No início da década de 2020, o campo das emoções sintéticas começou a ganhar força como uma possibilidade real de transformação em áreas como saúde, educação e interações sociais. A ideia de que máquinas possam reconhecer, interpretar e até replicar emoções humanas provoca tanto fascínio quanto receio. Enquanto alguns defendem que essas inovações podem melhorar a qualidade de vida e preencher lacunas emocionais, outros questionam se não estaríamos arriscando desumanizar ainda mais nossas relações interpessoais.
O artigo foi inspirado por uma questão levantada durante um seminário que ministrei sobre Big Data, Inteligência Artificial (IA) e Saúde. No decorrer da apresentação, alguém perguntou: “Até que ponto uma IA pode imitar um humano?”. Essa pergunta gerou uma discussão rica e multifacetada, abordando desde os avanços tecnológicos que aproximam a IA de características humanas até os limites éticos e sociais que cercam essas inovações.
Um dos pontos centrais do debate foi a importância dos dados. Como destacado pelo seminário, “dados são o limiar”. A capacidade de uma IA imitar emoções e comportamentos humanos depende diretamente da qualidade, quantidade e diversidade dos dados que ela pode processar. Desde padrões emocionais coletados por sensores em dispositivos até grandes volumes de informações textuais analisadas por algoritmos de aprendizado de máquina, os dados moldam não apenas as respostas das IAs, mas também as questões éticas sobre privacidade e consentimento.
Em relação à compreensão das emoções humanas, a inteligência artificial tem avançado em aplicações práticas, como a detecção de estados emocionais por meio de características faciais, entonações vocais e gestos. Estudos demonstram que esses sistemas estão sendo integrados em áreas como segurança, entretenimento, saúde e educação, permitindo interações mais personalizadas e empáticas [1]. Tecnologias semelhantes foram inspiradas por ficções como o robô Baymax de Operação Big Hero, enquanto na prática robôs como Paro e Pepper são utilizados em terapias emocionais e na interação com crianças e idosos.
Figura: Paro, um robô terapêutico utilizado na interação com idosos em contextos clínicos [2].
No entanto, os desafios éticos que acompanham essas tecnologias são significativos. Um ponto central é a humanização dos robôs, que pode gerar a falsa impressão de consciência emocional. Como destacam alguns estudiosos, a introdução de feições humanas em robôs pode criar conexões artificiais que confundem os limites entre tecnologia e humanidade [3]. Esse fenômeno levanta a questão: até que ponto os robôs devem ser programados para simular empatia?
Outro aspecto importante é a análise de sentimentos, uma técnica amplamente usada na inteligência artificial. Essa abordagem permite que sistemas interpretem e classifiquem emoções expressas em textos digitais, como postagens em mídias sociais. Estudos como o da IBM, que utilizou o modelo Big Five para analisar personalidades a partir de tweets, ilustram como dados emocionais podem ser utilizados em estratégias de marketing direcionado e atendimento personalizado [4][5].
Figura: Interface do software da IBM Watson [4].
Apesar do avanço dessas tecnologias, a privacidade emocional emerge como um tema crítico. A coleta de grandes volumes de dados emocionais, muitas vezes sem o devido consentimento, expõe usuários a riscos significativos. Como alertam especialistas, sistemas de IA devem ser projetados para proteger informações sensíveis, garantindo que apenas dados relevantes e autorizados sejam utilizados [6].
A robótica social, por sua vez, apresenta oportunidades e desafios na interação humano-máquina. Robôs como Sophia e Pepper exemplificam como a tecnologia pode ser aplicada para oferecer suporte emocional em lares, escolas e hospitais. No entanto, esses avanços também nos forçam a reconsiderar como definimos empatia e conexão em um mundo cada vez mais automatizado [7]. A ética desempenha um papel fundamental nesse contexto, destacando a necessidade de diretrizes claras para o uso responsável dessas ferramentas.
Figura: Sophia [8].
Finalmente, o cinema também explora como a tecnologia pode influenciar a forma como entendemos as emoções. Obras fictícias como o filme Ela (Her) nos convidam a refletir sobre o impacto emocional de conexões com sistemas artificiais. No mundo real, estudiosos como David Levy argumentam que vínculos emocionais entre humanos e robôs podem se aprofundar a ponto de desafiar nossa compreensão tradicional de relacionamentos [9].
Figura: Cena do filme “Ela” (Her)
Esses avanços mostram como as emoções sintéticas podem enriquecer interações humanas, mas também exigem atenção redobrada às questões éticas e sociais. Seja na personalização de experiências digitais, no uso terapêutico de robôs ou na criação de novas formas de conexão, é essencial equilibrar inovação tecnológica com a preservação dos valores humanos.
Referências:
[1] Inteligência Artificial Emocional (EAI): a IA que analisa sentimentos. Disponível em:eduka.ai [2] Paro: o robô terapêutico que transforma o cuidado com idosos. Disponível em:guardian.com [3] Feições humanas em robôs: entre a mercantilização e a dignidade humana. Disponível em:congressoemfoco.uol.com.br [4] Smile for the Camera: Privacy and Policy Implications of Emotion AI. Disponível em:arxiv.org [5] Simonite, T. (2013). Ads Could Soon Know If You’re an Introvert (on Twitter). MIT Technology Review. Disponível em:technologyreview.com [6] Implicações éticas da inteligência artificial: desafios e estratégias. Disponível em:meuartigo.brasilescola.uol.com.br [7] A revolução da robótica social: Humanos e máquinas em conexão. Disponível em:horizontes.sbc.org.br [8] Sophia: o robô que revolucionou a interação social. Disponível em:hansonrobotics.com [9] Levy, D. (2008). Love and Sex with Robots. HarperCollins Publishers.
Algo que sabemos ser comum a todos, ou pelo menos a maioria das pessoas, é a busca pela felicidade, desde o início da vida aquilo que fazemos é buscando esse caminho: ser feliz, e muitas vezes as coisas impostas a nós pelos nossos pais e/ou por pessoas que nos amam também tem como objetivo, em sua maioria a nossa felicidade, dentro disso é impossível negar o fato de que o ser humano está sempre na busca incansável pela felicidade, busca essa que tem durado toda uma vida e se transformando à medida que o mundo muda também.
Ferraz, Tavares e Zilberman (2007) vão nos trazer um pouco da história dessa busca, destacando cinco momentos fundamentais na construção desses ideais, o primeiro momento define a felicidade como algo dado pelos deuses, ou seja, não estava ao alcance e dependência humana, após a filosofia socrática isso mudou, e a felicidade passou a ser definida como uma responsabilidade do indivíduo, no Iluminismo a crença estabelecida era de que todos mereciam ser felizes e com a chegada da Revolução Francesa foi estabelecido como objetivo social a felicidade dos cidadãos.
Independente do período histórico sabemos que a felicidade sempre foi almejada. Atualmente entende-se a felicidade como a predominância dos estados emocionais positivos, relacionados a sentimentos de bem estar e prazer, sendo que “os julgamentos de bem-estar são baseados principalmente na frequência (na quantidade) de afeto prazeroso e menos na intensidade do mesmo.” (GIACOMONI, 2014), pois as emoções intensas vivenciadas são raras e geralmente necessita-se de um alto custo, por isso o bem estar quando vivenciado a longo prazo mesmo que com pouca intensidade se torna mais significativo que picos emocionais sem continuidade.
Fonte PixBay
Sabemos que as emoções positivas são de maneira geral um padrão a ser seguido, mas também precisamos levar em conta no processo de busca da felicidade a subjetividade humana, para isso podemos tomar como exemplo a pirâmide de Maslow. Na pirâmide de Maslow temos cinco compartimentos sendo eles em uma ordem de baixo para cima, fisiologia, segurança, amor/relacionamento, estima e realização pessoal.
Podemos identificar as duas primeiras bases da pirâmide como os pontos comuns a todos, sendo eles a fisiologia e a segurança, pois não é possível alcançarmos qualquer nível de felicidade sem que essas áreas estejam alinhadas, como por exemplo, ter possibilidade de se alimentar, ter uma boa saúde, ter segurança do corpo, segurança de recursos financeiros para a sobrevivência diária, sem essas duas bases a busca pela felicidade não pode ser continuada, pois é impossível pensar em questões de realizações pessoais, relacionais, profissionais sem que haja o mínimo para sobrevivência.
Tendo essas bases estruturadas partiremos então para as áreas que tendem a ser mais subjetivas a cada indivíduo, a primeira delas é a o amor/relacionamentos, dentro dessa área encontramos a família, amizades, intimidade sexual, e coisas relacionadas, e é a partir daqui que devemos analisar aquilo que faz sentido para cada pessoa, por exemplo, para alguém que busca a felicidade buscar uma aproximação com a família pode fazer muito sentido, mas para outra pessoa o afastamento familiar pode ser melhor, da mesma maneira a construção de relacionamentos amorosos, amizades deve ser construído dentro da subjetividade de cada um.
Quando falamos de estima também devemos pensar na subjetividade, pois uma conquista que para uma pessoa pode ser algo grande pra outra pessoa pode não ser tão significativo assim, vemos hoje como exemplo no mundo profissional em que existem pessoas que sonham com o diploma e outras que buscam uma carreira no mundo do empreendedorismo e temos no topo da pirâmide a realização pessoal que é o ponto mais subjetivo que temos na teoria de Maslow.
Vemos através da pirâmide de Maslow como a busca pela felicidade é fragmentada, gradual e ao mesmo tempo interligada, além disso, não podemos esquecer que a felicidade é apesar dos pontos em comuns a todos, é muito subjetiva, pois aquilo que pode representar felicidade para mim pode não ser para outra pessoa, a verdade é que podem existir vários artigos, estudos e ciências falando sobre felicidade e as diversas questões emocionais que nos compõem como seres humanos, mas jamais esgotaremos os assuntos pois estamos sempre em mudança e adaptação de novas realidades, e viver é isso, estar sempre mudando.
Dito isso, finalizo dizendo que se você é uma pessoa que está nessa busca incansável pela felicidade, tente refletir nas palavras que Sócrates nos deixou: “O segredo da felicidade não se encontra na busca por mais – mas sim no desenvolvimento da capacidade para desfrutar de menos.” e busque contentamento nas coisas presentes e constantes, aquelas coisas da rotina que na maioria das vezes passam despercebidas aos nossos próprios olhos, em vez de nas coisas futuras e intensas porque o futuro pode não acontecer da maneira que tanto se planeja e as coisas intensas tendem a não durar tanto assim.
Fonte PixBay
Referências
FERRAZ1, Renata Barboza; TAVARES, Hermano; ZILBERMAN, Monica L. “Felicidade: Uma revisão”, 2007.
GIACOMONI, Claudia Hofheinz. “A felicidade é campo de estudo da psicologia?”. ComCiência, Campinas, no.161, Setembro, 2014. Disponível em: <http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542014000700009&lng=pt&nrm=iso>.
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Além do que se vê…
27 de outubro de 2022 Maria Laura Maximo Martins
Conto
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Sou feita de sonhos
De todos os chãos que meus pés pisaram
De paisagens que meus olhos contemplaram
De medos que ignorei ao entrar em um avião – pois no fim, vale à pena
Dos sabores que minha boca provou
Sou feita de recordações e verões
Águas geladas, mas tão azuis que me aventurei
Sou feita de idiomas, palavras e canções
De abraços que curam e despedidas que doem
De portas que se abrem, de janelas que convidam o sol a iluminar – trazendo esperança
De pessoas que deixaram memórias, marcas e aprendizados
E daquelas que ainda estão aqui
Sou feita de dúvidas, respostas, mapas, fotografias
Sou tudo isso que vivi, que vi, que toquei
Daquilo que ainda vem e que me causa certa ansiedade
De planos que adormecem em um velho caderno
E que me obrigam a tentar conduzir meu destino
Sou feita daquilo que se concretiza
E que faz o coração bater mais forte do que sequer imaginei
Posso até viajar mentalmente, visualizando o meu futuro
Mas viver de fato é um risco diário que me proporciono – livremente
Deixo apenas ser e acontecer – intensamente
Deixo a vida fluir, no seu ritmo e acompanho a dança
Erro o passo, o tom, troco a trilha sonora e coleciono mudanças e oscilações
Sempre com certeza segurança e calmaria, pois acredito em muitas coisas
Principalmente no que sou, no que um dia fui e no que me tornarei
E em tudo o que me constitui – que vai além do que os olhos podem enxergar
Sei que chegarei no lugar que pertenço, que encontrarei o meu propósito
E estarei com quem devo estar
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O Homem Não é uma Máquina!
15 de março de 2022 Josélia Martins Araújo da Silva Santos
Insight
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Comumente ouvimos frases como “Homem que é homem é forte’’, “Faça isso igual um homem”, “Faltou um homem para colocar ordem aqui” e por último uma das frases mais famosas “Homem não chora”, conceitos como este externalizados através da fala se tornaram regras extensamente difundidas na sociedade, indicando que o homem deve seguir um padrão de comportamento estando sua conduta pré-definida em conceitos culturais que a sociedade criou.
Apesar de essas referências terem evoluído ao longo do tempo, diversas culturas ainda seguem estritamente a regra que diferencia o comportamento de homens e mulheres pelo conceito da racionalidade e emoção. Dessa forma, infelizmente, homens e mulheres ainda são educados de forma diferente. Como resultado, muitos homens têm dificuldade em expressar sentimentos e emoções.
Santos (2015) acrescenta que a sociedade confere maior emoção às mulheres e maior racionalidade aos homens. Ao analisar a dicotomia entre racionalidade e emoção relacionada à identidade de gênero, enfatizou que expressões de determinadas emoções, como medo e vulnerabilidade, estão mais fortemente associadas às mulheres. Em vez disso, emoções como raiva ou agressão estão associadas aos homens. De uma perspectiva de tipologia emocional potencialmente relacionada ao gênero, espera-se que as mulheres experimentem uma variedade de emoções consideradas mais positivas, enquanto os homens as emoções negativas.
Fonte: encr.pw/NMDWu
Ao mesmo tempo, essa lógica binária tem efeitos colaterais para todos, com algumas pessoas ou grupos sociais defendendo a lógica da sensibilidade feminina e da racionalidade masculina. Portanto, é importante enfatizar que os homens têm sentimentos e que também são racionais. No entanto, ambos os sexos são ensinados a processar sentimentos por meio de regras sociais. Ou seja, os métodos de lidar com tais sentimentos geralmente são aprendidos por homens e mulheres com base nas consequências de tais atitudes para aqueles que ousam tentar.
Garcia et.al (2019) aponta que a masculinidade ainda é atrelada à cultura machista patriarcal. Assim, as condutas desta cultura, impõe as regras da forma que um homem deve agir, dando a entender que ele é capaz de realizar todas as coisas sem passar por nenhum tipo de sofrimento. E aquele que requer um acolhimento de uma escuta, a sociedade não o deixa ter, transformando-o e exigindo que este seja uma máquina indestrutível, que não admite que entre em contato com suas emoções, com suas dores e com seus limites.
Pode não ser novidade pensar que porque sempre (embora menos hoje), muitos meninos são punidos e envergonhados socialmente por demonstrarem aquilo que sentem. Penalizar a demonstração de sentimentos de um homem pode ocasionar comportamentos evitativos relacionados à expressão de suas emoções, o que pode ocasionar sofrimento psíquico entre outras consequências.
É indiscutível que a polarização de gênero é ruim para todos. É fato que as mulheres são prejudicadas e estigmatizadas. Ao mesmo tempo, porém, a rigidez que a sociedade impõe aos papéis masculinos não abre espaço para que os homens expressem plenamente seus sentimentos e emoções.
Como resultado, eles se sentem culpados e punidos socialmente quando expressam seus sentimentos. Por esse motivo, é mais comum que os homens apresentem níveis mais elevados de estresse e sofram de transtornos relacionados à ansiedade, dificuldades nos relacionamentos sociais e românticos.
Em conformidade com Silva (2021), ao analisar índices relacionados à saúde mental, é identificado que há uma prevalência de transtornos mentais em mulheres, no entanto é observado que homens têm mais tendências suicidas que as mulheres, estando outros tipos de transtornos ligados. Uma causa associada a este fenómeno pode estar ligada a tendência que o homem possui em atrelar doença a fraqueza, além de possuírem maior dificuldade em expor suas ansiedades e sentimentos de tristeza.
Fonte: l1nq.com/V5sVT
Somos todos seres humanos independentemente do gênero e, em muitos casos, somos castrados e limitados por dogmas socialmente construídos. Portanto, não faz sentido distinguir entre comportamento masculino e feminino, especialmente quando se trata da expressão de sentimentos e emoções.
Assim, é importante estar ciente de que muitas vezes um amigo, colega de trabalho, namorado ou marido pode estar em grande desespero emocional. Muitos deles sofrem e escondem seus sentimentos por causa de habilidades comportamentais subdesenvolvidas. Além disso, pode até explicar o comportamento suicida de muitos homens que vivenciaram algum fracasso ou foram estigmatizados socialmente ao falar sobre suas emoções e não podem arcar com tal punição pública. Desse modo, é compreensível que os homens tenham mais dificuldade em se expressar. Talvez isso mostre a necessidade de mais troca e desconstrução de regras socialmente impostas.
REFERÊNCIAS
SANTOS, Luís Homens e expressão emocional e afetiva: vozes de desconforto associadas a uma herança instituída, Revista Ciências Sociais, São Paulo, v 40, n.1,p 1-14, Setembro de 2015, acessado em 11 março de 2022. URL: http://journals.openedition.org/configuracoes/2593.
GARCIA, L. H. C.; CARDOSO, N. DE O. BERNARDI, C. M. C. DO N. Autocuidado e Adoecimento dos Homens: Uma Revisão Integrativa Nacional. Revista Psicologia e Saúde, v. 11, n. 3, p. 19-33, 9 out. 2019.
Silva, Rafael Pereira e Melo, Eduardo Alves Masculinidades e sofrimento mental: do cuidado singular ao enfrentamento do machismo. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 26, n. 10 [Acessado 11 Março 2022], pp. 4613-4622. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-812320212610.10612021>. ISSN 1678-4561. https://doi.org/10.1590/1413-812320212610.10612021.
Foi-me sugerida a leitura de um capítulo específico do livro A mente vencendo o humor, que trata sobre a raiva, a culpa e a vergonha, e percebo o quão importante são as informações trazidas ali e o quão essencial é entender estas emoções que permeiam os relacionamentos e as situações das pessoas que nos procuram para a terapia, além de servir para cada um de nós, pois são estados de humor que nos afetam em vários momentos da vida, quando estamos diante de situações desafiadoras que nos fazem sentir ameaçados e/ou injustiçados.
Por agora vou me ater somente à raiva, para conseguir explorar bem os aspectos que percorrem esta emoção. Primeiramente deve-se avaliar com qual frequência, a duração de tempo, e a intensidade que este estado de humor aparece. O objetivo é sentir a raiva com menos frequência, que ela dure um tempo menor, e que não seja tão intensa a ponto de emitirmos comportamentos que depois iremos nos arrepender.
O livro traz uma folha de exercícios que permite você avaliar e depois monitorar os estados de humor, e perceber o progresso ao passar do tempo. Após feito este levantamento, é importante entender como estas emoções funcionam e o que você pode fazer para se sentir melhor em relação à elas.
A raiva, assim como outros estados de humor, vêm acompanhada por mudanças no pensamento, no comportamento e nas reações físicas. Quando experimentamos a raiva, todo nosso corpo é estimulado para a defesa ou o ataque. A grande sacada é entender que a intensidade que experimentamos a raiva (deste irritação até fúria) é totalmente influenciada pela nossa interpretação da situação vivida, e isso pode variar de pessoa pra pessoa, pois esta maneira de vivenciar a situação perpassa a experiência de vida do sujeito, suas regras ou pressupostos e as crenças que ele tem.
A raiva normalmente está associada à percepção de injustiça, e também está relacionada à ameaça, dano ou prejuízo e à crença de que foram violadas regras importantes. Este sentimento está muito relacionado também às expectativas que temos de outras pessoas. Quanto mais próxima a nossa relação com alguém, mais expectativas temos, e quando percebemos que as pessoas não atenderam a nossa expectativa em relação a alguma coisa, ficamos frustrados, então aparece o sentimento de decepção, dor e de raiva.
Existem algumas estratégias que podem nos ajudar no manejo da raiva, e com treino podemos adquirir habilidades para lidar melhor com esta emoção. De acordo com a Terapia Cognitivo – Comportamental, que é a minha abordagem de escolha, e da qual o livro se refere, o conteúdo dos nossos pensamentos no momento da emoção contém informações muito importantes, e examinar este conteúdo irá nos ajudar a responder às situações de forma mais construtiva.
A TCC como é chamada, nos convida a questionar nossos pensamentos e nos propõem ampliar nosso olhar para que possamos encontrar formas alternativas de pensar em dadas situações. Quando estamos com raiva, costumamos interpretar os acontecimentos equivocadamente e as intenções das pessoas de forma negativa. Aprender a interpretar as ações das outras pessoas, considerar suas intenções de forma mais respeitosa e encarar as situações a partir de diferentes perspectivas são formas úteis de responder à raiva.
O livro traz um instrumento que pode ser utilizado para praticar essa reflexão, que consistem em um Registro de Pensamento, onde você descreve a situação, o humor experimentado durante a situação e quais pensamentos ocorreram durante este processo, conforme figura abaixo:
Folha de Excercícios 15.3 Compreendendo a raiva, a culpa e a vergonha
1. Situação
Quem?
O quê?
Quando?
Onde?
2. Estados de humor
a. O que você sentiu?
b. Avalie cada estado de humor (0-100%)
3. Pensamentos automáticos (imagens)
a. O que estava passando por sua mente instantes antes de começar a se sentir assim? Algum outro pensamento? Imagem? Lembrança?
b. Circule ou marque o pensamento “quente”.
A mente vencendo o humor, segunda edição. 2016 Dennis Greenber e Christine A. Padesky.
Quando as pessoas ficam com raiva, elas tendem a tirar conclusões precipitadas, que podem ser imprecisas. Quando você estiver tendo uma discussão com raiva, pare e pense em suas respostas antes de atacar. Lembre-se de ouvir a outra pessoa na conversa. Uma boa comunicação pode ajudá-lo a resolver problemas antes que sua raiva aumente.
Outra forma de auxílio no controle da raiva é antecipar e se preparar para acontecimentos que possivelmente tragam essa emoção, se planejando, ensaiando mentalmente para aquele momento que possivelmente será estressante, dessa forma você poderá se sentir mais confiante e menos ameaçado se as coisas não derem certo. Sua resposta pode ser mais eficaz e adaptativa se utilizar deste “roteiro” pensando no que você quer atingir ao entrar naquela situação.
Além disso é importante reconhecer os primeiros sinais de raiva, para que ela não chegue a sair do controle, como por exemplo ficar instável, sentir tensão muscular, aumento da frequência cardíaca, mandíbula cerrada, aumento da pressão arterial e atitude defensiva ou de ataque. Você nesse momento pode parar e perceber o que está acontecendo e escolher ter a raiva (o que significa que os sinais se intensificarão ainda mais) ou dar um tempo e usar a assertividade para se acalmar.
Dar um tempo significa se afastar da situação quando você percebe os primeiros sinais que está ficando com raiva. Essa estratégia simples pode ajudá-lo a encarar a situação de forma diferente. Faça um intervalo (o tempo você determina de acordo com a complexidade da situação), e após esse tempo você retornará à situação provavelmente de uma forma bem mais eficaz.
A assertividade diz respeito à um ponto intermediário entre ser agressivo ou permitir passivamente que alguém se aproveite de você. O livro traz um exemplo que fica bem nítido. Suponha que vocês está voltando pra casa do trabalho e seus filhos começam a pedir sua atenção, todos ao mesmo tempo. Se estiver cansado e tentar satisfazer as necessidades deles (passivo), você começará a se sentir sobrecarregado e acabará explodindo de raiva (agressivo). Geralmente é melhor ser assertivo e dizer algo como: “Estou muito cansado e preciso de alguns minutos antes de brincar com vocês. “Isso dá tempo para você se recuperar, lembrar-se do quanto ama seus filhos e preparar-se para um tempo com eles e/ou definir limites quando necessário. Para ajudar você pode usar algumas estratégias como:
Usar afirmações do tipo “Eu” – quando estamos com raiva queremos acusar então começamos com “Você”. Substituindo o “Você” por “Eu” aumentam as chances de fazer a outra pessoa escutar o que vocês está tentando comunicar;
Reconheça o que há de verdade nas queixas que alguém tem de você, e ao mesmo tempo, defenda seus direitos. (como por exemplo aprender a dizer não sem se sentir egoísta, mas na perspectiva que você está cuidando um pouco de você);
Faça declarações claras e simples sobre seus desejos e necessidades, em vez de esperar que outras pessoas leiam sua mente e prevejam o que você quer. (Isso vai te ajudar a alinhar as expectativas com o outro);
Foque no processo de assertividade, e não nos resultados. (Foco no objetivo da comunicação clara, informar as pessoas que nos relacionamentos sobre nossas expectativas ou limites frequentemente reduz a mágoa e a irritação que podem conduzir à raiva).
E por último, praticar o perdão. Muitas vezes a raiva é consequência de mágoas profundas e repetidas que guardamos dos outros, por algo que eles tenham cometido contra nós. Este estado de raiva constante pode corroer o nosso espírito e nos impedir de experimentar felicidade e alegria. Não que este seja um exercício fácil, mas aceitar os fatos ocorridos e se despender da raiva vai aliviar a nossa carga na caminhada da vida. Perdoar não significa desconsiderar as ações da outra pessoa, significa olhar para essas ações de forma diferente.
Você pode tentar por si só controlar melhor a raiva quando ela aparece com as estratégias trazidas aqui, como testar os pensamentos de raiva, preparar-se para acontecimentos que provavelmente incitarão este humor, reconhecer os primeiros sinais de alerta, dar um tempo, ser assertivo e perdoar. Use esses métodos regularmente. Com prática você conseguirá ser mais eficaz quando precisar delas. Mas se mesmo depois disso você perceber que não têm uma boa regulação emocional para lidar com esse sentimento, que você têm prejuízos nos relacionamentos interpessoais por falta de saber lidar com a raiva, a terapia é uma excelente alternativa que pode ensiná-lo a se comunicar melhor, aumentando as interações positivas em seus relacionamentos e a desenvolver habilidades para ajudá-lo a exercitar as estratégias de identificação e a alteração de expectativas e regras. Essas habilidades podem reduzir a raiva e melhorar a qualidade de suas relações, e consequentemente sua qualidade de vida.
Referências:
GREENBERGER, Dennis; PADESKY, Christine A. A mente vencendo o humor: Mude como você se sente, mudando o modo como você pensa. Porto Alegre: Editora Artmed, 2ªEd., 2016.
Quando uma pessoa recebe uma informação carregada de afeto, aciona-se sua Inteligência Emocional, pois vários sistemas ligados às emoções são trabalhados. A Inteligência Emocional (IS) implica em avaliar e expressar emoções de si e dos outros; regular as emoções de si e dos outros; e usar a emoção para processos adaptativos. Tais processamentos são aplicados em linguagem verbal e não verbal (BUENO; PRIMI, 2003).
Além disso, IS implica em perceber cuidadosamente as situações de extrema emoção, assim como de avaliar e expressar emoções, além da capacidade de compreender e expressar emoções. Também envolve a competência em perceber e gerir sentimentos quando colaboram nos processamentos de pensamento assim como controlar as emoções para aumentar a maturidade emocional e intelectual (BUENO; PRIMI, 2003).
Fonte: Google Imagens
No desenho animado intitulado como Irmão do Jorel, o protagonista que tem o seu nome em anonimato e é conhecido na trama pelo nome do desenho, esbanja várias habilidades de IS ao decorrer dos episódios. Mesmo sendo apenas uma criança com apenas oito anos é possível observar que sua postura mediante aos problemas de uma criança são resolvidos de modo muito maduro e com grande complexidade (HUTZ; WOYCIEKOSKY, 2021).
Fonte: Google Imagens
Sua companheira de aventuras, Lara, também demonstra muita maturidade emocional e intelectual, as vezes mais do que o próprio protagonista, e é de se duvidar se o desenho de fato é para crianças acima de dez anos. Muitas vezes ocorre a narração e um encadeamento de diálogos complexos, incluindo os processos que são usados em IS. Nota-se na maioria dos episódios, o protagonista consegue verbalizar suas emoções e antes disso, identifica-las, além e reconhecer os efeitos delas em seu comportamento (HUTZ; WOYCIEKOSKY, 2021).
Fonte: Google Imagens
Além disso, Irmão do Jorel consegue reconhecer com facilidade a expressão e o humor dos personagens coadjuvantes ao seu redor e por conta disso, tenta solucionar seus problemas. O autocontrole também é presente nos episódios pois percebe-se que mesmo tendo várias vezes expressões de raiva, medo, surpresa e paixão, o protagonista consegue controlá-las e tentar pensar racialmente para resolver a situação problema (HUTZ; WOYCIEKOSKY, 2021).
Fonte: Google Imagens
O desenho animado traz vários questionamentos complexos sobre vários temas, como o sentido da vida, as qualidades das relações com os membros familiares e da escola e sobre a definição de temas abstratos como por exemplo, o que é alegria ou amor. Mas o mais surpreende no desenho é exatamente essa capacidade do protagonista em saber lidar com muita maestria e sapiência suas emoções (BUENO; PRIMI, 2003).
Esperava-se que uma criança apenas de oito anos tivesse comportamentos comuns a essa faixa etária, como birra, escândalos e um uma linguagem verbal simplória. Contudo o desenho ilustra o contrário, mas fica uma ótima recomendação às crianças, pois como toda jornada do herói, em cada episódio há um final feliz. Isso reforça aos espectadores a lição de que vale a pena se expressar e ter maior controle sobre as emoções.
REFERENCIAS:
HUTZ, C. W.; WOYCIEKOSKY,C.Inteligência Emocional: Teoria, Pesquisa, Medida, Aplicações e Controvérsias. Psicologia: Reflexão e Crítica, v.34, n.22, pp.1-11. 2021.
BUENO, J. M. H.; PRIMI, R.Inteligência Emocional: Um Estudo de Validade sobre a Capacidade de Perceber Emoções. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2003, 16(2), pp. 279-291
“A reta final da graduação é marcada por mudanças, como o início dos estágios específicos supervisionados e da elaboração do trabalho de conclusão de curso que podem trazer sofrimento psíquico aos universitários’ ‘- Adriele. (Trecho retirado do artigo encurtador.com.br/ajAF p.7)
Adriele Freire, acadêmica egressa do CEULP/ULBRA, atualmente Psicóloga no Serviço Escola de Psicologia (SEPSI) do CEULP/ULBRA, teve como sua tese de conclusão de curso “A SAÚDE MENTAL DE ACADÊMICOS NO ÚLTIMO ANO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO CEULP/ULBRA”, tema esse que se tornou base para uma série de reflexões.
Aproveitando o vasto conteúdo e a importância desse TCC para graduandos, trouxemos a presença de Adriele Freire. A entrevista concedida nos proporcionou ainda mais conhecimento, nos fazendo sentir parte do processo, ao mesmo tempo que pode sanar curiosidades.
Fonte: Arquivo Pessoal
EN(CENA) – Comparando 2017 e o ano atual, você acha que o sofrimento psicológico dos alunos, estando na reta final da graduação ou não, é diferente?
Adriele Freire – Acredito que sim, principalmente por causa da pandemia, que trouxe várias outras preocupações aos acadêmicos junto com mudanças significativas em suas rotinas.
EN(CENA)- Atualmente a ULBRA não possui mais o Trabalho de Conclusão de Curso. Você acha que isso diminuiu o sofrimento psicológico?
AdrieleFreire – Sim, pois foi um dos aspectos mais citados pelos acadêmicos como estressor nessa etapa do curso quando realizei a pesquisa. Alguns até sugeriram que fosse realizado em dupla como alternativa para diminuir o estresse.
EN(CENA)- Você acha que existe uma normalização do sofrimento, não só nas turmas de Psicologia mas no ensino superior como um todo?
Adriele Freire – No ensino superior como um todo penso que ainda existe certa falta de conhecimento e, consequentemente, preconceito em relação ao cuidado com a saúde mental. Em relação às turmas de psicologia, em alguns momentos, parece que há negligência em relação ao autocuidado.
Fonte: encurtador.com.br/acA68
EN(CENA)- Essa questão do sofrimento aliada à pressa de se formar para entrar no mercado de trabalho e conseguir independência pode trazer diversos desgastes para o estudante. Desgastes dos quais resultam em transtornos como a ansiedade e a depressão. A transição brusca do ensino presencial para o remoto pode ter potencializado o surgimento desses transtornos?
Adriele Freire-Acredito que sim, pois a pandemia trouxe muitos temores e incertezas em relação ao futuro tanto profissional quanto pessoal e familiar.
EN(CENA)Aqui no CEULP/Ulbra nós temos o alteridade, que é o núcleo de atendimento educacional especializado em discentes universitários. O qual conta com servidores multidisciplinares entre eles psicólogos e estudantes de Psicologia. Como projetos de extensão como esse contribuem de forma positiva aos acadêmicos? Como incentivar os alunos a buscarem esses serviços em suas faculdades?
Adriele Freire –É muito importante na vida do universitário, pois é um suporte social que auxilia nesse momento tão importante que é a formação profissional. Acredito que a divulgação desse serviço principalmente através das redes sociais pode ser uma forma de incentivo, uma vez que são cada vez mais utilizadas.
EN(CENA) Em seu artigo você nos traz a realidade dos sintomas psicossomáticos em acadêmicos, como por exemplo privação de sono, estresse, angústias e facilitadores de desequilíbrios hormonais. De que formas esses sintomas prejudicam os acadêmicos e como eles podem ser aliviados ou reduzidos?
Adriele Freire-Podem prejudicar em vários aspectos, como no desempenho acadêmico e até no dia a dia. Utilizar estratégias de coping, de autocuidado podem ajudar, são coisas que os acadêmicos geralmente esquecem-se de fazer, talvez devido à demanda da faculdade e mesmo a ansiedades relacionadas à formação.
Fonte: encurtador.com.br/mtBG6
EN(CENA)Existe um estigma de que estudantes de Psicologia/ saúde cuidam dos outros, mas negligenciam sua própria saúde mental e física. Quais dicas você daria para que esses estudantes pudessem otimizar o tempo, mas sem se esquecer do autocuidado?
Adriele Freire- Acredito que a terapia é uma grande aliada nesse aspecto, mas na impossibilidade de fazer, o suporte de colegas que estão no mesmo momento ou passando por situações semelhantes pode ajudar bastante, um exemplo podem ser encontros em grupos para falar sobre as questões da faculdade.
EN(CENA) Entre o meio acadêmico de psicologia, muito se fala e se estuda sobre suicídio e depressão. Mas sabemos que muitos desses alunos fazem parte das estáticas de tentativa de suicídio. Em sua opinião como promover uma psicoeducação, além do exigido academicamente (palestras, trabalhos) para que de fato esses alunos se conscientizem?
Adriele Freire – Talvez a partir de rodas de conversa sobre a saúde mental dos próprios acadêmicos de psicologia em que haja um momento de troca entre eles seja uma forma de verem em si mesmos o que estudam, de forma que consigam entender e agir de forma efetiva sobre si mesmos.
Já se viu em alguma situação em que se sentiu impotente? Na pandemia, o desemprego ou a descrença de que se vai recuperar algo que perdeu podem trazer esse sentimento. A sensação de impotência nasce da ideia de que não podemos fazer nada diante de um problema ou quando a solução parece não estar ao nosso alcance. São momentos em que você se sente perdido, frustrado e desmotivado. A impotência traz a desesperança.
Desde pequenos, somos estimulados a estar na frente e a vencer. Na adolescência, somos incentivados a estar à frente no conhecimento e nas atitudes sociais. Na fase adulta, no trabalho, somos motivados a estar sempre ganhando. Indivíduos que não lidam bem com o ‘não’ e com o perder, acabam se frustrando. Devemos ressaltar que, muitas vezes, não temos o controle das situações. Precisamos aprender a lidar com esse ‘não’ que a vida nos dá.
Essa sensação pode se transformar em aprendizado quando se aceita que não vai ganhar sempre e que nem sempre vai ter soluções para algumas situações. É preciso conhecer os limites e entender que somos indivíduos limitados. Todos nós temos competências e limitações. Aceitando isso, transformamos o sentimento de impotência e inabilidade em aprendizado.
O impotente vai se apagando aos poucos. Então, a família e os amigos precisam estar atentos a esse discurso de desânimo ou até mesmo suicida. Algumas frases ditas são clássicas, como ‘a minha vida não tem jeito’, ‘não gostaria mais de estar aqui’, ‘não vejo saída’.”
Ao procurar tratamento psicológico, o indivíduo vai conhecer seus limites e saber lidar com as emoções, desenvolvendo habilidade emocional. É preciso explicar que não teremos soluções para tudo, pois nem tudo tem solução. Por exemplo, há coisas que fogem do nosso controle. O profissional vai desenvolver o conceito de resiliência, onde se é levado a um estresse máximo, e volta a forma inicial. O que essa situação tem de positivo? Sempre tem alguma coisa que podemos fazer, seja ela reversível ou irreversível.
A vida é feita de tentativas, acertos e erros. É assim que aprendemos. Somos fruto de nossas experiências. Nem sempre teremos sucesso. Em uma vida em que não houvesse erros e fracassos, onde estaria o aprendizado? Lembre-se: o que estamos vivendo é uma fase, busque ajuda psicológica e você vai aprender a lidar com as frustrações e acreditar que as coisas vão melhorar.
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Inteligência Emocional e relações interpessoais significativas
As emoções têm um papel fundamental na vida humana. Elas determinam nossa qualidade de vida e permeiam todos os nossos relacionamentos (no trabalho, entre amigos, familiares e relacionamentos íntimos). Por vezes, as emoções começam de forma tão rápida que nosso consciente não consegue detectar o que ativou uma emoção em nossa mente naquele momento (EKMAN, 2011). Ainda de acordo com o autor, “Não temos muito controle a respeito do que nos deixa emocionados, mas é possível, embora não seja fácil, fazer algumas mudanças naquilo que ativa nossas emoções e em nosso comportamento quando nos emocionamos” (p.14).
Greenberg (2015), ao falar sobre esse assunto inicia trazendo o questionamento do motivo pelo qual as pessoas possuem emoções e o que precisam fazer com elas, e coloca como resposta que as emoções são de extrema importância para a sobrevivência, intercomunicação e resolução de dilemas.
Com isso Greenberg (2015) afirma que as emoções não são lacunas que simplesmente acontecem ao longo da vida que tendem a ser controladas, pelo contrário, elas acontecem pois fazem parte do processo do próprio sujeito e precisa ser atendida e compreendida. Vale entender que não somente as emoções são significativas nesse processo, o autor relaciona um equilíbrio com a razão onde ajuda as pessoas tornarem-se efetivas em seus ambientes em constante mudança, ajudando-as adaptar-se ao mundo e facilitando a solução adaptativa e lavando a autoconscientização de problemas ocasionais.
Houve um desenvolvimento das emoções para que elas melhorem a adaptação, porém Greenberg (2015) traz que ainda encontram-se diversas formas na qual esse método é capaz de se modificar tornando-se desadaptativo.
Percebe-se que as emoções têm um papel importante na vida do ser humano, fazendo com que aconteça mudanças necessárias e realize o despertar para a ação. Para afirmar sobre essa importância, o autor supracitado elenca alguns tópicos os quais ele cita que a emoção monitora o estado do relacionamento, a emoção avalia se as coisas estão no caminho certo, a emoção melhora o aprendizado. As emoções são consideradas então, como uma parte crucial que envolve tudo o que é considerado relevante para nós.
Ouviu-se sobre emoções adaptativas, mas há também as emoções que são consideradas como desadaptativas. Segundo Greenberg (2015), essas emoções podem se tornar desadaptativas por vários motivos, desde situações que possam evocar uma emoção inata à fatores temperamentais e orgânicos. Cabe avaliar a intensidade e a frequência com que essas emoções se alteram.
Um outro aspecto a ser considerado é sobre como essas emoções se manifestam fisiologicamente. Greenberg (2015), trata em seu livro sobre o elo entre a emoção e o corpo, isso significa que o corpo e as emoções estão conectados de forma inseparável. O autor ainda traz o sistema límbico como exemplo de como comandar boa parte das emoções, o que implica nos processos físicos, acarretando assim alterações de padrões e influenciando na saúde física. Goleman (2011) diz que: “A maior estimulação fisiológica pode dever-se à tentativa constante dos circuitos neurais de manter sentimentos positivos ou eliminar ou inibir os negativos” (p.111). Observações fisiológicas podem auxiliar na “verificação de como diferentes tipos de emoção preparam o corpo para diferentes tipos de resposta” (p.35). Um outro autor, Ekman (2011), também afirma ligação entre corpo e emoção, afirmando que as emoções produzem modificações na parte do cérebro que nos mobiliza a lidar com o que propagou a emoção, assim como mudanças no sistema nervoso autônomo, o qual regula os batimentos cardíacos, a respiração e muitas outras alterações corporais, preparando-nos para diversas ações. O autor ainda ressalta que as emoções enviam sinais como mudanças nas expressões, da face, na voz e na postura corporal, e elas simplesmente acontecem de maneira natural.
Através de Goleman (2011), entendemos que as manifestações fisiológicas podem ser uma reação pré-programada em nosso cérebro para que haja funcionamento adequado do nosso corpo e reação que assegure a sobrevivência. Entendemos também que há uma estreita relação entre razão e sentimento, devido o cérebro pensante ter se desenvolvido mediante as emoções.
As emoções, portanto, são importantes para a racionalidade. Na dança entre sentimento e pensamento, a faculdade emocional guia nossas decisões a cada momento, trabalhando de mãos dadas com a mente racional e capacitando — ou incapacitando — o próprio pensamento. Do mesmo modo, o cérebro pensante desempenha uma função de administrador de nossas emoções — a não ser naqueles momentos em que elas lhe escapam ao controle e o cérebro emocional corre solto (GOLEMAN, 2011, p.59).
Segundo Greenberg (2015), para que as pessoas ajam de maneira inteligente no mundo social, estas precisam atentar-se às suas emoções e dar-lhes o status de pensamento e ação. Ou seja, a inteligência emocional requer a conscientização da experiência emocional atual incorporada, expressão apropriada, reflexão e regulação das emoções. A inteligência emocional, para o autor, possui quatro componentes: a capacidade de perceber emoções em si e nos outros (consciência emocional), a capacidade de acessar e / ou gerar sentimentos para facilitar o pensamento (utilização da emoção), a capacidade de entender emoções (conhecimento da emoção) e a capacidade de regular emoções para promover o crescimento (gerenciamento de emoções).
Goleman (2011) diz que, de certa maneira, temos dois cérebros, duas mentes e consequentemente dois tipos de inteligência (racional e emocional). É através desses dois tipos de inteligência, uma corroborando com a outra, que o nosso desempenho na vida é estabelecido; sendo o sucesso determinado através de um equilíbrio inteligente entre QI e emoção. Este autor fala que, apesar de atuarem em conjunto, cada uma dessas duas dimensões contribuem, isoladamente, para as qualidades de uma pessoa. Contudo, “é a inteligência emocional que contribui com um número muito maior das qualidades que nos tornam mais plenamente humanos” (p.76); “coloca as emoções no centro das aptidões para viver” (p.27). O autor ainda desenvolve sobre cinco componentes da inteligência emocional, que são: a autoconsciência, o autocontrole/autorregulação, a automotivação, a empatia e as habilidades sociais.
Este trabalho tem por objetivo expor e descrever todas as chaves da inteligência emocional na visão de dois autores, sendo eles Leslie S. Greenberg e Daniel Goleman.
Possui uma importância acadêmica por se tratar de uma narrativa significativa para o estudo sobre inteligência emocional. Também possui relevância social pois viabiliza uma compreensão para a sociedade sobre a inteligência emocional. Além disso, Goleman (2011) menciona tomar conhecimento de que no Brasil há sinais que apontam para uma emergente alienação e pressão social que podem levar a crises graves na teia de relações sociais
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com objeto metodológico exploratório e descritivo, procedimento metodológico narrativo e natureza metodológica qualitativa com amostragem por conveniência.
Dessa maneira Köche (1997, p.122) afirma que o objetivo da pesquisa bibliográfica é “conhecer e analisar as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado tema ou problema, tornando-se instrumento indispensável a qualquer tipo de pesquisa”. Gil (1991) afirma também que, quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. Quanto à pesquisa narrativa, constituem basicamente de análise da literatura publicada em livros, artigos de revistas impressas e/ou eletrônicas, na interpretação e análise crítica pessoal do autor. (ROTHER, 2007).
Tratando-se da pesquisa exploratória, sua finalidade envolve o desenvolvimento, o esclarecimento e a modificação de conceitos e ideias. Desenvolvidos objetivando uma visão geral sobre determinado fato, com o intuito de formular problemas mais acurados ou hipóteses para futuros estudos (GIL, 2008).
O autor supracitado traz como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.
Quanto ao objetivo da pesquisa qualitativa pode ser definida como a que se fundamenta principalmente em análises qualitativas, caracterizando-se, em princípio, pela não utilização de instrumental estatístico na análise dos dados (VIEIRA; ZOUAIN, 2006; BARDIN, 2011). As técnicas qualitativas focalizam a experiência das pessoas e seu relativo significado, em semelhança a eventos, processos e estruturas, implantados em cenários sociais (SKINNER; TAGG; HOLLOWAY, 2000).
Gil (2008), afirma ser a amostragem por conveniência a menos rigorosa dentre os demais tipos. Pode ser aplicada em estudos exploratórios ou qualitativos, quando não é necessário alto nível de precisão. “O pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo” (p.94).
A inteligência emocional é conhecida por envolver cabeça e coração, assim como também a conscientização da experiência emocional atual incorporada, expressão apropriada, reflexão e regulação das emoções na transformação. Tudo isso ocorre no presente sofrendo assim, influências do passado e do futuro, uma constante interligação de tempo. Para ressignificar é necessário experiência e reflexão durante o processo das emoções (desadaptativas). A empatia para com as emoções das outras pessoas faz total diferença na compreensão e na vivência da inteligência emocional. A terapia focada nas emoções tem, então, como objetivo principal aumentar a inteligência emocional dos pacientes (GREENBERG, 2015).
2.1 COMPONENTES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL SEGUNDO GREENBERG
2.1.1 Compreendendo as emoções – Consciência emocional
As emoções são uma maneira bem direta de vivenciar o momento em que as situações estão ocorrendo, elas enviam mensagens e apresentam problemas que precisam ser resolvidos pela razão. Assim, a cognição geralmente ajuda as pessoas a atingir objetivos afetivos; decisões precisam ser tomadas em relação à expressão e ação. Um outro ponto é que o pensamento também explica a dor; coloca em perspectiva; faz sentido; justifica e ou racionaliza; e ajuda a determinar um remédio, que poderá solucionar os problemas que foram apresentados inicialmente (GREENBERG, 2015).
As emoções estão a todo tempo no nosso corpo, então é importante coordenar os esforços conscientes com o estímulo automático das emoções, ou seja, é necessário conhecê-las ao invés de evitá-las. Sabe-se que os seres humanos executam as suas ações de acordo como trabalham as emoções e no que fazem com elas. Raiva ou tristeza excessivamente controlada consomem energia, o que a literatura sugere é que a expressão de necessidades e divulgação de mágoas geralmente traz melhores resultados. O autor cita que para conseguir isso, as pessoas precisam aprender a integrar sua razão com a emoção, não sendo compelidas pela emoção nem afastadas dela. Para obter bons resultados é necessário integrar cabeça e coração (GREENBERG, 2015).
2.1.2 Utilização da emoção – Expressando essas emoções
Expressar as emoções de forma adequada ao contexto é uma habilidade complexa da inteligência emocional, esta envolve instruções biológicas e culturais. O que acontece é que as pessoas aprendem formas apropriadas de expressão para as mais diversas situações. O fator principal para Greenberg (2015) é aprender quando e como expressar uma emoção, mesmo em alguns momentos não conseguindo com a sua totalidade, tudo isto faz parte do desenvolvimento da inteligência emocional.
2.1.3 Conhecimento das emoções
Segundo Greenberg (2015) encontram-se dois modos pelos quais os sentimentos se manifestam e duas atitudes pelas quais os treinadores emocionais conseguem auxiliar os indivíduos a adquirir compreensão do que experienciam fundamentalmente. O primeiro tipo de sentimento é expressivo, evidentemente acessível e afetuoso. O segundo tipo de vivência acontece quando os seres humanos são capazes de experienciar alguma coisa em seus corpos, porém a emoção até então não está explícita.
As emoções geralmente indicam o modo sobre como as pessoas estão levando a vida. Em alguns momentos quando experimentam emoções desagradáveis, significa que há algo errado ao qual elas precisam dar assistência. O primeiro passo é reconhecer essa emoção e expressá-la, porém isso não será o suficiente para ajustar a situação, sendo assim, será necessário que as pessoas leiam as mensagens de suas próprias reações e comecem a agir com sensibilidade para corrigir a situação (GREENBERG, 2015).
2.1.4 Regulando emoção- Gerenciando emoção.
“Regular significa poder ter emoção quando você as deseja e não tê-la quando não o desejar. Ser capaz de adiar as respostas, saber o que são e refletir sobre elas são habilidades essencialmente humanas” (GREENBERG,2015, p.17). o mesmo autor afirma que, o sujeito precisa ser apto para dirigir o que escolhe expressar, ou suprime. Ao em vez de suprimir as pessoas precisam discernir suas emoções em direção a ação construtivas ou transformá-las em benefícios ou modificá-la em ações que sejam mais favoráveis e úteis para solução de problemas (GREENBERG, 2015).
As pessoas devem ser movidas por suas emoções e está apta a acalmá-las e fazer uma reflexão sobre elas. Deve escutar a si mesmo, conscientizando simbolicamente as emoções corporais , ressignificando e colocando as ideias em um perspectiva de maneira amplificada, uma vez que a emoção é acordada e reconhecida, são aspectos construtivos importantes da inteligência emocional.(GREENBERG, 2015)
2.2 COMPONENTES DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL SEGUNDO GOLEMAN
2.2.1 Conhecer as próprias emoções (autoconsciência)
A autoconsciência é a chave essencial da inteligência emocional. Se resume em reconhecer uma emoção no momento em que ela ocorre. É a permanente atenção ao que se está sentindo internamente; é consciência auto-reflexiva, cujo a mente volta-se para a observação e investigação do que está sendo vivenciado, inclusive em relação às emoções. A atenção, na autoconsciência, não reage de forma exagerada à emoção e nem amplifica a percepção da mesma; ela é neutra e, mesmo diante de emoções turbulentas, mantém-se auto-reflexiva (GOLEMAN, 2011).
2.2.2 Lidar com emoções (autocontrole/autorregulação)
Desde a época de Platão, a capacidade de manter o autocontrole diante do turbilhão emocional trazido pelo acaso é tido como uma virtude; uma forma inteligente, equilibrada e sábia de conduzir a vida, com temperança. O autocontrole está relacionado ao lidar com as emoções para que estas sejam apropriadas, sendo esta uma aptidão desenvolvida por meio da autoconsciência. É importante ressaltar que o reconhecimento das emoções propicia compreensão, logo, contribui com maior liberdade de escolhas; não apenas para não agir impulsivamente ou movido pelo sentimento, mas para se livrar ou não desta emoção (GOLEMAN, 2011).
O objetivo do autocontrole, ou autorregulação, é encontrar o equilíbrio e não suprimir as emoções. É sentir a emoção proporcionalmente à circunstância, na medida certa. É fundamental para o bem-estar do sujeito que ele consiga manter o controle das emoções que o perturbam. “Os altos e baixos dão tempero à vida, mas precisam ser vividos de forma equilibrada. Na contabilidade do coração, é a proporção entre emoções positivas e negativas que determina a sensação de bem-estar” (GOLEMAN, 2011, p.89). O autor ainda diz que não se trata de evitar sentimentos desagradáveis, mas de não deixar tais sentimentos invadirem todo o ser. E que a durabilidade, assim como a intensidade, não devem ultrapassar um limite razoável para não se tornarem perturbadores extremos.
2.2.3 Motivar-se (automotivação)
Goleman (2011) expõe sobre as emoções negativas, onde excessivamente fortes deslocam a concentração para as aflições particulares, influenciando na tentativa de dedicação em qualquer outra coisa. Já a função da motivação positiva é a associação de emoções como satisfação e convicção na obtenção de uma meta.
Tendo em vista que nossas sensações prejudicam ou complementam nossa habilidade de refletir e elaborar estratégias, de continuar aprendendo para atingir um propósito distante, resolver questões e coisas assim, elas também estabelecem os limites de nossa competência de utilizar nossas habilidades cognitivas inerentes, e desse modo designam como nos saímos na vivência. Uma vez que nós somos instigados por sensações de euforia e felicidade no que realizamos essas emoções nos conduzem ao resultado (GOLEMAN, 2011).
2.2.4 Reconhecer emoções nos outros (empatia)
De acordo com Goleman (2011, p. 133), “a empatia é alimentada pelo autoconhecimento; quanto mais consciente estivermos acerca de nossas próprias emoções, mais facilmente poderemos entender o sentimento alheio”. Pessoas empáticas estão mais atentas a sutis sinais que indicam a necessidade dos outros. A incapacidade de reconhecer emoções nos outros sugere um grande déficit de inteligência emocional e tem influência em vários aspectos da vida, pois todo relacionamento vem de uma sintonia emocional. Além disso, deve-se entender que a forma de expressão das emoções é predominantemente não-verbal. Sendo assim, “a chave para que possamos entender os sentimentos dos outros está em nossa capacidade de interpretar canais não-verbais: o tom da voz, gestos, expressão facial e outros sinais” (p. 133).
2.2.5 Lidar com relacionamentos (habilidades sociais)
Goleman (2011) afirma que, “a forma como as pessoas expressam seus sentimentos constitui-se numa competência social muito importante” (p.153), pois de acordo com que é expressado gera impacto no outro. E deve se haver um cuidado ao se expressar, como por exemplo “mascarando” seus verdadeiros sentimentos para não constranger alguém, porém não precisa necessariamente mentir sobre o que sente, só basta ser menos ofensivo. E esses princípios precisam ser trilhados para que se haja bons relacionamentos sociais, pois o sentimento que é levado pelo outro reflete em outros sujeitos. Ir de encontro cautelosamente produz o impacto ideal.
Assim sendo, sempre que há sinais de interações, esses sinais afetam aqueles com quem convive. Quanto mais habilidade houver nas relações que mantém com o outro, mais eficaz serão os sinais emocionais que serão enviados. A maneira reservada que se procede a sociedade bem-educada e, por fim, apenas uma maneira de garantir que nenhum vazamento emocional perturbador vá debilitar os relacionamentos (GOLEMAN, 2011).
Vale ressaltar, que a força de envolvimento que os sujeitos vivenciam numa interação, representa a forma como os seus movimentos físicos são organizados enquanto dialogam entre si, facilitando o levar e o receber, os estados de espírito, como por exemplo afirma com a cabeça, e outro afirma também. Quanto mais fisicamente sincronizado, mais afinidade terão em seus estados de espírito. Sendo este a essência dos relacionamentos (GOLEMAN, 2011).
Considerou-se então, que as emoções possuem grandes relevâncias para a vida dos seres humanos, sendo necessário que eles consigam compreendê-las para que não existam empecilhos e que ocorra a vivência e controle desses sentimentos. Outro ponto que foi conceituado também foi sobre a interação das emoções com o corpo humano, e a influência que essa ligação possui na saúde do indivíduo.
Perpassou-se então até chegar nas chaves da Inteligência Emocional, que foi abordada pelos dois autores Leslie S. Greenberg e Daniel Goleman, onde trouxeram os componentes da inteligência emocional segundo as suas teorias.
Respondendo ao objetivo geral, este trabalho discorreu sobre cada uma das chaves, viabilizando uma maior compreensão sobre o tema, na visão de cada autor. Sugere-se então, que possa haver mais pesquisas a respeito do tema, para maior aprofundamento.
REFERÊNCIAS
EKMAN, P. A linguagem das emoções: Revolucione sua comunicação e seus relacionamentos reconhecendo todas as expressões das pessoas ao redor. Tradução Carlos Szlak. — São Paulo: LuadePapel, 2011.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2008
GOLEMAN, D. Inteligência emocional [recurso eletrônico]; tradução Marcos Santarrita. – Rio de Janeiro : Objetiva, 2011. Recurso digital.
GREENBERG, L.S.. Emotional Focused Therapy: coaching clients to work through their feelings. Second edition. Washington: American Psychological Association, 2015.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997
VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa qualitativa em administração. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006
ROTHER, E. T. Revisão Sistemática X Revisão Narrativa. Acta paul. enferm. vol.20 no.2 São Paulo Apr./June 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ape/v20n2/a01v20n2.pdf
TEIXEIRA, M. G.; ROGLIO, K. D. As Influências da Dinâmica de Lógicas Institucionais na Trajetória Organizacional: o Caso da Cooperativa Veiling Holambra. Brazilian Business Review, v. 12, nº 1, p. 1-37, 2015.