendo reforçado pela mídia, em especial pela internet. Para ele, o “corpo ideal está se tornando um objeto de consumo, passível de modificações a todo custo através de adereços e cirurgias.” Ou seja, o mundo vivencia o fenômeno “do culto ao corpo”, em que as pessoas não medem esforços para alcançar o padrão desejável.  Posicionamento confirmada pela SBCP, com o aumento das cirurgias estéticas com o intuito de buscar a perfeição.

Nesse contexto é preciso alertar sobre os riscos relacionados as cirurgias e procedimentos estéticas.  Um caso amplamente divulgado pela mídia foi da digital influencer Liziane Gutierrez que teve o rosto deformado após fazer uma harmonização facial. Segundo a modelo em entrevista ao Correio Brasiliense, ela teve uma forte reação ao produto químico utilizado pelo médico, e precisou se submeter a uma cirurgia para retirada da substância usada em seu organismo. Os transtornos não terminaram, ela ainda passou por cyberbullying, que consiste no bullying virtual pela sua aparência física.

Fonte: Freepik

Sobre o assunto, Padilha (2002) aponta que na cultura da boa aparência, a beleza adquire conotação de aceitação de não rejeição em que não ser belo equivale a ser rejeitado. “É um conjunto de valores atribuídos a uma pessoa pelos outros, através da análise das características, qualidades e defeitos que uma pessoa apresenta”. (Padilha, 2002). Por conta dessa ideia difundida que muitas pessoas correm para as mesas cirúrgicas, colocando a vida em risco.

O ser humano é muito mais que um corpo definido, é preciso parar para refletir sobre os riscos físicos e emocionais que uma cirurgia estética pode trazer. Caso, a pessoa tenha dificuldade de autoaceitação e baixa autoestima, ela precisa de uma ajuda profissional que irá ajudar resolver os conflitos internos, bem como ajudar a trilhar um caminho do amor-próprio. A questão não é ser contra cirurgia, mas sim optar por um equilíbrio, para evitar os excessos cirúrgicos, que escondem problemas de ordem emocional.

REFERÊNCIAS

Jornal, Correio Brasiliense. Liziane Gutierrez: antes e depois da modelo impressionam (2021). Disponível em <https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e >. Acesso: 11, de nov, de 2021.

PAIVA, T. F. F.. A Ditadura da Beleza e SuasImplicações na Subjetividade. 2010. 97 f. Monografia (Graduação em Psicologia) – Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre, 2010.

PADILHA, Ênio. Marketing pessoal e Imagem pública. 2.ed. Balneário Camboriú: Palloti, 2002

 Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Censo 2018. Disponível em <http://www2.cirurgiaplastica.org.br/wp-content/uploads/2019/08/Apresentac%CC%A7a%CC%83o-Censo-2018_V3.pdf> Acesso: 11, de nov, de 2021.

RODRIGUES, José Carlos. Tabu do corpo. 3. ed. Rio de Janeiro: Achiamé, 1983

VOLPI, José Henrique. Body modification: uma leitura caracterológica da identidade inscrita no corpo. Curitiba: Centro Reichiano, 2009.

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Inacreditável: a violência psicológica mascarada pelo medo

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A minissérie americana de drama intitulada- Inacreditável (Unbelievable) de 2019, conta uma história em volta de três mulheres: duas investigadoras e uma jovem de 18 anos que se chama Marie. Ela cresceu em vários lares adotivos e por ser muito introvertida, não tem muitos amigos. Esta minissérie é baseada em fatos reais e na reportagem de 2015 “Uma inacreditável história de estupro”.

A vida de Marie muda completamente quando ela passa por uma situação de violência, pois um homem invade seu apartamento e a estupra.  Ela foi submetida a passar por constrangimentos e foi fotografada durante o ataque.

Marie resolve dar queixa da violência sofrida, mas não foram recolhidas provas da agressão e durante o interrogatório Marie começa a apresentar algumas falas inconstantes que fazem com que os investigadores comecem a desconfiar se ela estava mesmo dizendo a verdade. Essa dúvida não parte apenas dos policiais, mas também dos seus pais adotivos que suspeitam do discurso. Pois, segundo eles, ela estava apresentando poucas reações emocionais diante do fato que ela disse ter ocorrido e que poderia estar apenas chamando a atenção, já que Marie sempre foi considerada “problemática”.

Devido aos comentários das pessoas, à enorme pressão, sofrimento e medo que começou a vivenciar, Marie decide assumir que mentiu aos investigadores e que tudo foi apenas invenção da sua mente ou que poderia ter sido um sonho. Estes fatos remetem que a violência psicológica pode ser conceituada como a forma mais pessoal de agressão contra a mulher, através da qual as palavras provocam sofrimento, pressão, poder para ferir, fragilizar e impactar a autoestima da mulher (SIQUEIRA, ROCHA, 2019).

Fonte: encurtador.com.br/iDIP4

Siqueira e Rocha, (2019) mencionam que as causas deste tipo de violência podem ser ocasionadas por ciúmes, influência cultural, bebidas alcoólicas, políticas públicas, visão conservadora, histórico de violência familiar do agressor e interrupção do apoio da família.

Em Inacreditável, Marie não conseguiu apoio de seus pais adotivos que a pressionaram para contar o que realmente aconteceu, sempre remetendo ao seu comportamento do passado, o que a fazia se sentir culpada e até mesmo duvidar se ela mesma não teria inventado toda a história. Fonseca e Lucas (2006) afirmam que quando a mulher não consegue apoio dos seus familiares e tem a dinâmica familiar interrompida, ela entra em um estado de vulnerabilidade maior, pois se sente sozinha, contribuindo para que o agressor continue com os episódios de violência. E neste caso da minissérie os próprios pensamentos, sentimentos e lembranças da agressão sexual vivida se tornaram o motivo que a deixou muito vulnerável e mais retraída.

Enquanto os investigadores decidem arquivar o caso, já que Marie confessou que havia mentido, em Colorado outra investigadora chamada Karen Duvall investiga outro estupro e decide unir forças com Grace Rasmussen do Departamento de Polícia de Westminster ao descobrir que as duas estavam com um caso de estuprador em série em mãos, pois vários casos de estupro com as mesmas características do caso de Marie foram denunciados.

Fonte: encurtador.com.br/ctCKV

Em cada um dos casos, as vítimas foram submetidas a constrangimentos e também foram fotografadas. Ao finalizar a agressão, o criminoso conseguiu não deixar pistas para que fossem recolhidas provas do crime. Marie continuou sofrendo as consequências da agressão por três anos, e foi taxada de mentirosa pela sua família e amigos. Ela tentou seguir sua vida. As autoras Siqueira e Rocha (2019) citam que a mulher em situação de violência sofre consequências como o esgotamento emocional, se sente cansada, perde o interesse em cuidar de si mesma, isola-se e sofre perdas significativas na qualidade de vida. A minissérie retrata todas estas consequências na vida de Marie, onde ela se encontra completamente sozinha, amedrontada, e sem esperança de conquistar algo melhor na vida.

Em 2011, após reunirem pistas e provas, as investigadoras Grace e Karen conseguem prender Chris McCarthy, um ex-militar que estuprava mulheres que moravam sozinhas e na sua casa escondia provas das violências cometidas, inclusive fotos que comprovavam as agressões. Durante a análise das fotos, as investigadoras conseguiram encontrar a foto de Marie e dessa forma conseguiram reabrir o caso dela, que posteriormente foi inocentada da acusação de falso testemunho.

A minissérie finaliza com Marie agradecendo as investigadoras por terem contribuído para que voltasse a se sentir segura, mesmo que não tenha tido nenhum contato com as duas. 

Esta história nos faz pensar em quantos casos acontecem em que as vítimas permanecem caladas por causa do medo e do sofrimento e tem que seguir a vida tentando esquecer. Em muitos casos o agressor é uma pessoa próxima, como pai, irmão, cunhado, tio, mãe, cônjuge ou um amigo.

Fonte: encurtador.com.br/mCEKZ

Recentemente foi sancionada a Lei 14.188 que inclui ao Código Penal Brasileiro o crime de violência psicológica contra a Mulher.

A Lei 14.188/21, inseriu o artigo 147-B no Código Penal:

Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação. (BRASIL, 2021, Art. 147-B)

A pena para este crime é de seis meses a dois anos e também tem uma multa. A violência psicológica contra a mulher tem crescido muito e esta lei surge como uma forma de proteger e trazer mais segurança para as mulheres. Mesmo com a lei em vigor, os danos à saúde mental das vítimas são muitos e faz-se necessário um acompanhamento psicológico e intervenções com as redes de apoio das vítimas que também sofrem com efeitos da agressão (SIQUEIRA, ROCHA, 2019).

Esta minissérie nos mostra como a violência contra a mulher está inserida culturalmente. Marie não teve o apoio de sua própria família pois por ela ter tido comportamentos “problemáticos”, não acreditaram no que ela disse. A história nos leva a refletir que muitas pessoas que passam por situação de violência sexual tem seu sofrimento intensificado quando não conseguem a confiança e credibilidade da família, cônjuge e amigos. Marie passou por momentos de tristeza e culpa por ter que ouvir as pessoas de sua rede de apoio não acreditarem no seu relato.

Ressalto que a culpa pela violência cometida não é da mulher e que existem redes de apoio para acolhimento de mulheres que estão nesta situação e que elas têm direito a assistência em saúde e que nos casos de violência sexual há medidas específicas para evitar gravidez indesejada e ISTs. As redes de apoio que mulheres em situação de violência podem procurar são o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, através do número telefônico 180 e nas situações em que há agressão física, são resguardadas pela Lei Maria da Penha. A lei assegura que qualquer mulher, independente da classe, raça, etnia, orientação sexual, religião, cultura, devem ter direito, oportunidades e facilidades de viver sem violência familiar e doméstica e também o direito de preservar sua saúde física, mental, moral, intelectual e social. (BRASIL, 2006).

Faz-se necessário que os profissionais de saúde, assistência social e segurança pública sejam treinados para realizar um atendimento mais humanizado a fim de garantir acolhimento, direitos civis e a dignidade das mulheres.

FICHA TÉCNICA

Título: Inacreditável (Unbelievable)

Ano: 2019

Gênero: Drama/Crime

Emissora: Netflix

1 temporada

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (2021). Lei nº 14.188, de 28 de julho de 2021. Define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como uma das medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher previstas na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), e no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), em todo o território nacional; e altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para modificar a modalidade da pena da lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e para criar o tipo penal de violência psicológica contra a mulher.. Lex. Diário Oficial da União, 28 jul. 2021. Disponível em: https://legis.senado.leg.br/norma/3462817. Acesso em: 04 set. 2021

BRASIL. Constituição (2006). Lei nº 11.340/2006, de 07 de agosto de 2006. Lex. Diário Oficial da União, 07 ago. 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em: 04 set. 2021.

DA FONSECA, P. M.; LUCAS, T. N. S. Violência doméstica contra a mulher e suas consequências psicológicas. Disponível em: http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/152.pdf. Acesso em 01 set. 2021

SIQUEIRA, C A; ROCHA, E S S. Violência psicológica contra a mulher: Uma  análise  bibliográfica  sobre causa e consequência desse fenômeno. Disponível em: https://arqcientificosimmes.emnuvens.com.br/abi/article/view/107/63. Acesso em 01 set. 2021

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Diferenciação entre pessoas de “mente aberta” e as de “mente fechadas”

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Vivemos em um mundo em constante evolução, com a pandemia o uso e crescimento das tecnologias da informação ganharam força. Com isso, é nítido a necessidade de evoluirmos em relação a esse progresso ao qual o mundo passa. É normal sentirmos estranheza e desconforto em algumas circunstâncias que envolvem mudanças, fazendo-se necessário o ajustamento da forma em que pensamos a respeito das situações que estamos vivenciando, no caso de já termos uma opinião formada previamente onde possivelmente existe influências externas, poderá ser uma causa para que o processo de mudança ou flexibilidade de pensamento seja mais difícil de ocorrer.

De acordo com Marques (2021), para fazermos parte desse processo de evolução ao qual o mundo passa é necessário termos a mente aberta, pois isso poderá nos levar a níveis cada vez mais elevados, em todos os aspectos de nossas vidas. Mesmo sabendo disso, existe pessoas que possuem dificuldades em aceitar mudanças “São indivíduos considerados inflexíveis de mente fechada, que se sentem bem mal só de ver algo se transformando em sua rotina” (MARQUES, 2021).

Fonte: encurtador.com.br/qCK47

Com isso convido você a conhecer algumas entre as tantas características desses dois perfis de pessoas, as de mente aberta e as de mente fechada. Entre as peculiaridades existentes podemos encontrar:

  • Autoestima; as pessoas de mente fechada tendem a ser inseguras, demonstrando comportamentos próximos aos de autoritarismo, em busca de aceitação, sendo o oposto das pessoas que possuem mente aberta, tendo uma autoestima elevada, disposta à evolução e a um continuo aprendizado.
  • Falar e Ouvir; as de mente aberta dão preferencia para ouvir, são atenciosas e possuem uma observação aguçada, conseguido gerar uma maior conexão com as pessoas que estão ao seu redor; as pessoas de mente fechada, forçam as relações a ponto de serem importunas em um dialogo, querem a qualquer custo ser o centro das atenções e interrompem os demais que também estão conversando.
  • Humildade; é uma característica de fácil identificação, comumente as pessoas de mente fechada costumam procurar ter uma falsa fachada de que possui humildade. “Geralmente, quando vão emitir uma opinião, elas costumam começar a frase da seguinte maneira: “Posso estar errado, mas…” e logo dizem o que pensam.” (MARQUES, 2021). Sendo uma opinião considerada desnecessária por ser contraditória. Em contrapartida, as pessoas de mente aberta preferem se colocar no lugar de aprendizes, preferindo calar-se possibilitando uma oportunidade para quem realmente poderá favorecer.
  • Compreensão e entendimento, quem possui mente aberta não vive em busca de obrigar as pessoas a aprovarem sua forma de pensar, são compreensíveis, abertas ao diálogo, promovem respeito e discussão saudável. Referindo-se a pessoas de mente fechada, trata-se de alguém que se esforça para que todos que estão em torno de si o entenda, chegando a ser insistente e repetitivo a fim de convencer a outra pessoa para que concorde com o que está sendo dito.
  • Afirmar e Perguntar, são características que indicam que quem tem a mente fechada vivem fazendo fortes declarações sobre qualquer que seja o assunto, mesmo que não tenha propriedade no que está comunicando. “Trata-se de indivíduos que adoram opinar, porém não têm a menor paciência para ouvir a opinião dos outros.” (MARQUES, 2021). Já quem possui mente aberta, só opinam sobre algo quando verdadeiramente conhecem, pois primam pelo aprendizado com o outro.
  • Ideias desafiadas, as pessoas de mentes abertas, aceitam sem nenhum problema as ideias que as diferem de sua forma de pensar, diferente das de mente fechada que não concordam em ter suas ideias afrontadas. Pelo contrário, o que elas querem, na verdade, é que todos concordem com o que elas sugerem, sem questioná-las.

Dessa forma, “A mente é, hoje, até fácil de descrever em seus aspectos mais gerais, mas a função mental em cada circunstância específica de nossas vidas continua sendo um mistério” (IZQUIERDO, 2004, p. 07). Faz-se necessário que estejamos sempre atentos a que tipo de mentalidade que desenvolvemos: mentes limitadas ou mentes dispostas a expandir.

É necessários nos desafiarmos, a fim de que tenhamos mais proatividade e consciência de si mesmo, obtendo crescimento pessoal e profissional; para nos adaptarmos melhor com quem estar a nossa volta, tornando importante reconhecer se o outro possui uma mentalidade aberta ou fechada para um melhor relacionamento.

Referências

IZQUIERDO, Iván. A mente humana. Centro de Memória do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS, 3 de Out. de 2004. Porto Alegre (RS), Brasil. Disponível em: <https://www.ufmg.br/online/arquivos/IZQUIERDO.pdf >Acesso em: 17, Jul. de 2021.

MARQUES, José Roberto. Quais as principais diferenças entre pessoas de mente aberta e mente fechada?. Instituto brasileiro de coaching. 17 de Fev. de 2021. Disponível em: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/mudanca-de-vida/quais-as-principais-diferencas-entre-pessoas-de-mente-aberta-e-mente-fechada/>. Acesso em: 17, Jul. de 2021.

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Autoestima da mulher: como fica o autocuidado de quem cuida

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A autoestima está ligada ao valor que uma pessoa dá a si mesmo, aos seus sentimentos, em diferentes situações e eventos da vida (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013). Enquanto, de acordo com Bub (et al, 2006), o autocuidado é a atitude de cuidar de si mesmo, ligado ao ato de se preocupar ou ocupar-se com seu próprio cuidado com a finalidade de obter uma melhor qualidade de vida. Porém, ao se pensar que a autoestima e o autocuidado são tarefas fáceis de se pôr em prática, verificamos o contexto das mães.

A mulher nos dias atuais, busca cada vez mais exercer seu papel social no contexto em que está inserida e a repartição das tarefas domésticas que por muito tempo foram consideradas como de sua responsabilidade. Apesar disso, ainda se encontra como principal responsável pelo cuidado e zelo da casa e dos filhos. O cuidado, acaba por se encontrar no dia a dia da mulher sempre ligado ao cuidar do outro, dos filhos, do marido, dos pais e das pessoas ao seu redor.

O autocuidado da figura feminina quando ocorre, é caracterizado pela influência das mídias sociais e a crença de que o cuidado da mulher consigo mesmo deve sempre estar voltado a questões estéticas, reforçando a objetificação do corpo da mulher como sendo produto a ser conquistado pelos homens (CHAVES, 2015). O foco da mulher no cuidado do próximo, e a culpa por sentir que não está fazendo o suficiente pelos outros ou por si própria pode reverberar em impactos em sua autoestima.

Fonte: encurtador.com.br/ahsw4

Durante uma roda de conversa intitulada “Autoestima: autocuidado e autoconhecimento” realizada por acadêmicas de Psicologia do Ceulp Ulbra via online com mulheres, o autocuidado foi conceituado pelas participantes ao ato de deliberar tempo para cuidar de si, fazer algo que lhe dê prazer e ter zelo consigo mesmo, cuidando do físico, emocional e espiritual. O que pode reverberar na autoestima e no autoconhecimento de cada pessoa. Porém, foram percebidas as crenças de autocuidado apenas ligadas ao cuidado com o corpo.

Em um pesquisa aplicada também por acadêmicas do curso de Psicologia do Ceulp Ulbra com 200 mulheres sobre os pontos que as afetam durante o processo da pandemia da COVID-19, foi constatado que grande parte das mulheres se sente sobrecarregada com as tarefas domésticas (46%), e em alguns casos sentem falta de uma rede de apoio (17,5%). Foi verificado também que como meio de melhorar a qualidade de vida, atividades como reinventar as tarefas domésticas cozinhando algo diferente (36%) ou procurar assistir/ouvir coisas que que tragam esperança (49,5%), foram praticadas.

Após uma discussão sobre possibilidades de autocuidado não ligados a cuidados estéticos, mas sim a atividades prazerosas do dia a dia ou ao ato de permissão de sentir sentimentos, se auto perdoar ou se permitir experimentar coisas novas. Foram relatadas como autocuidado também em atividades como jardinagem, descanso, cuidado com a casa e com o corpo ligadas a promoção de relaxamento e até mesmo sentir prazer em ter a possibilidade de acordar mais tarde que seus companheiros.

 

REFERÊNCIAS

BUB, M.B.C. et al. A noção de cuidado de si mesmo e o conceito de autocuidado na enfermagem. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 15, p. 152-157, 2006. Disponível em:<https://www.scielo.br/j/tce/a/LP6Z97VFMXBTRKkHqwyJQBj/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em 15 julho de 2021.

CHAVES, F.N. A mídia, a naturalização do machismo e a necessidade da educação em direitos humanos para comunicadores. In: XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte–Intercom. 2015. Disponível em:<https://www.portalintercom.org.br/anais/norte2015/resumos/R44-0606-1.pdf>. Acesso em 15 julho de 2021.

SCHULTHEISZ, T.S.V.; APRILE, M.R. Autoestima, conceitos correlatos e avaliação. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde, v. 5, n. 1, 2013. Disponível em:<https://revista.pgsskroton.com/index.php/reces/article/view/22>. Acesso em 15 julho de 2021.

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Steven Universo – o amor próprio e o relacionamento não dependente em “Keystone Motel”

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Steven Universo (ou Steven Universe, nos Estados Unidos) é uma série animada norte americana produzida por Rebecca Sugar para o canal televisivo por assinatura Cartoon Network. Você pode conferir mais sobre o desenho neste link.

No episódio “The Question”, ou “A Pergunta” em português, temos uma abordagem sobre a importância do amor próprio e a não dependência em um relacionamento.

Sinopse: Steven e Ametista encontram Rubi conversando com o Greg. Após refletir sobre os seus sentimentos e sua existência, Rubi decide que não quer ser mais a Garnet. Ela quer ser apenas ela mesma, e decide pedir Safira em casamento.

O episódio começa com Steven e Ametista chegando em cima de um penhasco onde Rubi e Greg estavam conversando e comendo pizza. Eles estavam falando sobre a real identidade de Rose, assunto que no episódio anterior fez com que Rubi e Safira se desfundissem, com Safira dizendo que Rose mentiu e o relacionamento delas (Garnet) não passou de uma mentira construída por Rose.

Steven pergunta como Rubi está, e ela surpreendentemente diz que está bem, Steven não entende como ela consegue estar de bom humor com essa situação, mas Rubi disse que pensou bastante e que Safira tem razão, ela diz que a partir de agora quer ter uma vida por conta própria e não ser mais a Garnet, o que chocou Steven.

Após Rubi e Safira terem sido Garnet por tanto tempo, Greg diz que talvez estarem separadas seja o que Rubi precise, se ela não quer estar junta, então Garnet não iria querer também. Ametista pergunta o que Rubi pretende fazer e ela diz que a partir de agora irá viver de forma livre, como o protagonista do gibi que está lendo. Embora Steven fique triste, ele diz que dará suporte a essa decisão.

Seguindo a mesma ideia do protagonista do gibi, Rubi decide partir em uma aventura, e logo se depara com um obstáculo. Ela diz que não possui mais a visão do futuro de Safira, que a dizia constantemente para onde ir e o que fazer, ao tentar passar pelo obstáculo acaba caindo, mas se levanta rapidamente enquanto ri, animada, pois diz ter sido a primeira vez que toma uma decisão por conta própria.

Mais tarde, eles montam um acampamento em volta de uma fogueira. Rubi pega um violão e começa a cantar uma música sobre estar feliz com sua nova vida solitária

Tumblr: Image

Pouco antes de dormirem, Steven conversa com Rubi e diz que após ver como ela está se divertindo ele agora entende que não deveria ter tentado fazer com que ela voltasse a ser Garnet novamente. Rubi então começa a falar que aquela canção não era verdade, que embora ela tivesse se divertido, teria se divertido muito mais se estivesse com Safira.

Rubi diz se sentir frustrada por como ela ainda pensa em Safira com frequência, Steven diz que mesmo pensando em alguém, ela ainda é a mesma Rubi. Ele diz que no gibi, o protagonista também sente falta de alguém, mesmo ele vivendo por conta própria. Rubi então decide que quer permanecer com Safira, mas que dessa vez as coisas possam ser diferentes, para não voltarem ao mesmo estado de antes. Steven mostra uma página do gibi que dá uma ideia para Rubi.

De volta ao templo, Pérola estava confortando Safira quando Steven chega, dizendo que Rubi está do lado de fora. Ao se encontrarem, Safira pede desculpas pelas coisas horríveis que disse, Rubi diz que Safira estava certa e que não acreditava que elas eram a resposta até ouvir isso da própria Safira. Ruby então a pede em casamento, e diz que elas assim podem estar juntas mesmo quando separadas, e que ser a Garnet a partir de agora será uma decisão das duas. Elas se abraçam e começam a se fundir.

The Question&quot; | Steven Universe | Know Your Meme

The Question&quot; | Steven Universe | Know Your Meme

Rubi fica muito feliz por descobrir que pode tomar as próprias decisões e pode gostar de estar sozinha ao mesmo tempo em que também quer estar com alguém, de forma saudável e não dependente. Embora existisse uma pressão anterior para estarem juntas, o que ofuscava as próprias decisões de cada uma, elas agora podem permitir a si mesmas estarem sozinhas, tomarem decisões de maneira independente e escolherem o próprio caminho, estando juntas ou separadas.

The Question&quot; | Steven Universe | Know Your Meme

 

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Outubro rosa e saúde emocional

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Outubro Rosa é uma campanha com o objetivo de conscientizar sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. A doença também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos. Já para as mulheres receber o diagnóstico pode ser devastador e impactar na parte emocional, já que os cabelos e seios tem valor simbólico de feminilidade.

Após o diagnóstico, é comum a mulher sentir ansiedade por causa das incertezas em relação ao tratamento. Algumas apresentam depressão por não verem saída para a situação e pelas incertezas em relação à doença. Outras desenvolvem transtorno do pânico, que é o medo exagerado. E como estamos em uma pandemia, elas têm medo de adquirir uma segunda patologia por ter um sistema imunológico mais fragilizado e se isolam.

Fonte: encurtador.com.br/opvGR

O isolamento é um sinal de alerta. Ela passa a não querer mais o convívio social, fica mais calada, fechada e entristecida. A família é fundamental nesse momento. É importante que eles não diminuam a dor. Deem espaço para ela falar e se disponibilizem a acompanhar durante o tratamento. A família dá o apoio emocional e assim ela se sente acolhida e segura.

Os grandes hospitais que trabalham com o tratamento de câncer disponibilizam psicólogos que a ajudam com as emoções e pensamentos, mostrando que não se deve deixar de planejar o futuro, e focando na recuperação da estabilidade emocional. É importante que o tratamento ocorra uma vez por semana com terapia. E se necessário utilizar medicamentos receitados pelo psiquiatra.

Com a perda dos cabelos a autoestima da mulher fica abalada e o profissional de saúde busca trazer confiança e amor próprio. Quando ela tem acompanhamento, a tendência é que a autoestima não diminua, pois existe uma ajuda para estabilizar o humor e lado emocional.

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Livro retrata histórias divertidas e sensíveis que vão do ódio ao amor na fase da menopausa

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Autora Leila Rodrigues compartilha com o leitor sobre como reagiu aos inúmeros sintomas dessa etapa que é pouco difundida.

A menopausa é a soma de duas palavras gregas que significam mês e fim. Depois de passar por um período de altos e baixos, a autora nascida no interior de Minas Gerais, Leila Rodrigues, decidiu compartilhar sobre este assunto pouco difundido: a menopausa e o climatério. Assim, por meio de crônicas, nasceu o livro Hormônios, me ouçam!, publicado pela Literare Books International.

O caso de amor e ódio que viveu durante oito anos com sintomas de enxaqueca, insônia, ganho de peso, calorão, “chororô”, e mau-humor, entre outros, fez Leila perceber que ninguém nos prepara para essa surpresa da vida, e que teve por si só entrar nesse mundo desconhecido e silencioso.

Na obra, aponta-se que 35% das mulheres têm vergonha de falar que estão na menopausa. Esse foi um dos fatores que fizeram com que a autora não só vivesse essa metamorfose, mas mergulhasse no mundo das palavras. Leila também explica a diferença entre dois termos: o climatério significa período crítico e abrange a partir do começo dos sintomas ao término definitivo. Enquanto a menopausa é classificada 12 meses após o cessar permanente da menstruação.

Fonte: encurtador.com.br/fCV27

Com essa bagagem de experiência de quem viveu na pele, a autora conta de maneira bem-humorada tudo o que sentiu, são crônicas para o leitor rir e se identificar, além de se informar sobre um universo que não deveria ser confidencial.

Em um dos capítulos, ressalta-se a importância de ter uma rede de apoio para esses momentos, que vão desde a família a amigas verdadeiras. Para Leila, “envelhecer não é uma escolha, ser feliz, sim”. Por isso, a autora abraçou a causa e ajuda mulheres a pensarem que a menopausa pode, sim, ser vivida com mais autoestima e qualidade de vida.

Sobre a autora

Leila Rodrigues é palestrante, escritora e desenvolveu sua carreira como empresária no segmento de tecnologia. Partindo da sua experiência pessoal com a menopausa precoce, Leila Rodrigues se tornou uma estudiosa do assunto e fez desse tema a sua causa. Colabora, por meio de palestras e orientações nas redes sociais, para que as mulheres passem pela menopausa com mais dignidade, qualidade de vida e alegria de viver! Atua também como cronista em jornais e revistas na sua região. Nascida no interior de Minas Gerais e criada junto aos três irmãos, Leila Rodrigues carrega nas suas crônicas a simplicidade de suas raízes e a força da sua própria trajetória. É casada, mãe de dois filhos e hoje vive em Divinópolis/MG com a família.

Fonte: Arquivo Pessoal

Mais informações:
Livro: Hormônios, me ouçam!
Autora: Leila Rodrigues
Disponível na versão física e digital pelo link. 

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As redes sociais e a autoestima

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Homens e mulheres nunca estiveram em tanto “pé de igualdade”. Isso se deu, pois, entendemos melhor que a cultura se utilizava de um discurso social da desigualdade de gênero como algo natural, o que mantinha as diferenças entre homens e mulheres. As mulheres sempre estavam em lugares menos privilegiados e os homens como os detentores de poder, podiam ocupar qualquer lugar na sociedade.

Apesar de hoje as mulheres terem conseguido galgar um lugar respeitoso na sociedade, ainda são muito julgadas e enquadradas em múltiplos estereótipos. Por conta dessa pressão cultural para que sigam padrões impostos, acabam sofrendo muito mais com problemas de autoestima. Elas aprendem desde crianças que “devem estar sempre bonitas, magras e apresentáveis, caso contrário, não ninguém as irá querer” ou “mulher mandona nenhum homem gosta, você tem que ser meiga”. 

Observado o cenário acima, várias garotas, ao acessarem as redes sociais, como o Instagram, por exemplo, buscam se sentirem aceitas, amadas e reconhecidas. Muitas vezes, num resultado contrário, acabam ficando completamente arrasadas e frustradas ao “não receberem o mesmo número de curtidas que aquela amiga popular” ou sentem-se horríveis ao notarem a barriga de tanquinho de uma blogueira fitness que elas não têm. 

Fonte: encurtador.com.br/lsBC2

Com isso, as redes sociais se tornam uma armadilha para as mulheres e um campo minado para a sua autoestima. Essas plataformas digitais se transformam em um campo de disputa entre perfis e uma lembrança eterna de que “eu poderia estar/ser mais bonita, mais rica, mais competente”.

As pessoas que têm dificuldades de desenvolver um amor próprio e uma autoestima, em geral, são aquelas que já passaram por situações como, por exemplo, negligência ou castigos frequentes na infância; abuso constante, pais severos, autoritários ou superprotetores; ausência de confiança nos filhos; intimidações constantes; contextos violentos ou estressantes; falta de elogios; e ambiente preconceituoso. 

Quem passa por isso cresce num ambiente tóxico. Geralmente, são pessoas que passam a se comparar com outros constantemente, coloca-se em relacionamentos abusivos ou permite abusos no campo profissional, sempre se diminuindo. Tudo isto prejudica ainda mais o amor próprio, tornando-o praticamente inexistente. 

A baixa autoestima pode gerar inúmeros problemas psicológicos como, depressão, ansiedade, fobias, transtornos de personalidade, compulsões e transtornos alimentares, TOC (transtorno obsessivo compulsivo), vícios em geral (dependência química, vícios em jogos), entre outros. Basicamente, a autoestima baixa pode ser um dos fatores envolvidos para o surgimento de quase todos os principais problemas e transtornos psicológicos. 

Fonte: encurtador.com.br/cI347

O momento ideal de procurar ajuda psicológica é quando a pessoa começa a perceber diversos problemas em sua vida devido à baixa autoestima, atrapalhando até mesmo na sua rotina diária e de seus relacionamentos. Começa-se a notar situações como, por exemplo, o hábito de não assumir responsabilidade pelos seus erros; a ausência de respeito dos seus próprios limites; a necessidade de sempre agradar os outros e o perfeccionismo; a procrastinação, entre outros sinais. 

Hoje em dia, já existe até uma expressão para quando deixamos de seguir pessoas que não têm nada a ver conosco, perfis que sugerem o seguimento de um padrão ou que não nos trazem um bem estar, é o que se chama de “unfollow saudável”.

Deixar de ter esses perfis no seu “feed” pode ser bastante positivo para sua autoestima, formação de identidade e autoaceitação. Além disso, indica também uma observação crítica daquilo que consumimos “contra” o que queremos e valorizamos. Fazer uma faxina nas redes sociais pode indicar uma saúde mental em dia e uma autoestima “em ordem”.

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Violência contra a mulher: estado de alerta

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Falta de atenção do parceiro, descaso, indiferença, ausência de carinho, desmerecimento, agressões verbais, instabilidade emocional e afetiva… Um tipo de VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER que também precisa ser combatido…

Eu preciso escrever sobre isso……

Quem nunca?…. Conheceu um “gentleman”… Ah! O príncipe dos nossos sonhos. Inteligente, gostos afins… Meu Deus! Ele até advinha nossos pensamentos. É conexão de outras vidas.

Fonte: https://bit.ly/2XFSGg8

Não há outra explicação!

Então, nós, mulheres super bem resolvidas, até relutamos no início com indagações do tipo “Esse cara é muito perfeito! Tem alguma coisa errada”… “Melhor ir com calma!”

Mas é tanta felicidade quando estamos juntos que, aos poucos, vamos “baixando a guarda”… E… inevitavelmente, entregamo-nos de corpo e alma a essa nova relação.

Tudo bem! Estamos felizes!

O problema reside, em alguns e não raros casos, quando começamos a sofrer com um assédio, um tipo de violência velada que causa tanta dor e traumas quanto a violência física. E o enredo dessas histórias de agressividade parece muito previsível. Pois, o conto de princesas do início do relacionamento vai, aos poucos, sendo substituído por capítulos de novela mexicana. Não pela previsibilidade da tessitura narrativa, contudo pelas lágrimas jorradas motivadas pela tristeza que ocupa, sem pressa, o lugar que outrora era da euforia.

Fonte: https://bit.ly/2H4zvro

Tudo começa com “pequenos descuidos” materializados na demora para pequenas respostas, como a de um “bom dia!” no WhatsApp. Acrescido de esparsas ligações telefônicas … Depois, os carinhos se tornando escassos… Vem a irritabilidade com futilidades do cotidiano… A reclamação por bobagens… Dessa forma, você começa a “pisar em ovos”, mede minuciosamente suas palavras… Passa a viver em um constante ESTADO DE ALERTA. Esforço hercúleo para não magoar ou irritar o “dito cujo”

Logo, você passa a ponderar “Tem alguma coisa errada! Acabou o amor e afinidade que nos unia?” Esse é o ponto crucial. Porque enquanto fazemos essa pergunta, ainda estamos lúcidas para refletirmos acerca da realidade que nos cerca. Todavia, algumas vezes, permitimos a mudança desse questionamento para “O que EU estou fazendo de errado?”

Então, quando o parceiro percebe que está nas mãos dele “o controle” da situação, muitas vezes, o “príncipe” se transforma em nosso ALGOZ.

E ele não terá piedade em nos fazer sentirmos CULPADAS por essa mudança tão drástica e negativa no relacionamento. Como estamos apaixonadas, perdemos um pouco o senso da razão. Por isso, a partir disso, oprimidas e subjugadas, é comum nos sujeitarmos a situações, dantes nunca imaginadas.

Vamos “aprendendo” a nos conformar com o descaso com que passamos a ser tratadas, com as brigas constantes, com as humilhações, com as inseguranças e instabilidades que nos trazem um dos piores dos sentimentos: a angústia.

E se alguém nos pergunta “Por que você se permite viver assim?”

Fonte: https://bit.ly/2C5zI9o

Temos medo de admitir que por ter sido “tão bom no início”, lá no fundo, ainda nutrirmos a esperança de que tudo volte a ser como antes…

Infelizmente, quase nunca volta!

Passamos a ter uns pensamentos bizarros do tipo “melhor estar com alguém a ficar sozinha”. Certo! Somos livres para fazermos nossas escolhas. Contudo, temos que nos questionar “Merecemos estar junto de alguém …  Mas A QUE PREÇO?”

Se custar sua PAZ, sua AUTOESTIMA, seu AMOR-PRÓPRIO, sua LUCIDEZ… É UM PREÇO CARO DEMAIS.

Se você, mesmo assim, estiver disposta a pagar, todo meu respeito à sua decisão.

Mas se você decidir que o valor para estar ao lado desse alguém é alto demais pelo pouco, ou quase nada que você recebe, não tenha medo de colocar um ponto final.

Há sofrimento com essa decisão? Sim! E muito…

Afinal, dói desconstruir o “conto de fadas com final feliz” que idealizamos… Porém, a dor será muito maior se nos mantivermos em um relacionamento que VIOLENTA nossa essência de mulher que merece RESPEITO, inclusive e sobretudo, à integridade dos nossos sentimentos.

Não podemos nos contentar com migalhas de carinho, lapsos de atenção, restos de afetividade… Afinal, MERECEMOS um relacionamento em que haja reciprocidade.

Então, que tenhamos a sabedoria para rompermos as amarras de dependência afetiva que nos impedem de sermos plenas.

Fonte: https://bit.ly/2IVoDOa

Que saibamos lutar contra toda forma de violência que nos agrida e aprisione.

A maturidade nos possibilita compreender um ditado antigo de nossas avós “Antes só (e feliz) do que mal acompanhada”!

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