22 de fevereiro de 2023 Ana Paula de Lima Silva
Insight
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Tais dificuldades podem influenciar na baixa autoestima da criança e adolescente
São vários os fatores que podem influenciar no processo de Aprendizagem Fonte: Foto de formulário PxHere
É importante mencionar que quando se fala de dificuldade de aprendizagem, considera-se qualquer fator que pode influenciar no aprendizado de uma criança ou adolescente, às vezes questões sensoriais, auditivas ou até mesmo alteração no comportamento, isso engloba o todo incluindo problemas emocionais que esse indivíduo possa estar sentindo.
Uma das maiores preocupações dos pais e professores é com a alfabetização da criança nas séries iniciais, é muito comum em sala de aula que algumas crianças apresentem dificuldades e nem sempre se trata de um transtorno específico e sim de déficit na aquisição de habilidades necessárias no processo de leitura e escrita. Essas habilidades são adquiridas por meio de estímulos, ou seja, o meio que a criança está inserida influencia muito no processo de aprendizagem de modo geral e é de fundamental importância que esse processo tenha uma parceria entre família e escola.
Existem diferentes metodologias de ensino, não necessariamente uma é melhor que a outra, mas algumas crianças e adolescentes se adaptam melhor a determinada metodologia, é necessário ter esse olhar voltado para o aluno com o intuito de auxiliá-lo a perceber a melhor maneira de absorver conhecimento, pois dependendo da dificuldade que esse indivíduo está se deparando no ambiente escolar, pode de certa forma desencadear problemas emocionais como: Insegurança, desmotivação e baixa autoestima.
Existem crianças que não apresentam dificuldade nenhuma e conseguem aprender com qualquer metodologia, mas vale ressaltar que cada indivíduo é único e apresenta mais facilidade em algumas coisas e outras não, e às vezes a expectativa que os pais projetam no filho, pode contribuir para uma dificuldade ou dissociação do desempenho da criança na expectativa dela e da família.
Vygotsky fala sobre a importância da interação social no processo de aprendizagem Fonte: Imagen de Kris en Pixabay
Às vezes a criança não consegue lidar com alguns desafios, dentre aprender a ler e escrever no mesmo ritmo dos demais colegas de sala, e se não for bem entendido por ela, pode se tornar impotente frente a essa situação e começar a desencadear fatores emocionais, influenciando em suas relações e seu desenvolvimento. Para Fonseca, (1995) “o insucesso escolar é, de certa forma, a antevisão da desorganização social. Se falha em qualquer estágio da escolaridade, as hipóteses de sucesso na vida são amplamente diminuídas”.
Por motivos diversos o fracasso escolar pode começar ainda no período de alfabetização, por não conseguir ter sucesso na habilidade de leitura e escrita pode provocar exclusão, timidez, desmotivação, influenciando negativamente na construção da autoestima. Goulart (2007) afirma que a “incapacidade de ler e escrever textos válidos socialmente gera nos alunos sentimentos de incompetência e impotência que reforçam a sua desqualificação social”.
No ambiente escolar o professor deve olhar para cada criança e adolescente como um todo e procurar fortalecer o vínculo entre professor/aluno, pois a aprendizagem é construída com as relações, não está ligada apenas aos aspectos cognitivos inclui aspecto físico, social e emocional. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, em seu artigo 22, Parágrafo único, afirma que “são objetivos precípuos da educação básica a alfabetização plena e a formação de leitores, como requisitos essenciais para o cumprimento das finalidades constantes do caput deste artigo”.
É importante enfatizar que a escola tem um papel especial na educação das crianças, mas a família também é peça fundamental nesse processo, pois o hábito de leitura é um comportamento aprendido e quando os pais são modelo e incentivam os filhos, contribui positivamente com a habilidade de ensino/aprendizagem.
Estudos apontam que na menor parte dos casos de crianças/adolescentes que não são alfabetizados realmente se tem um transtorno de aprendizagem, mas na imensa maioria dos casos se tem algum outro fator externo e por isso é necessário uma investigação pontual para tentar sanar essa dificuldade para este indivíduo desenvolver seu potencial.
Punições, críticas constantes, comparações de desempenho pode gerar na criança uma baixa autoestima. Ter boa autoestima é fundamental para lidar com os conflitos do cotidiano, ela é sinônimo de confiança, de acreditar que a gente é capaz de encarar determinada situação, de aceitar a si e aos outros.
A pessoa com boa autoestima tem condições de enfrentar os desafios que a vida lhe apresenta Fonte: Imagen de Victoria_Watercolor en Pixabay
Para Brander (2000) “autoestima é a confiança na capacidade de pensar, confiança na habilidade de dar conta dos desafios básicos da vida e no direito de vencer e ser feliz”. Portanto valorize as conquistas da criança e adolescente por menor que seja, isso contribui para o senso de dedicação, de querer dá o seu melhor naquilo que faz, pois sabe que seu esforço está sendo notado.
Referências
BRANDEN, N. Autoestima e seus pilares. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
FONSECA, V. da. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
GOULART, C. Processos de letramento na infância: aspectos da Complexidade de processos de ensino aprendizagem da linguagem escrita. In: SCHOLZE e ROSING, Lia Tânia M. K. (Org). Teoria e Práticas de letramento. Brasília: INEP, 2007.
O filme “Pequena Miss Sunshine”, dirigido por Jonathan Dayton e Valerie Faris, com roteiro de Michael Arndt conta a história da família Hoover, moradores do Novo México. O pai da família, Richard, é uma espécie de coaching, palestrante motivacional que está tentando vender seu programa de autoajuda chamado Nove Passos, que promete transformar qualquer pessoa em um vencedor. Richard repete sempre que só há dois tipos de pessoas: vencedores e perdedores.
Sheryl, a mãe é uma mulher que trabalha fora, faz as funções domésticas e é responsável por apaziguar os conflitos dentro da família.
Seus filhos são Dwayne e Olive. Dwayne resolveu fazer o voto do silencio até conseguir se integrar na escola de pilotos da força aérea: está sem falar há meses e segue o niilismo, um dos princípios presentes na filosofia de Friedrich Nietzsche. Se sente um incompreendido e gosta de ficar sozinho no seu mundo, sem ser incomodado. Olive é uma menina de nove anos que sonha em se tornar miss.
Fonte: encurtador.com.br/enJL2
Frank é irmão de Sheryl, um professor universitário que se diz maior conhecedor sobre a vida do escritor Marcel Proust, é gay, foi rejeitado pelo parceiro e recentemente tentou o suicídio. Completa o grupo Edwin, o pai de Richard, um senhor que foi expulso do asilo por ser viciado em heroína.
O conflito se inicia quando Olive recebe um telefonema para participar de um concurso chamado de Little Miss Sunshine, no sul da Califórnia. Mesmo com dinheiro insuficiente, a família decide partir para realizar o sonho da menina. Resolvem viajar todos juntos e se esforçam ao máximo para chegar no local em que ocorrerá o concurso de beleza.
Logo no início, o carro da família, uma Kombi amarela, quebra e eles são obrigados a empurrar toda vez que precisa dar partida no veículo. É nesse momento que se mostra a unidade da família. Apesar das diferenças, todos se unem para atingir o objetivo: realizar o sonho de Olive, um sonho incentivado pela cultura americana.
Fonte: encurtador.com.br/htxPR
Durante o trajeto, várias situações vão delineando um pouco da visão dos personagens. Por exemplo, quando param para lanchar e a garota Olive pede um sorvete, o pai tenta dissuadi-la da ideia, utilizando argumentos como o fato de que as modelos geralmente são mulheres magras. Antes ele havia perguntado à garota se ela estava competindo por competir ou competindo para ganhar, tendo ela concordado em competir para vencer o concurso.
Em uma cena anterior, a garota relata sobre seu medo de não vencer e de desapontar o seu pai. O avô explica a ela que perdedor é quem desiste de seus sonhos por medo, e que se ela vai tentar, não é uma perdedora. Ao longo da viagem, muitos contratempos acontecem, o primeiro deles é a decepção do pai, que precisa lidar com o fracasso e rejeição do seu programa de autoajuda. Richard vai até um hotel e procura o responsável, a fim de obter aceitação para o seu programa, numa cena que demonstra uma dualidade: Richard está sem os trajes adequados e os meios para persuadir alguém, está com uma moto que pegou de um estacionamento, contrariando totalmente o pacote de sucesso que pretendia vender, o que acentua a noção de fracasso.
Ao longo da viagem, o perfil dos personagens vai sendo construído: o silêncio de Dwayne, a depressão de Frank, o fracasso de Richard, o desejo de retorno ao passado de Hoover e a impotência de Sheryl se misturam para compor uma cena em que não se sabe o que esperar de cada personagem.
Fonte: encurtador.com.br/oJMQT
Durante esse meio tempo, o avô, Hoover, morre enquanto dormia o que desestabiliza ainda mais a família e gera outros contratempos, como o enterro do avô, que ocorre de forma conturbada e já dá um indício da essência transgressora da família.
Em seguida, numa brincadeira em que Olive pergunta sobre uma letra de cor vermelha no centro de um cubo, tio Frank descobre que Dwayne é daltônico, ocasião em que o garoto entra em desespero, grita, reclama da falta de estrutura da família e se afasta de todos, numa espécie de surto. Nesse momento, e expressa através da fala e quebra o silêncio com a família, vindo a expressar um processo de maturidade nas cenas seguintes.
Ao chegar a Califórnia, estão atrasados para as inscrições do evento e são rechaçados por uma das organizadoras do concurso, que demonstra a total falta de empatia pela garota e sua família. Conseguem realizar as inscrições graças a outro profissional, que critica a postura da senhora e se propõe a resolver a situação em poucos minutos.
Fonte: encurtador.com.br/qGW17
No início do concurso, já se observa uma deformação da realidade: um concurso de miss infantil, onde as crianças parecem plastificadas, com roupas, cabelos e trejeitos de adultos, em contraposição à pequena Olive, que é desengonçada e se comporta de forma espontânea. Seu figurino também se diferencia: enquanto as meninas usam roupas mais femininas, Olive se apresenta com um short, blusa, sobretudo, gravata e chapéu, compondo um figurino mais livre e irreverente.
A coreografia ensinada pelo seu avô é ousada e divertida, porém não agrada ao público bem-comportado e conservador, que vaia, faz tumulto e tenta impedir o fim da apresentação, numa resposta clara à transgressão da música/dança/comportamento.
Como forma de reação, os pais da menina invadem o palco a fim de impedir que ela seja retirada de lá e conseguem que ela termine a apresentação. Aqui chega-se ao clímax da narrativa, que tem como resultado a união crescente da família.
Fonte: encurtador.com.br/beiCD
Apesar de não ter vencido o concurso, a garota demonstra alegria com o resultado, o que foi possível graças às palavras do avô, que desconstrói a ideia da competição, e ao incentivo da família.
Pode-se dizer que a viagem foi uma experiência reveladora, na medida em que vai descortinando a complexidade dos personagens, que estão longe de ser uma-visão-única-uma-coisa-só, que produzem no espectador uma sensação de afeto e compreensão diante dessas pessoas, a quem foi prometido o sonho americano, e das situações decorrentes da não- realização desses sonhos.
FICHA TÉCNICA
Título: Pequena Miss Sunshine Título Original: Little Miss Sunshine Origem: EUA Ano de Produção: 2006 Gênero: Aventura/Comédia/Drama Duração: 102 minutos Elenco: Abigail Breslin, Greg Kinnear, Paul Dano Direção: Jonathan Dayton, Valerie Faris
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CAOS 2020: Relações familiares e escolares são tema em sessão técnica
Sessão técnica é parte da programação do CAOS 2020 que acontece no Ceulp até o dia 07 de novembro.
Nesta quinta-feira (05), ocorreram remotamente as Sessões Técnicas do Congresso Acadêmico de Saberes da Psicologia – CAOS 2020. As apresentações de trabalhos por comunicação oral foram de acadêmicos e psicólogas mediados pela psicóloga e Profa. Cristina Filipakis (Ceulp/Ulbra).
A psicóloga Ester Maria Cabral apresentou o trabalho “As Relações Pessoais Da Família Pastoral E Suas Implicações Emocionais”. Discorreu sobre a compreensão das relações familiares e pessoais das famílias pastorais por meio do Pensamento Sistêmico a partir da Teoria Geral Dos Sistemas e Teoria Da Comunicação. Em sua pesquisa, Ester observou o impacto na saúde física e emocional da situação financeira, mudanças de moradia, adoecimento e solidão nas famílias de pastores presbiterianos.
As acadêmicas Isaura Rossatto e Yasmilsa Mesquita apresentaram o trabalho “Colaboração Entre Parceiros Em Relações Heterossexuais”. Pontuaram sobre a influência dos papéis de gênero na sociedade patriarcal sobre a colaboração em casais. Indicaram a importância das práticas colaborativas por meio do Pensamento Sistêmico Novo-Paradigmático e de formas de relacionar voltadas para a legitimação na convivência.
Os acadêmicos Leticia Antunes e Murilo Morais apresentaram o trabalho “Conflito Nas Relações Familiares: Parentalidade”. Discorreram sobre a família na contemporaneidade e triangulação na parentalidade a partir das relações de mãe-filha. Também refletiram acerca dos papéis femininos acumulados na família, no que tange as premissas dos indivíduos acerca do trabalho e do ideal que se têm da família socialmente.
Fonte: Arquivo Pessoal
Por fim, a psicóloga Talita dos Anjos Lima apresentou o trabalho “Psicologia Escolar: Identificando Possíveis Demandas De Dificuldades De Aprendizagem Por Meio De Protocolo De Rastreio”. Discorreu sobre a escola como campo de socialização e atuação da psicologia escolar, bem como sobre seu trabalho em atendimento educacional especializado por meio do Projeto de Atenção Interdisciplinar em Saúde Mental nas Escolas (PAISME) em Porto Nacional – TO.
Essa edição do CAOS, inteiramente de forma remota, tem como tema “Psicologia e Profissão: a avaliação psicológica em destaque”. A programação conta com palestras, mesas redondas, minicursos e sessões técnicas. Nessa edição, estar inscrito no evento é fundamental para receber certificação. Mais informações podem ser obtidas no site do evento.
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Livro de poemas traz reflexão sobre conflitos do ser humano
Reflexivo, imaginário e libertador. Esses são os sentimentos que a escritora Alexandra Vieira de Almeida deseja instigar nos leitores com o livro de poemas Oferta. Lançado em segunda edição, pela Editora Penalux, a obra reúne temas que podem ser considerados conflitantes, como, por exemplo, o amor, o erotismo, a poesia reflexiva e filosófica e a prosa poética de temática social, beirando o limite entre poesia e prosa.
Para a autora, o livro solta as vozes sábias do fazer poético e cria um espaço em que literatura e leitura se conjugam em toda sua essência. Alexandra classifica sua obra como presente da escrita do poeta para o mundo, como um voo imaginativo, salientando o aspecto libertário neste jogo que leva os leitores a refletirem sobre as questões do mundo.
Fonte: Arquivo Pessoal
– Caso pudesse extrair uma essência do livro, ou do título, e fosse representá-la com formas ou símbolos, pensaria na imagem do livro, onde estão as palavras que saem do seu interior e a figura de um pássaro com suas asas a nos levar aos voos da imaginação – comenta.
O prefácio é assinado pelo poeta, contista e crítico literário Luiz Otávio Oliani. Para ele, Alexandra “percorre três linhas básicas”. A primeira delas é a união entre poesia e prosa. Depois, cita a verve pictórica da poeta, lembrando o cinema. Por fim, o viés filosófico que se encontra no livro de poemas singular.
Fonte: Arquivo Pessoal
A contista Maria Joana Rodrigues Colin, responsável pelas orelhas do livro, diz que a poesia da autora faz com que a pessoa reflita de maneira profunda nos sentimentos. “Quando se vai a um poço não é o entorno, e sim o que existe no seu interior. É desse modo que o leitor vai se sentir ao ler o livro”.
Sobre a autora
Alexandra Vieira de Almeida é professora, poeta, contista, cronista, resenhista e ensaísta, além de ser Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Publicou seis livros de poesia adulta, sendo o primeiro 40 poemas e o mais recente A negra cor das palavras. Também tem um livro ensaístico, Literatura, mito e identidade nacional (2008), e um infantil, para crianças de 6 a 10 anos, Xandrinha em: o jardim aberto (Penalux, 2017).
“Por Lugares Incríveis” é um filme de drama romântico adolescente americano de 2020, dirigido por Brett Haley, a partir de um roteiro de Jennifer Niven e Liz Hannah. É apresentada a história de dois adolescentes, Violet Markey e Theodore Finch, ambos possuem transtornos mentais porém se diferenciam com a forma de lidar com os mesmos.
Sabe-se que a adolescência é um marco onde ocorrem mudanças biológicas e psicológicas. De acordo com Einsenstein (2005) a adolescência é a transição da infância para a vida adulta, onde o sujeito passa por desenvolvimentos físicos, mentais, emocionais, sexuais e sociais, nos quais o indivíduo se esforça para conseguir alcançar as expectativas culturais. Além de passar por todas essas mudanças que a adolescência exige, Violet precisa aprender a viver com o luto da morte de sua irmã e Theodore, que vive altos e baixos, possui traumas e episódios depressivos. Os dois, por fim, acabam se unindo para fazer um trabalho de escola, na qual vivem momentos bons e engatam um relacionamento.
O filme “Por lugares incríveis” vai além de um típico filme para adolescentes pois retrata uma dura realidade vivida entre os jovens do século XXI. “Aliás, por baixo da aparência de normalidade dos adolescentes de Indiana, há bulimia, automutilação e aqueles transtornos cheios de letrinhas (TDAH, TOC, TOD), ‘tratados’ com Ritalina e drogas tarja-preta”. (FARIA, 2020).
Fonte: encurtador.com.br/bjX23
Tudo isso implica muito na forma como os adolescentes reagem ao mundo e na formação de suas personalidades. É importante mencionar que nessa fase é onde o adolescente constrói encontros e relações, onde questiona valores e começa a construir seus projetos de vida. Nesse processo de desenvolvimento é onde o adolescente busca sua individualidade e autonomia, e é onde começa os conflitos, não é mais criança, e se ver a frente de uma série de descobertas, problemas e escolhas.
A Revista de Psicologia da UNESP (2013) levantou dados em que afirmam que um dos principais problemas enfrentados na fase da adolescência é “dificuldade no âmbito escolar decorrente de problemas da aprendizagem e/ou de comportamento, transtornos alimentares, mau comportamento, depressão, insegurança, retração, problemas de relacionamento familiar, falta de higiene pessoal, hetero e auto agressão, comportamentos antissociais, como furtos, mentiras, uso de drogas, comportamento sexual exacerbado.”
Sobre o filme, a narrativa gira em torno da adolescente Violet, que vive um momento de depressão, devido o trauma que sofreu sobre a morte de sua irmã em um acidente de carro. Enfrenta a depressão se isolando do mundo e de seus amigos da escola. Também conta a história de Finch, um garoto egocêntrico, problemático e inteligente. O mesmo também tem uma vida difícil e marcada por histórias que o perturbam até sua vida atual.
Fonte: encurtador.com.br/BHSZ5
Segundo Zimerman (2008), “o natural no adolescente é a existência de dúvidas existenciais e ideológicas…” . Nessa fase da vida, há muitas queixas e dúvidas sobre, por exemplo, se estão traçando um caminho correto. Isso se mostra muito presente na vida dos dois personagens. Várias queixas, dúvidas sobre o morrer e o viver assombram a vida desses dois adolescentes.
Diante desses desafios vividos na adolescência, os programas de atenção aos adolescentes são voltados para essas problemáticas vividas por eles. “As intervenções podem ter melhores resultados para os adolescentes quando os aspectos afetivos, cognitivos e sociais são inter-relacionados e as informações repassadas de maneira abrangente.”(Minto, Elaine; Pedro, Cristiane; col. 2006).
É importante trabalhar os problemas com os adolescentes, abrindo possibilidades para que eles possam ter condições e habilidades de trabalhar os desafios que lhe são impostos no decorrer da vida. “As habilidades de vida sugeridas pela OMS são: autoconhecimento, relacionamento interpessoal, empatia, lidar com os sentimentos, lidar com o estresse, comunicação eficaz, pensamento crítico, pensamento criativo, tomada de decisão e resolução de problemas” (WHO, 1997).
Fonte: encurtador.com.br/krA29
Segundo Minto e Col, 2006 essas habilidades permitem que:
“os adolescentes relatam aumento da capacidade de reflexão em situações de resolução de problemas, melhora dos relacionamentos interpessoais e da comunicação, da qualidade de vida física e mental… Acredita-se que a descrição detalhada das estratégias empregadas para a apresentação e discussão de cada uma das habilidades de vida poderá auxiliar os psicólogos ou profissionais que tenham interesse em implementar programas de saúde integral para os adolescentes, fornecendo-lhes um modelo bem-sucedido.”
Essas habilidades podem servir de base para que profissionais possam trabalhar com adolescentes, promovendo assim uma mudança de vida dos indivíduos que passam por momentos delicados no decorrer da vida e não sabem como lidar.
FICHA TÉCNICA
Título Original: All the Bright Places Direção:Brett Haley Elenco: Elle Fanning, Justice Smith, Alexandra Shipp Ano: 2020 País: Estados Unidos da América Gênero: Drama, Romance
REFERÊNCIAS
EISENSTEIN, Evelyn. Adolescência: definições, conceitos e critérios. Adolescência e Saúde, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 1-1, jun./2005.
FARIA, Ângela. Filme ‘Por lugares incríveis’ faz um tocante retrato da adolescência. Estado de Minas. Cultura. 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/cultura/2020/03/28/interna_cultura,1133274/filme-por-lugares-incriveis-faz-um-tocante-retrato-da-adolescencia.shtml. Acesso em 14 de julho de 2020.
ZIMERMAN, D. E. Manual de técnica psicanalítica. Porto Alegre : Artmed, 2008
VERCESE F. A; SEI M.B; BRAGA C. M. L; A demanda por psicoterapia na adolescência: a visão dos pais e dos filhos . Revista de Psicologia da UNESP 12(2), 2013.
MINTO, Elaine Cristina; PEDRO, Cristiane Pereira e col. Ensino de habilidades de vida na escola: uma experiência com adolescentes. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 3, p. 561-568, set./dez. 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pe/v11n3/v11n3a11. Acesso em 14 de julho de 2020.
Quando se quer entender as causas que levam a pessoa a cometer suicídio, é necessário analisar o estado emocional em que o indivíduo se encontrava antes de praticar tal ato. Ao analisar a pessoa, conseguimos identificar alguns aspectos que podem ter levado ao suicídio como: a solidão, a baixa autoestima e a não aceitação nos padrões da sociedade. A maioria desses aspectos é silencioso – nos quais serão abordados com mais ênfase ao longo do trabalho, juntamente com outros fatores que desencadeiam o suicídio. Quem está em volta só percebe quando tem um contato próximo com a vítima. O silêncio só ocorre no meio externo, internamente a pessoa está com pensamentos constantes e doentios, que muitas vezes levam a fazer o ato.
Segundo Émile Durkheim (1897, p. 360): “A tristeza não é inerente às coisas; ela não nos vem do mundo e pelo simples fato de o pensarmos. Ela é o produto de nosso próprio pensamento. Somos nós que a criamos integralmente, mas para isso é preciso que nosso pensamento seja anormal.” A solidão é um dos males que tem feito muitas pessoas desistirem de viver. A falta do afeto, dos amigos e da própria família leva muitos a tirarem suas vidas, para se livrarem do isolamento de alguma forma. Estas pessoas muitas vezes não estão só, elas podem estar rodeadas de amigos e parentes, entretanto, mesmo assim se sentem só e isoladas interiormente. Esse afastamento, sistematicamente nem notado, causa um estado de profunda tristeza, pois a pessoa só consegue enxergar seu estado de miséria. Durkheim explica esse estado de isolamento no seu livro O Suicídio (1897, p.358):
Quando, portanto, a consciência se individualiza além de um certo ponto, quando se separa muito radicalmente dos outros seres, homens ou coisas, ela já não se comunica com as próprias fontes em que normalmente deveriam se alimentar e não tem nada a mais que possa se aplicar. Produzindo o vazio em torno dela, produziu o vazio em si mesma e nada mais lhe resta sobre o que refletir a não ser sua própria miséria.
A solidão faz com que a pessoa viva um vazio intenso, além disso, ela ainda sofre com os padrões da sociedade, que muitas vezes são inalcançáveis, gerando nela uma baixa autoestima. Os indivíduos vivem fundamentados em diversos padrões, muitas vezes nem percebidos, a maioria da população não consegue seguir essas exigências, mas por causa da grande influência da mídia, a maioria acredita ser essencial buscar viver guiado por esses aspectos, nos quais as guiam de uma forma sutil. Essas exigências, que são muitas vezes não são alcançadas, provocam nas pessoas um sentimento de fracasso, gerando consequentemente uma baixa autoestima.
Fonte: http://zip.net/bntLwL
Como afirma Durkheim (1897, p. 322): “[…] Mas então suas próprias exigências tornam impossível satisfazê-las. As ambições superexcitadas vão sempre além dos resultados obtidos, sejam eles quais forem, pois elas não são advertidas de que não devem avançar mais. Nada as contenta, portanto, e toda essa agitação alimenta a si mesma, perpetuamente, sem conseguir saciar-se […]”.
Em toda e qualquer idade se vê o sofrimento por causa disso, porque para a maioria das pessoas o sentir-se bem significa ser aceito na comunidade, e a não aceitação gera um mal-estar. Qual seria a forma para diminuir a solidão, e estabilizar a autoestima das pessoas, sendo que a maioria sofre de alguma forma com esses aspectos, uns mais e outros menos? A resposta seria: O afeto. Porque através dele o indivíduo consegue se sentir acolhido, mais amparado, amado e aceito, gerando assim laços fortes que ajudam a diminuir esse mal estar que leva ao suicídio.
A importância da Sociedade na Minimização do Suicídio
É fácil notar que o ser humano não nasceu para viver isolado. Buscamos constantemente, até mesmo inconscientemente, nos sentir pertencentes a algum meio. Segundo o livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish, estar integrado a um meio íntimo e amoroso é fundamental para a nossa sobrevivência, pois por um lado pode evitar um ato suicida e por outro pode fortalecer nossa saúde física e psicológica.
Fonte: http://zip.net/bdtLZf
A sociedade em si tem um papel importantíssimo na minimização do suicídio. Por exemplo, umas das pesquisas mais importantes sobre o suicídio foi realizada pelo sociólogo Durkheim, no qual fala que a decisão de tirar a própria vida, sempre teria um fundamento social: “[…] a pesquisa de Durkheim o levou a concluir que o principal fator que afetava o índice de suicídios era o grau de interação social dos grupos. Verificou que o nível de integração de um indivíduo a um grupo determinava a maior ou menor probabilidade de esse indivíduo cometer suicídio” (ORNISH, 1998, p. 31).
Ou seja, quando as pessoas se sentem amadas e aceitas por um grupo, elas têm menos chances de cometer suicídio, apesar desse não ser o único fator. Logo, pesquisas exibidas no livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish, M.D, comparam pessoas que têm pouco ou nenhum envolvimento com a família, grupo de amizade sólido, até mesmo envolvimento em comunidades ou seitas religiosas, enfim, a sociedade em si, com pessoas que têm muito envolvimento com o corpo social e perceberam que os indivíduos que continham muita interação eram os mais saudáveis psicologicamente e fisicamente mesmo que estes se preocupassem menos com a saúde do que aqueles que tinham pouco envolvimento, mas praticavam exercícios físicos.
Portanto, podemos perceber que ter uma boa relação com o meio no qual estamos inseridos, implica diretamente na saúde física e psicológica e se o nosso físico e psicológico estão fortalecidos é mais difícil adquirir um quadro depressivo no qual no futuro poderia desencadear no suicídio. Concluindo, uma boa relação afetiva com o âmbito social pode evitar um impulso kamikaze.
Fonte: http://zip.net/bltKZK
Porém, se a anulação à sociedade pode gerar um mal-estar, a socialização demasiada também pode causar o mesmo efeito. Segundo o sociólogo Émile Durkheim no seu livro O Suicídio, quando o indivíduo está totalmente integrado à sociedade ele poderia tirar a própria vida em benefício de alguém ou de alguma crença, como, por exemplo, os mártires da igreja católica. Para esse tipo de suicídio Durkheim deu o nome de altruísta, no qual também definiu suas características: detém o sentimento de dever cumprido, entusiasmo místico e coragem tranquila. Eis os dois lados da sociedade e sua influência sobre o ato do suicídio e como o a importância do afeto como minimizador do atentado à própria vida.
A Importância da Família do Afeto
Uma base familiar sólida, com vínculo afetivo é de extrema importância para o desenvolvimento saudável do psíquico/emocional. Quando a criança não possui, ou seja, não recebe esta referência, a tendência de se tornar um adulto inseguro, carente e dependente de uma ligação afetiva, faz que com que ela crie vínculos superficiais, a fim de se defender de futuras decepções. Outro ponto relevante é a forma como o adulto trata a criança, os gestos, às expressões sobre como ela é, isso, se concretiza, podendo assim analisar sua personalidade. Esse cuidado é fundamental, pois o comportamento na infância repercutirá na vida adulta desse ser. Assim como diz Dean Ornish: ‘’[…] os pais são geralmente a fonte mais importante de amor, apoio social e intimidade em nossa vida’’ (ORNISH, 1998, p. 45).
Fonte: http://zip.net/bttL9B
Em se tratando da adolescência onde essa fase é cheia de conflitos, transformações biológicas, psicológicas e sociais, a família deve estar totalmente atenta, a fim de lidar com as inseguranças desse adolescente que se vê cheio de cobranças diante as tantas mudanças. De acordo com Dean Ornish: ‘’[…] o apoio emocional pode proporcionar uma sensação de finalidade, significado e de pertencer ao mundo que vive. Onde se encontra o importante papel da família.’’ (ORNISH, 1998, p. 35).
A fase adulta é onde a busca da realização profissional, formação da família, a chegada dos filhos e a independência financeira traz importantes responsabilidades, o que muda completamente a vida do ser humano, onde a maturidade emocional deve estar em perfeita harmonia. Ou seja, ‘’[…] se sua experiência familiar foi repleta de amor e carinho, você tem maior probabilidade de ser aberto em seus relacionamentos atuais’’ (ORNISH, 1998, p. 45).
Enfim, a família pode ajudar o depressivo, buscando ter um relacionamento íntimo e recíproco, ou seja, lhe dando carinho, respeito, proporcionando incentivos, permitir que o deprimido dialogue a respeito da vontade de tirar a própria vida e principalmente ser empático e responder com amor a essa conversa, ao ponto da pessoa se sentir acolhida, segura e amada. Não existem dúvidas de que a família deve buscar conhecimento sobre o assunto, se preparar, para então ajudar e dar o apoio necessário, porém, mais que isso é preciso estar atento ao comportamento do parente, estar disposto a se envolver e incentivar o deprimido para que o mesmo não abandone o tratamento. Outro fator relevante é buscar ajuda em grupos de apoio, onde todos abordarão sobre o mesmo assunto, no qual irá contribuir para o entendimento da depressão.
Fonte: http://zip.net/bbtLlw
Por fim, ‘’ […] depende de vários fatores, principalmente da forma como cada um de nós enfrenta o problema, o nível de informação de que dispomos (nós familiares e amigos) para lidar com ele, e as redes de assistência disponíveis’’ (TRIGUEIRO, 2000, p. 70). O fato é que varias hipóteses podem ser levantadas, porém nenhuma delas se pode generalizar, visto que cada ser humano tem suas particularidades quando o assunto é suicídio, e o mais importante não subestimar e nem menosprezar as atitudes suicida e o comportamento desse familiar.
A Solidão
A vida solitária passa a ser um problema quando causa sofrimento na pessoa, e esta começa a se isolar da sociedade entrando, em um quadro depressivo, pois, ela carrega consigo uma sensação de desesperança e incapacidade de sentir prazer e vontade, ou seja, nada vale a pena, nem mesmo a vida. ‘’Sou eu que preciso de ajuda ou o mundo se tornou mesmo um lugar estranho, sem graça?’’ (TRIGUEIRO, 2000, p.63).
Fonte: http://zip.net/bttL9C
Como visto no tópico sobre a importância da sociedade; estar totalmente ou parcialmente afastado da comunidade pode gerar um mal-estar na saúde e no psicológico das pessoas. Pesquisas expostas no livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish mostram claramente este argumento à respeito da saúde: ‘’Por exemplo, há mais de quarenta anos, observou-se que os índices mais altos de tuberculose são registrados em pessoas isoladas, com pouco apoio social, mesmo quando moram em bairros ricos’’(ORNISH, 1998, p. 38). Se o isolamento causa este tipo de doença física na pessoa, pode-se imaginar o que se causa no psicológico também. Por este motivo que é tão fácil uma pessoa apartada da sociedade, por vontade própria, cometer suicídio. O que se sabe é que depressão não tratada leva o indivíduo ao suicídio, pois quem sofre com esta doença acha que se matando irá acabar também como o seu sofrimento.
O apoio familiar é de suma importância, ao ponto de ser um bom ouvinte sem julgar sem querer dar conselhos ou opiniões, buscar conhecer esse sofrimento, levar em consideração tudo que se ouve, estar disponível a ajudar fazendo a ver o quão importante ela e sem fazer comparações, buscar ver a situação do ponto de vista que causa tanto sofrimento. ‘’Também reconhecida como transtorno do humor, a depressão se manifesta de diferentes maneiras ou graus de intensidade. Se imaginarmos uma alma de ferro que se desgasta de dor e enferrujam com a depressão leve, então a depressão severa e o assustador colapso de uma estrutura inteira” (TRIGUEIRO, 2000, p. 71).
Fonte: http://zip.net/bltKZL
O ser humano tem a necessidade de se sentir pertencente a algum grupo e necessita ver na sua vida alguma razão para a sua existência, isso faz com que nós experimentamos o bem estar. A solidão se agrava quando o indivíduo não tem essa perspectiva de que é importante e de que sua vida tem algum valor para a sociedade em geral, como afirma Émile Durkheim:
[…] é necessário que, não apenas de quando em quando, mas a cada instante de sua vida, o indivíduo possa perceber que o que ele faz tem um objetivo. Para que sua existência não lhe pareça vã, é preciso que ele a veja de modo constante, servir a um fim que lhe diga respeito imediatamente. Mas isso só é possível desde que um meio social mais simples e menos extenso o envolva de mais perto e ofereça um fim mais próximo à sua atividade (DURKHEIM, 2000, p. 489).
A solidão pode ser vivida mesmo a pessoa estando no meio da multidão, por isso o afeto desde a infância é algo extremamente necessário, a família precisa dar apoio desde as primeiras horas de vida até a velhice, para assim evitar futuros problemas emocionais que na maioria acarretam suicídio.
O Egoísmo
A primeira vez que um ser humano se juntou ao outro foi a partir da necessidade de procriação, e com isso o número da população foi crescendo aos poucos, tudo era feito em conjunto desde caçar, se alimentar, se proteger, entre outros aspectos que fizeram que a raça humana se perpetuasse. A sociedade aos poucos foi mudando e sempre que havia união entre as pessoas algo mudava no mundo.
Aquele velho ditado que diz que a união faz a força realmente tem muito sentido, desde revoluções a terríveis guerras, mesmo sendo algo tão destrutivo. Mas algo está mudando na vida das pessoas, uma peça chave está mudando todo conceito de unidade: o egoísmo. Na pós-modernidade o tempo acelerado tem feito as pessoas focarem mais em si, formando assim uma sociedade mais egoísta. Como exibido no livro Amor e Sobrevivência de Dean Ornish, a atenção, o amor, a dedicação muda muita coisa, podendo prevenir doenças e até mesmo o suicídio, que é o principal foco desse trabalho.
Fonte: http://zip.net/bgtLp6
O egoísmo tem mudado muitos aspectos pelo mundo, no qual altera inúmeras realidades, como diminuição do numero de natalidade, maiores casos de depressão, doenças cardíacas, aumentou os casos de suicídio, e a realidade de cada lugar do mundo mesmo que por muitas vezes sendo diferente, tem a mesma consequência. Quando o nós saiu de cena e entrou apenas o eu, é perceptível a mudança em um contexto geral. A individualidade, ou seja, não conseguem interagir mais socialmente, não interagindo com a família, amigos, entre outros grupos sociais existentes, não sentem mais aceitos no mundo, e surgem pensamentos melancólicos, como ninguém me aceita, ninguém gosta de mim, ninguém me entende, entre outros pensamentos negativos que vão deixando a pessoa cada vez mais pra baixo, chegando ao extremo de tirar própria vida.
Considerações Finais
O que fazer para mudar isso, como acabar com egoísmo e o suicídio, como perceber que uma pessoa precisa ser amada e aceita pela sociedade e pela família sem direcionar essa resposta levando a culpa para o governo ou para órgãos responsáveis? Não tirando de lado alguns erros causados pelos mesmos, mas a principal mudança precisa partir do eu para chegar ao nós. Se tirássemos as vendas dos olhos, seria bem possível ver que matamos pessoas, não diretamente, mas moralmente, por conta de agressões verbais, nas quais podem causar inúmeros problemas.
O amor seria uma forma de curar o mundo, pois o amor teria que começar principalmente no indivíduo, que seria o amor próprio, e depois ir para um todo, se assim fosse, os índices de suicídio diminuiriam de uma boa parte, pois nem tudo é causado por um único agente, como foi exposto neste trabalho, tem vários casos e fatores nos quais são muito subjetivas as causalidades que levam uma pessoa a tirar a própria vida. Entretanto, se tivesse união de verdade entre as pessoas, não seria por falta de amor que as pessoas morreriam no mundo.
Fonte: http://zip.net/bptL4K
Vale apena pensar se o que eu faço contribui apenas pra mim, ou pode ajudar uma pessoa, como dizia Newton em uma de suas leis tudo que fazemos tem uma consequência, então vale apena investir em coisas que ajudem a todos, às vezes conseguimos aquilo que queremos ajudando o outro, e muitas vezes mesmo querendo receber um abraço, dando um abraço em quem precisa mais de você é que se recebe a recompensa. “A percepção do amor… pode vir a ser um preventivo central biopsicossocial-espiritual, reduzindo o impacto negativo dos agentes estressantes e patogênicos e reforçando a função imunológica e a cura” (ORNISH, 1998, p. 40).
Nota: Ensaio elaborado como parte das atividades da disciplina de Filosofia do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, sob supervisão do prof. Sonielson Sousa.
REFERÊNCIAS:
DURKHEIM, Émile. O suicídio: estudo de sociologia. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 513 p., il.
MENDES, André Trigueiro. Viver é a melhor opção. 3. ed. São Bernardo do Campo, SP: Correio Fraterno, 2017. 190 p., il.
ORNISH, Dean. Amor & sobrevivência: a base científica para o poder curativo da intimidade. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. 263 p., il.
Recente Psicologia em Debate, por tema ´´A maternidade invisível“, realizado pela acadêmica Roberta Galvani refletiu e debateu acerca dos aspectos sobre o feminino, dando ênfase a maternidade, a perda de identidade e os inúmeros papéis que a mulher desempenha principalmente nesse período de gestação e pós-gestação, chegando muitas vezes a esquecer de si mesma.
Percebemos que cada vez mais a mulher vem sendo cobrada de forma excessiva pela sociedade quanto ao vários papeis que ela “deve” desempenhar, e isso acaba tendo um peso negativo para a mulher que, dependendo do contexto que está vivenciando perante a gravidez e outros conflitos que possam surgir, pode vir a sofrer ainda mais. Por esse e outros motivos citados no debate, é de extrema importância que a mulher faça terapia, principalmente nesse período que antecede a gestação, reduzindo assim possíveis danos que eventualmente venham causar algum conflito mais extenso.
Fonte: http://zip.net/bktJ9D
Alguns aspectos levantados na discussão serviram de questionamento e reflexão, pois em maior parte, a gravidez é olhada somente por um lado, o lado do positivo, de um bebê que vai nascer e trazer alegria, isso é o que os “de fora” pensam e argumentam, sem ao menos pensar no outro lado, o lado da mulher que recebeu esta noticia e que pode talvez, não estar tão contente com isso, e é justamente aí que se encontra possivelmente o maior erro. Pois tendemos logo a dar mais atenção, cuidado e importância ao bebê e esquecendo-se da mãe, que nesse período precisa de um maior cuidado e atenção. Diante da pressão da sociedade e da vivência da maternidade, ocorre a perda de identidade da mulher, que passa a ser vista como “mãe de, esposa de, trabalha na”.
Questões éticas e morais dão a pauta no filme “O Jardineiro Fiel”, dirigido pelo cineasta Fernando Meirelles. O roteiro, baseado no o romance homônimo de John le Carré, publicado em 2001, mostra o envolvimento entre um diplomata britânico Justin Quayle (Ralph Fiennes) e uma ativista de direitos humanos Tessa (Rachel Weisz) que, após se mudarem para o Kênia, envolvem-se em um conflito de interesses econômicos, políticos e sociais de proporções internacionais.
Tessa começa a investigar a atividade de indústrias farmacêuticas na África e buscar provas de que estão testando medicamentos ainda não liberados em comunidades africanas, tudo isso com a conivência do governo local e o envolvimento de agentes britânicos. O medicamento em questão está sendo desenvolvido para conter uma futura epidemia mundial, que provavelmente se alastrará provocada pelas próprias indústrias que a preveem e que terão o medicamento certo para conter a morte da população. Uma economia de milhões de dólares é feita ao se pular três anos de uma etapa da pesquisa e testar a fórmula diretamente em seres humanos e populações esquecidas do Kênia são o alvo ideal para agilizar os planos das corporações.
Para conseguir provas contra o esquema das indústrias farmacêuticas e conter as mortes provocadas pelo uso do medicamento, Tessa, além de confrontar publicamente agentes do governo, mente, seduz e rouba, coloca sua própria vida em risco para salvar as populações indefesas. Para proteger seu marido ela omite informações e o engana quanto a seu trabalho, deixando que tanto ele quanto a sociedade pensem que ela o trai com seu colega de trabalho.
Tessa deixa claro, em correspondência com um primo/amigo, que “os fins justificam os meios”. Mostrando injustiças sociais e interesses econômicos que prevalecem sobre os direitos humanos, a narrativa expõe conflitos constantes de natureza ética e moral entre o bem e o mal, o certo e o errado, os limites entre o que se pode e o que se deve fazer.
Ao afirmar que os fins justificam os meios, a personagem busca racionalizar a situação e proteger seu próprio ego de sentimentos e conflitos internos que ela não está preparada para enfrentar. Apesar de acreditar no que faz, Tessa sente-se culpada pelo modo como age e diz que não consegue se perdoar por algumas de suas atitudes frente ao marido. Aliás, a fragilidade de seu ego em meio a intensidade de seus conflitos internos é exposta desde a primeira cena do filme, onde se apresenta a mesma situação dos limites de sua consciência entre a defesa de uns e o prejuízo de outros, incluindo especialmente a si mesma entre esses outros e mostrando viver no limite entre as pulsões de vida e morte.
FICHA TÉCNICA DO FILME:
O JARDINEIRO FIEL
Diretor: Fernando Meirelles Elenco: Ralph Fiennes, Rachel Weisz, Hubert Koundé, Danny Huston Países: Alemanha, China, EUA, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte Ano: 2005 Classificação: 14