A importância do Dia Mundial da Alimentação no combate a fome e a pobreza mundial

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Celebrado no dia 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da nutrição com uma alimentação adequada. A temática, esse ano, será “As nossas ações são o nosso futuro. Melhor produção, melhor nutrição, melhor ambiente e melhor qualidade de vida”. A iniciativa tem como meta relembrar que ainda muitas pessoas passam fome nos quatros cantos no mundo, bem como propor soluções para colocar fim a esta problemática.

Fonte: www.mundodastribos.com

Conforme a Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), a edição 2021 tem grande impacto por acontecer na pandemia de Covid 19, que desencadeou uma desaceleração da economia mundial e a diminuição da renda familiar, o que afeta justamente a subsistência, ou seja, falta comida na mesa.  A pandemia teve um efeito devastador sobre a segurança alimentar no Brasil.  Segundo a FAO, 50 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar devido ao desperdício de alimentos, bem como as condições inadequadas de colheitas.  A entidade explica que uma alimentação adequada saudável deve ser um direito permanente e sustentável, e para isso acontecer é preciso de uma Política de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil. No entanto, como mencionado, a pandemia trouxe novamente o retrato da fome no Brasil, que tem como as crianças as mais afetadas.

 De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), com a pesquisa “Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid 19, no Brasil”, 55,2% das famílias brasileiros encontram-se em insegurança alimentar e 9% convive com a fome total, sendo que menos da metade dos municípios brasileiros, o que equivale a 44,8% tinha em seus moradores a segurança alimentar. Os dados são alarmantes e assustadores, e quem mais sofre com essa crise alimentar é a zona rural, informou a pesquisa, realizada este ano. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas com a pandemia, o que ocasionou um aumento do número de desempregados e endividados.

 A pesquisa foi realizada nos domicílios brasileiros com o intuito de buscar informações sobre a atual situação das famílias com a crise sanitária da Covid 19, para a tomada de decisões públicas e mobilização da sociedade civil e organizada. Nesse sentido que Maria de Fátima de Albuquerque (2009) evidencia que o direito à alimentação adequada irá se concretizar quando homens, mulheres e crianças tiverem acesso físico e econômico, sem interrupção, dos meios para sua obtenção. Em seu ponto de visto, a desigualdade precisa ser combatida para que todos possam usufruir de uma boa alimentação, por meio de ações progressistas e com o apoio do Estado, o qual é responsável pela elaboração de políticas públicas de Estado.

Fonte: Adobe Stock

A Associação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrand) destacou em artigo que para garantir um caminho no avança da segurança alimentar e nutricional, além da soberania alimentar é preciso superar as violações ao Direito Humano da Alimentação.  Para a organização, é preciso que a sociedade civil busca apoderar-se de informações para assim exigir a efetivação dos direitos humanos, consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), a promoção da vida, dignidade humana, que passa por uma alimentação nutritiva, ou seja adequada.

Enquanto o mundo ainda passa pela onda da pandemia da Covid 19, é preciso oferecer um olhar acolhedor para as pessoas em situação de vulnerabilidade. A insegurança alimentar, em resumo, é passar fome. Um cenário devastador que assombra inúmeras famílias que não têm o que comer. Por isso, ajude quando puder. Entre em contato com Organizações Não Governamentais (ONGs) que irão direcionar suas doações. Às vezes, pode ser a pessoa que mora ao seu lado.  Juntos podemos construir um mundo melhor.

REFERÊNCIAS

Albuquerque, Maria de Fátima: A segurança alimentar e nutricional e o uso da abordagem de direitos humanos no desenho das políticas públicas para combater a fome e a pobreza1 Disponível https://www.scielo.br/j/rn/a/K8QycNXpRNRs8GxWhFCmDBP/?format=pdf&lang=pt4. Acesso 09 de out, de2021

Associação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (2010). Disponível em  < https://www.redsan-cplp.org/uploads/5/6/8/7/5687387/dhaa_no_contexto_da_san.pdf>. Acesso 09 de out, de 2021.

Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), Disponível em http://olheparaafome.com.br/VIGISAN_Inseguranca_alimentar.pdf.  (2021) Acesso 09 de out, de2021.

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).  Disponível em < http://www.fao.org/brasil/programas-e-projetos/programa/pt/#c356409. Acesso 09 de out, de 2021.

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Diferencie fome emocional da fome física

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Durante a pandemia do novo coronavírus, muitos de nós ficamos mais ansiosos com medo do futuro e com a sensação de que todos os dias parecem iguais. Além disso, tem-se notado outra consequência dessa ansiedade: as pessoas têm falado que estão sentindo mais fome. Mas será que se trata realmente de fome? Você sabe qual a diferença entre a fome física e a emocional?

Na fome física é algo biológico. Acontece de forma gradativa e normalmente aparece a cada três horas após a última refeição. Além disso, sentimos o estômago vazio e alguns têm a sensação de fraqueza e tonturas. Já na fome emocional, a vontade de se alimentar aparece de forma impulsiva, alguns minutos após cada refeição e a procura normalmente é por alimentos doces e com gordura. As escolhas costumam não ser saudáveis, como, por exemplo, a busca por chocolates, biscoitos e salgados.

Fonte: encurtador.com.br/awNW9

É importante reforçar que a fome emocional não é uma necessidade real. As pessoas muitas vezes têm dificuldades de interpretar corretamente as emoções que sentem e acabam descontando na comida. Estamos vivendo em tempos de fortes emoções devido à pandemia. Em nossa atual situação, é normal ficarmos ansiosos, com medo do presente e futuro, rodeados de incertezas, entre outras emoções.

Por esse motivo, é essencial identificar o que causa a fome emocional. Pode estar relacionada ao excesso de tarefas, pressões do dia a dia e falta de dinheiro. É importante observar também se ela antecede algum evento ou situação que cause medo, ansiedade ou estresse. Quando é identificada a verdadeira causa e a emoção disso, é possível conseguir controlar esse comportamento.

Fonte: encurtador.com.br/iwxNY

Algumas consequências podem ser dificuldade de emagrecimento, aumento de peso repentino, estados depressivos pela frustração por não conseguir cumprir metas e dietas.

O tratamento com o psicólogo é baseado em entender as emoções, o momento de vida do indivíduo, ajudando-o a organizar seus pensamentos para ter habilidade emocional para lidar com a demanda do dia a dia. Portanto, busca ajuda profissional. Hoje, a tecnologia tem sido uma grande aliada. Não tenha preconceito com os atendimentos online. Eles podem ter a mesma eficácia do presencial. O importante é você conseguir se cuidar sem demora.

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madrasta

Madrasta má de carne e osso

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Em frente ao espelho me deparo com as mil faces que sou… A cada instante uma nova personagem surge e me pergunto quem será? Não sou humana, sou poeta. E as mil faces em frente ao espelho demonstra exatamente a contradição que somos dentro de nós mesmos. Eu sou só eu. Loucura? Obsessão? Como Shakespeare disse: “Ser ou não ser, eis a questão”.

Qual criança não ouviu historinhas que falam de madrastas más? Acredito que ouvir histórias contadas por nossas avós nos fascinam e nos deixam fora do mundo real…

A história que aqui vou registrar é de uma madrasta má, porém, personagem real na vida de 8 crianças. Essas crianças perderam a mãe ainda muito pequenas, assim o pai tratou logo de se casar. A madrasta nunca deu bola para os filhos pequenos que adquiriu juntamente com o casamento. Bonifácio, um menino muito levado e também arteiro sentia muita falta da mãe e muito mais que isso sentia a fome que doía no estômago e mais ainda na alma por ver os outros irmãos também com fome.

Era necessário fazer algo para que esse mal fosse ao menos amenizado.

Certo dia, ao olhar o pai tirando leite da única vaca que possuíam e que não chegaria nenhuma gota para os irmãos órfãos, Bonifácio teve uma idéia que supriria o desejo de sentir na boca o gosto do leite que no balde derramava. Levantou-se no dia seguinte de madrugada e antes que o pai acordasse para ordenhar a vaca, aproximou-se dela e como o bezerro  sugou dos peitos todo leite que sonhara tomar. Ao perceber que a vaca o deixava mamar, aprendeu então a se levantar na madrugada e encher a barriga com o leite que do peito brotava. O pai somente dizia a madrasta: “A mimosa hoje deu pouco leite, não sei o que aconteceu”. Mal sabiam que o desejo do filho foi capaz de fazê-lo cometer a loucura de se fazer um bezerro, e se soubessem, com certeza o castigo seria implacável.

O leite somente a Bonifácio alimentava, ele também via o sofrimento dos outros 7 irmãos. Um belo dia, ele chama a irmã que cuidava deles e mostra a ela uma galinha morta pendurada na cerca de madeira que rodeava a casa. Eles chamam a madrasta que vai logo dizendo que não aproveitará por não saber do que a galinha morreu, então a irmã também diz a mesma coisa. Bonifácio chama sua irmã para longe da madrasta e fala ao ouvido dela que quem matou a galinha e pendurou na cerca foi ele, porque gostaria muito de come-la junto com seus irmãos. A irmã trata logo de pegar o troféu do irmão e juntos partilham uma refeição digna e que não possuem por maldade de uma pessoa que deveria cuidar de todos.

A história de Bonifácio aconteceu nos anos 60, e assim percebemos que a fome, a falta de cuidados e, mais ainda, a falta de humanidade nos faz cometer atos que aos olhos dos outros parecem anormais. No entanto deixo aqui um questionamento: Loucura ou lei da sobrevivência?

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Para matar sua fome eu não tenho

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Eles bateram em minha porta quando eu menos esperava. No caminho entre o assento e a porta, indaguei-me sobre quem poderia ser a essa hora; nunca se sabe o que pode acontecer quando alguém bate em sua porta às 03h00min da manhã. Não o convidei para entrar; nenhum lúcido convida um estranho para entrar em sua casa há essa hora. O olhar do visitante transmitia desespero e confusão em si mesmo, e apenas pediu dinheiro. De imediato, sem esperar ele terminar a oração, perguntei o que ia comprar com a quantia – mesmo já sabendo o que ia responder o andante. Antes; abri um pouco mais a porta – já que, por segurança, conversava apenas por uma fresta – para verificar a calmaria da noite e percebi que não estava sozinho o transeunte.

Esperavam, na margem da rua, seus praças, aguardando impacientemente o escolhido da vez. Pensava em muita coisa ao mesmo tempo. Temi que houvesse um estopim de ação que quebrasse o silêncio. Ou faria de tudo para contornar em um diálogo para evitar qualquer coação. Distanciei-me um pouco de mim, mas não fui longe, a ocasião não favorecia divagações. É característico de alguns, pensarem demais.

A voz do presente era falsamente mansa e dizia que o que queria de fato era apenas dinheiro para comer e pagar a passagem de volta pra casa – dele e dos que o esperavam. Olhei para baixo, de lado e disse: para comida e para passagem eu não tenho. Só tenho para você comprar uma pedra ou um “dólar”. Sua expressão foi da água ao vinho assim que terminei a proposta. Era uma mistura de surpresa e incredulidade. Um sorriso envergonhado e sujo tomou sua face envelhecida. – Então eu quero, respondeu de imediato. O convidei a nos distanciar-mos da porta. Ele formou a guarda como se esperasse um cruzado de direita. Um alívio me sobreveio, pois, agora sim, sabia não se tratar de ladrões, e sim de doentes, cujos químicos, personificados aqui como vilões, os usam assim como o vento usa as folhas perdidas pelos ramos.

A conversa, agora com a participação dos outros, rendeu o começo do dia. Permeava a naturalidade e confissões. Quando os utensílios acabaram, roubos aos pais e familiares se tornaram frequentes, e mil e uma aventuras para satisfazer a loucura do corpo por queimar a “cal”. Uma necessidade maior que a fome, que controla perversamente o pensar de vós outros.

Longe do conforto e dos pares, desesperados por embalagens que aliviem suas dores, concomitantemente, por socorro de uma sociedade cega que acompanha de longe (ou de muito perto) sem ação, o definhamento.

Ninguém quer saber o gosto do sangue, mas o vermelho ainda é a cor que incita a fome. Não é havaiana, mas todo mundo usa. Todos têm suas porções de soma diárias: apenas mudam-se os frascos, as embalagens, os malotes, as cartelas, as carteiras, as garrafas, as cápsulas, todas; direta e indiretamente compõem a força que mantêm um poder.

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